FusionTale escrita por Neko D Lully


Capítulo 1
Prólogo - 1° Colapso


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu tinha outra ideia pra undertale, mas pensei que essa seria melhor. Apesar da inserção de outros universos alternativos de Undertale, a história vai ter como base a verdadeira história do jogo. Novamente avisando que é um FriskxSans como casal principal, ao longo da fanfic apareceram outras.
Outro aviso, é longa e eu talvez não atualize constantemente.
Em suma, espero que gostem e boa leitura!



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FusionTale - Prólogo

O lugar era escuro, demasiadamente conhecido para sua alma projetada no que parecia ser o centro de lugar nenhum. Na sua frente letras brilhavam em amarelo, formando bem grandes duas simples, porém com um enorme significado e peso para sua fragilizada essência, palavras:

Continue               Reset

Nas mãos de quem havia morrido dessa vez para ter parado ali? Undyne? Asgore? Sans? Não importava. Quem a matou não importava nem um pouco. O que realmente importava naquele momento de escolha era quantos ela havia matado. Se o pó dos corpos de seus amigos mancavam suas mãos ou não.

Para ela, para sua alma quebrada e cansada, mais velha do que seu próprio corpo, pouco valia sua vida. Maior peso tinha a vida dos monstros os quais estava determinada a salvar, a libertar.

E já tinha perdido a conta de quantas vezes havia conseguido, de quantas vezes tinha visto o sol se por com sua nova família. Assim como havia perdido a conta de quantas vezes havia voltado ao começo, que seu corpo, em posse de outra alma, havia assassinado cada um dos monstros que amava, quantas vezes em que havia subido, totalmente sozinha, à superfície e levado o caos da morte junto. E não importava quantas vezes implorasse para parar essa briga de "vai e volta" no tempo, a segunda alma presa em seu corpo nunca desistiria da morte, dos assassinatos. O final feliz nunca seria aceitável para ela.

Pois, para Chara, a definição de feliz era o fim de toda a vida existente.

— Por que continua a insistir? Por que quer continuar a perdoar? - a voz de Chara ressoou pelo lugar vazio, chamando-lhe a atenção. Seus olhos desviaram-se das letras amareladas para recair sobre ela. Olhos vermelhos destacados no rosto pálido, dando-lhe um ar espectral e sombria com a pouca luz que conseguia iluminá-la. - Você sabe que eu estou certa. Que o mundo, que os humanos são cruéis. Então por que continua a lutar contra isso? Por que insiste no seu final feliz se sabe que é apenas uma ilusão de momento?

— P-porque... - Frisk engasgou com sua própria voz, desacostumada a usá-la. Preferia a linguagem gestual, mas sabia que naquele lugar suas interpretações manuais não seriam corretamente vistas. - Por que é o certo a se fazer. Porque essa é a melhor vingança e humilhação para aqueles que me machucaram tanto. Esfregar em seus rostos que não sou igual a eles e que posso ser feliz sendo quem eu sou, independente do que eles tentaram fazer para me moldar.

— Pff... Você é tão ridícula, Frisk. - zombou Chara, todavia Frisk apenas deu de ombros. Nunca havia se importado com o que outros achavam sobre sua pessoa e não seria com Chara que começaria a se importar. Os olhos vermelhos encaravam-na em confusão, a cabeça ligeiramente pendendo para um dos lados. - Eu não te entendo, Frisk. Olha quanta dor eles te fizeram passar. Eles atacaram primeiro, eles tentaram te matar! E mesmo assim você não os culpa, não os odeia... Você continua perdoando, amando, ajudando...

— Eu que não te entendo, Chara. - intrometeu-se Frisk, o rosto moreno banhado em tristeza. - Compreendo seu ódio pelos humanos, mas por que matar os monstros? Eles cuidaram de você, amaram você como se fosse um deles... Então por que? Todo esse amor, esse carinho não valeu de nada? A amizade com Asriel não valeu de nada?

— Não fale de Asriel! - esbravejou, os olhos vermelhos afundando em sinistras lágrimas negras, o rosto, outrora pálido e delicado de uma garota de não mais de dez anos, desfigurado em uma faceta demoníaca e ameaçadora. Sua voz esganiçando-se em diversos níveis de tons, suficientes para espantar até mesmo a própria morte. Mas não Frisk. Ela já havia se acostumado aos surtos de Chara, depois de tantas redefinições era aceitável que certas "constantes" deixassem de afetá-la. - Você não sabe nada sobre nós! Não tem ideia do laço que criamos!

