HL: Pocket Girl - How Heroes are Born escrita por Mini Line, Heroes Legacy


Capítulo 8
"Eu ainda o esperava."


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores lindos de Pocket Girl. Voltei com mais um capítulo fresquinho para vocês.
Agradeço a todos que estão acompanhando mais uma vez, pois vocês me fazem muito feliz.
O capítulo está cheio de revelações. Espero que gostem tanto quanto eu.

Boa leitura.



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— Jessica? — Sussurrou, franzindo as sobrancelhas, sem acreditar que era a mulher em sua frente.

 

Assustada, a mãe de Benny tentou fechar a porta, mas Jared a impediu, entrando sem autorização.

 

— É você, não é? — Ele questinou, fitando os olhos verdes da bela mulher. — Quase não te reconheci, Jessica.

— Você pode não se lembrar do meu rosto, mas eu jamais esquecerei a face de um assassino.

 

Jared deu um passo à frente, mas Jessica recuou dois, atenta aos movimentos do homem.

 

— Está com medo? — Sorriu de canto, se divertindo com o rosto assustado da mulher.

— Por que não teria? Você mandou matar a mim e ao meu filho. Você é um monstro, Jared! — Cuspiu as palavras com desprezo, procurando discretamente ao redor algo com que pudesse se defender.

— Pelo jeito o Noah não fez o que eu pedi. — Cruzou os braços, observando Jessica de cima a baixo. — Era só acabar com duas inúteis vidas. Não acredito que ele tenha ficado tão mole assim.

— O que você quer de mim, Jared. Depois de todos esses anos… Por que voltou? — Sua voz estava alterada e suas mãos, trêmulas.

 

— Fiquei sabendo que você conheceu um cara. Ele também fugiu, não foi? Para a Amazônia. — Caminhou até o sofá e sentou, sorrindo como se fosse bem vindo ali. — É uma pena.

— Eu nunca fiquei com mais ninguém, Jared. — Disse baixo, cerrando os punhos. — Nunca houve um Robert. Nunca houve expedição para a Amazônia. Eu inventei tudo isso para que meu filho não soubesse do monstro asqueroso que foi o pai.

— Você está me dizendo que o Noah não…

— Não! Ele não tirou o bebê como você pediu. — Interrompeu, enquanto seu olhar rancoroso encontrava o do cientista. — Ele fez coisas piores, acredite, mas poupou a vida…

— Cheguei! — Benny disse alto ao entrar na casa, chamando a atenção dos dois. — Ahm... Oi. — Acenou sem graça, percebendo o clima carregado ali.

 

Seus olhos encontraram os de Jared e um calafrio percorreu seu corpo.

 

— Esse é seu filho? — O cientista se levantou, perguntando para a mulher, mas sem tirar os olhos de Benny.

— Sim. É ele. — Respondeu rápido, deixando o garoto confuso.

— Ele se parece com você.

— Mas os olhos são do pai e o gosto pela ciência também. — Jessica segurou os ombros do filho, lançando um sorriso amargurado para Jared.

— Está tudo bem por aqui? — O garoto confuso olhava para os dois, tentando imaginar quem era aquele homem.

 

Seu palpite principal fazia seu estômago revirar.

 

— Está, Benjamin. — Estendeu a mão para o rapaz que a apertou rapidamente. — Eu me chamo Jared Harper. Eu sou cientista e biólogo, e depois de quase um ano consegui encontrar você.

— Cientista? — Engoliu seco, cerrando os punhos.

— Sim. Há dezoito anos eu e mais sete biólogos fomos para a Amazônia em uma expedição. Acho que você sabe alguma coisa sobre isso, não sabe?

— Foi a expedição em que meu pai foi? — Fitou a mãe por um instante, vendo ela assentir.

 

Benny indicou o sofá para o homem. Sabia que aquela conversa não era do tipo que se tem em pé.

Após estarem todos acomodados, Jared continuou:

 

— Robert e eu  éramos muito amigos, Benjamin.

 

— Benny, por favor. — Ele corrigiu.

— Benny. Ele sempre falava sobre sua mãe e contava os dias para poder voltar à Londres e encontrá-la. Mas as coisas ficaram difíceis para nós no meio da floresta. — Abaixou o olhar, parecendo realmente falar de algo que aconteceu há muito tempo. — Nosso grupo se dividiu e acabamos nos perdendo. Ficamos quase um mês no meio da floresta, sobrevivendo como selvagens. Foi horrível!

