HL: Pocket Girl - How Heroes are Born escrita por Mini Line, Heroes Legacy


Capítulo 17
As equações dos sentimentos.


Notas iniciais do capítulo

Hello ^^
Como estão os leitores mais lindos do mundo? Espero que bem.
Hoje meu agradecimento especial vai para a QueenV que fez uma recomendação linda. Obrigada mais uma vez ♥

CHEGAMOS NO MEIO DA FIC o/
Os capítulos estão escritos com bastante antecedência, então logo teremos o desfecho dessa história.
Sem enrolação... Boa leitura ^^



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Alice estava mais aliviada depois de sua conversa com Taylor. Parecia que a garota tirou o peso do mundo todo de suas costas.

Tudo o que ela conhecia sobre sua mãe era o que Jared e Phillip contavam, mas agora sabia que aquelas não eram as fontes mais confiáveis. E por mais que temesse descobrir uma verdade assustadora, tinha uma enorme curiosidade para conhecer as histórias sobre a espiã da Nexus.

Agora ela sabia que Meredith Ward Harper era muito mais do que uma hábil cientista e uma péssima cozinheira. Se perguntou se havia a possibilidade da mulher que lhe deu a luz ser uma Neo-Humana. Talvez ela nunca tenha revelado isso ao seu pai.

Aqueles pensamentos começavam a encher sua cabeça novamente, então respirou fundo, agilizando sua arrumação.

Assim que terminou de ajeitar os papéis sobre a mesa, Alice foi até o banheiro da escola e vestiu um shorts que chegava na altura dos joelhos. Arregaçou as mangas da camisa e soltou os cabelos que desceram em ondas por suas costas.

Já no pátio, foi até sua bike, jogando a bolsa dentro da cesta que ficava na frente do guidão.

Ela sempre gostava de ir até o fliperama após um dia estressante, descarregar sua raiva em jogos violentos e gritar com os moleques que se surpreendiam com sua habilidade em frente às máquinas.

Não demorou muito para chegar no estacionamento pequeno, repleto de bicicletas de diversos tamanhos e modelos.

 

— Oi, tio Howard. Hoje quero muitas, muitas fichas. — Sorriu para o homem atrás do balcão.

— Aqui estão. — Entregou uma bolsinha cheia para ela. — Se me fizer render com esses guris, ganha a segunda.

— Eu sempre ganho. — Piscou para o senhor, indo em direção às máquinas. — Certo, garotos. A Rainha chegou!

— Lice! Vem jogar comigo — gritou um garotinho.

— Não, seu babaca. Ela disse que ia jogar comigo da próxima vez. — Um garoto maior o encarou, intimidando o menor.

— Desculpe, rapazes. Hoje eu quero ficar um pouco sozinha. Depois organizamos um campeonato.

Afastou-se dos garotos e se posicionou em frente a uma das máquinas. Depositou a ficha e escolheu seu campeão. "Certo. Esse cara vai ser um agente da Nêmesis e eu vou acabar com ele", pensou.

— Se vocês querem jogar com o melhor, acho que olharam para o lugar errado — uma voz masculina ecoou pelo fliperama, chamando atenção dos garotos ali presentes.

 

Alice se surpreendeu com o comentário e olhou para trás, sem nem prestar atenção nos golpes que recebia no jogo, fazendo aparecer a frase "Game Over" na tela.

 

— Quem você pensa que é pra dizer isso no meu Reino? — Aproximou-se do homem, fitando seus olhos. — É sua missão ficar no meu pé o tempo todo? Vai querer me ver tomar banho também, agente O'Connor? — sussurrou, deixando os garotos ao redor curiosos.

— Confesso que não seria uma má ideia. — O agente parou para pensar, imaginando a cena. — De qualquer jeito, se você é a Rainha, não vai demorar muito para me vencer, não é?

 

Alice riu fraco, olhando para os garotos na expectativa por um grande duelo.

 

— Não pense que vou pegar leve, gorducho.

