HL: Pocket Girl - How Heroes are Born escrita por Mini Line, Heroes Legacy


Capítulo 25
Will, seu idiota!


Notas iniciais do capítulo

Com muito medo de vocês, eu voltei ^^
Pessoal, muito obrigada a todos que leram até aqui. Sei que muitos ficaram tristes com a saída da Taylor, mas era necessário.
A história dela continua, escrita pelo seu criador, Player Gus. Passem lá e confiram. Garanto que vão amar.

Sem mais enrolação, boa leitura ^^



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— Para quieto, Benny!

— Não empurra, Annie!

— As bonecas podem parar de reclamar? — Richard colocou as mãos na cintura, revirando os olhos.

— Vamos fazer a pose do time sete, como em Naruto?

— Annie, se a tia Lice ficar atrás da gente, ela não aparece na foto.

— Eu escutei isso, Srta. Parker Sou Uma Girafa. — Alice mostrou a língua, enquanto programava o timer da câmera. — Prontos?

 

Os quatro alunos deram sinais de “okay” e a pequena correu para a frente deles, puxando Annie para ficar ao seu lado, enquanto Richard abraçou Benny e Taylor de lado, aproximando-os também. Alguns segundos e o flash os cegou por um instante, registrando aquele momento.

 

— Benjamin!

 

A voz de Alice gritando seu nome o tirou de suas lembranças, fazendo-o erguer a cabeça e encarar os colegas que o observavam em silêncio, todos com a mesma expressão de pena.

 

— Sim, Srta. Harper? — respondeu rápido, um pouco envergonhado.

— A chamada!

— Ah! Bem, você está vendo que eu estou aqui — resmungou, surpreendendo Alice com sua resposta atravessada.

— Me parece que só tem um cadáver de quase dois metros ocupando um lugar, enquanto sua cabeça está bem longe daqui. — Suspirou, voltando-se para o livro de chamada. — Delilah?

— Aqui — respondeu, a menina, observando o colega cabisbaixo.

 

Sabia o quanto era difícil perder alguém, mesmo que não fosse para sempre. Pensou no que poderia dizer, mas nenhuma palavra lhe parecia boa o suficiente para o momento.

Lorenzo conseguiu sentir de longe as emoções de Benny, o deixando cada vez mais inquieto e incomodado.

 

— Está tudo bem, Bazzarello? — Richard perguntou, sentado um pouco mais atrás, na fileira do lado.

— Está.

 

Usou o mesmo tom que Benny ao responder a professora. Querendo ou não, já estava sendo afetado pelo humor do garoto.

 

— Sayuri?

— Aqui.

— Taylor? — chamou, mas não obteve resposta.

 

Seus olhos foram de encontro ao lugar onde sua querida aluna ficava, e em seguida, os desviou para o irmão.

Com os olhos cheios d’água, ele se levantou bruscamente e saiu da sala, sem ao menos pedir autorização.

Lorenzo fez menção de segui-lo, mas Annie e Richard saíram primeiro, se desculpando com a professora. Ainda assim, o clima tenso não diminuiu.

 

— Droga! — Benny deu um soco contra a parede de um dos corredores e deixou seu corpo escorregar até o chão, próximo a uma escada.

 

Não demorou até que ele ouviu o som do All Star de Annie derrapando no piso, ecoar pelo corredor vazio.

 

— Benny, o que está acontecendo com você? — Richard o encarou, sentando ao seu lado.

— Eu só quero ficar sozinho, Clark.

— Eu só quero ficar sozinho! — imitou, a garota, com uma voz anasalada. — Está pior do que o Lorenzo.

— Não enche, Annie!

— Vou te encher de porrada, quer ver só?!

— Annie! Não está ajudando! — o garoto chamou sua atenção, segurando a mão de Benny. — Eu sei, gatinho. Está doendo em todos nós.

— Não! Vocês não entendem! Não é a mesma coisa! — disse alto, engolindo o choro.

— Por que você gosta dela de um jeito diferente?

— Não é só isso. A Taylor e eu nos beijamos! Ela também gosta de mim, mas não o suficiente para ficar comigo. — Cobriu o rosto com as mãos após retirar os óculos.

— Ela não queria ir, Dumbo.

