Sereias apocalípticas escrita por Evil Maknae, RebOS, Laesinha, Ana


Capítulo 14
Foi tudo um mal entendido


Notas iniciais do capítulo

HELLLLLOOOOOO
Desculpa a demora, eu fiz o capítulo anteontem (12/09) e esqueci de postar aefnuaoiefaoijf
COMO PODEM PERCEBER EU SOU MUITO RESPONSÁVEL! :D
Mas, sem mais delongas, aqui está o capítulo que vocês tanto esperaram ♥
(Não esquece de dar review ( ͡° ᴥ ͡°) )
((Até lá embaixo ( ͡° ᴥ ͡°)( ͡° ᴥ ͡°) ))



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Uma pessoa. Um perdido. Um que não conseguiu aguentar a pressão. Um coitado. Um bêbado e um desejo: De que tudo acabasse. Mas não iria acabar, o fim não iria chegar até ele, então ele decidiu chegar até o fim. Suicídio: forma mais fácil de desistir. Sim, foi isto que Benjamin Malikadrin fez: desistiu. Desistiu de seguir o seu sonho, desistiu dos seus amigos, desistiu de acreditar, desistiu de viver. Não posso dizer que ele não foi forte, até porque ele foi sim forte, conseguiu ficar de pé o máximo que pôde. Mas a sua mente era fraca, fraquíssima. Sua escolha não foi nada mais o que todos nós queríamos fazer quando vimos os nossos entes queridos morrerem na nossa frente, mas pelo menos estamos tentando. Tentando sobreviver e achar uma luz no fim do túnel... E o túnel onde estamos fede a sangue e corpos mortos.

Estou tentando manter a porra da concentração nesta estrada de merda. Toda a tristeza que eu estava sentindo pela morte do Benjamin tornou-se raiva e indignação. Depois vai se tornar aceitação, como acontece com todos os seres humanos quando alguém com quem você se importa morre. Acontece que geralmente essas fases demoram alguns dias nas pessoas, mas comigo eu sinto mudar a cada minuto.

Arrisco uma pergunta no silêncio perturbador – nós decidimos não por músicas nesta viagem.

— Hm, então... Como se sentem?

— Uma bosta. – Rebecca disse logo de cara. Ela chorou no colo de Ana durante um bom tempo.

— Eu não sei o quê sinto, mas dói. – Ana já passou a mão no rosto molhado e oleoso tantas vezes para tirar as lágrimas que já desistiu de tirar a lágrima que está caindo agora.

— Prefiro nem comentar. – Amanda está acariciando Cookie de forma deprimente.

— Eu também não estou me sentindo muito bem... Pelo menos não perdemos mais de um.

— Mas perdemos. – Ana disse com um tom seco.

— Uma hora ou outra isso iria acontecer com qualquer um da família. É difícil aceitar, mas... – eu respiro fundo. – Não podemos fazer nada.

— Mas poderíamos ter feito. – Rebecca está amassando um chaveiro de pelúcia que achou perdido no carro.

— O caso dele era grave, Becca. Talvez até um alto grau de esquizofrenia. É impossível sobreviver num apocalipse tendo esquizofrenia.

— É verdade... – Ana concorda, abaixando a cabeça num sentindo de “Como que eu nunca reparei nisso antes?”.

A viagem agora vai seguir com um silêncio perturbador que eu tentei evitar... Que legal.

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Tá dando tudo errado.

Tudo!

Acabamos de chegar numa cidade litorânea, bem na hora do nascer do sol. E deu para ver o sol nascer na água, deu para perceber exatamente que estávamos indo ao leste.

Era para irmos ao NORTE, e não para o leste!

Estão todos aborrecidos, encarando o sol como se fosse um vilão. Como não tínhamos percebido isso antes?

— Estávamos muito distraídos, e com a morte do Ben então... Ficamos totalmente com a cabeça no mundo da lua. – disse Ivy, dando um murro na própria perna, como se soubesse o que eu estava pensando.

— Sim, isso é verdade, mas o problema é que eu estava seguindo a minha bússola do carro. Onde apontava o norte, eu ia!

— Posso checar a tua bússola?

— Sinta-se a vontade. – digo fazendo um gesto de "eu não ligo mais pra essa porra mesmo".

