Eu, Meu Noivo & Seu Crush — Thalico escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 37
Annabeth comanda o plano e Thalia faz chover


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas!
Como estão passando esse dia das mães? Espero que tenham aproveitado com as pessoas que lhe são queridas.
Enfim, estou tentando postar pelo menos uma vez por mês, ok? Para que eu possa me dedicar a uma fanfiction por semana.
Espero que vocês gostem desse capítulo dedicado a Dhu, que mandou uma recomendação realmente maravilhosa: Obrigada, Sweet!
Ademais, boa leitura!


Recapitulando:
Thalia está no acampamento a uma semana;
Já nos dois primeiros dias, eles lutaram um caça a bandeira (que resultou em brigas Thalico e Solangelo) que acabou em um empate, fizeram uma aposta junto com a Hazel e Nico ganhou, mas ainda não reclamou o prêmio. E, ah, Nico morreu. E depois reviveu, claro.
Lembrando que, Nico e Thalia sentem choques quando se tocam algumas vezes e perceberam que eles compartilham e aumentam o poder quando isso acontece.
Eles aceitaram o casamento, mas estão treinando beijos e foi assim que Thalia acabou mordendo a língua de Nico, deixando-o irritado;
Percy, Annabeth e Hazel estão visitando o Acampamento para ter certeza de que Nico está bem.
Não sei dizer se ele realmente está, ou ficará;



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Narração: Nico di Angelo

 

— Eu ia perguntar como foi, mas a cara de vocês já diz tudo. — Jason implicou assim que nos viu saindo das sombras no meio da arena. Os campistas em volta nos olharam curiosos, enquanto Percy e Annabeth pareciam achar divertido nossa cara irritada.

— Ela mordeu minha língua! — Apontei para Thalia exasperado e ainda com raiva e dor. Essa menina tinha dentes de navalha?!

— Porque ele enfiou ela na minha boca! — Thalia se defendeu e Jason logo falava para ela abaixar o tom, os campistas nos olhando curiosos.

— Então, Thalia… Isso é um beijo. — Annabeth fez chacota e Thalia respondeu dando dedo pra amiga.

— Talvez devêssemos conversar em um lugar melhor, não acham? — Jason sugeriu, olhando em volta.

— Eu não vou a lugar nenhum com esse daí! — Thalia exclamou, apontando para mim.

— E eu lá quero chegar perto de você? — repliquei, fuzilando-a com os olhos.

— Vamos lembrar que todos aqui somos amigos? — Jason foi sensato ao se colocar no meio de nós dois. — E que ninguém aqui quer morrer? Muito menos pela segunda vez?

— Jason está certo. — Annabeth aconselhou, sua expressão enfim séria. — Precisamos trabalhar no plano, amanhã eu e Percy temos que voltar pra Nova Roma e não acho que vamos conseguir voltar tão cedo. Sem birra e sem dizer que desistiram de tudo, nós não estamos em uma brincadeira.

Por mais que eu quisesse discutir, sabia que Annabeth estava certa e que, quanto mais cedo começássemos essa grande farsa, mais cedo ela acabaria. Olhei de soslaio para Thalia, que também se mantinha calada à contragosto.

— Qual é o próximo passo? — Percy sussurrou, olhando em volta os campistas que fingiam não prestar atenção em nós.

— Eles precisam tornar oficial, conhecido por todos. — Annabeth respondeu, no mesmo tom baixo. — Os outros precisam acreditar que estão tão apaixonados que Thalia abandonou a caçada por Nico. Tem que ser algo surpreendente e que todos vão ver.

Thalia riu com desdém, mas, para o bem geral do mundo, deixei essa passar.

— Um beijo na fogueira, então? — Jason sugeriu, nos analisando como se fossemos um experimento particularmente interessante. — Muitos já fizeram isso e todos vão ver.

— Isso é muito comum. — Annabeth declarou. — Precisa ser algo que eles fariam por impulso, sem pensar.

— Tipo quando você me beijou na primeira vez? — Percy perguntou sorridente e observei Annabeth ficar vermelha e socá-lo no ombro.

— Fique quieto, Cabeça de Alga. — A filha de Atena retorqui, no entanto, seu semblante era pensativo. — Mas talvez isso seja útil.

