Sereias apocalípticas escrita por Evil Maknae, RebOS, Laesinha, Ana


Capítulo 5
Cian.


Notas iniciais do capítulo

Alô Alô meu povo :D

Aqui é a titia Amanda Kyle, trazendo mais um capítulo caótico apocalíptico /õ/ (Era pra eu ter postado ontem, mas queria deixar vocês ansiosos ouo. Mentira...
...
Será que é mentira? O-O)


Entããão vamos lá ¬u¬

~Boa leitura e espero que gostem~ *some em purpurina verde*



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Ainda estamos andando no Fox preto de Layx, sempre para o Norte. Isso está começando a virar nosso slogan, depois de “Sereia do mar”, é claro.

 Faz um leve frio, nada congelante que possa nos matar, mas o bastante para haver neblina, o que não é bom, afinal, o sol não dá sinais de nascer e precisamos dormir. Havíamos combinado de invadir alguma casa segura e quentinha para passar parte do dia e descansarmos.

 Olho para o celular, a fim de checar a temperatura. 14ºC. Até que está bem quente para uma ilha no leste asiático, em pleno outubro. Mas não teria problema, de qualquer forma. Cookie aquece minhas mãos.

Meus olhos pesam; a tática da conversa para nos manter entretidas não estava mais dando certo. Todas estão de mau humor, ouvindo Sereia do Mar há meia hora, e nada de achar algum posto de gasolina ou um lugar acolhedor o bastante. Segundo Layx, ainda temos quarenta minutos de gasolina.

Eu tento ignorar o sono, contando quantos corpos mortos há no caminho e calculando quanto tempo levaria para eles levantarem e se tornarem monstros.

Um...

Dois...

Três e Quatro. Uau, esse quarto está horrível...

Cinco, seis e sete.

Aaaaah, isso é tão chato. Reviro os olhos.

Começo a olhar pelo para-brisa. Zumbis se colocam na nossa frente, e Layx passa por cima, sem sentir remorso algum. Depois de algum tempo fazendo isso, era comum não ter esse tipo de sentimento.

Sentimentos... Nunca foram meu forte. Depois do vírus, ficou tudo pior ainda. Meus pais saíram do país, a uma viagem de negócios, antes de ele chegar á nossa cidade, e como as fronteiras se fecharam logo depois do país todo ter sido contaminado, eles não puderam voltar. Eu estou com Cookie agora. Às vezes tenho esperança de encontra-los. Às vezes apenas aceito que vou morrer aqui.

Mas com coisas ruins vêm coisas boas. Eu fui obrigada a aprender medicina básica. Foi o bastante para aprender a cuidar de feridas, e se alguém fosse mordido, na hora eu poderia cuidar do machucado, e impedir que a pessoa virasse zumbi. Mas apenas na hora. Depois de cinco minutos, eu não poderia fazer mais nada, porque o vírus já estaria espalhado por todo organismo. Acredite, eu já tentei salvar muitas pessoas.

Olho para trás, para ver Anna e Rebecca, nossa nova família. Ambas estão com as cabeças apoiadas na mão, olhando pela janela. Imagino que sentem o mesmo sono e tédio que eu sinto. Olho para Layx, dirigindo. Se eu fosse ela, ia querer pular da janela. Dirigir não deve ser fácil. Eu ainda estava aprendendo o básico o tempo livre – isto é, quando não estamos matando ou sendo perseguidas.

Olho para Cookie, que olha para mim com curiosidade. Era engraçado o jeito em que seus pelos caíam no rosto. Às vezes cobriam seus olhos, mas na maior parte do tempo, estavam perfeitamente lisos. Ele era uma espécie de degradê entre cinza, preto e loiro. O cinza era em sua raiz, que vinha seguida com o preto, e nas patas era loiro. Ele não usava coleiras. Não havia necessidade, mesmo tão jovem, ele sabia me seguir e não ser tolo o suficiente para ir de encontro com um zumbi.

