FusionTale escrita por Neko D Lully


Capítulo 18
Dia de boas novas - 56 dias para Reset


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo, cara dezoito... Seu eu já não estivesse no vinte e três eu não acreditava que cheguei até aqui. Obrigada a todos pelo apoio, eu não teria escrito tanto se não fosse por vocês, sem brincadeira.
Esse capitulo é apenas sobre coisas boas, um pouco de informação e cenas fofas, espero que gostem.



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FusionTale - Dia de boas novas - 56 dias para Reset

— Sans, o que você está tramando? - Frisk finalmente havia perguntado depois de um dia inteiro dando voltas pelo centro comercial com o albino. Ela havia começado a suspeitar de alguma coisa desde o momento que ele decidiu aparecer de repente em sua casa naquela manhã, sorriso travesso no rosto convidando-a para um passeio. Ele não tinha especificado onde ou o que fariam, apenas a arrastou para fora de casa e fez tudo que ela disse que queria fazer. Em nenhum instante ele havia perdido o sorriso e Frisk jurava vê-lo a mexer em alguma coisa em seu celular o qual ele não queria que ela visse. O fato dele estar com o celular já era um bom motivo de suspeita, Sans fazia questão de desligá-lo sempre que saiam, concentrando-se apenas nela em todo o passeio. Por que agora estava sendo diferente?

— O que quer dizer, sweetheart? Não estou tramando nada. - ele se defendeu, mas Frisk o achava bem mais fácil de ler agora do que em qualquer outra dimensão. Talvez pelas expressões de seu rosto não serem tão imutáveis como era um esqueleto. Seja como for, seu sorriso travesso já poderia responder tudo.

— Sans. Você sabe que não pode me enganar. - continuou, os olhos estreitando em desconfiança e divertimento, rosto apoiado na mão que tinha o cotovelo sobre a mesa, um pouco ao lado de seu prato repleto de um delicioso bolo de morango com creme.

Depois de estressantes meses finalmente o julgamento havia terminado e Asgore e Toriel haviam ganhado a causa de sua custódia. O resultado havia sido confirmado nessa semana e por tal um grande alivio tinha tomado Frisk, apesar de sua notória falha em adentrar na faculdade durante aquele ano. Ela não havia desistido, porém. Sua forte determinação continuava a guiá-la para frente e ela já havia bolado um plano de reserva. Durante aquele tempo ela arrumaria um emprego, acumularia experiência e quando chegasse a época do vestibular ela tinha certeza que conseguiria passar. O que realmente a havia atrapalhado daquela vez foi o estresse de sua custodia, agora que ele não existia mais seu caminho estava livre para seguir sua vida.

Frisk tinha que admitir que nunca tinha passado melhores momentos. Sua relação com Sans tinha evoluído bastante nos últimos dias, ela podia muito facilmente ver todo o carinho e cuidado que ele tinha com ela e todas as diferenças com o que ele era agora comparado ao que ela tinha escutado de Papyrus e o que ela tinha visto. Agora, eles apenas precisavam arrumar uma maneira de contar a seus pais. Gaster havia prometido não mencionar o assunto, deixando que eles escolhessem o momento certo de revelar o que tinham para os outros. Papyrus... Bem, ele não havia prometido nada, mas parecia saber que não deveria dizer nada ou talvez simplesmente não tivesse encontrado motivos para comentar, afinal, Sans e Frisk já eram bastante apegados antes de começar o namoro, não existiam muitas diferenças para o que eram agora.

— Tudo bem, acho que você me pegou. - Sans ergueu as mãos em um sinal zombeteiro de rendição, Frisk riu baixinho, mas esperou pacientemente que ele continuasse. - Termine seu doce e vou te mostrar.

— Sans!

— Sem reclamações, sweetheart. Você vai gostar.

Frisk amuou, mas sabia que discutir não adiantaria de nada, quando Sans não queria dizer alguma coisa ele não diria. Ela sabia que existiam muitos fatos na vida do namorado que ela não conhecia e talvez nunca chegaria a conhecer. Eles pareciam fragmentados no entanto, cada um parecia saber uma parte de sua vida e mantinha o segredo de outras pessoas a pedido do próprio rapaz. Gaster sabia de uma parte, ela tinha certeza. Undyne sabia outra. Chara também sabia alguma coisa. Mas nenhum deles compartilhavam, nem mesmo uns com os outros e Sans continuava ser uma pessoa aos pedaços, misterioso para qualquer um.

Frisk não o pressionaria a contar, ela esperaria até o momento em que ele se sentisse confiante o suficiente para dizer o que eram todas as suas aflições. No entanto, enquanto ele continuasse a esboçar um sorriso verdadeiro, Frisk era feliz. Ela tinha aprendido a gostar de cada detalhe, de cada gosto e problema que ele poderia ter. Ela não sabia tudo, mas ela sabia que o amaria e tentaria entendê-lo mesmo que fosse o pior dos monstros.

Sans acabou por ser aquele que pagou os doces, tinha quase virado um jogo entre eles toda vez que saiam. Ele não lhe contou, entretanto, apesar de toda sua insistência, o que era que tanto fazia mistério. Ela tentou adivinhar, choramingou, insistiu, tentou até mesmo barganhar, mas Sans insistia em manter o segredo até o momento em que se encontravam de frente a porta de sua casa.

