FusionTale escrita por Neko D Lully


Capítulo 17
Mau tempo no tribunal - 87-80 dias para Reset


Notas iniciais do capítulo

Eu aqui de novo, ainda hoje, para dar a vocês mais um capitulo.
Para quem teve raiva da família da Frisk, pode se preparar que sua antipatia por eles vai piorar.
NOVAMENTE AVISANDO QUE TEM HENTAI! OS NÃO APRECIADORES DE MENTES INOCENTES, POR FAVOR, SALTEM QUANDO PERCEBEREM AS INSINUAÇÕES.
alguns autores costumam avisar no meio do capitulo, entretanto, desculpe aqueles acostumados com isso, eu trabalho com a temática de livros, ou seja, eu não posso quebrar minha narrativa para deixar alertas. Ainda assim procurei deixar bem claro ANTES o que ia acontecer para que pudessem simplesmente pular a parte se quisessem.
A classificação continua para maior de dezesseis porque acredito que todos com dezesseis anos já procuramos coisas bem piores do que isso (internet é para isso)
Então aproveitem ^^



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FusionTale - Mau tempo no tribunal - 87-80 dias para Reset

Sans e Frisk decidiram deixar seu relacionamento em segredo por um tempo, exatamente por dois simples motivos:

Em primeiro lugar, por mais que Frisk fosse praticamente maior de idade com seu aniversário de dezoito anos há poucas semanas, Sans permanecia a ser quase dez anos mais velho do que ela e com toda certeza isso poderia repercutir em diversas situações desagradáveis se não fosse abordado com calma. E era aí que entravam no segundo motivo.

Em segundo lugar Frisk estava no meio de um processo judiciário para decidir com quem ela deveria morar. Por mais que Toriel e Asgore tivessem a vantagem no caso ainda era uma situação demasiadamente tensa a quão não mudaria tão cedo. Frisk estava em um constante estado de estresse por mais que ela mesma não gostasse de admitir. Seria muito mais adequado falar sobre um relacionamento depois que toda essa confusão tivesse sido resolvida e Frisk pudesse descansar com a família com a qual queria morar.

Entretanto ainda haviam aqueles que suspeitavam fervorosamente de que ambos já não eram mais apenas amigos. Não muito complicado de perceber, no entanto. Se antes Sans era apegado a Frisk, agora ele poderia ser muito bem descrito como um chiclete ambulante para a garota, até mesmo os carinhos que trocavam haviam aumentado consideravelmente, se é que era possível, entre os dois. Quem não chegasse a perceber a aproximação ou era cego ou completamente alheio.

Seja como for, naquele dia em especifico, ninguém realmente tinha esperado agradecer tanto essa mudança, afinal alguns acontecimentos, vindos de intenções nem um pouco puritanas, não vinham com um aviso prévio ou em frente a olhares curiosos. Acontecimentos como aqueles, na verdade, esgueiravam-se por entre os cantos escondidos das ruas, edifícios e casas, apenas esperando alguém desprevenido para atacar.

Por azar, daquela vez, tinha sido Frisk.

Frisk não teve muitos problemas com inconvenientes perigosos desde que havia despertado nessa dimensão. Talvez, o pior que tivesse passado, tivesse sido a intimidação de alguns colegas, mas isso ela poderia lidar. E mesmo que Frisk tivesse uma boa condição física para fugir ela não tinha forças para lutar. Caso seu adversário fosse forte e capaz o suficiente para pegá-la e imobilizá-la, ela não poderia fugir. O problema era que o aprendizado de tal detalhe apenas realmente fazia sentindo e assustava quando sentia na pele a incapacidade de se defender.

Ela foi forçada a aprender isso da pior maneira.

Aquele infelizmente era mais um dia no sistema judicial da cidade, Frisk estava começando a cansar-se de ir até aquele prédio quase uma vez por semana. Apesar da maior discussão ficar com os advogados e ela própria não ter completa necessidade de aparecer, daquela vez, o assunto deveria levar em consideração sua versão da história, mesmo que não tivesse muita voz para fazer alguma diferença.

No entanto, não apenas a família de Frisk estaria lá, como dessa vez Undyne, Alphys, Sans e Gaster estariam presentes. Aparentemente as duas pessoas que procuravam por sua custodia quiseram saber qual era o projeto que Frisk estava a trabalhar para deixá-la tão cansada a ponto de não poder cumprir os horários de visitas combinados, para que ela não estranhasse caso Asgore e Toriel perdessem a sua custodia, fato que Frisk torcia para que não acontecesse. Por tal havia se revelado os seus projetos para o treino da magia induzida por laboratório a qual ela fazia parte, o que, por consequência, havia exigido a presença dos responsáveis pelo projeto, no caso Sans, Gaster e Alphys, para responder as questões de segurança que eram impostas a Frisk, ao mesmo tempo que garantir que tudo havia sido por livre espontânea vontade.

Undyne estava presente não apenas por ter relação com o caso de adoção feito por Asgore e Toriel, como também por ser a encarregada de manter a ordem durante toda a cessão. Por mais que não houvessem criminosos ou possíveis ameaças, ainda era uma questão de segurança para os presentes ter um responsável por garantir as leis presente no local. Ela havia se recusado a deixar o caso, mesmo com sua promoção atual, ela estava determinada a levar seu trabalho até o fim.

Frisk não se incomodava totalmente em contar o que ela queria contar e sabia que uma hora ou outra ela deveria usar sua voz para tal, por mais que ainda fosse terrivelmente desconfortável diante dos olhares das pessoas que a forçaram a ficar calada. Ainda assim, seria menos complicado usar sua voz do que o interprete suspeito que haviam contratado. Ela queria evitar problemas, apenas com a situação de Gaster já seria o suficiente. Mesmo que ela duvidasse bastante que alguém se atrevesse a traduzir erroneamente suas palavras. Gaster era capaz de ser bem... Ameaçador quando queria.

E mesmo assim, toda aquela história, tudo o que estava acontecendo era cansativo.

Na metade da cessão ela já sentia que precisava desesperadamente de um alivio antes de continuar com toda aquela palhaçada. Por tanto, com a desculpa de ir ao banheiro, ela saiu da sala. Não era uma suspeita nem forçada a ficar no lugar para o resto da cessão, então poderia tomar um ar por alguns minutos antes de voltar. Não causaria mal nenhum, seria reconfortante e poderia lhe ajudar a clarear seus pensamentos.

Os corredores estavam vazios, Frisk não conseguia ouvir nada mais do que o som de seus próprios passos a ecoar pelas paredes pintadas de um cinza maçante. O banheiro não era muito longe da sala onde estava, ela não iria se perder e poderia caminhar com calma, decorando o caminho pelo qual deveria ir. O lugar também não era tão grande, os corredores não faziam muitas curvas e nem possuíam muitas bifurcações também.

Frisk ficaria bem.