— Ficaria magoado se você fizesse isso.

 

Alice deu as costas, voltando para a máquina. Os garotos alvoroçados se aglomeravam em volta dos únicos adultos no estabelecimento. E assim começaram a disputa. Era uma partida de Street Fighter V, algo bem conhecido pelos dois. E embora Alice jogasse bem, Luke parecia apenas estar se divertindo enquanto jogava.

A primeira vitória foi de Alice, o que fez com que os garotos fossem à loucura, gritando e aplaudindo. Já nas partidas seguintes, não teve tanta sorte — ou pulso — para vencer o desafiante. O placar marcava cinca a um e a pequena começava a se preocupar, deixando transparecer em seus olhos

 

— Quer parar um pouco? — Luke sorriu. — Posso te deixar virar o jogo se quiser.

— Não ouse fazer isso, O'Connor, ou derreto suas gorduras com um isqueiro.

— Tá certo, tá certo. — O rapaz voltou a fitar a tela. — Melhor de onze então, mas você vai precisar vencer todas.

— Okay, tiozão. Toma a primeira. — Disse ao aplicar um ataque especial, acabando com a barra de HP de Luke.

— Certo, certo. — Estalou os dedos. — Parece que não vou poder pegar leve.

 

Mais uma vez a disputa foi acirrada. Pequenas gotículas de suor já se formavam no rosto de Alice quando finalmente conseguiu empatar o jogo.

 

 

— Precisa de muito mais pra me tirar do poder, O'Connor.

— Veremos isso no fim da última partida, Harper.

 

A garota colocou a última ficha e deu Start.

Luke levou o primeiro round e Alice, o segundo. Ela sorriu para o desafiante, antes de iniciar a última rodada.

 

— É como dizem na minha cidade: o perdedor paga as bebidas. — Luke sorriu, antes de acertar um combo devastador no campeão de Alice.

Player 2 wins.

— Filho da... — Alice bateu na máquina, virando-se de costas para o agente.

 

Os garotos que estavam em silêncio, gritaram eufóricos, saudando o novo Rei.

 

— Eu sou um Deus. — Luke levantou os braços, comemorando com os garotos. — Não fique com raiva, Harper. Ainda preciso de uma Deusa para comandar isso aqui.

— Vou pensar maldade desse convite, O'Connor. — Sorriu, aproximando-se perigosamente do agente.

— Não vejo nenhum problema nisso. — Ele sorriu de volta, fitando a garota.

— O show acabou, garotos! — disse para os moleques que mantinham os olhos arregalados nos dois. — A gente se vê? — perguntou para Luke, sorrindo de canto.

— Sou um espião, lembra? — Ergueu uma sobrancelha. — E você ainda me deve uma bebida.

— Hoje à noite?

— É só dizer o lugar.

— Você é um espião. Me encontre. — Piscou para o homem, saindo em seguida.

 

Ao passar pela recepção, deixou pago sua conta e uma rodada extra para os garotos que estavam ali.

Um moleque que não aparentava ter mais de quatorze anos parou ao lado de Luke que observava a vigilante sair do local. Cruzou os braços, imitando o agente e suspirou dizendo:

— Cara, ela está tão na sua. Quero ser como você quando eu crescer. Menos gordo. Isso eu não preciso imitar.



De volta ao hotel, Luke encontrou Liam deitado no sofá, assistindo um desenho antigo. O agente deixou umas sacolas sobre a mesa e foi tomar um copo de água.

— Demorou demais. Estava fazendo o quê? — Liam perguntou ao levantar e ir olhar o que tinha nas sacolas.

— Fui jogar Street Fighter. — Luke respondeu ao voltar para a sala.

— Muito bonito. Só que tem um problema.

— Qual?

— Cadê meu hambúrguer?

 

~*~

 

No caminho de casa, Annie e Richard voltavam juntos, enquanto conversavam sobre os jogos finais dos Lynx, time de futebol de Townsend, do qual ele era o capitão. Os dois passavam em frente a casa de Hayley, exatamente no horário do ensaio da banda. A garagem estava aberta e da rua conseguiram ver os jovens tocando suas músicas melancólicas.