— Você poderia me dar uma dica! - insistiu Frisk, fazendo Sans rir. Ele levou a mão até seus ombros e a girou na direção de sua porta, empurrando-a com cuidado até lá.

— Você vai descobrir, sweetheart. Não precisa ter pressa.

— Você nunca tem pressa para nada, Sans.

— Porque eu sou um preguiçoso despreocupado. Eu sei. - Sans virou seu rosto para um beijo, braços passando por seu ombro em um abraço carinho e apertado. - Papyrus me lembra disso constantemente. E eu acho que vocês deveriam aprender comigo, afinal, qual a graça de ter pressa? É indo devagar que podemos aproveitar momentos como esse.

— Sans, você sabe que corre o risco de meus pais abrirem a porta agora, não é? - murmurou Frisk, sorrindo ao sentir os lábios descendo desde sua orelha até seu pescoço. Ela chegou a inclinar a cabeça para o lado para dar-lhe mais espaço, não realmente reclamando da situação.

— Sempre posso escapar um segundo antes deles me verem. - respondeu Sans, mãos descendo para a cintura de Frisk e puxando-a para mais perto. - Além do mais, a adrenalina do momento sempre tornam tudo mais... Interessante.

— Sans! - riu Frisk, dando a volta ainda dentro dos braços do albino e enroscando seus próprios braços envolta do pescoço dele. Sans a puxou pela cintura, tomando-lhe os lábios em um beijo profundo, ambos sorrindo em divertimento. - Eu não acho que os vizinhos vão ficar muito felizes se vissem isso na porta de casa.

— Não posso fazer nada se eu tenho uma namorada linda que me deixa completamente louco. Eu poderia muito bem te fazer minha aqui e agora sem me importar nem um pouco. - ele sussurrou de volta, olhos famintos encarando-a atentamente enquanto um enorme sorriso mantinha-se em seu rosto.

— Mas você não vai fazer isso porque não quero ser presa por desacato ao pudor. - Frisk riu, afastando-se do rapaz e voltando-se novamente para a porta, chave indo para a fechadura, completamente determinada em entrar dessa vez. Ainda assim, ela arriscou uma piscadela para trás, sorriso travesso no rosto. - Talvez depois.

Sans sorriu, um sorriso ainda maior do que qualquer outro que já tinha dado. Ele deu um passo para frente para manter-se ao lado da garota enquanto ela entrava, tentando manter suas mãos longe dela por aquele instante. Ele sabia que Frisk cumpria suas promessas e, com o estreitamento de sua relação, mais momentos "íntimos" haviam acontecido entre os dois com o decorrer dos dias, e Sans deveria admitir que Frisk aprendia bastante rápido, ele facilmente havia viciado aos seus breves momentos.

Quando a porta se abriu toda a sala estava escura, o que era estranho. Frisk tinha certeza que seus pais a informariam se tivessem saído e se seus irmãos estivessem em casa muito provavelmente estariam vendo televisão. A casa quase nunca ficava em um silêncio tão profundo ou mergulhada numa escuridão igual a essa. Eles teriam saído e esqueceram de avisá-la?

Frisk procurou o interruptor, tateando a parede até finalmente conseguir encontrá-lo. As luzes se acenderam e então...

 - SURPRESA! FELIZ ANIVERSÁRIO, FRISK!

A pobre morena saltou para trás, mãos sobre o peito e olhos abertos. Ela conseguia ver todos, exatamente todos os seus amigos e parentes naquela sala, enormes sorrisos no rosto enquanto todo o lugar estava decorado com balões, a mesa no centro recheada de doces e guloseimas e bem no centro um enorme bolo de chocolate com morango. Sans tocou-lhe o ombro ao lado, sorrindo travesso, ele sabia que aquilo estava sendo preparado... Para ela.

Durante toda essa confusão, vestibular, novo namoro e todo aquele problema com sua custodia, ela havia se esquecido por completo da chegada de seu aniversário de dezoito anos. Não era exatamente a data na qual ela havia nascido, Frisk tinha a impressão que nunca saberia qual era, exatamente pelo fato de nunca ter alguém para lhe dizer ou realmente ter comemorado algum aniversário até ingressar na família Dreemur. Aquela era a data de quando Frisk encontrou um lar, um lugar para chamar de casa e estar feliz em voltar. Era exatamente naquele dia e Frisk não havia se recordado em nenhum momento desde que havia acordado. Seus pais também agiram como se fosse um dia normal, Sans não tinha feito nada ou dito nada durante todo o momento em que estiveram juntos, apenas para quando chegasse ali... Pudesse ter a melhor surpresa de todas.

— Sans disse que você ia esquecer. - começou sua mãe, assim que havia se acalmado e a festa havia começado. - Ele comentou comigo que você parecia estressada e queria te fazer uma surpresa. Bolamos toda a festa, eu queria algo maior, mas ele insistiu que simples seria o melhor.