 

Jessica desviou o olhar, indignada com a frieza do homem. Sua vontade era de tirá-lo dali aos tapas, mas esconder a verdade do filho era mais importante no momento.

 

— Nós já tínhamos perdido as esperanças de sermos encontrados. — Prosseguiu com a mentira. — Mas seu pai… ele sempre nos animava, dizendo que iria tirar a gente daquele fim de mundo e pagar os ingressos para o jogo do Manchester United, onde ele seria campeão.

— United? — Benny riu fraco. — Meu pai não sabe torcer. Manchester City é bem melhor! Não dá nem para comparar.

— Eu disse isso a ele. — Jared não pode deixar de sorrir, afinal, também torcia para o mesmo time que o garoto.

— Me conta, o que aconteceu depois? Vocês conseguiram sair de lá. Então por que ele não procurou minha mãe? — Benny voltou a ficar sério, imaginando que o pai, que não existia, havia encontrado uma nova família.

— Eu saí de lá, Benny. Mas seu pai… Ele não voltou. Eu sinto muito, garoto.

 

Aquilo foi como um soco no estômago para Benny. Ele engoliu seco, tentando tirar o nó que se formava em sua garganta.

 

— Ele morreu? — perguntou, rindo fraco por estar muito nervoso. — Eu… Como foi? O que aconteceu com ele?

— Ele foi atacado por uma onça, Benny.

 

Jessica se levantou, alterada. Aquilo já estava indo longe de mais.

 

— Sinto muito, Sra. Johnson. Eu não queria ser o porta-voz dessa notícia. — Jared tentou se aproximar da mulher, mas ela se afastou rápido, antes que ele a tocasse.

— Mãe, pode trazer um suco para nós?

— Mas, Benny…

— Por favor, mãe. — Seus olhos cheios de lágrimas encontraram os da mulher, pedindo que os deixassem a sós.

 

Por um instante, Jessica pensou em acabar com aquilo e dizer a verdade, pois não suportava ver o filho daquela maneira. Por outro lado, seu instinto protetor a alertava de que aquele era um mal necessário.

Ela assentiu para o garoto e os deixou, mesmo sem confiar em Jared.

 

— Eu sei que o senhor deve ser um homem ocupado, mas pode me falar um pouco sobre meu pai? — Benny retirou os óculos e esfregou os olhos, evitando que as lágrimas chegassem a cair.

— Claro, por que não? — Ele sorriu fraco, se ajeitando no sofá. — Robert era um jovem sonhador e curioso. Queria conhecer tudo o que pudesse e inventar, criar tudo o que ainda não existia. Era um pouco cabeça dura, admito,  mas sempre deu muito valor as pessoas que gostava, inclusive a mulher que ele mais amou. — Jared fez uma pausa ao perceber que falava de si mesmo. Pensava em sua falecida esposa, da qual nunca se esqueceu. — Ele faria qualquer coisa para tê-la de volta, Benny. Mas nem sempre podemos ter tudo o que queremos, principalmente quando isso envolve mulheres. É um conselho que eu te dou.

— Sempre penso nisso quando vejo minha professora de artes. — sussurrou ao inclinar um pouco para frente, dando um sorriso travesso para o homem.

— Ela é bonita?

— A mais linda mulher que eu já vi! Não sei como tanta beleza pode caber em um metro e meio! — Riu fraco, lembrando-se de Alice. — Mas eu nem me iludo com ela. A Srta. Harper é muita areia para o meu caminhãozinho.

— Aqui está. — Jessica encontrou os dois conversando animados e ficou com mais raiva ainda.

 

Suas mãos ainda estavam tremendo quando levou a bandeja com suco para colocá-la sobre a mesa de centro, mas acabou desequilibrando e derrubou um dos copos vazios.

 

— Droga. — Praguejou baixinho, se abaixando para pegar os cacos.

 

— Eu ajudo, Sra Johnson.

— Não precisa. — Assustada com a aproximação de Jared, Jessica acabou se cortando com os cacos.

 

Seu sangue começou a pingar no chão, então ela segurou firme no corte de sua mão e saiu rapidamente dali.

 

— Vai ajudar sua mãe, garoto. Eu limpo isso aqui.

 

Benny assentiu e correu atrás de Jessica. Pensou que a mãe estava tão nervosa devido a notícia que recebera, sem nem imaginar a verdade por trás de tudo aquilo.