— Por favor, Annie, não me chame mais assim. Por favor.

— Shiii! Calma, chuchu. Vai passar.

 

Richard o abraçou de lado, trazendo-o para mais perto, enquanto apoiava a cabeça do amigo em seu ombro.

Benny não resistiu. Pelo contrário, deixou o garoto acariciar seus cabelos, para que ele chorasse baixinho, soluçando vez ou outra.

Annie desamarrou um lenço que enfeitava seu cinto e o entregou para ele, como o único meio de consolá-lo que encontrou. Também queria chorar, já que muitas outras coisas invadiam sua mente, mas não sentia-se no direito de reclamar. Não ao ver seu melhor amigo daquela maneira.

 

— Ela é a Trajetória — sussurrou, ainda nos braços de Richard.

— A gente já sabia faz tempo, Benny. Desculpa. É que a Tay implorou para não contarmos nada.

— Você estava tão apaixonado pela Trajetória e a Tay não queria que você começasse a gostar dela por causa disso. No fim, vocês sempre se amaram. — Suspirou, encostando o queixo na cabeça do garoto. — Sinto muito, Benny.

— Vocês falam da Tay como se ela estivesse morta.  — Annie abaixou a cabeça, pensativa. — Ela só foi estudar, mudar de vida. Mas ainda podemos nos falar todos os dias, podemos visitá-la nas férias. Quem sabe ela até volte para cá. Deveríamos estar felizes por ela.

— Annie… — foi tudo o que conseguiu dizer após ver pequenas gotas caindo no chão.

 

Benny se afastou de Richard e a abraçou forte, deixando-a chorar alto em seu peito.

 

— Desculpa, Benny. Eu não deveria chorar quando você está triste. Mas…

— Tudo bem, pequena. Tudo bem.

— Ai, gente. Vocês vão me fazer chorar também. — Richard já tinha lágrimas nos olhos quando os abraçou.

 

O Quarteto Fantástico perdeu um pedaço importante, deixando os três com mais uma ferida, além das que já possuíam.

Lembrar dos momentos felizes era difícil, mesmo que tentassem, e aquele momento, infelizmente, ficou restrito às lágrimas.

Decidiram ficar ali mesmo, conversando sobre qualquer coisa que não os lembrasse de seus problemas, já que Alice não os permitiria entrar antes da segunda aula.

Richard contou como Princeton era cheia de garotos lindos e héteros, dos quais teria que mover céus e terra para conquistar, e conseguiu tirar algumas risadas dos amigos.

Pouco tempo depois, Sayuri os encontrou e disse que Alice pediu para que Richard e Annie voltassem para sala. Esperou que os dois saíssem e sentou ao lado de Benny, cuidando para não amassar o vestido azul claro, cheio de laços e rendas brancas.

 

— Ah, que droga! — Suspirou, olhando para o nada. — Era tão divertido irritar a Parker-chan. É uma pena ela ter ido para Londres. Talvez eu deva me matricular em Oxford também. O que acha?

— Não sei — disse simples. — Pensei na mesma coisa, mas não sei se ela gostaria disso. Não sei nem se me aceitariam lá, para falar a verdade.

— Eu posso ajudar, se quiser. Posso colocar seus documentos lá e ninguém nem vai saber que você não fez nada.

— E eu pensando que você estava falando em me ajudar a estudar. — Soltou uma risada abafada, olhando para a japonesa. — Obrigado, de qualquer forma. Mas… por que faria isso por mim?

— Vocês formam um casal bonitinho. — Deu de ombros, enrolando uma mecha do cabelo entre os dedos. — Mas agora tenho minhas dúvidas. Talvez ela não fosse tão boa assim.

— Não fale isso dela! — Fechou a cara, desviando o olhar.

— Gomen, gomen! Não está mais aqui quem falou.

— Desculpa. Também já pensei nisso. Eu estou tão confuso!

— É a primeira vez que se apaixona?

 

Ele concordou com a cabeça, sem coragem de encarar a menina.

 

— Kawaii! Não se preocupe, Benny-kun. Você ainda vai se apaixonar várias e várias vezes. Essas coisas acontecem tão naturalmente quanto respirar. — Colocou a mão em seu ombro, sorrindo.