Um pouco de água jogada sobre o rosto, uma visão de seu reflexo no espelho e um pequeno incentivo mental para si mesma foram o que pensou ser o suficiente para voltar para mais alguns minutos ou horas de incansável discussão e debate. Advogados eram irritantes, ela havia chegado a essa conclusão. Se ela fosse estudar direito, ela não queria tornar-se como eles. Sabia que estavam apenas a fazer seu trabalho, que eles não poderia se envolver na situação, por mais errado que seu cliente poderia estar, mas ainda assim era irritante. Ela estava cansada e apenas queria ir para casa tirar um bom cochilo, talvez dormir o resto da tarde.

Será que Toriel faria uma torta para ela quando voltassem?

— Olá, irmãzinha. - Frisk gostaria de admitir, naquele momento, que já havia sentido arrepios de mal pressentimentos piores do que aquele que havia sentido subir por sua espinha quando a voz do que seria seu irmão biológico sussurrou em seu ouvido, tão próximo que poderia jurar ter sentido o hálito quente atrás de sua orelha. Mas para seu azar, ela não podia, ela sabia que o que estaria a experimentar agora não seria agradável. - O que faz sozinha em um lugar tão vazio? Não sabe que as piores coisas acontecem quando estamos sozinhos?

Seu primeiro pensamento foi fugir, o corpo tenso prestes a impulsionar-se para frente e desatar a correr na direção da sala onde os outros estariam. Era o único lugar seguro que poderia pensar. No entanto seus movimentos foram previsíveis, a tensão de seu corpo tornava sua reação mais lenta e por consequência havia dado a oportunidade do rapaz atrás de si reagir a seu contra. Seus curtos cabelos castanhos sendo apanhados em um aperto brutal, puxados para trás com mais força do que o necessário e aproximando-a novamente de seu, agora, agressor.

— Não pense que vai fugir, irmãzinha. Eu estive esperando por uma oportunidade única dessas desde que soube que você ainda estava viva, não vou deixar que a arruíne. - ele sussurrou novamente, Frisk poderia sentir seu sorriso em cada palavra pronunciada, mas cada vez que tentava se afastar sua cabeça latejava em reclamação. Uma mão tocou-lhe a perna, sobre o tecido da calça jeans que estava usando. - Você se tornou uma garota muito gostosa, você sabe disso? Claro que sabe, ou não estaria brincando de sedução com aquele bastardo metido a comediante.

Determinação enchia seu peito para escapar, Frisk definitivamente não estava deixando as situação passar de uma ameaça. Ela virou-se em sua direção em um movimento abrupto, forçando-o a soltar-lhe os cabelos em uma reação instintiva, dando a oportunidade para ela empurrá-lo e então começar a correr novamente. Entretanto, Frisk subestimava a capacidade de reação do moreno, que tão rápido quanto ela, agarrou-lhe o braço e a jogou para trás. Frisk atrapalhou-se em seus próprios pés, um de seus tornozelos torcendo-se no processo da queda, acertando o chão com força.

Sem tempo para reagir ou lamentar, o rapaz a segurou novamente pelos cabelos, puxando-a para cima e então jogando-a na parede, o rosto acertando o concreto com tal força que seu nariz começou a sangrar e um leve corte havia sido feito um pouco acima da sobrancelha direita.

Mesmo atordoada, Frisk tentou afastar-se do rapaz, tentando rastejar para longe enquanto ainda tinha consciência. Ele a segurou pelo antebraço, forçou-a a levantar-se e pressionou seu corpo contra o dela, aproveitando-se da parede logo atrás de Frisk para dar apoio. Ela tentou empurrá-lo novamente, todavia ele agarrou seus pulsos, levou-os para cima de sua cabeça, imobilizando-a por completo.

Frisk nunca sentiu tanto medo. Mesmo que no underground ela tivesse a experiência da morte ela sabia que era melhor do que o rumo desses acontecimentos. Como criança esse medo não era tão real, mas agora... Agora que tinha a idade e o conhecimento suficiente para saber de determinadas circunstâncias ela tinha certeza que teve sorte de ter encontrado os monstros no subterrâneo. Era melhor do que se deparar com humanos como o que tinha exatamente na sua frente.

— Não me olhe desse jeito, vai me deixar mais excitado. - o sorriso lascivo estava em seu rosto, tão grande que Frisk tinha a impressão que atingiria suas orelhas. Ele segurou seu queixo, dedos bem apertados nas bochechas e forçou seu rosto a encará-lo. - Por que tão assustada? Eu apenas vou fazer o mesmo que aquele filho da puta te faz e tenho certeza que vai se sentir ainda melhor. - ele lambeu seu pescoço, Frisk apertou os olhos em resposta. - Eu vejo a maneira como você olha para ele, eu vejo a proximidade que vocês dois estão, eu sei o que vocês dois fazem quando ninguém está olhando. Não precisa dar uma de santa inocente para mim então, seu irmão sabe seus segredos, ele vê através de você. Ele consegue ver a puta que você realmente é, o quanto você quer abrir as pernas para qualquer um que tem a sua frente. Mas não se preocupe, seu irmão não te julga, ele apenas quer poder experimentar você também.

Frisk sabia que deveria pedir socorro. Ela conseguia sentir o rumo dos acontecimentos e sabia que estaria em sérios problemas se aquilo continuasse. A mão do rapaz já começava a descer para seu pescoço, perigosamente sobre a clavícula e descendo de encontro a seus seios. E Frisk não estava calma! Não tinha como estar calmo nessa situação e tudo que ela queria era desaparecer, era sair dali, ela queria estar onde os outros estavam e simplesmente esquecer que tudo aquilo tivesse acontecido.

Seus olhos começavam a encher-se de lágrimas, o desespero subindo por seu peito e sufocando-a com adrenalina.

Ela não queria isso!

— Sa...! - seu grito de socorro foi prontamente interrompido por uma mão sobre sua boca, tornando o resto de sua fala um ruído abafado. O rapaz que tinha a frente sorriu com raiva contida, olhos brilhando em luxuria e desejo. Frisk tinha medo daquele olhar.

— Quem disse que você poderia gritar por ele? Da próxima vez que tentar alguma coisa assim eu não prometo ser tão gentil. - ele ronronou, os quadris roçando os seus com ansiedade. Frisk poderia sentir a elevação em determinada área de suas pernas e ela odiou saber o que era, lamuriando em completo desespero, lágrimas já começando a sair. - Agora, fique quietinha para que seu irmão possa brincar um pouco, tudo bem? Tenho certeza que você vai gostar também.

Frisk não ia gostar, ela definitivamente não ia! Ela tentou se soltar novamente, sacudindo o corpo em desespero, mas tudo que conseguiu foi ainda mais contato com o rapaz que mantinha a pressão contra seu corpo, recebendo um grunhido em resposta. Frisk lamuriou novamente, respiração agitada pelo choro incansável que havia começado. Ela nunca tinha se sentido tão fraca. Sempre imaginou que poderia escapar de qualquer coisa, mas agora, naquele exato momento, ela podia reparar no que a diferença de forças poderia causar quando a intenção não era matar. Frisk poderia lidar com a morte, ela sempre lidou, mas ela não poderia lidar com aquilo.