— Você sabe que não é verdade, Chara. Sabe que aprendi mais do que qualquer um sobre você. Eu sei o quanto você amava Asriel. Eu sei do seu ódio para com os humanos que o mataram apenas porque ele realizava seu pedido. Mas você também o mata uma e outra vez a cada redefinição que tem o controle.

— Asriel não é Flowey, sua estúpida bebê chorona! Flowey é um maldito monstro sem alma que surgiu de sua poeira, por culpa da bastarda de sua amiga réptil inútil! Asriel está morto! - Chara se agitava cada vez mais. Sua exaltação estremeceu o lugar, mas nenhuma das duas reparou. Concentradas de mais em sua própria discussão ignoraram por completo os avisos que esgueiravam-se a seu redor.

O espaço tempo logo entraria em colapso.

— Um pouco da alma dele ainda está lá! Ainda tem esperança, só... Só precisamos tentar. Talvez Alphys possa ajudar com a nossa determinação, não sei! Dei-me pelo menos tentar ajudar vocês. - Frisk insistiu, determinação pura brilhando em seus olhos, comumente encobertos pelos longos cílios e expressão indiferente. Ela tinha a esperança de que poderia salvar a todos, mesmo que fosse Chara.

Porém, Chara riu.

— O quão idiota você pode ser? - zombou - Você acha que pode me salvar? Salvar Asriel? Não me faça rir! Existe um limite para tudo, mesmo para a determinação. Estamos mortos, Frisk. Corrompidos por magoas que você não pode fazer desaparecer como memórias em uma reposição. Se quer mesmo me ajudar, deixe-me ganhar!

— Tem que ter uma maneira de salvar a todos! Para que todos sejam felizes! - continuou a insistir a pequena morena, batendo o pé no suposto chão em teimosia. Chara perdia a paciência, o amarelo das letras começavam a desbotar tão rapidamente quanto sua raiva aumentava. - Mesmo que tenha que repor mais mil vezes, deixe-me tentar! Eu posso conseguir! Podemos ser felizes...

— Chega, Frisk! Não existe felicidade, tudo é falso! Quando chegar na superfície os humanos vão nos matar, então por que não me deixa adiantar o trabalho? - a voz de Chara se contorceu ainda mais, aproximando-se perigosamente de Frisk. As luzes escassas do lugar piscaram, rápido o suficiente para passar como uma banalidade. - Entenda, Frisk, eu não me importo com o seu final feliz. Um mundo em que Asriel está morto não merece existir, por isso, independente de você chorar ou implorar, eu vou destruir tudo! Cada monstro, cada humano e cada criatura viva existente. E você não vai poder fazer nada para me impedir! Então apenas desista!

Todavia, diferente do que deveria ser esperado, Frisk encheu o peito, preenchida até a borda com determinação. Ela parecia incapaz de dar para traz. Mesmo que Chara ameaçasse destroçar cada parte de sua alma ela nunca hesitaria em tentar novamente. Mesmo as palavras de ódio proferidas com tamanha veemência apenas fizeram com que a chama em seu interior ardesse com mais força.

Sua mão ergueu-se para o Reset, detendo a aproximação da criatura que outrora foi uma garota, o cenho franzindo-se em desgosto.

— Não ouse...

— Não importa o que diga, permanecerei determinada. Eu vou salvar a todos! Mesmo você, Chara!

— Sua idiota, não!

A deformação jogou-se para frente, focada em impedir que a pequena mão terminasse seu trajeto e apertasse o botão amarelo. Porém foi tarde. Os dedos rechonchudos tocaram as letras destacadas e um leve "clic" espalhou-se pelo ar insistente do vazio.

Porém não foi a mesma sensação de uma nova reposição.

O mundo sacudiu, uma enorme rachadura contornou as letras que formavam o Reset e um forte estrondo reverberou pelo lugar, como se o mundo tivesse a acabar em um terrível desmoronamento rochoso.