— Espero que não! Nunca mais quero sentir isso de novo. — Balançou a cabeça, antes de fitar a garota. — Você gosta de alguém?

— Não. Nunca gostei de ninguém. Pelo menos não dessa maneira. Eu não consigo. — Desviou o olhar, entristecida.

— Não consegue? — Franziu o cenho, encorajando-a a prosseguir.

— As minhas colegas de escola eram muito cruéis comigo porque os garotos se declaravam para mim. Elas diziam que a culpa era minha, por ter as coxas grossas e os seios maiores do que os delas. — Riu fraco, fitando o chão. — Depois disso, um garoto não aceitou a rejeição e… ele fez uma coisa terrível. Ele… desculpa. Não posso dizer. É muito doloroso. — Escondeu o rosto entre as mãos, constrangida apenas de lembrar do ocorrido.

— Entendo. Sinto muito, Sayuri.

— Eu nunca consegui me apaixonar depois disso, mas admiro em silêncio quem é capaz. Às vezes dou um empurrãozinho, como queria fazer com vocês dois. Acho que eu demorei demais.

— Obrigado, de qualquer forma. — Acariciou a mão da japonesa, surpreendendo a menina.

— Não precisa agradecer — disse baixo, sentindo as bochechas esquentarem.

 

O sinal tocou, indicando a segunda aula. Sayuri ao levantou e estendeu a mão para o garoto, sorrindo.

 

— Não sei se a Srta. Harper vai me deixar entrar.

— Vai sim! Vamos!

 

Relutante, Benny aceitou a ajuda para se levantar, deixando claro a diferença de altura entre eles. Deu dois tapinhas no topo da cabeça dela e a abraçou de lado, deixando-a ainda mais constrangida, enquanto caminhavam para a sala.

 

— Seu treinamento começa amanhã. Não se atrase! — disse firme, mantendo a postura.

— Hai, Sayuri-sensei



~*~

 

A frente fria que havia chegado no fim de semana permaneceu firme, embora não estivesse mais chovendo.

Sentada no sofá da sala, Alice levou uma xícara de chá até a boca, sentindo o aroma de hibisco relaxando-a, antes mesmo de provar o líquido quente. A porta se abriu e uma lufada de ar gelado entrou, fazendo-a se encolher, com um tremor involuntário.

William havia chegado, vestindo um casaco pesado e azul escuro. Balançou os cabelos e fechou a porta, se livrando da roupa incômoda, enquanto abria um grande sorriso para a amiga.

 

— Will! Pensei que não viria mais para casa.

— Tecnicamente, essa não é minha casa. A Sra. Carter está muito descontente com isso, por sinal. — Fez uma careta, sentando-se ao lado dela. — Ainda tem chá?

— Tem sim. Vou pegar para você.

— Não precisa. — A impetiu de se levantar, sorrindo de canto. — Já volto.

 

Alice o observou com o cenho franzido, estranhando a animação do rapaz.

Não demorou para que ele voltasse carregando um cobertor pesado e outra xícara, já vestido em seu pijama de inverno.

 

— Não sabia que você sentia tanto frio. — Ela riu, ajudando-o a estender o cobertor sobre eles.

— Não sinto. Mas seus pés estão gelados. Me dá eles. — Fez sinal para que andasse logo, com um sorriso travesso no rosto.

— Se você fizer cócegas, eu vou chutar sua cara! — ameaçou, apontando para o rosto do rapaz.

 

Ele apenas estendeu as mãos sobre os pés de Alice, que começaram a se aquecer lentamente, fazendo-a sorrir.

 

— Will…

— Legal não é?

— Não, Will…

— Relaxa e aproveita, garota.

— Will, meu pé vai derreter! — Chutou as mãos dele, enquanto sacudia os pés para resfriá-los. — Ainda preciso deles para caminhar!

— Desculpa, Lice! Desculpa. Posso deixar eles mais frios…

— Não! Melhor não arriscar! Desculpa mesmo. — Riu da cara decepcionada dele, acariciando seus cabelos em seguida. — Calma, você vai aprender a controlar. Eu também tive problemas com meu tamanho. Uma vez fiquei presa em uma teia de aranha. Foi horrível! Mas lembrei que conseguia crescer e esmaguei a maldita!