Frisk foi arrastada de um lado para o outro, cada um querendo um momento de sua companhia naquele dia especial. Ela sabia que não estavam comemorando apenas seu aniversário, mas todas as vitórias das batalhas desse ano. Undyne poderia ficar com Alphys sem medo, e era lindo ver as duas juntas. Papyrus e Mettaton haviam começado um relacionamento que, apesar das intromissões irritantes de Sans, ainda ia muito bem. Chara e Asriel ainda tomavam coragem para dizer ao seus pais, mas Frisk sabia que eles já começavam a deixar mais claro sua relação e seus pais já começavam a suspeitar. Agora só teriam que conversar e colocar as cartas na mesa. Frisk tinha conseguido permanecer com sua verdadeira família, estava com Sans em um relacionamento que parecia que tinha tudo para dar certo, o experimento de magia tinha dado certo, com o anuncio correto poderiam chamar mais voluntários e a pesquisa ganharia forças.

Ela não tinha nada do que realmente reclamar do rumo dos acontecimentos e ela estava feliz! Aquilo era tudo que ela jamais tinha sonhado em ter e muito mais!

Com relação a seus presentes, Frisk não esperava ganhar alguma coisa, mas ficou feliz com o que recebeu. De Papyrus ela recebeu um cachecol igual ao seu, de acordo com ele para que pudessem combinar em sua dupla imbatível. Frisk amou o presente e prontamente se acomodou nele junto com a jaqueta preta que havia "roubado" de Sans. Ele não parecia realmente se importar muito. De sua mãe e seu pai ganhou novas presilhas as quais realmente estava em falta, seu cabelo começava a crescer e Frisk começava a sentir necessidade de alguma coisa para prendê-los. De Chara e Asriel ganhou o livro que tanto queria desde que ficou sabendo de seu lançamento. Frisk deveria admitir que ficou impressionada ao saber que tinha sido Chara a dar a ideia. Mettaton obviamente lhe deu roupas, juntamente a um presente a parte que Frisk prontamente descobriu que deveria esconder. Lingerie, e pela piscadela que o artista lhe dedicou a morena sabia perfeitamente que ele já estava ciente de suas atividades com Sans. Teria sido Pap a comentar? Frisk sentia seu rosto arder apenas de pensar.

De Gaster ela ganhou dois belos pares de brincos, pequenos e delicados, um formando uma flor dourada e outro uma pequena esfera azulada. De Undyne, Frisk recebeu luvas para combate, com amortecedores nas palmas das mãos e protetores nos pulsos, de acordo com ela para seus treinamentos futuros. Sans não estava muito feliz com isso. Alphys lhe deu um pequeno pikachu de pelúcia enquanto Blooky deu-lhe fones de ouvido novos que formavam o que pareciam orelhas de gato. Tinn deu-lhe um pequeno álbum de fotos. Sans não havia dado-lhe nada, mas Frisk não tinha prestado atenção.

— Vamos lá, punk! Mostre para a gente do que você é capaz agora! - incentivou Undyne pouco tempo depois, assim que todos haviam se acomodado nos sofás e aproveitavam de uma bebida. O assunto sobre sua magia tinha surgido na roda e foi desnecessário dizer a ansiedade de alguns para com o tema.

— U-undyne, n-não a pressione. - repreendeu Alphys, mas sua namorada não a estava prestando atenção. Seu olhar estava fixo em Frisk, ansiedade queimando em seu único olho. Papyrus não estava em melhores condições ao igual que Tinn, pulando em antecipação para ver do que a amiga seria capaz.

— Vocês tem que perguntar ao meu professor. Ele que pode me dar permissão de fazer magia ou não. - Frisk riu, apontando para Sans sentado do outro lado do sofá. Ele estaria ao seu lado se Chara não tivesse se colocado entre eles a partir do momento que percebeu que Sans estava próximo de mais de sua irmã. Sans, por sua vez, deu de ombros, largado de qualquer jeito no sofá.

— Desde que eu esteja perto para monitorar não tem problema. - todos voltaram seus olhos cheios de expectativa para Frisk, apenas esperando que ela fizesse o que pediam para ela fazer. A morena suspirou, olhos fechando-se para que pudesse se concentrar em sua magia.

No meio tempo em que tinha liberado ela até agora Frisk tinha que admitir que havia melhorado bastante, ela já não gastava tanta energia para fazer um objeto simples. Ela também já havia descoberto como moldar outros objetos já existentes ou mudar a forma do que já tinha criado. Ainda lhe existia o limite de tamanho, mas Frisk estava melhorando bastante rápido. Sans era um bom professor apesar de tomar mais cautela do que Frisk realmente gostaria de levar. Ela sabia dos riscos, no entanto reter seu aprendizado por segurança não levaria a nada. De qualquer forma o maior problema que ela tinha ainda estava em manter os objetos na forma como queria que eles estivesse. Não importava o quanto tentasse, se criasse alguma coisa ela desaparecia em um lapso de minutos e se moldava o objeto logo retornaria a sua forma original.

Ela sentiu sua magia correr desde o seu núcleo para as mãos, um fluxo constante e calmo, como as águas de um rio. Sua magia acumulou-se na palma de sua mão enquanto Frisk mentalizava a forma que queria dar ao objeto. Ela podia sentir o fluxo moldando-se, contorcendo e procurando tornar-se sólido. Sua magia não se desprendia de seu corpo e, por tal, Frisk era capaz de perceber todas as mudanças até finalmente se concretizar no que ela queria.

Dessa vez foi um pequeno boneco de pelúcia de um esqueleto com shorts negros desportivos, pantufas rosadas e jaqueta azul. Qualquer semelhança nesse momento não poderia ser mera coincidência e Chara sabia disse, lançando-lhe um olhar desconfiado. Frisk apenas deu de ombros, colocando o boneco em seu colo. Sans ergueu uma sobrancelha, mas não comentou nada.