O que ela deveria fazer? Ela não poderia gritar, ou se mover ou contar com qualquer ajuda com um corredor vazio. Ela estava submissa e a mercê daquele que agora a mordia e tocava de uma maneira a qual ela não queria ser tocada. Ela se sentia tão suja, tão impotente e tudo que mais desejava era desaparecer, mesmo que fosse nos confins do inferno. Olhos apertados com força enquanto a mente desesperadamente procurava manter-se longe do que atualmente estava acontecendo.

— Ei rapaz, acho que você quer ter um mau momento agora. - a voz veio um pouco depois de Frisk sentir que a pressão era retirada de seu corpo, mãos e boca livres enquanto caia para frente, sem qualquer intenção de parar. Ela sentiu braços fortes a envolverem, um peito amplo em seu rosto, respiração sobre o topo de sua cabeça. Ela pensou em resistir, com medo de ser mais alguém tentando abusar dela, mas o afago sobre seus cabelos a deteve. - Estou aqui agora, sweetheart. Não vou deixar mais ninguém te machucar, eu prometo.

— S-sans... - sua voz quebrada, olhos finalmente abertos para encarar aquele que a segurava de forma protetora. Olhos azuis encararam os seus dourados, sorriso carinho no rosto mais pálido do que ela poderia se recordar, preocupação salpicada na magia que o rodeava de forma feroz. Ele roçou a ponta dos dedos em seu rosto, próximo ao leve sangramento acima da sobrancelha, lágrimas manchando o fio vermelho que escorria-lhe por sua face, ainda por secar. Frisk sentiu seu coração se quebrar, o alivio inundando suas veias aumentando o número de lágrimas em seus olhos.

Frisk jogou-se novamente no peito de Sans, mãos desesperadas a agarrar o casaco azul o qual ele usava, gritos e soluços engasgados ecoando pelo corredor enquanto tentava desesperadamente agarrar-se a ideia que havia acabado, alguém havia vindo salvá-la, que ela estava segura. Sans, por sua vez, abraçou-a com força, aconchegando-a em si enquanto seu olho esquerdo faiscava com magia.

— Shh. Eu tenho você agora, sweetheart. Tudo vai ficar bem agora. - sussurrava de forma tranquila, mansa, todavia, seus olhos deslizaram com fúria notória para o rapaz ainda preso sobre o efeito de sua magia, alma pintada de azul erguendo o corpo no qual estava presa. Ele não havia poupado cuidados, o rapaz moreno havia acertado algumas vezes o chão e as paredes antes de finalmente parar-se onde estava, estremecendo ao perceber o olhar do albino sobre si.

— Ei! N-nós podemos conversar, certo? V-você não f-faria nada comigo estando em um fórum, certo? - chiou o rapaz, corpo tremendo pelo medo que agora escorria pelas veias, sorriso tenso e tremulo no rosto.

— Eu bem queria dizer que esse tipo de coisa para mim não importa, principalmente para lidar com bastardos filhos de uma puta como você. Mas infelizmente não quero dar motivos para ser preso agora, por isso você se livrou do meu julgamento. - o rapaz parecia aliviado, mas o sorriso de Sans se tornou maior, tanto que as leves presas que ele tinha ficaram a mostra. Sans sorria muito, mas seu sorriso despreocupado não era o suficiente para revelar os caninos pontiagudos que possuía. Frisk sabia sobre eles, ela conseguiu vê-los uma vez em que conseguiu fazer Sans rir de verdade. Mas não era a mesma coisa. - Mas não vai escapar do dela.

Assim que o albino deixou o rapaz no chão, uma enorme lança azul esverdeada passou zunindo cortando o ar, ferindo bem de leve a bochecha do moreno e por fim acertando a parede ao final do corredor, perfurando tanto o concreto que quase a metade dela havia desaparecido dentro da parede. Poucos segundos depois a lança desapareceu, deixando apenas o buraco chamuscado como prova de sua existência. O rapaz moreno tremia em suas pernas, as calças começando a molhar-se pela urina.

Undyne chegou quase como uma fera, seu único olho visível queimando em fúria e cólera enquanto batia as botas contra o chão. Era muito fácil agora ver um demônio ao invés de uma mulher, aproximando-se do moreno jogado ao chão sobre seu traseiro, arrastando-se de forma cômica para o mais longe que conseguia, em uma tentativa inútil de escapar, olhos arregalados e pupilas dilatadas pelo medo. Sans não poderia culpá-lo, a ruiva era assustadora quando estava com raiva.

Ela agarrou o rapaz pela gola de sua camisa, erguendo-o com facilidade sobre seus pés, olho amarelo sem deixar escapar nenhum movimento se quer. O moreno tremia em puro pavor.

— Vou poupá-lo de um sermão, Sans, por ter saído sem minha permissão da sala. Mas apenas porque dessa vez foi por um bom motivo. - Undyne vociferou, sem tirar os olhos em nenhum segundo do meliante a sua frente.

— Não ficarei chateado, pode deixar. - Sans deu de ombros, sem realmente sentir-se no humor apesar de seu comentário sarcástico. Seus braços ainda envolviam Frisk que permanecia a chorar descontroladamente, o corpo dela a tremer contra o seu, recusando-se a soltá-lo. - Eu deveria admitir que se você não tivesse me seguido eu não podia garantir que não tivesse matado o desgraçado.

Foi uma jogada de sorte, eles deveriam admitir. Sans havia estranho que Frisk ainda não tinha voltado apesar do tempo que passava, talvez porque ele sempre sentia-se incomodo quando ela não estava dentro de seu campo de visão. Por tal ele esgueirou-se para fora da sala sem ao menos pedir o consentimento de Undyne, ele sabia que ela não deixaria, mesmo que ele dissesse seus motivos reais. Ela não tinha muita confiança em sua pessoa e ele não poderia culpá-la. A questão foi que Sans estava basicamente vagando pelos corredores a procura de Frisk, apenas para se deparar com a visão dela presa contra uma parede por conta de um palhaço que estava obviamente a abusar dela.

Faltou muito pouco para Sans perder o controle, ele apenas havia mantido-se na linha porque sabia que Undyne estava na sua cola e não demoraria a chegar até onde ele estava. A própria visão faria a mulher entender, Sans tinha certeza, por tal ele apenas fez o que tinha que fazer, mantendo sua fúria para baixo o máximo que conseguia.

Frisk chorando tanto e com o rosto em tal estado não ajudava em nada.

— Você, meliante, está preso por tentativa de estupro, pego em flagrante! - Undyne girou o rapaz sobre seus próprios pés, forçando-o a ficar de costas para ela enquanto ela puxava seus braços para trás, algemando-o ao instante. - Você tem o direito de permanecer calado. Tudo que disser pode ser usado contra você durante o tribunal ou vai me fazer chutar sua bunda murcha até a delegacia.

— Ei! Isso dói! É abuso de autoridade! Não pode me tratar assim! - esbravejava o rapaz, enquanto se contorcia debaixo da mão da ruiva. Todavia, os gritos acabaram por atrair a atenção dos outros na sala não muito distante do lugar.

— O que diabos está fazendo com meu filho?! - gritou a escandalosa mulher, aproximando-se com indignação demarcada em seu rosto de Undyne. Sans com toda certeza a classificaria como suicida.