Como amante da música, Annie comentou com o amigo o quanto Hayley cantava bem e também disse que os garotos sabiam fazer um som legal.

Alguns passos à frente, ela parou, deixando Richard falando sozinho. Não demorou para o rapaz perceber o jeito estranho da amiga e a segurou antes que ela caísse no chão.

 

— Annie! Fala comigo! — Ele sacudiu a menina de leve, tentando tirá-la do transe.

 

Mesmo ocupados com sua música, os roqueiros viram a cena do outro lado da rua e se prontificaram a ajudar.

Luke e Alex ofereceram-se para carregar Annie, mas Richard a ergueu com facilidade. Afinal, não era à toa que o comparavam com o Clark Kent.

Hayley ajeitou o sofá para deitar a garota, enquanto Lorenzo e seu irmão mais velho, Giovanni, observavam a agitação.

 

— Mais uma visão? — Hayley perguntou, já que não era segredo para ninguém que Annie tinha os flashs do futuro.

— Acho que sim. — Richard respirou fundo, vendo a amiga voltar ao normal.

— Vou saindo de fininho — Giovanni sussurrou para o irmão. — Tenho alergia a viado.

 

Lorenzo esboçou um sorriso e abaixou a cabeça, enquanto o irmão se retirava.

Annie puxou o ar com força ao despertar, buscando no bolso da jaqueta sua bombinha. Espirrou o remédio apenas uma vez e logo voltou a respirar normalmente.

 

— Teve uma visão?

— Era algum de nós morrendo? — Alex interrompeu Luke e levou um tapa na nuca, mas os dois reclamaram de dor.

— Burro! — soltaram em uníssono, encarando um ao outro, prontos para brigar.

— Dá pra parar, paspalhos? — Lorenzo se abaixou próximo a Annie e sorriu fraco, tomando suas mãos. — Já está melhor, Anninha? Viu algo ruim? — Seu olhar calmo e a voz suave relaxaram a garota no mesmo instante, fazendo-a sorrir também.

— Eu não sei ao certo. Vi um pássaro negro. Parecia um corvo, não sei. Ele pegou um ratinho e cravou as unhas nele — contou. — Minhas visões nunca vieram assim. Sempre foram objetivas, nunca enigmáticas.

— Talvez um corvo esteja atacando um rato. Só isso. — Alex deu de ombros.

— Parece mais o serviço de um falcão ou águia — Luke comentou, pensativo.

— Bem. Agradecemos a hospitalidade, mas precisamos ir. — Richard deu um grande sorriso, pegando as mochilas no chão.

— Ela precisa descansar. — Hayley empurrou o rapaz devagar até uma cadeira, fazendo-o se sentar. — Fiquem mais um pouco.

— Eu já estou bem. — Annie se sentou, esticando os braços. — Grazie, Lorenzo.

Prego! — ele deu um grande sorriso, formando covinhas em suas bochechas, das quais Richard não pôde deixar de reparar.

 

Ao perceber que o rapaz o olhava, fechou a cara, desviando o olhar.

 

— Vamos, Clark? Os Gatinhos têm um jogo na próxima semana. Lynx vai para final e Townsend vai ser conhecida pelos três anos invicta — Annie disse, orgulhosa do time.

— Claro, temos o melhor capitão. — Os olhos de Hayley brilhavam ao fitar o jogador.

— Obrigado, fofinha. Obrigado também, Bazzarello. Por acalmar a nanica.

— Hey! — Annie protestou, dando um chute em Richard.

 

Luke e Alex trocaram um olhar, segurando uma risada ao ver a decepção no rosto de Hayley.

Lorenzo apenas balançou a cabeça, retribuindo o agradecimento.

Após os dois saírem, os gêmeos sentaram no sofá, sorrindo maliciosamente para o amigo.