Quando percebeu que o garoto já estava longe, Jared tirou o pequeno frasco de veneno do bolso e o destampou, o levando até a jarra de suco.

Suas mãos vacilaram no momento de despejar o conteúdo e por fim, não conseguiu concluir seu objetivo.

Suspirou ao fechar os olhos e colocou o frasco no bolso após tampá-lo novamente.

Recolheu os cacos, os deixando no canto da bandeja e voltou a se sentar, afundando o rosto nas mãos.

 

“Não posso matar o garoto! Droga, Jared. Por que você se apega tão fácil as pessoas?”, pensou, questionando a si mesmo.

 

Alguns minutos depois, Benny e Jessica voltaram a sala e Jared se levantou, fitando os dois.

 

— Peço desculpas por todo esse transtorno.

— Não se desculpe, senhor. Eu ainda prefiro saber a verdade do que continuar esperando um pai que não vai voltar. — Desviou do olhar, respirando fundo.

— Sinto muito, rapaz. Tenho certeza de que se o Robert tivesse te conhecido, ficaria orgulhoso. Você é um garoto muito especial, Benny. É fácil de ver isso. — Jared sorriu com ternura para ele, feliz por saber quem ele realmente era.

— Benny, querido. Você não ia se encontrar com seus amigos hoje? — Jessica chamou a atenção do filho, sem desviar os olhos do cientista.

— Esqueci completamente! — Deu um tapa na própria testa e suspirou ao imaginar Taylor e Annie puxando suas orelhas. — Desculpa, senhor… Esqueci o seu nome.

— Jared. Pode me chamar assim.

— Senhor Jared, eu preciso ir. Prometi que não me atrasaria de novo, mas… — Deu de ombros.

— Problemas com atrasos? Conheço uma pessoa assim. — Riu fraco, cruzando os braços. — Vai lá, garoto. Não deixe seu amigos esperando mais ainda.

 

— Então eu vou indo. Tchau, Sr. Jared. Obrigado por vir até aqui. — Colocou a mochila no ombro e pegou o celular para avisar sobre seu atraso.

— Não precisa agradecer, Benny. Eu gostei muito de te conhecer.

— Eu também. — Benny sorriu fraco e logo saiu, caminhando o mais rápido possível. Ainda estava digerindo todas aquelas informações sobre seu pai.

 

Jared lançou um olhar frio para Jessica assim que ficaram a sós.

A mulher engoliu seco, temendo a reação do homem que já planejou contra sua vida e de seu filho no passado.

 

— Eu gostava de você, Jessica. Sinceramente, pensei na hipótese de tê-la como mulher. Mas naquela época, eu estava conquistando muitas coisas e não sei se você compreenderia e aceitaria meus métodos de conseguir meus objetivos. Você era uma jovem encantadora e ainda é — Apontou para ela, observando seu corpo bonito. —, mas eu não estava pronto para te contar quem eu realmente era.

— Não tinha coragem de contar o que você e o Dr Noah faziam com crianças inocentes? Que os torturavam em nome da ciência? — Ironizou, com os olhos cobertos por lágrimas. A mulher amargurada deu um passo a frente, fitando o cientista. — Agora eu sei de tudo. Sei que você é um monstro. Não precisa fingir para mim.

— Eu não estou mentindo, Jess.

— Não me chame assim! — Bradou, acertando um tapa no rosto de Jared.

 

Furioso, ele segurou no pescoço da mulher e a ergueu um pouco, a encostando contra a parede com força.

 

— Eu deveria matá-la agora mesmo ou quem sabe deixá-la em uma câmara experimental e fazê-la virar um novo soldado. Adoraria ver seu corpo todos os dias flutuando no líquido esverdeado. — O sorriso sádico do homem era assustador.

 

Jessica tentava se livrar da mão em seu pescoço, sentindo o peito arder pela falta de ar.

 

— Me solta. — Disse com dificuldade, batendo no braço dele.

 

Jared apertou um pouco mais antes de atirar a mulher contra o chão.

 

— Nos deixe em paz, desgraçado! — Jessica estava assustada. Passou a mão no pescoço, buscando o ar que lhe faltava.

— O garoto é meu filho. Talvez eu queira ficar com ele. — Sorriu, dando as costas para a mulher.

— Se aproxime dele de novo e eu mato você, Jared! Eu juro que mato! — Desesperada, Jessica bateu os punhos no chão.

— É o que veremos, Jess.