— Ele está preso por tentativa de estupro. Se Sans não tivesse aparecido para impedir não quero nem ao menos imaginar o estado em que havia ficado Frisk. - Undyne permaneceu estoica, seu único olho funcional encarando a mulher a sua frente, sem realmente se importar com a indignação ou reclamações. Ela estava fazendo seu dever e ela nunca deixava nada interferir nisso.

— Quais as provas que você tem que meu filho fez isso?! Como pode saber que não é uma armação contra ele?! - retrucou a mulher, braços cruzados contra o peito estufado e cabeça erguida em desafio. Ela realmente não sabia com quem estava lidando.

— Além do estado em que Frisk está? Se o testemunho de Sans não contar temos sempre como conferir as câmeras de segurança do lugar. - o moreno preso as algemas amaldiçoou em voz baixa, um leve murmuro indignado o qual ninguém conseguiu ouvir ou prestou atenção. - Agora, se me der licença, tenho que levar esse criminoso a delegacia. Tenha uma boa tarde.

Undyne continuou seu caminho, a mulher esperneando logo em seu encalço como se fosse mudar alguma coisa. Quando ela passou por Sans, ainda a tentar acalmar Frisk, ela dedicou-lhe um aceno de aprovação o qual foi retribuído com um olhar que claramente dizia que não era necessário. Sans nunca deixaria que nada acontecesse com Frisk, e depois de hoje ele faria questão de redobrar sua atenção para com ela.

— Oh! Minha criança, meu anjinho, que coisa terrível fizeram com você! - choramingou Toriel, aproximando-se as pressas com o rosto contorcido em preocupação. Asgore a seguia por trás, cenho franzido profundamente e olhar sombrio, Sans poderia imaginar o quão ele estivesse se contendo para não cometer uma loucura, ele poderia confiar que Undyne daria o que o rapaz que cometeu tal monstruosidade merecia.

— Pela primeira vez vou felicitá-lo por algo que fez, comediante. - murmurou Chara, analisando com frieza o caminho pelo qual Undyne havia partido. Seus olhos vermelhos gritavam sangue e Sans não seria aquele que a iria impedir e ele tinha certeza que nem Asriel, pela forma como ele socava a parede poucos passos de distância de onde estavam.

Frisk apenas foi se acalmar no caminho de volta para casa devido ao cansaço que sentiu após chorar durante todo o percurso. Ela havia agarrado-se a Sans como se sua própria vida dependesse disso, dificultando até mesmo para Toriel cuidar dos machucados que tinha. Para Frisk era como se, caso soltasse da única tábua de segurança que tinha, daquele que a havia salvado, tudo voltaria ao mesmo pesadelo e ela definitivamente não queria ver como ele iria terminar. Tudo estaria bem e permaneceria bem a partir do momento em que ela mantivesse os braços do albino a seu redor.

Sans, por sua vez, foi forçado a acompanhar a família até sua casa, não que fosse qualquer incomodo. Quanto mais tempo ele tivesse certeza que Frisk estaria bem, melhor seria. Ele não queria nem ao menos imaginar o que ela poderia estar sentido pelo susto que havia levado, e muito menos queria imaginar o que teria acontecido se ele tivesse se atrasado se quer um instante. Perdido em pensamentos dos quais preferia evitar questionar-se, Sans não havia reparado quando Frisk havia parado de chorar ou quando ela havia adormecido enquanto ele a embalava em seu colo, apenas se deu conta quando foi forçado a passar a garota para Asgore que a levaria para seu quarto para ter um bom descanso.

O albino queria estar com ela, mas talvez fosse uma boa ideia mantê-la afastada por essa noite. O estresse causado em sua magia teria sequelas aquela noite, ele tinha certeza. Gaster o estaria esperando em casa para tomar providências de que não acabasse por prejudicar ninguém ou a si mesmo, aquele seria um longo final de dia.

No dia seguinte, no entanto, Frisk não foi ao resto da cessão, interrompida devido ao incidente, mantendo-se confortavelmente em casa com a companhia de seus irmãos, Chara sendo estranhamente cooperativa. Depois do incidente Asgore havia se recusado a deixá-la sozinha por se quer um instante, até mesmo para sair deveria ser acompanhada enquanto o rapaz não tivesse o julgamento adequado e fosse mandado a cadeia. Ele não descansaria até que isso acontecesse e todos sabiam disso. Ninguém deveria mexer com sua família.

Era visível também que, depois do ocorrido, o tribunal que parecia em equilíbrio para ambas as partes, tomou uma forte inclinação para o lado de Toriel e Asgore agora. Afinal, se o próprio irmão biológico, o qual Frisk deveria ser obrigada a conviver caso sua tutela fosse passada para seus progenitores, era capaz de cometer tal atrocidade com pessoas de seu próprio sangue qual seria o meio em que ele deveria ter crescido? Quais outros "inconvenientes" poderiam surgir assim que Frisk deixasse a casa segura dos Dreemurs? Pelo menos um lado bom em toda a história tinha acontecido, apesar do contraponto dos pesadelos noturnos. Como se a lembrança das mortes de outras dimensões já não fossem o suficiente para retirar-lhe o sono.

Com isso a semana passou. Frisk decidiu, durante todos esses dias de permanência em casa, pensar em duas principais questões que haviam surgido depois de sua terrível experiência. Uma delas sendo extremamente fácil de resolver.

Ela havia compreendido que apenas sua agilidade não a salvaria sempre. Frisk precisava de métodos mais eficazes para se defender sozinha e por tal pediu a Undyne, no terceiro dia após o ocorrido, para ensinar-lhe defesa pessoal. Sans foi contra a ideia, ele continuava a afirmar que era bem capaz de protegê-la, que ele tinha feito uma vez e poderia fazer outras, mas Frisk sabia que ele não estaria com ela o tempo inteiro e por mais que fosse complicado para admitir uma tentativa de estupro tinha uma grande probabilidade de voltar a acontecer, seja no momento ou lugar que for. Frisk precisava de pelo menos uma chance para conseguir ao menos abrir uma brecha para fugir.

A segunda questão a qual se pôs a pensar era um pouco mais complicada e barrada por sua mente por consequência do próprio susto que havia levado. O fato era, Frisk era virgem ainda, ela nunca havia passado de beijos e caricias com qualquer outro relacionamento que teve antes de Sans e até mesmo com ele. Ela sabia que ele estava se esforçando bem para deixar tudo a seu ritmo, ele estava esperando-a para dizer que poderiam prosseguir, mas o que havia acontecido no fórum fez Frisk começar a pensar em quanto tempo ela levaria para passar para o próximo passo e se realmente ela queria arriscar o detalhe de perder a virgindade para um incidente desfavorável na rua ou com alguém que ela mesma estava disposta a escolher.