 

— Acho que o capitão Foster gostou de você.

— Bem mais do que da Vocal — Alex completou.

— Vocês são idiotas mesmo! — Revirou os olhos, ajeitando sua guitarra.

— Hmm. Ele ficou vermelho e nervoso, que fofinho. — Luke provocou, se preparando para levar umas porradas.

 

Lorenzo virou para os dois e os fitou com raiva.

 

— Non mi importo con questo ragazzo! Andare all’inferno! — disse alto, enquanto gesticulava, deixando a garagem.

— Não me importo. Blábláblá! — Luke caiu na risada, seguido pelo irmão. — Ele ainda vai se dar mal com essa homofobia.

— Não sei se ele é tão homofóbico assim — Hayley sussurrou, pensando alto.

 

~*~

 

Benny estava sentado sobre o baú ao lado da porta, roendo as unhas que quase não tinha e olhando várias vezes no relógio.

Assim que ouviu o barulho da campainha, deu um pulo até a maçaneta e abriu a porta rapidamente.

— Vem, rápido! — Sem ao menos cumprimentá-la ou deixá-la falar alguma coisa, puxou Taylor pela mão, deixando-a confusa. Foi arrastando a garota em direção as escadas até que foi barrado por uma senhora gorducha de cabelos grisalhos.

— Oh, Benjamin. Você não me contou que tinha uma namorada. E é tão linda, embora pareça um garotinho com esses cabelos tão curtos.

— Ela não é minha namorada, tia Elizabeth. E já pedi pra me chamar só de Benny. — Suspirou, encarando a senhora de bochechas redondas. — Essa é a Taylor Lee Parker, minha amiga. Ela veio fazer lição de matemática comigo.

— Então é assim que chamam hoje em dia, é? — Piscou para o garoto, acertando suas costelas com uma cotovelada.

— Vem, Tay. — Ainda sem soltar a mão da garota, a guiou pelas escadas, rumo aos seu quarto.

— Prazer em conhecê-la, querida.

— Isso foi realmente constrangedor — Taylor comentou baixo, enquanto seguia o garoto. — E pra que essa pressa, Benny?

— Para fugir das minhas tias. Eu esqueci que hoje é o dia em que elas visitam minha mãe. — Fechou a porta de seu quarto, repleto de pôsteres pelas paredes.

 

O maior deles ficava atrás de sua cama. Era um desenho que cobria quase toda a parede, feito por ele mesmo, onde mostrava a Trajetória deixando um rastro azul de seus propulsores, enquanto apontava suas armas pra frente.

 

— Essa tortura se repete toda semana, não sei como pude me esquecer!

 

Taylor ajeitou a mochila, enquanto olhava o quarto. Os pôsteres nas paredes era algo que chamava atenção.

 

— Onde conseguiu aquele? — Perguntou, apontando para o enorme pôster da Trajetória.

— Eu que fiz a maioria deles. Mas esse foi o mais especial. Demorei dois dias só pra pintar. — Aproximou-se de sua obra, admirando-a com os olhos brilhando. — Linda, não é? Como a original.

— Sabe que você parece um pouco obcecado com ela, não é? — Parker sorriu de canto, cruzando os braços.

— Obcecado não. Apaixonado — corrigiu, fitando a colega. — Devo minha vida à ela. E eu sei q é ridículo, mas... Eu gosto mesmo dela. É tão bonita, engraçada. Tem umas coxas tão…

— Já entendi, Benny. — Revirou os olhos com o último comentário, embora sentisse o rosto esquentar um pouco. — Anda, vamos fazer esse trabalho de matemática logo.

— Certo, certo. — Virou-se para Taylor e franziu as sobrancelhas ao reparar em seu rosto. — Está com febre? Suas bochechas estão vermelhas. — Tocou a testa da menina com a palma da mão, sentindo sua temperatura.

— Não sei. — Fitou o garoto, mas não o afastou. — Provavelmente vou ficar com febre mais tarde.