As duas garotas jogadas ao chão assistiram confusas o primeiro colapso das linhas entre o espaço-tempo. A estranha sensação de estar parado e em movimento; em um lugar apertado e amplo; sendo comprimido e repuxado tudo ao mesmo tempo. Foi como sentir que desde o começo sua alma fosse apenas um pedaço de um todo, incompleta e solitária, perdida em um mundo diferente das outras e que de repente fundia-se novamente com suas outras partes irmãs, atraídas por uma força invisível e inexplicável, fomando uma única entidade concreta.

Ao fim de toda a ruptura fundida tudo o que se dominou foi o escuro. Um mundo tão vazio quanto o próprio vazio.

Tardou alguns minutos para reparar que o vazio nada mais era do que sua inconsciência, finalmente afastando-se para trazê-la de volta a realidade. Pouco a pouco tomando conhecimento dos sentidos físicos de seu corpo, estranhamente conhecido e dificilmente completo.

Gemeu com a dor em sua cabeça, sentindo as juntas de seus membros estalarem ao tentar se erguer de onde quer que estivesse deitada. Seus olhos ainda desajustados com o novo despertar não lhe permitiam identificar exatamente onde se encontrava naquele momento. Todavia, poderia bem dizer pelo toque suave de madeira por debaixo de seus dedos nus, que não estava mais no menu.

Pouco a pouco a visão foi acostumando-se a leve luz que iluminava o lugar, empurrando para longe os resquícios de sono e cansaço que abrangia seu corpo, conseguindo assim, finalmente, encarar o cômodo que agora lhe rodeava.

Definitivamente não era como os outros Resets que já havia feito.

Ao invés de um enorme buraco sobre sua cabeça, um cama de flores debaixo de seu corpo, pilares de gesso a sua volta, a escuridão de uma caverna lhe rodeando, Frisk se viu dentro do que parecia ser um quarto relativamente grande. Paredes pintadas de um lilás claro, o chão em que estava agora sentada composto de uma madeira escura, janelas grandes de madeira fechadas com grossas cortinas roxas escuras, moveis espalhados aqui e ali, simples, também de madeira escura, não sendo mais do que um enorme armário de seis portas, uma escrivaninha, duas camas, existia uma pequena estante cheia de gavetas, cinco se contava corretamente no breu que se encontrava, algumas fotos se encontravam sobre a parte superior da estante, mas não conseguia enxergar as imagens nela. Sobre sua cabeça um delicado lustre com ventilador e as lâmpadas desligadas.

Não parecia com nada que já tinha recordado de ver alguma vez no underground. Onde estava agora?

Ainda um pouco grogue tentou se levantar para explorar melhor o lugar, sua mão apoiando-se no chão o melhor que podia para que seus joelhos tivessem ajuda para impulsioná-la para cima e assim permanecer sobre suas pernas, mesmo que seu corpo se sentisse tão estranho naquele momento, não poderia se manter parada. Se tinha controle sobre suas ações agora quer dizer que Chara havia sido empurrada para algum canto de sua mente durante aquele estranho Reset, poderia não ter muito tempo antes que ela se desse conta e...

Sua mão escorregou ligeiramente para o lado enquanto tentava se levantar tocando em algo... diferente que aparentemente se encontrava ao seu lado.

Curiosos, seus olhos deslizaram para o chão próximo a onde sua mão estava, ainda dedilhando delicadamente aquele estranho objeto desconhecido o qual tocava. Todavia, o que viu foi além de qualquer ideia que poderia ter e sua respiração engatou-se por um momento em seus pulmões antes de ser liberada em um alto grito.


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Notas finais do capítulo

Ah! Um aviso que esqueci de dar no começo: deixarei alguns termos em inglês, como alguns adjetivos ou nomes (ex: kiddo/kid, Darling, Underground, Honey, etc...), o motivo é simplesmente pq eu acho que soa melhor (talvez pq esteja lendo muitas fanfics em inglês...).
Aliás, já pedindo desculpas pelos trocadilhos do Sans. Não sou boa com comédia, por isso, se ficarem terríveis de mais para aturar, sinto muito... Não tenho esse talento -.-'''
Bem, espero que tenham gostado desse primeiro capitulo, o próximo eu já adiantei, então logo deve estar dando um "oi" por aqui.
Bye!



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