— Eh! Não me diga que você pode criar apenas bonecos, punk! Apesar que devo admitir que ele é bem detalhado para alguém que não descobriu sua magia há muito tempo. - comentou Undyne. Ela provavelmente queria ver algo mais assustador, todavia a própria personalidade de Frisk seria um impedimento para tal. Ela realmente poderia fazer uma faca se quisesse, todavia, por ocorrências que era preferível não se recordar, ela não fazia.

— Frisk tem mais especialização que você, Undyne. Ela pode materializar e moldar qualquer tipo de objeto que quiser, apesar de ser por pouco tempo. Ela ainda não conseguiu quebrar o "cordão" de sua magia. - intrometeu-se Sans.

— Mas Frisk não é do mesmo tipo de magia que Undyne? Por que então elas podem fazer coisas diferentes? - Tinn encarava a situação com confusão. Ele tinha aulas de magia, eram oferecidas na escola para aqueles que a possuíam, mas ainda era complicado de entender.

— Seguinte, garoto. - continuou Sans, ajeitando-se em seu assento para explicar. - Biólogos adoram separar as descobertas em grupos, com magia não foi muito diferente. Então eles a separaram nas seguintes classificações: Elemental, Controle, Metamorfose, Criação e Destruição. Dentro de cada um deles existem variações de especializações de acordo com a quantidade de magia que a pessoa possui. Algumas podem até ter mais de um grupo dentro de sua própria magia. Por exemplo, Undyne e Frisk estão dentro do grupo de criação, mas Undyne tem a especialidade de criar apenas lanças, enquanto a especialização de Frisk é mais trabalhado, indo tanto para modelagem quanto para a criação de diversos objetos. Existem aqueles que ainda podem criar coisas vivas, mas é preciso uma quantidade de magia quase absurda para isso.

— Qual seria a sua magia, Sans? - questionou Tinn, os olhos brilhando em entendimento.

— Minha magia é do tipo de controle, ao igual Alphys, o Cross-dresser ali e Pap, mas também tenho uma pequena porção de metamorfose e elemental, por algum motivo. A diferença é que Alphys e o Cross-dresser tem uma especialização especifica para tecnologia, enquanto eu sou bem mais parecido com Pap, manipulando objetos inanimados e a gravidade. Por minha magia ser um pouco maior, porém, minha especialização é um pouco mais elaborada, permitindo-me ter o teletransporte e controlar um pouco mais a gravidade do que meu irmão. - continuou a explicar Sans. - Os Dreemurs já tem o poder de classificação elemental, tendo como especialização o fogo. Gaster, por outro lado, mesmo sendo do mesmo grupo, tem a especialização de sombra, com um pequeno toque de controle de gravidade. Napstablooky também é controle, mas ele manipula a refração da luz de seu próprio corpo, por tal ele consegue ficar invisível. Você seria metamorfose, com a especialização de animal pré-histórico, ainda existem aqueles que podem se transformar em mais de um animal diferente.

O boneco sobre o colo de Frisk desapareceu e ela fez uma careta em desaprovação. Ela realmente queria que este tivesse ficado, mas quanto mais os minutos se passavam, mais sua magia ia esvaindo-se em um fluxo constante de seu corpo. Definitivamente ela precisava arrumar uma maneira de melhorar isso.

— A magia de criação tem o fraco de ser intimamente ligada com os objetos. Quando se cria ou molda alguma coisa um "fio" de magia conecta o corpo do usuário com o objeto moldado, tornando o objeto "dependente" do seu usuário. Isso pode ser concertado com treino para quebrar esse fio, mas leva tempo e muita paciência, ainda existem pessoas que nunca conseguem. Então não fique muito frustrada, sweetheart, você ainda está no começo.

— Eh... Eu fico imaginando todos os tipos de coisa que poderia fazer com esse tipo de magia. Acho que vou me oferecer da próxima vez. - Chara tinha um enorme sorriso no rosto enquanto os olhos se perdiam em algum lugar da sala, provavelmente imaginando as possibilidades que se abririam.

— Isso se você liberar alguma coisa, projeto de demônio. Você sabe que sua irmã tem muito mais habilidade do que você. - Sans provocou, sorriso sombrio em seu rosto. Apesar das disputa entre ambos tivessem diminuído consideravelmente não significava que a relação dos dois havia melhorado. Eles costumavam procurar distância um do outro, mas quando era impossível evitar era bastante normal vê-los se provocando.

— Vindo de alguém como você, esse comentário não vale nada, imitação fracassada de Jack Frost.

— Isso foi golpe baixo. Oh! Espera, você não consegue dar outro tipo de golpe. - uma pequena curiosidade, Chara odiava o fato de ser menor que Sans nessa dimensão.

— Como se você pudesse dizer muito. A única referência de medidas que você tem é para os lados.

— Você está apenas com ciúmes porque eu ainda consigo encontrar roupas compatíveis para mim, enquanto para você, não importa quanto tente, tudo vai ficar grande de qualquer maneira.