Foi uma questão complicada porque, apesar de Frisk já encontrar-se com seus dezessete anos de idade e ter suas necessidades e curiosidades físicas, ela ainda queria um relacionamento que não apenas se baseasse por sexo. Ela queria dar tempo ao tempo e deixar as coisas acontecerem sem pressa. Mas imprevistos ainda aconteciam e Frisk estava com medo de não poder ter a oportunidade de escolher a pessoa certa para compartilhar algo que nunca mais aconteceria novamente. Existia apenas uma primeira vez, por mais que alguns ainda rejeitassem a ideia de algo emocional no ato, Frisk ainda o via como uma escolha importante a se fazer.

E ela queria ter esse tipo de relação com Sans?

Seria mentira dizer que seu corpo não se aquecida em desejo, os hormônios não eram favoráveis a ninguém e tal reação era natural. Ela nunca chegou a realmente pensar sobre pular para o próximo passo, a relação ainda estava no começo não havia se passado muito tempo desde que decidiram começar o namoro. Entretanto, levando em consideração o tempo que se conheciam e que tinham uma forte amizade poderiam contar com facilidade meses. Frisk o conhecia, não apenas nessa dimensão como em todas as outras que formavam agora uma em sua alma, ela sabia que, independente do que viesse a acontecer, ela poderia confiar nele.

Então, próximo ao final da semana, ela havia tomado sua decisão.

Foi no domingo, Frisk tinha tido a liberdade de ir para a casa dos irmãos Skeltons, convencendo sua mãe de que ficaria lá para a noite. Ela estava determinada a levar sua relação para o próximo passo, ela não recuaria, ela sabia que Sans nunca a faria mal, ela tinha escolhido ele. E mesmo com determinação, ela não poderia negar ou esconder seu nervosismo, milhões de situações passavam por sua cabeça que poderia levá-la a todo tipo de reação. Seu rosto deveria ter parecido um arco-íris durante todo o caminho de tanto que havia mudado de cor.

Depois de brincadeiras na cozinha para descontrair, uma terrível experiência com uma nova mistura feita por Papyrus e uma leve discussão unilateral entre os irmãos expressando o quanto Pap não estava nada feliz com Sans o seguindo em seus encontros finalmente o clima havia se acalmado. Frisk deu risadas o suficiente para esquecer-se momentaneamente de seu nervosismo, pelo menos até aquele momento. Pap havia subido para seu quarto, alegando cansaço, deixando Frisk e Sans sozinhos na sala assistindo um programa qualquer que passava na televisão.

O começo tinha vindo tranquilo. Leves trocas de carinho e beijos roubados aqui e ali. Antes que os dois pudessem realmente dar-se conta Sans já tinha encurralado Frisk contra o sofá, o calor subindo entre os dois, carinhos começando a se tornar mais íntimos e ousados. Mesmo assim, Frisk ainda conseguia sentir que Sans hesitava, mantendo suas mãos entre seu rosto, ombros e cintura, os beijos eram ferozes, mas seu corpo mantinha distância do dela, é como se estivesse com medo de tocá-la, por mais que a vontade ainda estivesse lá, nos leves deslizes que escapavam em roces suaves de pele onde ele procurava evitar.

Frisk soltou um suspiro involuntário de exasperação, ao mesmo tempo em que, em seu rosto, crescia um sorriso carinhoso. Sans tinha tanto cuidado com ela, quase como se ela fosse uma boneca, um tesouro e ela não poderia negar que sentia-se bem com o fato, apesar de muitas vezes ser frustrante.

Escorregando para fora da prisão de braços que Sans havia formado ao seu redor, Frisk o puxou para as escadas, sem responder ou indicar qualquer questão, por mais que o pobre rapaz estivesse completamente confuso. Ela o guiou até seu quarto, empurrando-o para dentro antes de fechar a porta atrás de si, garantindo que estava bem fechada.

Não queríamos repetir o mesmo incidente que havia ocorrido com Asriel e Chara.

— Não. - os olhos azuis brilhando em compreensão, uma mistura de sentimentos passando através deles em um fleche de segundos. Frisk sentou-se na cama e com delicadeza puxou Sans para seu lado. - Não vamos fazer isso, Frisk. Você acabou de passar por uma experiência desagradável. A ultima coisa que eu quero é...

— Sans, eu quero. Eu sei que você não faria nada que me desagradasse, eu confio em você. - Frisk o interrompeu, uma mão tocando-lhe o rosto com carinho. Ela estava determinada a levar aquilo adiante, ela não mudaria sua mente, por mais que os nervos estivessem furiosos em seu peito. - A chance daquilo voltar a acontecer são grandes, em qualquer lugar do mundo.

— Eu não vou deixar nada te acontecer, sweetheart.

— Eu sei, Sans. Mas não podemos ver o futuro, não sabemos o que vai acontecer amanhã e você não vai poder estar comigo o tempo todo para me proteger.

— Eu posso tentar. — ele insistiu, olhos faiscando em descontentamento. Frisk sorriu, puxando-o para um casto beijo, mantendo a proximidade entre os dois. Suas mãos envolveram as dele, levando-as a seu rosto com carinho, fechando os olhos com o contato de sua pele contra a dele.

— Eu quero poder escolher com quem eu vou fazer isso, Sans. Eu quero escolher o primeiro cara com quem eu vou ter sexo na minha vida. - seu rosto queimou em um vermelho intenso, mas ela insistiu em continuar a falar. - Eu não quero que seja alguém aleatório, eu não quero que seja uma experiência ruim, quero que seja especial, mesmo que for apenas essa vez. E se for para escolher alguém, eu quero que seja com você. Eu quero que seja você a fazer isso comigo pela primeira vez, eu escolhi você e não vou voltar atrás.

A morena manteve-se de olhos fechados, concentrando-se apenas na respiração de seu companheiro em seu rosto. Por alguns minutos, longos e tortuosos minutos, o silêncio prevaleceu na sala, Frisk esperando que Sans cogitasse toda a ideia do que ela havia falado. Ela não conseguiria encará-lo agora, seus nervos subindo por todo seu corpo, formando um nó em sua garganta e suor em suas mãos.  

— Mas que droga, Frisk! - em um movimento abrupto, Sans puxou Frisk para seu colo, cada uma das pernas da garota ajoelhadas a um lado de seu quadril, corpo pregado ao seu , rosto de Frisk elevado um pouco acima do de Sans que mantinha um sorriso travesso, mãos bem apertadas um pouco acima dos quadris da garota. - Falando assim como eu poderia negar? Você me deixa louco, sweetheart, você sabe disso?

O albino puxou a garota para um beijo profundo, uma de suas mãos subindo pela coluna de Frisk até as costas de sua cabeça, puxando-a para baixo em um aperto firme. Frisk, por vez, ofegou em uma mistura de surpresa e prazer, o beijo sendo muito mais desesperado e feroz do que qualquer outro que Sans já a havia dado, brincando com seus lábios e língua de tal maneira que fazia o sentido de perder o fôlego parecer um eufemismo.

A mão ainda próximo ao quadril dançou envolta da pele exposta por consequência do subir da blusa, ameaçando tanto subir para a cintura quanto descer para dentro dos shorts que Frisk usava, forçando-a a tremer em antecipação e ansiedade, movendo-se inquieta sobre o toque. Sans sorria contra o beijo, divertindo-se com cada reação da garota, deliciando-se com cada expressão que seu rosto formava enquanto a beijava ou descia para próximo de áreas sensíveis. Ele aproveitaria cada detalhe daquele momento, ele iria devagar e com calma, ele faria ela apreciar cada toque e carícia, sem medo, acostumando-se pouco a pouco com cada nova sensação que ele a estaria a brindar.

