Sereias apocalípticas escrita por Evil Maknae, RebOS, Laesinha, Ana


Capítulo 17
Amor e Flor


Notas iniciais do capítulo

EU. DEMOREI. ME DESCULPEEEEMMM.
Está rolando altas coisas na minha vida - além de escola, claro. Peço desculpas de novo, amo vocês ♥
Então, o cap tá aqui e dessa vez vou tentar não demorar a eternidade (jfbhrg) ♥
Tudo na visão da Anna. Bjão no ♥ e até lá embaixo!



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Estava tudo acontecendo muito rápido. Amanda e Rebecca foram sequestradas, e voltaram para casa com os sequestradores. Resumo da história: a família só faz aumentar a cada dia. Por um lado, fico feliz em ter cada vez mais pessoas. Por outro, os zumbis sentem a quantidade de humanos andando por ai.

Estava num colchão de casal com Misha quando notei Rebecca subindo, irritada, as escadas até o sobrado. Duck a seguiu e eu me sentei rapidamente. Misha se assustou, deixando o livro cair em seu rosto. Ele se sentou e seguiu meu olhar.

— Acha que devo ir lá?

— Rebecca sabe se virar. – ele parou um momento – Na verdade, ela está bem. Qualquer coisa, quem irá se dar mal será o Duck.

Sorri.

— Verdade.

Voltei a me deitar, e Misha fez o mesmo. Com a cabeça encostada em meu ombro, Misha segurava o livro acima de nossas cabeças, para que lêssemos juntos.

— Misha – sussurrei.

— Diga – ele não tirava os olhos das miúdas letras do caderninho.

— E se esse livro for perda de tempo? E se não tiver nada de útil ai?

Ele fechou os olhos, respirou fundo e se sentou, apoiando as costas no sofá velho da casa. Fiz o mesmo, ficando de frente a ele.

— Anna – sua voz estava suave e melódica – Seus pais deixaram isso para você. Se fosse inútil, você não saberia da existência desse caderno.

— Sim, mas eu não sei o que eles querem com isso. Eles queriam que achasse a fórmula da Cura? Desvendasse o labirinto que é essa droga de Base? – meu tom aumentava, e Misha mantinha-se calmo. – Eu não sou cientista! Eu não sou eles, entende?

Enterrei meu rosto em minhas mãos. Senti Misha me puxando para perto de si, me envolvendo em seus braços. Abracei sua cintura, com a cabeça em seu pescoço. Um cheiro de canela invadiu meu nariz; o cheiro de Misha.

— Você está tentando achar algo importante. Não precisa se frustrar, Anna. Você é inteligente, vai desvendar isso aqui.

Me afastei dele, o olhando nos olhos.

— Eu vou acabar matando todo mundo.

Eu sentia que deveria ter dito isso há muito tempo. Um nó se formou na minha garganta porque eu sabia que era verdade. Nunca consegui admitir – talvez por fraqueza, quem sabe.

— Anna, – era uma advertência – nunca mais diga isso de novo.

— Mas é a verdade! – meu tom se elevou de novo. Senti que Woody, que fumava ali perto, passou a olhar a conversa por cima da revista que lia. Layx olhava de relance, sabia do que se tratava.  – Olhe bem pra mim. Acha mesmo que eu sou tudo isso? Eu. Não. Sei. Como. Desvendar. Esse. Caralho. De. Caderno. Maldito. – eu falava pausadamente cada sílaba.

Duck descia as escadas, indo para o banheiro. Rebecca desceu logo depois, indo até Layx e Amanda. Ela insinuou vir até mim, mas Layx sussurrou algo e todos voltaram a fazer o que estavam fazendo antes: conversar e comer um pacote de biscoitos velhos.

— Venha – Misha segurou minha mão e me puxou, levando-me até o sobrado.

Estava cansada e mentalmente desgastada.

Eu odeio esse apocalipse. Odeio esse caderno. Odeio a Base. Odeio a Cura. Estou com raiva dos meus pais por acharem que eu era capaz. Estou com raiva de Misha por acreditar em mim. Era mais fácil quando era só eu, naquele shopping abandonado, do outro lado do país, quando minhas únicas preocupações eram comer e procurar munições. Ler o diário era só um hobbie; agora é trabalho. Eu sinto que não vou fazer progresso.

Me senti tola por pensar nisso. Estava sendo egoísta.

Misha me posicionou de frente para a Lua, e se postou ao meu lado.

— O que você está vendo?

— Qual o objetivo disso?

— Anna, só me responda.

Bufei e revirei os olhos. Cruzei os braços e olhei tudo que estava iluminado pelo luar.

— Casas de madeira e tijolos, ruas vazias, o céu escuro, a Lua, você, essa casa. – fez-se uma pausa – Agora me explica qual o objetivo disso?

— Só isso mesmo? – ele sorriu e meu coração derreteu.

— Para com isso - estava puta da cara. Porque ele estava tentando me alegrar? – Misha, eu estou me sentindo um lixo, só quero dormir e ganhar um abraço. Seria pedir demais?

Ele bufou e veio para trás de mim, me virou um pouco para a direita e empurrou devagar minha cabeça.  Olhei para baixo, na calçada, e vi...

— Mas o que é isso?

Havia uma flor brilhando no asfalto. Ela havia crescido entre uma grande rachadura e cacos de concreto aparentemente frágeis.

— Ela é... Linda. – não conseguia parar de olhá-la. Era de um azul ciano impressionante, parecia neon, iluminando singelamente a calça ao seu redor. – É única. Nunca vi outra assim.

Virei para Misha.

— Porque você me mostrou ela?