Abro a porta do motorista e indico onde está a bússola. Enquanto Ivy começa a dar uma de Sherlock, vejo a paisagem de onde paramos. Uma orla até que bonitinha para um apocalipse, a areia branca amarelada, a água rosa por causa do sol. Uma calçada dividindo a areia da rua pavimentada. Tem cheiro de sangue velho, mas o que eu posso fazer? O país inteiro está cheirando a isso.

— Olha isso. – Ivy me tira dos meus pensamentos e aponta para o ponteiro da bússola. – Está indicando que para lá, onde o sol está nascendo, é o norte, sendo que é o filho da puta do leste.

— Mas o que...

— Acho que... – ela tira o vidro que protege a bússola e toca no papel onde tem as letras dos pontos cardeais. – O papel foi colocado errado.

— O QUÊ?? – Cian chega por trás da gente, praticamente em pânico. – A PORRA DO PAPEL ESTAVA TORTO???? ESTÁVAMOS ARRISCANDO AS NOSSAS VIDAS PENSANDO QUE ESTÁVAMOS FAZENDO A COISA CERTA QUANDO DE REPENTE VOCÊ VEM ME DIZER QUE A BÚSSOLA ESTÁ ERRADA??

— Cian, calma. Se não fosse por essa bússola errada, talvez você estaria morto ou devorando outros humanos. – Ivy diz como se fosse a líder da porra toda.

— Pior que é verdade, Cian. Se estávamos indo sempre para o leste... Se fôssemos para o norte talvez nem tivesse encontrado você, a Ivy, o Charles, a Ana, a Rebecca... – evitar falar o nome “Ben” perto do Cian é essencial por agora.

Ele ficou em silêncio por uns segundos. Provavelmente percebeu que eu não citei o Ben.

— Algumas coisas só o destino faz. – Ivy bate no braço do Cian com um gesto de camaradagem.

Olho ao redor novamente. Amanda está sentada no meio fio da orla aparentemente tentando acalmar a mente com o Cookie do lado, Rebecca do lado falando algo para ela, Ana e Misha... Estão vendo o nascer do sol abraçados como se não se importassem que o apocalipse existia e tudo fosse apenas um sonho ruim. Queria estar assim também. Ah, e o Charles está encarando Amanda. Normal.

— Acha que devíamos parar aqui ou ir logo para o verdadeiro norte? – pergunto para Ivy.

— Sinceramente... Acho que a próxima cidade está umas seis horas daqui. Quer arriscar?

— Se quiserem ir, vão, mas eu acho melhor o pessoal apreciar o nascer do sol e tentar esvaziar a cabeça. – Cian fala isso encarando Amanda.

Amandinha Sapequinha está com tudo. Não descansa de arrasar corações nem quando estamos desesperados tentando viver.

Aproveito o momento em que estou numa orla que não está tão destruída para relembrar das minhas férias escolares. A água do mar gelada molhando os meus pés, a areia fazendo cócegas, a minha mãe pedindo para eu não ir no fundo... E o meu pai tentando me ajudar a fazer um castelo de areia.

— Se você pegar um pouco da areia molhada e deixar cair em gotas em cima vai parecer que o castelo é feito de panquecas.— ele dizia.

Agora estou aqui, com catorze anos, dirigindo um carro. Com catorze anos minha mãe queria que eu estivesse fazendo balé. É estranho pensar que traumas assim, como perder os teus pais, podem te deixar mais maduro.

— Ahn... Galera, péssimas notícias. A bússola estava errada o tempo todo. – Ivy anuncia para todos logo de uma vez.

— É, deu para perceber... – Rebecca olha de relance para o sol e volta a encarar a Ivy. – Quero nem saber como que isso aconteceu. Já estamos na merda mesmo.

— Bem, pense bem... Estamos no nosso habitat natural... Não é? – digo.

— Oi? – Ana parece não ter entendido o que eu falei.

— Somos as Sereias Apocalípticas... Sereias... Tendeu? – faço uma garra com o meu polegar e indicador e começo a mexer a mão freneticamente. – Hein, hein?

Os meninos e a Ivy parecem não entender. Claro, é isso que dá ficar de fora do bonde do Fox Preto.