— Isso foi depois da batalha com Cronos, não foi? — Jason questionou, acompanhando o raciocínio dos dois.

— Na verdade, teve um antes. — Percy explicou.. — Esse foi porque eu sobrevivi.

Annabeth lançou um olhar de “calado” para o namorado, com o rosto em um tom escarlate, mas o que prestei mesmo atenção foi no olhar calculista que Jason me lançou.

— Qual é a sua ideia, Grace?— Perguntei para o filho de Júpiter que sorriu, estreitando os olhos.

— Sexta tem o caça a bandeira. Soube que o chalé de Apolo se aliou aos vermelhos e Will deve estar na liderança. Podemos recriar o jogo do dia em que Thalia chegou, aquele que deu empate.

As palavras de Jason me fizeram voltar na semana anterior que parecia um tempo infinito atrás, nas discussões que tive no dia com Thalia e em como ela havia me desconcentrado. E, no descontrole dos meus poderes, todos do Acampamento Meio-Sangue haviam caído em um sono profundo, me levando a acreditar por alguns segundos que todos estavam mortos.

— Seria como uma revanche. — Falei, observando Jason assentir:

— A resolução daquela batalha. E quando nós vencermos, você e Thalia estarão tão felizes que vão acabar se beijando no meio de todos.

— Isso realmente ia chamar atenção. — Percy murmurou pensativo.

— E seria perfeito. — Annabeth concordou com o plano. Lancei um olhar para Thalia, mas ela parecia entediada, como se pouco ligasse para o que falávamos. Beleza, vai ser como beijar uma árvore cheia de espinhos de novo. — O único problema é que nós dois não estaríamos aqui.

— É melhor assim. — ponderei. — Não quero que Hazel veja isso, não quero mentir pra ela.

— Como Centuriã, duvido que Hazel consiga voltar aqui tão cedo. — Annabeth comentou. — Já foi difícil voltar essa semana, então acho que você está a salvo por enquanto. Mas, mais cedo ou mais tarde, ela vai saber.

— Quanto mais tarde melhor. — Suspirei, pensando em como seria a reação da minha irmã, logo depois de contar que sou homossexual.

— E o que fazemos até sexta? — Thalia enfim se pronunciou, em um tom indiferente.

— É bom vocês serem vistos juntos. — Annabeth explicou. — Nada muito forçado, mas que mostre que vocês não são indiferentes um ao outro.

— Não se preocupe, Annabeth. — Thalia sorriu sarcástica. — Acho que nos odiarmos não se enquadra bem em indiferença, não é?

Suspirei, cansado do show de Thalia, contudo, também não estava disposto a discutir.

— Eu já tentei dizer que não odeio ela, mas é como falar com uma porta. — Expliquei para meus amigos e não resistir a lançar um sorriso para a Grace: — Ou com uma planta.

— As vezes é sua cara mau humorada. — Percy comentou, não prestando atenção no olhar raivoso que Thalia me lançava. — Você tem cara de quem odeia todo mundo.

— Você vai ter que melhorar essa cara. — Annabeth ordenou, antes que eu pudesse rebater a ofensa. — Você precisa olhar para Thalia como se estivesse apaixonado, não como se quisesse que um raio caísse na cabeça dela a qualquer segundo. E o mesmo serve pra você, Thalia.

— Prometo que vou fazer o meu melhor. — Thalia replicou em um sorriso claramente sarcástico. — Como eu ainda não arranquei a cabeça de Nico, vocês podem considerar como um progresso.

Forcei um sorriso cínico para Thalia, tentado a lhe dar língua, mas com medo dela morder de novo.

— Como Annabeth disse que não precisamos ficar grudados o tempo todo,vou aproveitar a liberdade que me resta. — Thalia continuou. — Preciso pegar minha tiara de tenente antes que o acampamento todo saiba que não sou mais uma caçadora.

— Eu vou com você, combinei de me encontrar com Piper antes do almoço. — Jason declarou, já acenando para nós e seguindo a irmã.

Percebi que os campistas realmente encaravam Thalia com certo assombro e murmuravam entre si. Pensei sobre como eles devem ter visto quando havíamos chegados: Thalia sem sua tiara, sua maior marca de caçadora e surgindo nas sombras comigo, que não era exatamente sociável. Pelo jeito, não teríamos que nos esforçar muito para que acreditassem nessa grande farsa.