Frisk tinha as mãos firmes próximas aos ombros de Sans, agarrando-se com firmeza a jaqueta azul que começava a proporcionar mais calor do que o necessário. Ela precisava sair ou Frisk sentia que entraria em combustão. Movendo as mãos de forma rápida, com o pouco de coordenação que poderia reunir com sua mente nublada, ela conseguiu mandar a peça azul para um canto qualquer do quarto, sendo o primeiro item a ser removido.

Sans riu pela ansiedade da garota, beijos descendo bem devagar para sua mandíbula, sorrindo para cada suspiro que conseguia arrancar. Frisk instintivamente levantou a cabeça, abrindo mais espaço para seu pescoço, mãos de Sans escorregando, uma para sua coluna e outra para dentro de sua blusa, brincando com a sensibilidade que ela tinha no ventre.

Quando o rapaz começou a saborear a pele de seu pescoço e a mão tocou o inicio de seus seios, Frisk sentiu o corpo ficar tenso, memórias de uma semana atrás voltando para sua mente em um arrepio desagradável subindo por sua coluna.

— Shh. Sou eu, sweetheart. Está tudo bem, você esta comigo. - a voz foi reconfortante, baixa e rouca, um sussurro que apenas ela poderia ouvir enquanto a boca voltava a tomar a sua em beijos suaves, a mão afastando-se dos seios para manter-se nas costelas, dedos massageando lentamente o lugar. - Sempre que quiser parar, pode me dizer. Eu vou parar, por mais difícil que seja, você que está no comando, entendeu? - Frisk assentiu, as mãos procurando o rosto do albino, olhos ainda fechados, respiração agitada e coração a loucura. - Vou começar de novo, devagar.

Frisk sentiu a mão em sua costela subir para a lateral de seus seios, mantendo-se ali por alguns segundos antes de finalmente deslizar sobre sua pele para finalmente pousar sobre o pequeno monte. Um suspiro involuntário escapou, o contato novo em uma região distinta de seu corpo forçava novas sensações para seu sistema. No começo bastava se acostumar com a estranha invasão, em seguida os dedos começaram uma massagem tranquila, nova, passando uma estranha sensação na boca do estomago. Frisk deixou escapar um gemido baixo, ainda contido, corpo encolhendo-se sobre si mesmo em uma reação automática.

Com calma e delicadeza Sans voltou a distribuir as carícias, dentes e lábios distribuindo desde beijos a mordidas pelo pescoço de Frisk, deixando que bem devagar ela se acostumasse com cada toque que ele poderia distribuir, cada nova intimidade que eles passavam a ter. E Sans não poderia negar que ele estava ansioso, os sons que Frisk deixava escapar eram cada vez mais altos, mais lascivos e desprovidos de vergonha. O corpo de Frisk relaxava contra o seu toque enquanto os quadris revolviam-se inquietos, provavelmente sem que a própria dona tivesse conhecimento. Era complicado manter-se no controle de suas próprias ações com seu próprio corpo implorando por algum tipo de atenção, por um contanto mais intimo o quanto antes.

Em poucos instantes a blusa de ambos encontrou seu caminho para o chão bagunçado do quarto, expondo o torço de ambos para o outro, forçando-os a parar apenas para avaliar o momento em que estavam agora.

Frisk não conseguia negar que havia se surpreendido com o corpo de Sans. Ele não tinha um corpo malhado, com os gomos do estomago bem distribuídos e demarcados, entretanto ainda não chegava a ser um corpo de alguém fora de forma. Seu ventre era plano, com duas visíveis marcas diagonais desde sua virilha para fora de suas calças, uma pequena quantidade de pelos brancos subindo até o umbigo e por fim o peito amplo, forte. Por sua vez, Sans apreciava a visão das curvas discretas de Frisk. O quadril largo, com os shorts um pouco baixo, davam um estreitamento especial para a cintura, ventre plano e trabalhado, totalmente firme ao toque. Os seios eram pequenos, sua mão facilmente poderia cobri-los, mas eram redondos, delicados de um moreno um pouco mais claro do que o resto de sua pele, muito provável por consequência de um dia a usar biquine.

Ele retirou-lhe o sutiã, completamente desajeitado em seu corpo por culpa de suas carícias anteriores. Chegou a distribuir leves beijos pelo rosto de Frisk ao notar seu constrangimento, jogando a peça para junto das outras. Sans tomou os lábios da garota novamente, o beijo ainda profundo, todavia mais calmo, os braços envolvendo o corpo da garota de tal forma que pudesse carregá-la ainda na mesma posição em que estavam, ajeitando-a sobre sua cama com carinho e cuidado, como se em um simples movimento errado ela se romperia.

Bem devagar ele deslizou uma das mãos para o short da garota, abrindo os botões e deslizando os dedos para dentro da peça intima. Frisk ofegou em surpresa contra o beijo, olhos abrindo-se e corpo voltando a ficar tenso. Foi uma reação involuntária causada pela distração momentânea com o beijo. Sans ainda assim deteve-se, afastando-se um pouco para poder encará-la.

— E-estou bem. - apressou-se a informar, respiração irregular e apressada complicava um pouco em dizer as palavras com firmeza.

— Sempre podemos parar, Frisk. - lembrou Sans, encarando-a com cautela. O ultimo que ele queria era causar-lhe algum mal. Frisk sorriu, braços envolvendo-o pelo pescoço e o puxando para baixo, arrastando-o para um demorado beijo lento.

— Eu confio em você, eu quero continuar.

Sans sorriu, novamente puxando-a para o beijo. Seus dedos trabalharam com maestria enquanto a boca abafava os gemidos constantes e audíveis que ela soltava. Ele procurou os melhores lugares para tocar, procurou onde lhe daria mais prazer e explorou cada recanto que poderia encontrar, saboreando as reações de espasmos da garota, aprofundando as unhas em sua pele, mordendo sua boca, subindo e descendo o quadril por mais contato. Ela estava uma bagunça em seus braços, cabelos desgrenhados , rosto corado, corpo tremendo e Sans não poderia fazer mais do que sentir-se feliz em ser ele a causar-lhe tais reações.

Ser seu primeiro... Ele poderia sentir sua calça tornando-se dolorosamente apertada apenas de pensar sobre o assunto.

Ele não tinha o costume de estar com garotas virgens. Ele não procurava por elas pois sabia que eram mais fáceis de se apegar, enquanto ele apenas queria um momento de diversão. Mas com Frisk era diferente, ele queria que fosse diferente. Ele ignorou por completo os anseios de seu corpo, ignorou a dor em sua virilha e apenas procurou dar a Frisk o melhor que poderia oferecer, toda a experiência que tinha sendo usada naquele exato momento para dar a garota que ele gostava... A garota que ele passou a amar o melhor momento de sua vida.