Chara chegou a abrir a boca para responder, cenho profundamente franzido e determinação em levar a discussão mais para frente quando Asriel a chamou. Ele estava próximo aos pais, olhar sério no rosto com leves traços de preocupação. Chara sentiu seu rosto ficar ligeiramente verde quando, sem dizer nada, ergueu-se do sofá e arrastou-se até onde seu irmão e seus pais estavam, bem sabendo a conversa que iria se seguir. Sans aproveitou para arrastar-se pelo sofá para próximo de Frisk, passando um de seus braços por seu ombro.

A conversa havia se seguido. Inicialmente o tema sobre magia e a capacidade de pessoas desprovidas dela poderem liberá-la sendo o tópico principal das discussões, Gaster tendo aproximado-se logo após a saída de Toriel e Asgore para conversar com seus dois filhos. Com o decorrer da conversa, no entanto, outros assuntos começaram a surgir e aos poucos a magia havia sido deixada para trás.

Levou alguns minutos para finalmente os quatro Dreemurs retornarem a sala, cada um com um tipo de aspecto diferente. Asgore parecia cansado, Toriel preocupada enquanto Asriel e Chara estava basicamente verdes, tensos e ligeiramente atordoados. Frisk já poderia imaginar qual foi o tema da conversa e não sabia se era realmente uma boa ideia comentar sobre o ocorrido. Todavia, obviamente seus rostos chamariam mais atenção do que realmente queriam.

— Hey, caras, por que essa cara? - questionou Undyne. Sans olhou na direção de Frisk, mas a garota apenas deu de ombros, sem realmente querer comentar sobre o assunto. Afinal, era escolha de Asriel e Chara querer que outros soubessem ou não.

— Eu e Chara estamos namorando. - soltou Asriel, quase que em um só fôlego, ombros caindo em cansaço visível. Boa parte dos presentes engasgaram com a notícia.

— Vocês não são irmãos?! - Mettaton questionou, olhos estreitando-se na direção dos dois.

— De criação, não de sangue. - inquiriu Chara, o cenho franzido e desconforto bastante evidente pelo assunto. Ela não queria que as pessoas ficassem incomodando seu relacionamento só porque ela e Asriel haviam sido criados na mesma família. Não existia realmente um impedimento escrito ou explicito que dissesse que eles não poderiam ter uma relação a mais do que irmandade, e ela jurava não controlar-se se alguém realmente insistisse em incomodar com tal.

— Wow. Cara, isso sim foi uma surpresa! - exclamou Undyne, basicamente jogando todo o conteúdo de seu copo para baixo na garganta, enquanto os quatro acomodavam-se em qualquer lugar na roda. - Nem quero imaginar como vocês devem estar se sentindo agora, senhor e senhora Dreemur.

— Bem, é a escolha deles. São velhos o suficiente para saber o que estão fazendo e tomar suas próprias escolhas. - Asgore deu de ombros, uma de suas mãos a passar pelo rosto cansado. Realmente tinha sido uma notícia inesperada, apesar das suspeitas que tinham tido nos últimos dias.

— O que nos incomoda mesmo é não ter percebido antes. - suspirou Toriel. Demoraria um pouco para acostumar-se com a ideia, mas eles não fariam nada para impedir, seria o mesmo que tentar acabar com a felicidade de seus filhos e ela não queria isso, definitivamente não.

— WOWIE! QUANTAS PESSOAS EM RELACIONAMENTO DENTRO DO NOSSO GRUPO! - exclamou Pap, Mettaton com uma mão envolta de seu ombro. O enorme sorriso inocente em seu rosto já deveria indicar tudo e Sans não sabia exatamente como impedir seu irmão. - QUATRO CASAIS FORMADOS! INCRÍVEL!

— Quatro? Pap, eu só conto três. - questionou Undyne, seu único olho estreitando-se envolta da sala. Obviamente tinha suspeitas, mas se Pap contava quatro... Sans encolhia-se dentro de sua jaqueta, capuz puxado para seu rosto tentando escondê-lo, tão vermelho quanto o de Frisk que abaixava a cabeça. Olhando mais atentamente Undyne poderia ver a mão de Sans próximo ao quadril de Frisk, bem entrelaçada com a dela, apertadas juntas de forma discreta, mas não impossível de se ver. - Eu sabia!

Ambos encolheram-se com o pulo de Undyne, aparentemente ela era a única que havia compreendido até o momento. Mettaton sorria de canto, como se desde o começo já soubesse, Gaster segurava os bufos divertidos que queriam lhe escapar, Pap estava confuso enquanto resto não sabia o que realmente deveria pensar.

Ah! Se tivesse uma maneira de se enfiar para dentro da terra naquele exato momento.

— SANS! VOCÊ AINDA NÃO TINHA CONTADO NADA?

— Graças a você, Pap, acho que vou ter que dizer agora, obrigado.

— ORA! DE NADA, IRMÃO! - Sans realmente deveria pensar mais seriamente sobre a capacidade de Papyrus de entender o sarcasmo e a ironia. Ele sabia que não tinha feito por mal, mas ainda assim o mais velho dos irmãos agora encontrava-se em uma situação não muito favorável.

— Sans... - começou Toriel, seu tom indicando advertência. Sans estremeceu, ele conhecia bem Toriel para saber quando deveria ter medo dela, era quase como voltar a ser uma criança que tentava esconder suas bagunças da mãe. Ele estava definitivamente com problemas. - O que você tem que nos dizer?