— Ela é sua, primeiramente. Outra, ela é muito importante. – seu sorriso travesso estava me deixando curiosa. A raiva e frustração iam se dissipando, voltando novamente para o fundo da minha mente.

— Defina importante.

— Ela – ele apontou para a linda flor – é produtora de um composto importante. Só ela que produz.

— Misha, não me diga que...

— Sim – seu sorriso me fez ter um troço. Não por amá-lo, mas porque significava muito mais do que só um sorriso.

— Misha!

Pulei nele, abraçando-o. Eu ria loucamente, beijando-o no rosto e pousando a cabeça em seu ombro, por fim. Meu nariz estava em sua nuca, sentia seu cheiro.

Me separei dele, ainda sendo presa por seus braços pela cintura. Meus olhos brilhavam e Misha sorria. Segurei seu rosto.

— Como você a achou? – meu coração ia pular no meu peito. Mexia em seu cabelo com os dedos, e com o polegar segurava seu rosto em minha direção - Misha, só existem 13 no mundo inteiro. No mundo inteiro. 13. Só 13.

Ele riu e me beijou. Beijou meu nariz e por fim se aproximou, sussurrando no meu ouvido:

— Eu não costumo contar meus segredos.

Ri, empurrando-o.

— Eu a procurei de todas as maneiras. Sempre estudei as plantas, então foi só ler o caderno dos seus pais. Juntei o que eu sabia com as suas anotações nas entrelinhas e a achei hoje pela tarde, quando você estava com Layx e Ivy.

Estava extremamente feliz. Essa planta é produtora de um dos compostos mais difíceis da Cura.

— E então, gostou?

— Misha, esse é o melhor presente que eu já ganhei na minha vida inteira.

Seus olhos se iluminaram e ele riu, pela primeira vez, sem graça. O vi ruborizando bem de leve, já que o tom bronze de sua pele não permitia que ele ficasse vermelho.

— E-eu fico feliz por te dar alegria.

— Misha, você é minha alegria. Eu tenho problemas em demonstrar meus sentimentos, mas eu o amo. Amo as meninas. Mas você... Ah! Você é meu potinho de felicidade.

Olhei para ele, que estava boquiaberto.

— Ok! O momento passou! Agora eu vou voltar a ser eu mesma.

— Não! – ele me abraçou forte e em girou. Eu ria. – Eu gostei de você assim!

***

Descemos, e fui em direção ao caderno que deixei encima do colchão e...

Espera. Não está aqui.

Olhei para todos os lados e vi Woody com meu caderno. Fui até ele, que lia atentamente com o cenho franzido minhas anotações. Puxei-o de suas mãos, e o rapaz ficou desorientado.

— Eu só estava...

—Eu vi o que estava fazendo. E, por favor, se quiser algo emprestado, peça.

— Achei que por sermos uma família não teria problema.

A ingenuidade em sua voz não combinava com seu estilo e o ar que transparecia para nós. Cheguei mais perto dele.

— Olhe, Woody, não me importo em dividir, mas eu nem te conheço direito, cara. E esse caderno é bem... Pessoal.

Sai e fui para um dos cômodos da casa. Misha ficou para falar com Woody. Da janela do que era para ser um quarto, tinha total acesso á minha florzinha. Pulei a janela, para vê-la melhor. Não havia nenhum zumbi por perto, mas a arma de fogo estava em minha mão para qualquer emergência.

Tinha medo de machucar a linda flor, ou amassar alguma pétala. Me senti estranha, pois deveria partilhar daquele momento com Misha e as meninas. Bom, provavelmente ele deveria estar explicando pra Woody minhas atitudes grosseiras e desgovernadas.

— Ok lindinha, agora você vai salvar o mundo – disse, quebrando o asfalto frágil ao seu redor com as mãos, largando, assim, a arma no chão.

Tirei um saco de plástico do bolso, que carregava caso quisesse vomitar no carro. Bom, valeu a pena segurar meu enjoou. Tirei a flor com cuidado da terra, peguei um pouco da mesma e coloquei no saco plástico. Arrumei as raízes da flor e coloquei mais terra com cuidado. Acho que é um bom sinal ela não parar de brilhar. Estava com tanta neura com a flor que iria regá-la com água potável se possível.

Pulei a janela para dentro e a tranquei. Não aparecer nenhum zumbi foi muita sorte e que um privilégio, senão teria de deixá-la para trás e sabe-se lá o que eles fariam com ela.

Definitivamente, estava super protetora.

Sai do cômodo-quarto e fui até a sala, e chamei Misha para explicar o que estava acontecendo. Estava tão feliz que nem parece que há pouco tempo atrás pensava que minha existência no grupo era inútil. Bom, não era. Todos somos importantes, e em um momento de fraqueza me deixei levar pela pressão de viver nessa situação.

Todos estavam muito animados - inclusive Cookie, que corria de um lado para o outro - e pedi a Woody desculpas por ter sido tão indelicada. O rapaz entendeu situação e disse que se fosse com ele, não seria diferente.

 Acho que no fundo gostei de Woody e só demorei a perceber, quem sabe.

Afinal, reclamei por ter que trabalhar duro em desvendar meu caderno. Mas eu não sabia que uma das respostas estaria tão perto assim de mim.


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Notas finais do capítulo

EAI, GOSTARAM? Bem meloso, eu sei. Mas devia isso a vocês. Podem criar um shipp ( Eu vi um que era Mishanna SHHFHBEWFJW amei ♥ ).
Espero que tenham gostado! Comentem, vamos adorar responder todos!
Bjão de luz no ♥ de vocês e até a próxima ♥



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