 

(...)

 

— Nico di Angelo, volta aqui, seu merdinha! — A voz de Will estava realmente irritada enquanto eu corria por entre os campistas, fugindo do filho de Apolo e Hazel. — Se você sumir nas sombras, eu vou te fazer sumir de uma vez por todas!

A ofensa de Will era forte e irritada o suficiente para que eu acatasse. Pelo menos, a parte de viajar pelas sombras. Ele queria me arrastar para a praia, para um maravilhoso banho de sol, mas eu não estava nenhum pouco afim, principalmente porque ele me perguntaria onde passei a manhã toda. Por isso, tudo o que eu queria era fugir dele.

Passei por entre os campistas na arena, quase sendo acertado por flechas e facas sendo atiradas, vendo Thalia a poucos metros, treinando esgrima com Annabeth. Um plano começou a surgir em minha mente e, quando vi, já puxava a garota pela cintura de costas, fazendo-a derrubar a espada antes que me decapitasse.

A má notícia era que Thalia era excelente com reflexos: me acertou uma cotovelada, afastando-me de seu corpo e depois uma rasteira. Quando dei por mim, estava no chão, com uma faca no pescoço e Thalia prendendo meu corpo com o seu. Quantas facas uma caçadora consegue esconder no corpo?

— Thalia, somos amigos, lembra? — murmurei, mas os olhos azuis me fitavam irritados e desejando apertar mais aquela faca no meu pescoço.

— Isso não te dá o direito de me agarrar. — Thalia vociferou, seu joelho colocando mais pressão sobre minha barriga, me fazendo arfar. Pensei em dizer que agora era minha obrigação agarrá-la, mas achei que já tinha a irritado o suficiente naquele dia.

— Desculpe. — exclamei com o ar que me restava.

Thalia pareceu ponderar e tirou a faca do meu pescoço, pressionando o joelho com mais força ao se colocar de pé, me machucando. Annabeth estendeu a mão e me ajudou a levantar, sorrindo com aprovação:

— Não foi bem isso que eu quis dizer para criar fofocas sobre vocês, mas acho que serve. — A filha de Atena brincou, cruzando os braços e encarando a amiga. — Mas melhore essa cara, Thalia. Você deveria estar mexida com o toque de Nico, não enojada.

Thalia colocou o dedo na língua, curvando o corpo pra frente como se forçasse o vômito e foi minha vez de fechar a cara.

— Nico, eu vou te matar. — Will resmungou, pegando em meu braço e apertando. — Eu disse que vamos pra praia agora. Obedeça!

Me lembrei do porquê eu estava ali e me virei para Thalia, que sorria implicante ao olhar para o Solace me tocando. Senti meu rosto queimar e sacudi o braço, afastando-me do aperto de Will.

— Eu vou. — resmunguei. — Só vim chamar Thalia pra ir: ela também adora banho de sol!

— Adora?

— Adoro?

Will e Thalia questionaram ao mesmo tempo, olhando-me incrédulos.

— Muito! — Sorri, puxando o braço de Thalia e indo em direção a praia. — Quando chegarmos a praia, você vai usar esses seus poderes de filha de Zeus e vai fechar o tempo. — resmunguei para Thalia, apressando o passo e torcendo para que Will não nos ouvisse.— Assim nenhum de nós vai precisar ficar horas torrando no sol.

— E por que eu faria isso? — Thalia reclamou irritada, seu olhar na minha mão ainda pressionando seu braço.

— Porque você me deve uma, querida. — retorqui. — Não só porque quase arrancou minha língua hoje cedo, mas lembra da nossa aposta semana passada? Que eu venci?!

Thalia me olhou confusa e então bufou, provavelmente se lembrando. No dia em que ela havia chegado ao Acampamento, nós dois e Hazel havíamos apostado que chegava primeiro até nossos amigos.

— Você roubou! — Ela reclamou.

— Eu lá sou filho de Hermes?! — retruquei. Ok, Confesso que usei de... artimanhas, mas eu ganhei e estava querendo reivindicar o meu prêmio. — E não é um pedido difícil: vai dizer que não consegue invocar algumas nuvens fechadas?!