— Layx – Chamo-a.

— Ãhn? – Ela responde, com o maior desanimo do mundo.

— Vê aquela casa? – Eu pergunto, apontando para frente, em direção a uma casa bem grande, azul e com muro alto que devia ter uns 5 metros – Deve estar deserta, assim como esse trecho da cidade.

— Quer tentar invadir? Mesmo sem sol?

É um fato; zumbis são lentos e trouxas durante o dia. Fáceis de matar e não te perseguem por tanto tempo. Mas logo que o sol se põe, eles se tornam fortes, rápidos e piores.

— Bom, podemos tentar. Que horas são? – Rebecca pergunta, entrando na conversa também.

— São... – Olho para o celular. – 3 da manhã.

— O próximo trecho da região é todo destruído e não tem nenhum posto de gasolina ou algo do tipo. Se não pararmos agora, é possível que não encontremos mais algum lugar assim e que fiquemos desabastecidas. Talvez dê para encontrar um carro para pegarmos a gasolina naquela casa... – Anna comenta.

Layx suspirou, desconvencida, mas mesmo assim para o carro em frente à casa. Olho melhor e consigo ver cercas elétricas. Se houvesse também mantimentos nela, seria a moradia perfeita.

— Estão todas prontas? – Pergunto, colocando Cookie dentro da blusa, deixando-o apenas com a cabeça para fora.

— Sim – Disseram em uníssono, todas com suas armas na mão.

Assenti e saímos do carro. Havia muitos zumbis. Agora não dá mais para voltar. Teríamos que ir até o fim.

— Eu entro lá, abro o portão por dentro e vocês entram com o carro. – Sugiro, ao ver que talvez não déssemos conta de todos.

— Como você vai entrar? Tem cercas elétricas. – Layx fala enquanto atira na cabeça de um zumbi de longe, que estava se aproximando.

— Apenas me ajudem a chegar àquela parte do muro que tem como subir! – Respondo.

Anna assente e coloca ambas as mãos em forma de concha, para eu subir e chegar à pequena parte do muro onde dava para me pendurar. Era uma espécie de caroço.

 Apoio um dos pés na mão dela e ela me dá um leve impulso. Consigo alcançar a saliência com a mão direita e me penduro ali. Cookie começa a se mexer, ansiosamente.

— Pelo amor de Deus, se não quer morrer sem comer, pare de se contorcer! – Exclamo, me desequilibrando um pouco.

E então, consigo apoiar os pés no muro com um movimento ninja e começo a escalar.

De longe pareceu mais baixo. Droga.

Ouço tiros lá de baixo.

Me concentro e os ignoro.

Nada vai dar errado. Eu consigo.

Vou subindo, cuidadosa e rapidamente para evitar que minhas amigas sejam comidas vivas. Consigo chegar até o fim dele. Era estreito e as cercas eram consideravelmente altas. Eu conseguiria pular, mas eu provavelmente ia cair até o chão.

Imagino que se pular dali poderia me machucar muito. Preciso de uma maneira de pular a cerca, escalar até lá embaixo e arrombar o portão.

...

Ai Deus.

Tomara que Cookie fique bem.

Sem pensar mais, pulo, a cerca e o resto do muro.

Tento me manter em pé durante a queda, para evitar ao máximo que Cookie não atinja o chão e que eu evite quebrar um osso em um apocalipse.

Chego ao chão, e caio agachada, com um estalo e um choque que subiu pelo meu corpo todo. Meu pé havia atingido o solo coberto de grama, dobrado para o lado.

Ignoro a dor da torção e ando – mancando – até o portão, que não estava muito longe de onde eu caí. Ele era cinzento, e todo fechado, de forma que não dava para ver a rua.

Ok, ok. Agora pense, Amanda, em como diabos você vai arrombar esse portão de ferro com seu tornozelo possivelmente torcido e um cachorro se debatendo e arranhando sua barriga.

