HL: Pocket Girl - How Heroes are Born escrita por Mini Line, Heroes Legacy


Capítulo 34
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao fim do fim. Um capítulo extra para vocês!

Boa leitura.



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O anfiteatro da New York University estava lotado, e os cochichos dos espectadores impacientes enchiam todo o grande local, repleto de cadeiras vermelhas e aveludada. A cortina do palco ainda estava abaixada, e era possível ouvir alguns ruídos vindos do outro lado. Por causa de um pequeno imprevisto, o espetáculo estava atrasado.

Perdido entre as fileiras, Benny, usando a mesma roupa do Baile de Inverno e segurando um casaco no braço, procurava seu assento, mais perdido do que agulha no palheiro. Ao ver uma pequena figura de cabelos castanhos, usando um uniforme dos funcionários da limpeza, ele respirou fundo, caminhando até a moça.

 

— Lice, o que você ainda está fazendo aqui? — sussurrou, segurando o ombro dela.

 

Mas para sua surpresa, não foi sua irmã que se virou. De fato, a garota se parecia com Alice, porém, suas olheiras eram um pouco mais escuras, entre outros traços que davam-lhe a certeza de que cometeu um engano.

 

— Eu trabalho aqui! E não me chamo Lice. — A moça mostrou o crachá, que exibia sua foto e o nome A. S. Rodrigues.

— Desculpa o engano. A Lice não tem o nariz tão grande assim. — Deu de ombros, voltando a observar o lugar em busca de um conhecido.

— Pelo menos eu não uso as orelhas para voar, Dumbo! — Revirando os olhos, a funcionária saiu irritada e batendo os pés.

— Essa é uma bela mistura de Alice, Annie e Taylor — comentou para si mesmo, balançando a cabeça.

 

Encontrar seu lugar ao lado de Rachel e Annie não foi nada fácil, mas também não foi impossível. Os agentes sempre estavam com comunicadores a postos, e usá-los fora de missões já estava se tornando rotina.

Além dos três, Richard e os outros alunos da sala 301 estavam ocupando a mesma fileira. Richard fez questão de sentar-se ao lado de Lorenzo, divertindo-se com o desconforto do rapaz. Saber de sua habilidade empática era uma ótima maneira de irritá-lo, principalmente quando Clark tocava discretamente em sua mão sobre o banco. Luke e Alex riam dos penteados das madames, enquanto Hayley tentava, sem sucesso, mantê-los calados. Já Will, que era o mais animado antes de chegar, mantinha os braços cruzados e as sobrancelhas franzidas o tempo todo, já que ao seu lado, apoiado em um pequeno suporte, um tablet exibia a imagem ao vivo do agente 28, que não pôde comparecer ao espetáculo e teria que assistir pelo computador.

Algumas pessoas já estavam prestes a desistir quando as luzes diminuíram, e um som baixinho de violinos ecoou pelo lugar. A Sra. Carter caminhou graciosamente até o centro do palco e sorriu para a plateia. Ela usava um deslumbrante vestido verde, que destacava sua pele clara e os cabelos loiros.

 

— Boa noite, senhoras e senhores. Em primeiro lugar, peço minhas desculpas pelo atraso, e agradeço pela paciência de cada um — começou, prendendo a atenção de todos com sua voz suave. — Tenho o orgulho de apresentar o trabalho de conclusão de curso dos alunos de artes e música da New York University. O espetáculo foi escrito, dirigido, coreografado e protagonizado pela formanda Alice Harper. Uma salva de palmas para os nossos alunos. Obrigada.

 

O público aplaudiu de pé, enquanto a mulher se afastava e as cortinas se abriam. O cenário montado no palco lembrava um saloon do velho oeste, com móveis de madeira rústica e um grande balcão, onde era servido as bebidas. As pessoas usavam roupas antigas e amareladas, sendo que as saias mais curtas das mulheres dava um ar mais depravado ao local. Os homens, em sua maioria bêbados, eram servidos por donzelas provocantes, que exibiam seus decotes ao entregarem as canecas de cerveja, enquanto alguns músicos tocavam um violino, um piano, uma viola e uma gaita, em uma suave melodia típica do lugar. Tudo no saloon tinha um clima festivo e os clientes estavam felizes por estarem ali, bebendo, alguns jogando cartas, outros apreciando a música e as senhoritas em seu coreografado andar sedutor.

Mas as portas se abriram bruscamente, assustando as donzelas, e silenciando a música e as conversas. Todos os olhares se voltaram ao grupo que entrava, formado por três homens altos. Ambos usavam roupas negras, sujas de areia do deserto, chapéus de cowboy e botas com esporas. O líder era o mais alto e magro dos três, e tinha os cabelos escuros na altura dos ombros. Os olhos semicerrados varreram o local, dando calafrios nos clientes, enquanto um sorriso maldoso se formava em seu rosto, exibindo seus dentes amarelados pelo cigarro e falta de escovação.

Antes de entrarem, o homem arrancou um cartaz de procurado da parede, onde seu rosto estava estampado, e caminhou até o balcão, onde foi atendido por uma jovem bem conhecida pelos agentes que assistiam o espetáculo.

 

— Boa tarde, dona. O que a princesa tem pra oferecer pros meus camaradas e pra mim? — perguntou o homem, fazendo ecoar seu sotaque caipira.

— Cinco minutos pra dar o fora do meu estabelecimento. — A resposta da moça espantou os clientes, que estavam inquietos. — Ou melhor, fiquem a vontade. O xerife vai me pagar uma boa recompensa pelo Billy The Kid e seus cachorros sarnentos.