— Oh... Bem... Você vê... - Sans começou, embolando-se nas palavras, suor correndo na testa. Tudo bem, ele era velho já, não mais um adolescente em seu primeiro encontro, mesmo assim, em todos os seus relacionamentos, ele não tinha chegado necessariamente a enfrentar a família de sua atual namorada, pelo menos não uma com a qual realmente tivesse um forte sentimento e que gostaria de ter a aprovação da família. Droga, ele nem deveria ser o cara certo para estar com Frisk e ainda assim era egoísta em querer tê-la por perto. Seus olhos procuraram os dela, recebendo um pequeno sorriso encorajado e um aceno de cabeça, sua mão recebendo um leve aperto em incentivo. - Bem... Eu e Frisk... Nós estamos... Sabe... Namorando...

Gaster definitivamente queria gravar aquele momento em vídeo. Eram poucas coisas que poderiam afetar seu filho dessa maneira, e com toda certeza Gaster não esperava que o encontro com os pais de sua namorada fosse um deles. Dava realmente uma vontade de rir ao mesmo tempo que um calor enchia seu peito, recordando-se de todos os tropeços em relacionamentos que Sans tinha tido até chegar ali. Frisk era uma boa garota, Gaster gostava dela e apoiaria até o fim o relacionamento dos dois, ele tinha certeza que sua falecida esposa estaria feliz, onde quer que estivesse, com quem seu filho tinha arrumado.

Depois de ser ameaçado por fogo, faca, lanças mágicas e um salto alto fino Sans finalmente foi permitido descansar. Bem, ele não precisava especificamente de ameaças. Caso ele magoasse Frisk de alguma maneira ele tinha certeza que ele mesmo faria questão de matar-se, isso porque até mesmo seu pai e seu irmão haviam feito parte da ameaça a favor de Frisk. Não que pudesse culpá-los, mas ter alguém do seu lado seria mais motivador. 

A festa deveria continuar, porém.

— Um minuto de sua atenção, por favor. - chamou Undyne, limpando a garganta, rosto ligeiramente avermelhado. Sans sabia que não era por conta da bebida, Undyne era bem resistente a ela. Todos voltaram sua atenção para ela, de pé basicamente no centro da roda ainda próximo de Alphys. - Eu sei que muitos de vocês devem ter se sentido bastante surpresos com a súbita informação sobre meu relacionamento com Alphys, mas quero que entendam que foi para que limitássemos as possibilidades de se espalhar. Não entendam errado, confiamos em vocês, mas na época a situação era complicada. - Undyne respirou fundo, suas mãos nervosamente brincando uma com a outra. - O que quero dizer aqui agora é... Bem, muito importante para mim e gostaria que todos pudessem fazer parte desse momento.

Undyne voltou seu olhar para Alphys, a pobre loira sem saber exatamente o que estava acontecendo para sua namorada dizer todas aquelas coisas exatamente naquele momento. A ruiva voltou-se para sua namorada, ajoelhando-se na frente dela, pegando-lhe uma mão com uma de suas próprias enquanto a outra segurava uma pequena caixinha aberta. Alphys engasgou.

— Alphys, faz um ano que estamos juntas e muito mais que nos conhecemos, e apesar de parecer pouco tempo você é a mais perfeita nerd da minha vida, eu não sei o que seria de mim sem ter você agora e por isso... Eu queria saber... Você quer se casar comigo? - terminou a ruiva, a caixinha com o anel erguido na direção de Alphys mostrando a bela joia branca com dourado que reluzia com a luz do lugar. A loira levou uma de suas mãos tremulas a boca, olhos enchendo-se de lágrimas.

— Sim! Pelos deuses, Undyne, claro que sim!

Undyne soltou um suspirou de alivio, ombros relaxando consideravelmente depois de ouvir a resposta de Alphys. Com um enorme sorriso no rosto colocou a bela aliança no dedo anelar da loira, deixando que ela, logo em seguida, jogasse-se a seus braços em um choro constante de felicidade. A própria ruiva, apesar de seus nervos de ferro, tinha uma ou duas lágrimas em seus olhos, abraçando com firmeza Alphys ao som das palmas de todos os outros.

E apesar do avançar da noite a festa apenas pareceu animar-se mais. Todas essas boas notícias comemoradas em um só dia era demais para todos. Sans precisou de uma pausa do lado de fora apenas por alguns minutos, ainda sorrindo com a alegria e com as gritarias de todos do lado de dentro. Os vizinhos realmente não deveriam estar nem um pouco satisfeitos.

Sans apoiou-se na parede próximo a porta de entrada, olhos voltados para o céu enquanto levava um maço de cigarro a boca. O primeiro trago e então o expirar profundo e toda a tenção de seu corpo parecia esvair-se junta a fumaça. Ele sabia que fumar era um mau hábito, mas ainda o relaxava, Frisk não o questionava apesar que ele sabia que ela era ciente desse seu velho costume. Sans começou a fumar quando tinha dezesseis, o ajudou bastante a manter a calma durante o período conturbado e desastroso de sua vida, mas aos poucos ele ia diminuindo o uso. Ele não poderia dizer que iria parar, mas ainda assim minimizaria os danos futuros em seu sistema.

Ele tinha alguém para acalmá-lo agora.