— Vou pegar um remédio. Com três mulheres superprotetoras lá embaixo, uma deve saber o que é bom para seja lá o que você tem. Se quiser deitar, troquei os lençóis hoje. — Piscou, indo em direção à porta

— Não precisa se preocupar. Essa febre vai me ajudar a faltar amanhã — Taylor respondeu, sentando na cama. — Me diz, o que você não entendeu no trabalho?

— Vou na sua casa se você faltar amanhã. — Apontou para a garota antes de sentar ao seu lado. Pegou o caderno de matemática e mostrou as equações. — Está vendo essas letras? Desde que misturaram elas com números, eu não entendi mais nada.

— É só você separar, Benny. — Taylor riu baixo. — Letras ficam de um lado, números do outro. Finge que isso é uma aula de Educação Física e você tem que montar os times.

— Vamos fazer um acordo. Se você me fizer entender, eu te dou um presente. Se eu continuar achando que isso é iniciação à bruxaria, você faz a lição pra mim. — Estendeu a mão para Taylor, para selar o acordo.

— Certo, apostado. — Taylor apertou a mão dele, com um sorriso confiante. — Agora que eu te ensinei o macete, tenta fazer a número um.

— Okay, professora Parker. Vamos lá.

 

Com muito esforço e tapas na nuca, Benny resolveu a primeira questão e a cada problema resolvido, o seguinte ficava mais fácil, até que no último, não levou nenhum tapa.

 

— Finalmente! Pensei que ia ficar sem cabeça! — disse, depois de se jogar na cama, lançando o caderno do lado.

— Já pode ir buscar meu presente, Benny — Taylor comentou, encostando na cabeceira. — Gosto de chocolate branco.

— Não falta amanhã e eu te dou. — Olhou para a colega, colocando as mãos atrás da cabeça.

— Vou pensar no seu caso. — Ela sorriu, começando a guardar o seu material na mochila.

 

O garoto fitava seu pôster, quando suspirou baixinho.

 

— Queria que matemática fosse substituída por algum tipo de luta.  Deve ser incrível lutar como elas, não é?

— Lutar que nem elas é mais difícil do que matemática — Parker respondeu. — Acredite, eu sei.

— Você? — Ergueu uma sobrancelha, com um sorriso sarcástico estampado no rosto. — Você sabe me bater. É bem diferente de lutar. Você não dura cinco minutos nas mãos da Trajetória.

— Então você não dura trinta segundos com ela — Taylor devolveu, vitoriosa. — Eu treinei Muay Thai a vida inteira, Dumbo. Por isso te bater é tão fácil.

— Sério mesmo? Você não parece ser tipo... Forte. — Deu de ombros, analisando o corpo da garota. — É bem magra, eu diria.

— Porque eu não fiz academia junto, apenas a luta. E você não pode falar nada a respeito de um corpo magro. — Riu baixo.

— Magro, mas irresistível. — Se levantou num pulo, ajeitando a gola da camisa xadrez que usava. — Pergunte as irmãs Russell e ao Clark.

— Vou fingir que acredito — ela respondeu, enquanto se levantava e colocava a mochila nas costas. — Acho que já estou indo. Tente fazer os exercícios do livro sozinho.

— Espera. — Segurou a mão da menina, mas logo a soltou. — Você poderia me ensinar uns golpes. Assim eu vou poder dar uns tapas no Clark quando ele me cantar de novo — disse, passando a mão nos cabelos enquanto olhava para o chão.

— Ele tem três vezes a sua massa muscular. Quer mesmo tentar bater nele?

— Eu sou maior que você e você me bate. Qual o problema? — devolveu, tirando a mochila das costas de Taylor. — Vamos lá! Ou está com... medo?

— Certo, Benny, vamos lá. — Taylor suspirou, enquanto parava na frente dele e levantava as mãos. — Me bate.

— Te bater? Não posso fazer isso. Você é uma garota.

— Anda logo, Dumbo. Você não vai me acertar mesmo.