 

Os dois se encararam por um momento, analisando o olhar frio um do outro, até que o rapaz sorriu de canto, enquanto colocava um objeto sobre o balcão, fazendo o barulho metálico tomar a atenção da moça. Os olhos dela se arregalaram, para o deleite do bandido, quando ela viu a estrela do xerife.

 

— Desculpa, dona. Acho que ele não vai vir. — Ele riu ao ver a moça abaixar a cabeça. — Agora, me serve aí o que você tiver de mais forte.

 

Assentindo em silêncio, a moça deu as costas para o bandido, mas logo se virou, acertando o punho cerrado no maxilar dele, sem dar-lhe chances de defesa. Billy caiu da cadeira, fazendo os clientes segurarem o riso e deixando os capangas sem ação. A dona do saloon subiu no balcão e colocou as mãos na cintura, enquanto uma música mais agitada começava a tocar.

 

— O xerife pode até ser um bundão, mas eu não sou como ele. Quer se dar bem nesta cidade? Ótimo. Mas vai ter que passar por cima de mim.

 

Os capangas de Billy o ajudaram a se levantar, enquanto as duas garçonetes, interpretadas por Claire e Emily, a irmã de Will, ajudaram Alice a descer do balcão com um pulo, ambas mantendo um sorriso confiante no rosto.

Os clientes começaram a bater palmas e os pés no ritmo da  música, enquanto deixavam o centro do saloon livre para a batalha.

Nas duas extremidades do palco, os bandidos e as donzelas se encararam, antes de começarem a andar, passo a passo, na direção uns dos outros, como em um duelo de armas, com a mão próxima ao coldre. Quando estavam próximos o suficiente, a música ficou mais rápida, e as moças, em sincronia, deram um chute alto, fazendo-os recuar, enquanto elas iniciavam sua dança. Os quadris se moviam com harmonia, fazendo as saias rodopiarem e mostrarem um pouco a mais de suas coxas, desconcentrando os bandidos por um instante, que foi a oportunidade perfeita para golpeá-los com chutes e socos no estômago. Mas logo eles revidaram, surpreendendo as garotas com seus giros e os movimentos acrobáticos de sua dança, contando com saltos mortais, entre outros.

Sem dúvida, a coreografia criada por Alice contava com sua experiência na arte da luta, assim como na dança. Não tinha como não se impressionar com os movimentos ritmados de cada dançarino. Era, sem dúvidas, um belo espetáculo.

Mas ele estava mais perto de acabar do que o esperado.

 

Atenção, agentes. Temos uma emergência no Central Park. Várias ligações dizendo que um monstro explosivo está atacando a região — a voz de Valerie foi ouvida nos comunicadores, deixando-os em alerta.

— Não dá para mandar outra equipe? — Benny sussurrou, em seu típico resmungo birrento.

Vocês são a única disponível. O agente Thorne e o agente John estão indo para prestar o suporte. Pocket, sinto muito, mas precisamos de você.

 

Nenhuma resposta veio da heroína, que continuou sua apresentação, fazendo sua equipe questionar se ela estava ao menos com um comunicador. Eles não a culpariam por isso. Aquela era a sua noite e ninguém tinha o direito de tirar isso dela. Nem mesmo um “monstro explosivo” no Central Park.

John passou as instruções para a saída deles do teatro, enquanto seu amigo, Samuel Thorne dirigia, e após Will, com muito prazer, desligar e guardar o tablet, que transmitia a apresentação para o agente 28, todos estavam prontos para a escapada, antes de salvar o dia mais uma vez.

Benny tentou chamar Alice mais uma vez, mas ela não deu sinal algum. Continuou concentrada em prender os bandidos após derrotá-los, amarrando-os de costas uns para os outros. Logo depois, as garçonetes colocaram a estrela do xerife no peito dela, enquanto Alice colocava o chapéu de Billy e sorria para a plateia.

Sem ter mais tempo, Rachel usou seu controle da eletricidade para apagar as luzes e tirá-los dali o mais rápido possível.

Ainda em meio a escuridão, a doce voz de Alice ecoou por todo o teatro, dizendo:

 

— Esta é a minha cidade e eu sempre vou protegê-la.

 

No mesmo instante, as luzes voltaram, mas Alice já não estava lá, para a surpresa do público e de seus colegas de palco. Ela estava a caminho de seu propósito: Cuidar de sua amada Nova York e chutar algumas bundas. Afinal, essa é a sua cidade, e ela sempre irá protegê-la.

 

 

Continua...

 

 

 


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Notas finais do capítulo

O que dizer ao marcar a história como concluída? Que eu to me segurando para não chorar (sem sucesso, claro)? Que PG significa muito para mim? Que eu amo cada um de vocês?

Eu tenho tanto para dizer, mas não me saem as palavrar. Obrigada é muito pouco.
Gus, Ally, Litthie, Vic, Alee, Cloo, Fawzinho, HarryAD, Srta Imperfeita, Jorge, Sam, Ricky, Pandora (sua fantasma linda) e tantos outros que eu não lembro o nome, que vou conhecer no futuro ou nem mesmo sei ele (seus fantasmas safados e amados), vocês tem um pedacinho do meu coração, vocês são os motivos das minhas noites sem dormir, das minhas lágrimas e das minhas alegrias.
Muito obrigada mesmo!

Hoje terminamos por aqui, mas estamos longe do fim.
A segunda temporada já estreou e espera por você.

https://fanfiction.com.br/historia/733768/HL_Pocket_Girl_-_Last_Memories_of_Us/

No mais, só agradeço mais uma vez.

Beijos da Mini e até a próxima aventura =*



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