— Nossa Layx. Péssimo, péssimo. – Amanda ri, cruzando os braços.

— Adoro desenterrar piadas velhas. Bem, querem ficar por aqui ou seguir viagem?

— Vamos seguir, não quero perder mais tempo. – Charles está incomodado com algo.

— Então vão tirando a areia dos sapatos e vamos logo. – sorrio, tentando parecer uma tia de família solteirona.

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— Sabe, eu só não entendo uma coisa: os celulares de vocês não tinham GPS? – pergunto.

— Que celular? E mesmo se tivesse, com que energia iria carregar ele? Eles só duraram nos primeiros dias. E eu acho que nem tem mais sinal por aqui. Os estrangeiros já desistiram da gente, com certeza. – Ana cruza os braços, indignada com a falta de consideração dos outros países.

Paro o carro no meio da estrada para por gasolina. A Ivy parou logo atrás. O pessoal aproveitou para esticar as pernas e checar o local e peço ao Cian para me ajudar a pegar o galão de gasolina no porta-malas. E sim, eu sei que é perigosíssimo carregar gasolina dentro do próprio carro, mas quem liga?

— Ahn, pessoal... Eu vou ali mijar e já volto. – Charles diz já correndo para uma mata assustadora.

— Beleza. – apenas a Ivy e Amanda respondem.

— Eu tenho um adendo. Quero saber por que nenhum país tenta ajudar a gente. O que fizemos de tão ruim? – pergunto, pensando no comentário da Ana de que nenhum país ajuda a gente.

— Nós que começamos a guerra, não os culpo por isso. – Cian ta fazendo uma cara de boi choroso.

— Eu estou totalmente desinformada sobre isso. – digo.

— Vou tentar explicar da forma mais simples possível: Nós temos uma inimizade com o Japão, certo?

— Certo.

— E o governo recente estava querendo “reconciliar” com eles, até aí você sabe, né?

— Só isso, mas não consigo ver o motivo disso para ocasionar... – olho para os lados – Nisso.

— É que o Japão está fazendo uma treta com o ISIS, não sei se você sabe disso... E o governo da nossa querida ilha mandou uma bomba na região que eles estão dominando para dar uma de “Ei, eu estou atacando o seu inimigo, podemos ser amiguinhos de novo?”, mas aí o ISIS enviou um avião não identificado para atacar a capital do Japão, e agora eles acham que foram nós que enviamos o maldito avião, e eles quiseram vingança...

— Isso... Isso não faz sentido. – digo.

— Veja bem: temos inimizade com os japoneses a mais de 50 anos... Nós mandamos uma bomba para o ISIS e logo depois um ataque em Tóquio. Eles acharam que foi uma farsa para nós atacarmos eles e sairmos ilesos. Entende? – Cian está se sentindo um professor de história, aposto.

— Para falar a verdade, eu não entendi nem um pouco.

— Af, esquece. – ele guarda o galão de gasolina com má vontade.

— O Japão achou que a gente fez uma de malandrão para enganar ele, ele se sentiu ofendido com o ataque que nem foi nosso e nos atacou também. – Rebecca diz mostrando um positivo irônico.

— Oh, agora deu para entender.

Adoro zoar com a cara do Cian quando posso.

— Vai se fuder. – Cian entra no carro da Ivy aborrecido.

— Vai você! – Amanda responde como se fosse automático, até mesmo se não estiver falando com ela – Desculpa, é a força da hábito.

— Tá todo mundo fudido mesmo. – Misha surge do além do lado de Ana.

— Verdade. – concluo.

E seguimos viagem.

...

Espera...

Aquele ali correndo desesperado é o Charles?

Santo Deus, esquecemos do Charles.

Ele já está entrando no carro da Ivy.

Agora sim seguiremos viagem.


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Notas finais do capítulo

YEEEEEEEEEEEE CHARLES ESCLUIDÃO!!11!!!!!1!!!!!11!

Desculpa, de novo, por ter demorado par apostar :v Pelo menos eu postei! V:
(ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧Não esquece de dar aquele review gostoso que a gente ama ♥ Por favor ✧゚・: *ヽ(◕ヮ◕ヽ)
Bjinhos na nuca ( ͡° ᴥ ͡°)