— Não reclame depois que ficar com o olho roxo. — Cerrou o punho e o lançou em direção ao rosto da garota.

 

Taylor apenas segurou o pulso do garoto e girou seu braço, fazendo com que ele se curvasse. Acertou seu joelho e colocou o rosto dele contra a cama.

 

— Muito lento.

— Ai! — reclamou. — Não precisava fazer isso tão forte. — Soltou-se da garota e a encarou mais uma vez. — De novo.

— Certo, vai lá. — Taylor se afastou, voltando a levantar os braços.

 

Benny respirou fundo e aumentou a força do soco. Ao ver que ela faria a mesma coisa, segurou o pulso de Taylor com a outra mão.

 

— Bom, mas nem tanto.

 

Taylor girou e colocou o pulso de Benny em suas costas, deixando o rosto dele contra a cama novamente.

 

— O que eu tenho que fazer? — perguntou com a cara enfiada no colchão.

— Você tem que rolar para o lado contrário ao que eu estou te segurando.

— Assim? — Virou-se como ela mandou e a encarou, um pouco confuso. — E agora?

— Agora você puxa o meu braço e coloca as pernas ao redor dele.

 

Benny aplicou muita força ao puxar o braço da garota, fazendo-a cair sobre ele. Instintivamente segurou em sua cintura, preocupado com ela. Pensou em perguntar se estava bem, mas aqueles olhos castanhos assustados presos aos seus o deixou paralisado.

Por instinto, Taylor apoiou a mão direita no peito do rapaz, enquanto sua franja caía por sobre sua testa. Estava respirando um pouco mais rápido que o normal.

Vendo-a sem reação, girou o corpo, deixando-a mais assustada ao senti-lo por cima. Em nenhum momento tirou os olhos dela, aproximando-se um pouco mais de seu rosto, a ponto de sentir a respiração apressada da garota

Os olhos de Taylor foram dos azuis de Benny até a sua boca por um instante, voltando a fitá-los logo em seguida.

Benny sorriu levemente ao ver Taylor olhar sua boca. Já imaginava como seria beijá-la ou levar um soco inesquecível, quebrando a mínima distância que ainda havia entre eles.

 

— Benny, querido. Você sabe onde estão as... — A mulher silenciou-se ao ver o filho sobre a "amiga", deitados no chão.

— Mãe! Você me ensinou bater na porta. Por que não faz o mesmo?! — Saiu de cima da garota rapidamente, observando o sorriso no rosto da mulher.

— Desculpa, não queria atrapalhar.

— Não atrapalhou nada, mãe. — Empurrou a mulher levemente para fora do quarto, puxando a porta.

— Não esqueça da camisinha, Benjamin. — Alertou a mulher, levantando o indicador.

— Mãe! — Fechou a porta e a trancou, suspirando em seguida. — Isso sim foi constrangedor.

 

Taylor se levantou, com o rosto corado. Ajeitou a mochila nas costas e foi até a porta, destrancando-a.

— Eu tenho que ir — comentou, sem olhar para o rapaz. — Te vejo amanhã.

— Espera. — Empurrou a porta e a encurralou contra a parede, pensando apenas em terminar o que começaram, mas sem coragem para realmente fazê-lo. — É... Nada. — Balançou a cabeça e abriu a porta. — A gente se vê.

 

Taylor saiu de cabeça baixa, ignorando as mulheres na sala ao sair. Só queria ir para casa e ficar um pouco sozinha.

Benny trancou a porta mais uma vez e se jogou na cama, fitando o teto.

 

— O que aconteceu aqui?




 


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Notas finais do capítulo

Gente, POR FAVOR, DÊ A SUA OPINIÃO!!!!
Ela é muito importante ♥
Ainda mais depois de uma cena dessas, da qual Player Gus e eu vomitamos arco-íris para escrever.
Obrigada a você que leu até aqui e EM BREVE TEREMOS MUITA AÇÃO ♥

Beijos da Mini e até o próximo =*



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