Ouço mais ruídos e tiros do outro lado. Estou estrando em desespero. Se não pensar logo, pode acontecer uma tragédia enorme.

...

... Cara.

Ele está aberto.

Dá para ver o local de colocar o cadeado vazio.

Não lamente seu tornozelo agora.

Apenas abra ele.

Puxo o portão para o lado e ele se abre, não tão facilmente, mas se abre.

Elas ouvem o barulho do portão sendo aberto e olham imediatamente para trás. Correm até o carro e entram nele. Layx acelera e entra na casa, antes de alguns dos zumbis perseguidores entrarem.

Fecho o portão com um empurrão e tudo fica bem.

De tão aliviada da tensão, caio no chão.

Ouço zumbis baterem no ferro pesado que era o portão, mas não conseguiriam entrar. Eles não tem força, até onde eu sei.

Todas saem do carro, ofegantes, e também aliviadas.

— Tudo bem com todas? – Pergunto, me levantando.

— Acho que sim – Anna responde.

— É, eu tô bem – Layx fala, entre sua respiração pesada.

— Eu também. E você? – Rebecca responde, por ultimo.

— A droga do portão estava aberto o tempo todo. – Digo, com ódio.

— Você escalou e se jogou pra nada? – Layx pergunta.

— Aparentemente sim. – Tiro Cookie da blusa e o coloco no gramado. Ele cheira um pouco o ambiente e não dá sinais de perigo.

Ele me ajudava a achar zumbis e pessoas, por meio do olfato. Os infectados tinham um cheiro meio azedo e podre, que era quase imperceptível para nós, mas para um cachorro, aquilo era até forte, então ele latia para avisar.

Bem, se ele não latiu, é porque estava tudo bem.

...

Certo?

...

Errado!

De repente, todas adquirem uma expressão boquiaberta, e Cookie se coloca em sua posição de ataque e começa a rosnar. Todas pegam suas armas e apontam para mim... Ou para algo atrás de mim.

Eu não demoro muito para sentir uma respiração leve atrás de mim.

Viro lentamente e vejo um cara tão alto que parecia um gigante. Ele tinha uma arma apontada para minha cabeça. Sua expressão era de ódio e desconfiança. E não, não era bonito.

Tinha uma face meio triangular, com sardas e acne. Seus olhos eram verdes e seus cabelos eram pretos.

Não preciso falar que estou morrendo de medo, não é mesmo?

— Vou perguntar só uma vez; Quem são vocês e o que estão fazendo aqui? – Ele diz, em um tom calmo de alerta.

— Não te interessa e não te interessa. – Respondo, surpreendendo a todos, e levando minhas amigas a me olharem como se estivessem falando “sua trouxa”.

— Pra alguém que está prestes a morrer, é bem corajosa. – Ele responde, sem abaixar a arma. Cookie intensifica o rosnado, mas não se move. Ele provavelmente sabia o que ia acontecer comigo.

Ok, ok. Eu posso estar parecendo trouxa, mas eu tinha um plano de intimidar ele.

Talvez não tenha dado certo.

— E pra alguém com cara de otário você é bem esperto. – Eu rebato.

— Cale a boca, senão vão voar seus pedaços pelo ar! – Ele fica sem paciência. Apenas o encaro.

— Se é pra me calar, quem vai te responder?

— Talvez suas amigas quando eu te matar e as capturarem.

Tá, eu admito.

Não tenho resposta contra esse argumento.

— Perdeu a língua? – Ele provoca, rindo de forma maligna.

— Você quem vai perder a sua. – Rosno.

Ele ri de novo. O cano da pistola era gelado.

... Vamos, falem algo! Não me deixem com uma arma apontada na têmpora!

Um longo momento de 5 segundos aconteceu, até Layx falar alguma coisa:

— Somos iguais a você. Não viemos machucar ninguém. Queríamos um abrigo.