— Não aguentou a farra por muito tempo? - Sans voltou seu olhar para porta, olho amarelo fitando-o com atenção, braços musculosos cruzados na frente do peito, mas sua expressão não parecia ser raivosa. Sans lhe dedicou um sorriso junto ao dar de ombros.

— Apenas um tempo para colocar as ideias no lugar. - comentou, uma mão erguendo o pacote de cigarros para a ruiva, que rejeitou em um aceno educado de cabeça. Ela acomodou-se a seu lado, ambos conseguindo escutar a farra que ainda se mantinha do lado de dentro. - Aliás, bela declaração. Não imaginava que você era capaz disso.

— Você não sabe nada do que sou capaz, Sans. O mais surpreendente foi você e Frisk. Sério? Ela não é... Certinha de mais para você?

— Ela soube me conquistar. E pela quantidade de ameaças que recebi eu tenho certeza que não foi só a mim que ela teve a seus pés.

— Frisk é especial, todos sabem disso. Para pessoas como eu, você e Chara ela é um oásis em um deserto, um pouco complicado resistir a sua presença. - Undyne suspirou, um pequeno sorriso em seu rosto. Alphys e Papyrus eram iguais a Frisk, todos eles com mais pureza do que realmente seria considerado seguro. - Mas o que vai fazer com o seu problema? Se descobrirem sobre ela não quero nem pensar no que vai acontecer.

— Eu estou saindo, Undyne. - Sans havia dito em voz baixa, mas ainda firme, decidida. Ele expeliu mais um pouco de fumaça, mãos apertadas em punhos nervosos. Undyne o encarou sem acreditar.

— Isso realmente é possível? Acha que é uma boa ideia?

— É o que tenho que fazer. Frisk me aproximou de meu Pai e Pap novamente, eu já tinha me esquecido como era estar em um mesmo lugar que eles sem sentir-me esmagado por meus pecados e meus segredos, não quero perder esse contato com eles novamente. - os olhos de Sans se perderam nas estrelas sobre sua cabeça, o sorriso desmanchando-se de seu rosto durante aqueles meros instantes. - Sinto muito sobre nosso acordo, mas eu não posso fazer mais isso.

— Não se preocupe com isso, parceiro. Apenas concentre-se em não deixar nenhuma ligação para trás, quebre tudo. - incentivou a ruiva, um enorme sorriso em seu rosto. - Mas você sabe que um dia vai ter que dizer a eles, não sabe? Não pode guardar isso para sempre, pode acabar por ser revelado da pior maneira.

— Eu vou contar... Depois... Quando for o momento certo eu vou dizer tudo. Mas por enquanto eu não vou tirar o sorriso do rosto deles, quero aproveitar minha vida com eles antes de arruinar tudo. - Sans soltou um suspiro, afastando-se da parede e amassando o resto de seu cigarro com a sola do sapato.

Sem dizer mais nada ele voltou para dentro, deixando Undyne com seus pensamentos. Ele precisava achar Frisk, precisava da presença dela antes que se afundasse novamente naqueles sentimentos incômodos. Ela não estava na sala, porém, nem ao menos na cozinha. Ele não a tinha visto sair e a porta do banheiro estava aberta, então supôs que Frisk apenas poderia estar em seu quarto.

A porta do cômodo estava semi aberta, mas Sans poderia ver através da fresta Frisk sentada no beiral da janela, rosto voltado para fora em um olhar pacífico, pequeno sorriso desenhado em sua face. Sans sorriu, abrindo a porta e dando-lhe uma leve batida para indicar sua presença.  Frisk voltou seu olhar para a direção do albino, dedicando-lhe um enorme sorriso antes de voltar sua atenção para o céu noturno.

— Cansada da festa, sweetheart? - ele acomodou-se atrás de Frisk, ela abrindo espaço no grosso beiral para que ele pudesse se acomodar. Frisk recostou-se em seu peito, deixando que ele a envolvesse em um abraço firme.

— Apenas dedicando um momento para apreciar as estrelas. - respondeu, suas mãos tocando os braços fortes que a seguravam, aconchegando-se mais. Sans apoiou o queixo sobre sua cabeça, um pouco depois de depositar um casto beijo nela. - Obrigada pela festa, foi tudo incrível.

— Não tem que me agradecer, sweetheart. Todos estavam mais do que felizes em te fazer essa surpresa.

— A ideia foi sua, mamãe me falou, não sabe o quanto me deixou feliz.

— Apenas isso é o suficiente para mim. - Sans respirou fundo, o aroma dos cabelos castanhos abaixo de si tomando seu sistema como uma droga. Ele nunca realmente se acostumaria com tal, ele sempre seria viciado em Frisk e ele sabia disso. Ele não sabia quando havia caído para esse estado de dependência de sentimentos, ele apenas sabia que era assim que se sentia.

— Hey, Sans. - o rapaz resmungou, indicando que estava escutando. - Vai se lembrar de mim amanhã?

— Como assim? Claro que vou.

— Daqui a uma semana?

— Obviamente.

— Daqui a um mês?

— Com toda certeza.

— Toc toc.

— Quem é?

— Viu! Você já esqueceu! - Sans soltou um bufo divertido, tentando evitar as gargalhadas que prontamente vieram depois. Ele realmente não esperava por essa, e tinha que admitir que foi divertido. Frisk riu com ele.