Ela chamou por seu nome, um leve gemido baixo, sussurrado ao pé de sua orelha enquanto ela enterrava o rosto em seu ombro. Ele sentiu o choque, o desejo e loucura pouco a pouco nublando sua razão. Ele não poderia se apressar, mas era tão complicado manter-se quieto quando Frisk era tão... Sedutora. Ela não sabia o efeito que ela tinha nele, ela não poderia nem imaginar o quanto ele poderia converter-se em um homem irracional apenas com um leve contato, um simples olhar.

— Por favor, Sans... - ela chiou, os quadris movendo-se loucamente contra sua mão. Era definitivo depois daquilo que ele tinha perdido completamente a noção de realidade, espaço ou tempo.

Com pressa ele arrancou-lhe os shorts e calcinha, jogando-os para um canto qualquer do quarto junto com as ultimas peças de roupa que ele próprio estava a usar. Ambos nus agora sobre a cama, encarando um ao outro com antecipação. Sans ajeitou-se entre as pernas de Frisk, ela agarrando com força seus antebraços enquanto ele procurava apoiar-se sobre o colchão, cada uma das mãos de um lado do rosto de Frisk. Ele respirou fundo, procurando tomar o controle novamente de seus pensamentos antes de começar, mãos procurando as cegas dentro da gaveta do criado mudo ao lado da cama, encontrando o preservativo não muitos segundos depois.

— Pronta? - a garota assentiu apressada, respiração presa. Sans abaixou-se um pouco, tocando-lhe os lábios com leveza, um roce apenas. Em seguida outro, demorando-se mais no contato dessa vez. Mais um, lento e mais profundo. Outro, e outro, e outro... Cada um aprofundando-se mais, puxando toda a atenção da garota para ele, para os beijos, enquanto lentamente ele adentrava nela.

Frisk não poderia negar que havia doido, todavia, menos do que ela realmente esperava. Sans a havia preparado bem e a distração com toda certeza teve seus pontos positivos durante todo o processo. E era estranho, toda a sensação que seu corpo recebia agora era nova e confusa, um embolar de sentimentos e pensamentos os quais ela não conseguia controlar ou prestar atenção, o corpo agindo de forma instintiva, arranhando as costas de Sans, enroscando as pernas envolta de seus quadris tão próximos ao seu, respiração ofegante com gemidos ainda a escapar.

Sans não sabia exatamente da onde havia tirado a força de vontade para manter-se parado o tempo que Frisk precisava para se adaptar. Todavia, assim que ela deu a indicação que poderia continuar ele deixou-se levar. Suas mãos desceram para os quadris de Frisk, engatando de tal forma a conseguir ter o controle completo de seus movimentos, começando com estocadas leves, devagar e profundas. Ele grunhiu para a sensação, sentindo-se comprimido pela garota que começava uma sinfonia constante de gemidos muito variáveis de tons.

Demorou um pouco mais de cinco ou seis minutos para Sans começar movimentos mais agressivos, puxando e empurrando o quadril de Frisk em um ritmo apressado, seu controle perdido há muito tempo enquanto perdia-se na sensação de alivio e prazer que tomava-lhe o corpo. A pobre garota estava perdida em meio a tudo aquilo, cabeça jogada para trás no travesseiro, sua voz soando cada vez mais alta, esquecendo-se por completo dos outros ocupantes da casa, não como se Sans pudesse ajudar em muito, seus próprios gemidos e grunhidos enchendo o quarto.

Eles não souberam dizer quanto tempo passaram naquela mesma dança, mentes confusas e concentradas de mais no prazer dos corpos para marcar uma cronologia correta, ainda assim tudo chegava a um fim. Sans veio primeiro, um grunhido animalesco escapando de sua garganta e dentes apertados envolta do ombro de Frisk, ainda assim ele permaneceu a mover-se, bem sabendo que mulheres demoravam um pouco mais para chegar ao clímax do que homens. Não levou muito, no entanto, quatro ou cinco estocadas depois Frisk gritou, corpo tremendo compulsivamente sobre suas mãos até o momento que tornou-se mole.

O albino deixou-se então cair ao lado da garota na cama, proteção jogada no lixo próximo a beirada da cama, deixada ali pelo simples fato do rapaz ser preguiçoso de mais para levantar-se para despejar suas bagunças em qualquer outro lugar. Tem sido conveniente desde que teve a ideia. Obviamente, porém, ele ainda não sentia-se satisfeito, seu corpo era acostumado a esse ritmo durante toda a madrugada, das mais variadas formas que sua criatividade conseguia bolar, mas ele não pressionaria, Frisk poderia querer descansar.

— Sans. - cantarolou a pequena, aconchegando-se ao seu lado, braços envolvendo seu peito enquanto ele instintivamente rodeava-lhe o ombro. Um murmuro foi o suficiente para ela saber que ele estava ouvindo. - Eu percebi uma coisa. - ele distraidamente começou a pentear-lhe os cabelos, concentrando-se na sensação da respiração dela contra seu peito, dedos finos a desenhar estranhos padrões em seu peito. - Foi apenas você que me tocou o tempo inteiro. Isso não é justo, você não recebeu nada em troca.

— Não tem problema, sweetheart. Essa foi a sua noite, então você era a prioridade. Outra vez, se ainda quiser que tenha outra vez, podemos fazer diferente. - ele resmungou, um pequeno sorriso surgindo em seu rosto. Será que ela sempre pensava nos outros primeiro?

Em um movimento brusco Frisk subiu no peito de Sans, sentando-se sobre seus quadris e encarando-lhe com o cenho franzido. O albino já não sabia o que fazer, aquela posição e a forma em que estavam já faziam a situação em sua parte inferior ficar um tanto complicada.

— Eu quero retribuir! Então me ensina como fazer! - Frisk tinha o rosto completamente vermelho, mas a determinação queimava em seu olhar.

Oh deuses... Aquela garota definitivamente seria sua ruína.

Sans não sabia até que horas da madrugada eles ficaram naquela situação, ele apenas sabia que deveria ter despertado por volta de meio dia, sol atravessando sua janela para acertar-lhe em cheio o rosto. Pontaria perfeita!

Um gemido desgostoso escapou de seus lábios, pálpebras apertando-se a procura de espantar a claridade, mas já era tarde e ele estava completamente acordado, sentindo-se terrivelmente pegajoso e dolorido.

O rapaz apoiou-se sobre os cotovelos, bocejando ainda com alguns restos de sono impregnados em seu sistema. O movimento, no entanto, fez com que alguém revirasse a seu lá, o roce da pele nua contra a sua trazendo arrepios de lembranças para seu corpo. Os olhos azuis voltaram-se para baixo, deparando-se com definitivamente a imagem mais preciosa que poderia ver algum dia.

Frisk ainda estava dormindo, enrolada a seu lado com as cobertas a tampar-lhe todo o corpo abaixo dos ombros, os cabelos ainda emaranhados e pele morena reluzindo com a luz do sol que entrava para o quarto. Sans desejava despertar com aquela visão todos os dias de sua vida, ele tinha certeza que nunca se enjoaria de vê-la assim, tão linda e tranquila, como se nada da noite passada tivesse acontecido. Ela continuaria a ser um anjo, por mais que ele tivesse ousado tocá-la daquela maneira e ele não poderia dizer que se arrependia.