Ele abaixa o cano da arma e finalmente eu posso relaxar.

— Foi tão difícil assim ser educada? – Ele pergunta em tom irônico, como indireta para mim.

— Com quem não merece, é sim. – Rebecca diz, podendo abaixar sua arma também.

— Ainda não confio totalmente em vocês. Posso mata-las a qualquer hora. – Ele diz, em resposta à Rebecca.

— Digo o mesmo pra você. – Anna rebate.

Um momento de maus olhares entre todos passa, e como se nada anteriormente tivesse acontecido, ele pergunta:

— Quais são seus nomes?

Todas respondem respectivamente.

— O meu é Cian. Invadi este lugar antes do meu grupo todo virar zumbi.

— Se já está ocupado vamos sair então. – Digo, em pleno orgulho, ignorando o fato de que meu tornozelo foi torcido só para entrar nessa maldita casa.

— Você quase quebrou sua perna pra entrar aqui. Podem ficar. Esse lugar não é meu. Tem vários quartos. – Ele responde.

— Então você viu eu me estatelando no chão? – Pergunto, irritada.

— Impossível não ver. Gostei da sua coragem. Fora que o portão estava aberto. – Ele fala e ri.

Eu não respondo. Apenas ignoro e olho para meu grupo, perguntando se nós podíamos confiar nele, mas apenas com olhares.

— Vamos, vamos cuidar desse seu pé. – Ele diz, fingindo que não viu os nossos olhares. Vendo todas o seguirem, eu sou obrigada a ir mancando para dentro da casa. Antes, pego Cookie e o levo.

— Amanda. – Ele chama, durante o caminho do que foi um belo jardim um dia. Tinha algumas ruínas de plantas e arvores. O local estava cinza agora.

— O que foi? – Eu falo, andando com dificuldade e com um cachorro no colo.

— Qual é a do cachorro? – Pergunta.

— Ele é minha família. – Digo, evasiva.

— Como você leva ele com você no meio de um apocalipse no país?

— Eu dou meu jeito. – Digo.

Silencio de novo. Quando percebemos, chegamos nas portas de madeira.

Entramos. Vejo a casa mais linda e elegante que já vi. Um lustre caía do teto alto, e centralizado no chão havia um enorme tapete vermelho. Escadas levavam para um segundo andar, e tinham várias portas de madeira clara.

Fico boquiaberta.

Tudo tão lindo e impecável.

Ele nos guia até uma cozinha. Abre a geladeira enorme e pega uma bolsa de gelo.

— Isso é tudo que posso fazer, desculpe. – Ele diz, me entregando a bolsa.

— Já basta. – Coloco Cookie no chão e pego a bolsa. Coloco sobre a torção e tudo fica bem por um instante.

Podia ser sempre assim.

Todos relaxados e tranquilos debaixo de uma proteção confortável.

Com novos amigos e uma família.

Mas a vida não é assim.

— Ei, Amanda? – Layx fala, me tirando do transe de meus pensamentos.

— Perdão, não ouvi.

— Você concorda em levarmos Cian? Temos feito isso com quem precisa. E é bom. Me faz esquecer de tudo... – Ela fala.

Eu não concordava. Nunca gostei daquele cara, talvez pelo fato de ele ter apontado uma arma para mim, e ter feito comigo um jogo de ofensas.

Mas, algo em mim pensava que se fosse assim, não teríamos os cuidados de Anna, a força de Rebecca e nem a hospitalidade de Layx.

Então, sorrio, e digo:

— Claro.


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Notas finais do capítulo

*reaparece em purpurina verde* E então? O que acharam do novo abiguinho?

Agradeço sua paciência para ler este longo capítulo, se chegou aqui, PARABÉNS (õ(

Então, deixo na cabecinha de vocês, o que acontecerá com Cian? ¬u¬ Conseguem adivinhar?

Boa noite/Bom dia para todos, e até semana que vem ;u;



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