 

Jared saiu, batendo a porta com força. Caminhou rápido até o carro e respirou fundo algumas vezes ao entrar no veículo. Encostou a cabeça no volante, tentando se acalmar, sem sucesso.

Ele sempre sonhava com o dia em que Meredith lhe daria um garoto. Sonhava em brincar de futebol com o filho e ensiná-lo a ser um cientista como ele.

Odiava admitir, mas Benny mexeu com seus sentimentos, o suficiente para impedi-lo de cometer mais dois crimes.

Passou a mão nos cabelos, suspirando. Já tinha problemas demais para se preocupar no momento e deixaria o filho para depois.

Deu a partida e dirigiu o mais rápido possível, em direção ao seu esconderijo fora da cidade.

 

~*~

 

Já passava quase uma hora do horário combinado para que Benny se encontrasse com Annie, Taylor e Clark. A ruiva mandou mais uma mensagem ameaçadora para o garoto, suspirando em seguida.

— Ele não vem. Pra que continuar esperando? — Reclamou com os amigos.

— Ele sempre se atrasa, qual é a surpresa? — Clark comentou, encostado no tronco de uma árvore.

— A surpresa é que dessa vez eu vou quebrar as pernas dele. — Taylor cruzou os braços, bufando.

— Surpresa nenhuma você arrebentar o orelhudo. O garoto é seu saco de pancadas. — Annie riu, tirando o celular que vibrava em seu bolso. Benny havia mandado uma mensagem avisando que logo chegaria.

— Acho que hoje você não vai ter motivos para bater nele, Tay. — Mostrou a mensagem para a garota.

 

"Foi mal, ruiva. Um cara apareceu aqui em casa trazendo notícias ruins sobre meu pai. Explico quando chegar ai."

 

— Só porque eu queria esquentar as minhas mãos. — Brincou, tentando aliviar o clima no local.

 

Não demorou mais do que quinze minutos e o garoto se juntou aos amigos.
Mesmo sorrindo, era possível perceber o desconforto em seu rosto.

 

— Não precisam mais ficar com essa cara de velório. Eu cheguei. — Cruzou os braços enquanto estufava o peito com um sorriso convencido em seus lábios.

— Estamos esperando o seu segundo caixão chegar, Benny. — Taylor comentou, fitando o garoto.

— Não entendi essa. — Clark ergueu uma sobrancelha.

— As orelhas vão separadas. — A morena piscou, dando um sorriso travesso.

— Só você implica com as minhas orelhas, idiota! — Benny deu um empurrão no braço de Taylor, fazendo-a se desequilibrar.

— Na verdade todos zoam você. Só que a gente tem mais intimidade pra falar na cara. — Annie deu dois tapinhas nas costas do garoto, o reconfortando.

— Somos as melhores pessoas que você pode conhecer na vida. — Clark sorriu.

— Mas relaxa, você é o melhor mascote. — Taylor riu baixo, devolvendo o empurrão.

— Que eu saiba a mascote é a chaveirinho de fósforo aqui. — Apoiou o braço sobre a cabeça de Annie que era a mais baixa do grupo.

— Depois que apanha não sabe porquê.

 

Taylor riu, sentando ao lado de Clark e ajeitando a sua franja.

 

— Então, alguém vai perguntar o que aconteceu para o Benny ou eu mesmo faço isso? — Clark fitou as duas garotas, sem receber nenhuma resposta. — É, eu faço isso. O que aconteceu?

— Sua discrição às vezes me assusta. — O garoto riu, sentando entre as garotas. — Acabei de descobrir que meu pai, que eu nunca conheci, por sinal, morreu há muitos anos.

— Sinto muito. — Annie sorriu fraco, acariciando a mão do garoto.

 

Ele apenas sorriu de volta, ainda em estado de choque com a notícia.

 

— Meus pêsames. — Taylor disse baixo, passando a mão levemente pelo pingente em seu cordão.

— Mas você planejava conhecer ele ainda? — O rapaz perguntou, erguendo uma sobrancelha.

— Claro! Ele nunca quis abandonar a mim ou a minha mãe. Ele era um cientista e precisou partir para a Amazônia. Depois de algum tempo, ele desapareceu de lá. — Ficou em silêncio, sentindo o coração apertar, trazendo aos seus olhos azuis a desilusão de uma vida toda. — Eu sempre esperei que um dia ele ia chegar em casa e minha mãe ia quebrar o que estivesse na mão dela pra correr até ele. E depois... Depois eu ia conhecê-lo e ele me contaria sobre suas aventuras.