— Coitada.

— Coitada de mim que ia virar refeição de aranha. Ui! Nem gosto de lembrar.

— Você não apareceu na Nexus hoje, nem no ensaio da sua turma. Aconteceu alguma coisa? — Mudou de assunto, passando o braço pelos ombros dela.

— Mais ou menos. O Benny  não falou comigo hoje. A Tay está fazendo muita falta. Não está nada fácil — abaixou o rosto, respirando fundo.

— Só isso? — Will ergueu uma sobrancelha, fitando-a

— Não. Estou com saudades do meu pai. Ele pode ser um louco, mas ainda o amo. Preciso encontrá-lo logo. — Engoliu a saliva, levando o choro junto.

— Vamos encontrar ele, Lice. Eu prometo. Sabe que tem muitas pessoas prontas para ajudar você. — Acariciou o rosto dela, erguendo suavemente seu queixo para que olhasse em seus olhos.

— Obrigada, Will. —  Sorriu para ele, reparando nos detalhes que tanto admirava em seu rosto.

 

Nada além do som do vento contra a janela era ouvido na sala. Seu sorriso foi se apagando, embora seus olhos mantivessem o mesmo brilho ao fitarem os de William.

Ele continuou fazendo carinho com o polegar e arrumou alguns fios soltos do cabelo da garota, deslizando sua mão até a nuca. Não conseguia mais esperar, mesmo que esse fosse o plano.

Arriscou todas as suas fichas, se aproximando um pouco, embora esperasse uma risada alta de Alice. Mas ela não riu, não se afastou, não fez piada.

Apenas fechou seus olhos e permitiu que a distância fosse quebrada. Afinal, por mais que odiasse admitir, também não suportava mais a espera.

Seus lábios se tocaram devagar, ainda com o gosto do chá na boca. Se entregaram ao beijo, enquanto Will a puxava mais para perto, e ela o abraçava, deixando os braços ao redor de seu pescoço.

O rapaz sentia o coração tentar sair do peito, de tão acelerado que estava. Já ela, tentava esconder o grande sorriso que já estava atrapalhando.

Se afastaram um pouco, mantendo uma testa na outra e rindo baixinho. Dois adolescentes estariam menos constrangidos do que os dois.

 

— Lice…

— Will, não fala nada, por favor. — Abaixou ainda mais o rosto, mordendo o lábio inferior.

 

Suas bochechas estavam tão quente quanto seus pés quando William os esquentou.

 

— Você está muito vermelha! — Riu alto, se abaixando para vê-la melhor.

— Você está mais! E não olha para mim, paspalho! Não olha! — Alice também riu, empurrando o rosto do rapaz.

 

Ele a abraçou, com um sorriso bobo que não conseguia conter. Ao olhar para a escada, viu Rachel comemorando em silêncio, com gestos espalhafatosos. Will apenas fez um sinal para que ela saísse,  segurando a risada.

Assim que ela saiu, sem fazer nenhum ruído, o rapaz beijou o topo da cabeça de Alice, que ainda estava morrendo de vergonha. Por um momento, só conseguia ver a mesma garotinha tímida e assustada que conheceu alguns anos atrás.

 

— Lice, eu amo você — sussurrou.

 

Aquelas palavras fizeram seu coração acelerar. Aquela era uma sensação da qual vinha evitando por muito tempo, ainda assim, era intensa e boa. Muito boa. Porém, não sentia-se pronta para responder a altura, não sabia se sentia o mesmo que ele, então apenas respondeu:

 

— Will, seu idiota!

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Não consegui colocar o link nas notas iniciais, então vai aqui mesmo.
https://fanfiction.com.br/historia/694754/HL_Trajetoria_e_o_Enigma_Do_Zodiaco

Traduzindo as novas palavras japonesas:
Gomen é uma abreviação de desculpa formal. Então seria como um "mals ae"
Kawaii é algo fofo, bonitinho.

O final do capítulo foi uma referência ao meu anime favorito. (Cloo, sei q vc entendeu ❤)
É isso, galera. Espero que vocês voltem daqui alguns dias e continuem conosco.

Beijos da Mini e até o próximo =*



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