O albino então procurou dentro de seu bolso o pequeno objeto que havia guardado lá. Ele havia se esquecido que ainda não tinha entregado o presente de aniversário que havia comprado para Frisk. Ele tinha esperado, o que ele reservava era especial e nunca tinha feito nada parecido antes. Ele apenas tinha sentido que com Frisk aquilo deveria acontecer, como uma promessa de que ele levaria as coisas a sério, que ele mudaria.

— Ei, sweetheart, eu ainda não te dei meu presente de aniversário. - ele sussurrou, com cuidado deslizando uma de suas mãos para os olhos da garota, tampando-os. Com a outra mão, Sans tirou o objeto do bolso, seu coração acelerado dentro de seu peito. Ele só poderia torcer para que ela gostasse.

— Sans, não precisa me dar nada.

— Shh. É importante e eu faço questão. - Sans ajeitou o objeto em suas mãos, de tal forma que poderia segurar a mão se Frisk e colocar o objeto em seu dedo sem precisar retirar a outra mão de seus olhos. O encaixe foi perfeito e Sans sorriu com a visão, deixando a mão de Frisk repousar sobre a sua enquanto avaliava como tinha ficado. Ele não era muito bom em escolhas de presentes para mulheres, mas ele pensava ter acertado dessa vez.

— Sans, o que... - Frisk não terminou, a mão de Sans foi retirada de seus olhos e ela pode ver o belo anel que agora envolvia seu dedo anelar. Não era como o que Undyne havia dado a Alphys, porém. O anel que Sans havia colocado em seu dedo era de um prateado límpido com dois sulcos paralelos acompanhando sua circunferência em leves ondulados, seu fundo pintado de um azul turquesa. Ele era pequeno, para que assim pudesse caber em seu dedo com perfeição, simples e ainda assim belo.

— É um anel de compromisso. Eu não tenho o costume de fazer esse tipo de coisa, mas...

— Eu amei. Sans, ele é perfeito. - Frisk envolveu seus dedos entre os de Sans, apertando-lhe a mão com firmeza. Sans soltou um suspiro, envolvendo Frisk em um forte abraço, escondendo seu rosto na curva do pescoço da morena, um enorme sorriso em seu rosto. - O melhor presente de aniversário.

— Fico feliz que tenha gostado.

O silêncio tomou ambos, abraçados e aconchegados a sentir a brisa noturna. O outono estava chegando, logo o frio faria parte de seus dias novamente e Sans não se sentia nem um pouco com vontade de pedir sua jaqueta de volta. Frisk ficava linda com ela, ele não se importaria de vê-la todos os dias enroscada no enorme material negro. Nem era sua favorita também, ele passou a apreciá-la mais depois que Frisk passou a usar, mas não motivos o suficiente para tê-la de volta. Ele estava bem com sua costumeira e desgastada jaqueta azul.

— Ei, Sans. Canta pra mim? - a voz de Frisk era sonolenta, ela provavelmente estava bem próxima de dormir.

— Eu não sei cantar, sweetheart. Nem sei dá onde tirou essa ideia.

— Pap me disse que você canta muito bem enquanto está no chuveiro.

— Eu definitivamente vou limitar suas conversas com meu irmão. - chiou o albino, escondendo o rosto novamente dentro de seu capuz enquanto Frisk ria.

— Por favor. Apenas para mim.

Sans suspirou exasperado consigo mesmo. Ele não poderia recusar nada que aquela garota lhe pedisse, por mais constrangedor que fosse. Respirando fundo ele começou, uma melodia calma e fácil, seu refrão repetitivo. Frisk deixou-se levar, sorrindo para a musica. Ela não tinha talento para cantar, mas Sans tinha. Sua voz rouca entoando em uma tonalidade perfeita, deixando a própria melodia em uma profundidade a mais do que ela realmente era.

O rapaz encarou e pequena deitada em seu peito, adormecida depois de alguns minutos, ele sorriu, terminando a melodia. Ele não diria que era bom em cantar, mas se Frisk apreciava quem era ele para recusar quando ela fosse pedir? Com a ponta dos dedos ele retirou os fios de cabelo que insistiam em cair em seu rosto, roçando bem de leve a ponta deles pela pele morena.

— Please don't take my sunshine away...


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Notas finais do capítulo

Nossa introdução está chegando ao fim. Para aqueles que pensam que a contagem é para o final da fanfic, gente relaxa que ela tem muita coisa pela frente ainda. Se eu calculei certo chegaremos fácil aos 50 capitulos, então fiquem tranquilos e aproveitem a história.
Cara eu zombei da minha própria raça (sou bióloga galera (ou pelo menos estou estudando para ser)) e ainda por cima usei de referencia de amigo meu. Sei que vocês devem ter rido bastante do fato de ser ameaçado por um "salto alto", mas acreditem, para um homem isso é um perigo. Um amigo meu me contou uma história uma vez que uma garota pisou nas partes baixas dele com um salto alto fino, ele ainda acredita que é estereo até hoje por conta disso e fala que doeu como nunca na vida dele (e olha que ele já sofreu acidente de moto). Então sim! Mettaton está ameaçando com o objeto certo!
Novamente obrigada pelo apoio de todos, tanto aqui como no Social, espero que continuem apreciando.
Até semana que vem! Continuem determinados!