— Azar o dele, perdeu a chance de conhecer um filho incrível. — Taylor comentou, recebendo um olhar surpreso de Clark e Annie. — E um ótimo Dumbo.

— Obrigado. Eu acho. — Sorriu fraco, encostando o rosto no ombro da garota. O perfume de Taylor invadiu suas narinas, dando-lhe uma sensação boa. — Segundo o amigo dele que procurou minha mãe, ele foi devorado por uma onça.

 

— E você pensou em fazer uma pesquisa e descobrir se onças realmente comem pessoas? — Taylor perguntou, ignorando a aproximação de Benny.  

— Por que você sempre acha que estão escondendo alguma coisa? — Clark riu baixo, olhando os dois.

— Sei lá, só não acredito em tudo de primeira assim.

— Não sei se eu quero descobrir uma mentira. Porque se onças não comem gente, ele está fugindo de mim. Vou ter que considerá-lo morto de qualquer maneira.

— Você ainda tem sua mãe, Benny. E ela te ama, não ama? — Annie disse, sorrindo fraco ao se perder em seus pensamentos. — É terrível a sensação de estar sozinho no mundo. Acredite.

— Ela tem razão. — Taylor comentou baixo, fitando a grama.

— Vocês não estão sozinhos. — Clark disse, suspirando. — Ainda temos uns aos outros.

— Não é a mesma coisa.

 

— Você não faz ideia, Clark. Agradeça por ter pai e mãe vivendo um casamento feliz com filhos e um peixinho dourado. — Annie riu, encarando o amigo. — Se não fosse pelo meu outro pai — Revirou os olhos —, nem sei o que seria de mim.

 

— Só lembrando que eu sou gay e isso é um grande problema. — Clark suspirou. — Bem, pelo menos pra eles isso é um problema. Não importa quantos troféus eu leve para casa, sempre vou ser uma vergonha para a família.

— Eles são pais do campeão estadual de futebol. Deveria se orgulhar ao invés de implicar com sua sexualidade. — Deu de ombros. — Só se você for apresentar o Benny como namorado. Ai até eu não aceitaria meu filho. — Annie concluiu com uma expressão séria, para logo depois cair na risada.

— Desnecessário!

— É verdade, nada de apresentar um Benny para os pais. — Taylor riu, recebendo um olhar feio do rapaz.

— Não sei porque ainda gosto de vocês. Esse bullying vai acabar me traumatizando! — Cruzou os braços, fingindo estar chateado.

— Ah, tadinho do nosso Dumbo. — Annie abraçou o garoto de lado pela cintura, enquanto ele passava o braço pelos ombros dela.

— Ainda vamos ser presos por causa desse maltrato com o nosso pequeno elefante. — Taylor sorriu.

— Vocês são horríveis.

— Só o Clark me ama de verdade, suas falsas. — Bagunçou os cabelos de Taylor e a abraçou pelas costas, prendendo seus braços antes que levasse um soco. — Mas eu amo vocês, ingratas.

— Awn! Ele tem um coração maior do que as orelhas.

— E eu vou ignorar o que aconteceu e arrancar elas se você continuar me agarrando, Johnson. — Taylor fingiu estar séria, enquanto o Clark sorria.

— Vai ter que me pegar primeiro. — Sussurrou no ouvido da garota e deu um beijo em sua bochecha. Soltou a menina e correu alguns passos à frente.

— Eu vou quebrar as suas pernas! — A garota falou, ja correndo atrás de Benny.

— Quero ser madrinha no casamento desses dois. — A ruiva observava Taylor perseguir o garoto com um sorriso nos lábios.

— Só se eu for o padrinho e você entrar comigo. — Clark também sorriu, encostando a cabeça no tronco da árvore em que se apoiava.

— Combinado! Seremos os melhores padrinhos!


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Notas finais do capítulo

Surpresos? Eu também fiquei quando a ideia de fazer o Benny e a Lice serem irmãos surgiu. Kkkk
Bom pessoal, ontem (dia 09/07) foi meu aniversário. Queria muito ganhar de vocês um comentário, falando o que estão achando da história. Mas não se preocupe se você estiver sem tempo, coragem ou vontade de comentar. Tudo ao seu tempo, não é mesmo?
Obrigada a você que leu até aqui e em breve teremos mais.
O spin off foi adiado, já que eu tive que cortar esse capítulo. Mas em duas semanas, no máximo, ele sai.
Beijos da Mini e até o próximo =*