Distraído, passou de leve os dedos por seu rosto, tentando decorar cada detalhe daquele momento. Ele não sabia quando poderiam repetir aquilo novamente, ele desejava poder tê-la todos os dias, mas duvidava que Toriel o deixaria monopolizar sua filha tanto assim. Na verdade, ele tinha certeza que se ela descobrisse o que aconteceu naquela noite ela arrancaria sua cabeça sem remorsos.

Com um suspiro divertido ele ergueu-se da cama, um banho parecendo ser uma boa opção naquele momento. Desenroscando-se de Frisk e procurando levantar-se sem despertá-la, esgueirou-se para o banheiro no final do corredor. Demorou-se apenas alguns minutos, todavia quando saiu Frisk já não estava mais em seu quarto, ela provavelmente tinha despertado no meio tempo que levou para dar-se um bom banho e descido para sala e, de acordo com o cheiro que ele conseguia sentir desde onde estava, Papyrus já estava fazendo o almoço.

Por tal decidiu descer as escadas, deparando-se com Gaster acomodado no sofá a espera do almoço, seus olhos castanhos alaranjados encarando-o com suspeita, muito provavelmente tendo escutado o que havia acontecido na madrugada e, mesmo assim, Sans ignorou. Seguiu o caminho em direção a cozinha, ele conseguia ouvir a voz de seu irmão a falar qualquer coisa lá dentro. Frisk deveria estar lá.

Quando chegou na cozinha, porém, ele poderia jurar que teve uma pequena parada cardíaca de alguns segundos. Frisk estava ajudando Pap com o almoço, arrumando a mesa enquanto seu irmão finalizava a comida. Ela apenas trajava sua jaqueta preta com leves detalhes em vermelho e amarelo, tão grande que basicamente servia-lhe como um vestido, ainda assim ele poderia ver uma pequena, quase insignificante, parte de seu short por baixo cada vez que esticava-se para pegar alguma coisa em prateleiras mais altas do que realmente poderia alcançar. Estava descalça e infinitamente adorável com o cabelo ainda bagunçado, apesar de visivelmente penteado com as mãos.

— SANS, PARE DE FICAR APENAS OLHANDO E VENHA FAZER ALGO PRODUTIVO! - gritou seu irmão, arrancando-o das fantasias que já se formavam em sua mente. Ele gostava bem mais daquela jaqueta agora.

— Não me leve a mal, Bro, mas prefiro muito mais apreciar a vista. - Frisk lhe mostrou a língua em resposta, virando-se para pegar os pratos e colocar sobre a mesa. Sans por sua vez riu, escorando-se na parede enquanto se mantinha apenas a olhar. - Ei, sweetheart, por que não vai tomar um banho? Quando voltar o almoço já deve estar pronto, certo Pap?

— MAS É CLARO, IRMÃO. FRISK, OBRIGADO POR SUA AJUDA, MAS CONCORDO COM MEU IRMÃO. PODE DEIXAR QUE EU, O GRANDE PAPYRUS, TERMINO DE ARRUMAR.

Frisk hesitou por um tempo, encarando desde Papyrus a Sans até finalmente decidir por seguir o conselho. Ao passar por Sans ele a puxou para um abraço apertado, um beijo casto sobre sua cabeça e então um leve empurrão para a porta novamente, com direito a leves gargalhadas pela surpresa do estranho carinho. Sans deixou-se cair sobre uma das cadeiras, enorme sorriso em seu rosto sonhador, assim que Frisk havia deixado a cozinha.

— SANS, EU ACHO QUE NUNCA TE VI COM ESSA CARA ANTES. ESTOU COMEÇANDO A ME PREOCUPAR.

— Não se preocupe, Bro. Eu não poderia estar melhor.

Quando Frisk retornou todos já tinham se acomodado na mesa, Pap já tinha separado um prato para Frisk que agradeceu feliz. Ela realmente estava com fome. Mas foi apenas próximo ao final do almoço quando Gaster fez um leve movimento para chamar a atenção de Frisk, um pequeno sorriso desenhado em seu rosto.

"Devo presumir, minha jovem, que você e meu filho estão em um relacionamento." Frisk sentiu seu rosto arder, recordando-se da madrugada, bem sabendo que Gaster muito provavelmente havia suposto tal ideia por conta do que ouviu. Com constrangimento a garota assentiu. "Então, pela primeira vez eu posso dizer a uma namorada de Sans, bem vinda a família, minha cara. Espero que possa trazer um pouco de juízo para a cabeça de meu filho." Frisk sorriu, um sorriso tremulo e constrangido, mas ainda feliz. "Agora, devo mostrar-lhe as fotos de família?"

— Pai... - gemeu Sans em desgosto, encolhendo-se em sua jaqueta azul, puxando o capuz para cima de seu rosto. Ele nem ao menos havia reparado que não havia usado o nome de seu pai, o rosto corando em vergonha.

"O que? Não existe mais a tradição dos pais envergonharem seus filhos na frente de seus namorados? Eu lembro quando meu pai fez isso comigo quando comecei a namorar sua mãe. Eu já estava imaginando que não teria esperanças para você, Sans."

— Você nunca fez isso com Pap. - chiou Sans novamente. Frisk precisava segurar as gargalhadas que queria escapar.

"Porque você nunca deixou seu irmão trazer nenhum namorado para casa."

E a conversa continuou, apesar de leves assuntos constrangedores aqui e ali, nenhum deles poderia negar que foi divertido. Pap e Gaster a trataram como parte da família e ela poderia notar que Sans estava mais feliz do que normalmente aparentava, interagindo-se mais com sua família, nunca soltando de sua mão.

E Frisk estava feliz. Ela nunca esqueceria aqueles momentos, nunca esqueceria aquele dia. Tinha sido tão especial de diversas maneiras que praticamente foi queimado em sua memória. Ela tinha certeza que permaneceria para sempre e, se tivesse sorte, aqueles momentos continuariam a acontecer, com as mesmas pessoas para compartilhar.


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Notas finais do capítulo

Novamente, apesar de ter corrigido o capitulo, algum erro o toque para o autor vem de bom tamanho. Sempre tem um ou outro que me escapa, é impressionante!
Espero que tenham gostado do capitulo, desculpe ter aparentado que a Frisk é tão fraquinha, mas é a vida. Quando as intenções não são matar, podem ser piores, é uma realidade, mas não se preocupem, mais para frente o "poder feminino" dela vai mostrar do que é capaz kikikiki.
Agradecendo mais uma vez o apoio de todos vocês, vou tentar responder todos os reviews pendentes ainda essa semana, avisando também que para aqueles que não curtem muito o Nyah, a fanfic também está sendo postada no Social, eu esqueci de avisar antes, mas antes tarde do que nunca. Mesmo dia, horários um pouco diferentes, mas ainda de forma pontual.
Até semana que vem!Mantenham-se determinados!