Thalia foi salva de responder quando Will nos alcançou, sua expressão de poucos amigos me lembrando que ele achava que eu e Thalia tinhamos algo. E ele não achava que um relacionamento entre eu e Thalia fosse algo bom. Concordo com o último ponto, mas não temos muita escolha, não é?!

Annabeth havia decidido nos seguir até a praia e não havia sido a única: Percy, Jason e Piper haviam formado um círculo junto comigo, Thalia, Will e Hazel. A minha direita se sentou justamente a filha de Zeus e, à esquerda, Will. Até que Hazel reclamou que mal nos víamos e eu tive que pedir para Will ceder o lugar pra minha irmã.

— Não entendo como você reclama tanto disso! — Will resmungou, espreguiçando-se como um gato na luz alaranjada de pouco antes do crepúsculo. — Isso é maravilhoso!

— Você é uma criatura muito luminosa, Solace. — retruquei. — E eu sou filho de Hades.

— Eu também. — Hazel se intrometeu, logo se corrigindo: — Bem, mais ou menos. Mas Will está certo: É maravilhoso ficar assim.

Revirei meus olhos e então olhei para Thalia, a única pessoa que parecia concordar com meu ponto de vista.

No entanto, até ela parecia relaxada com o corpo inclinado para trás, os braços apoiando o tronco em diagonal e a cabeça jogada, deixando que os cabelos longos tocassem a areia branca e a tiara pendesse precariamente em sua cabeça. Os olhos estavam fechados e ela sorria, a luz dando um brilho a pele pálida do rosto e colo, ainda exposto com a blusa tomara-que-caia, tornando-a muito diferente da visão que eu tive da Primeira Tenente das Caçadoras de Ártemis.

Ainda ouvindo meus amigos apoiarem Will, Thalia abriu os olhos lentamente e me encarou, erguendo a sobrancelha:

— O que é? — questionou e, um pouco tarde, percebi que a estava observando por tempo demais.

Agora”, mexi meus lábios para formar a palavra, mas a filha de Zeus continuava me olhando confusa.

As nuvens”, movi meus lábios novamente e ela fez uma careta de mais confusa, me fazendo bufar e apontar para o céu. Comecei a gesticular nuvens carregadas e depois pingos de chuva, formando a nuvem com a mão esquerda em punho e a direita com os pingos, movendo-a para cima e para baixo deixando bem claro que ela devia fazer chover. No entanto, a careta de Thalia só aumentava.

— O que, por Hades, você está fazendo?! — Will questionou e percebi que todos os meus amigos me encaravam curiosos.

— Brincando de mímica. — resmunguei com meu rosto queimando e focando o olhar na areia branca.

— Esse é seu vício agora? — Percy perguntou e eu o fuzilei com os olhos, irritados.

— Traduz para nós porque ninguém entendeu nada. — Hazel pediu, me colocando em maus lençóis.

— Não é nada demais. — retorqui. — Podemos mudar de assunto?!

— Agora eu fiquei curiosa. — Hazel confessou.

— Eu quero saber o que é! — Will a ajudou.

— Parecia importante. — Até mesmo Piper salientou e todos os meus amigos começaram a apoiar que eu falasse.

— Não é nada! — respondia em vão, aumentando a curiosa deles.

— Ele só quer que eu faça isso. — Thalia enfim se pronunciou, fazendo com que todos se calassem e prestassem a atenção nela.

Ah, droga! Não era para ela contar que eu tinha pedido aquilo, agora Will realmente ia me matar.

Me lançando um olhar de quem sabia que eu estava ferrado, Thalia se sentou e cruzou as pernas em posição de lótus, olhando para o céu.

Segui seu olhar e senti um arrepio ao testemunhar o seu poder: as nuvens alvas se expandiram, tomando o lugar do sol e se tornando cinzentas. O vento começou a soprar mais forte, como se as barreiras climáticas mágicas não existissem, e logo pequenos flashes de luzes surgiram entre as nuvens.

Sorri e olhei para Thalia impressionado, que também sorria ao encarar o céu, sua pele ficando pálida quanto mais energia gastava, e eu podia sentir minha pele pinicar ao testemunhar o poder daquela semideusa. Thalia era forte.

Ela olhou para mim com um sorriso convencido e sua mão se aproximou de mim, tocando minha mão. Senti um formigamento e leves choques, mas agora era uma sensação quase prazerosa, como se o poder fluísse por nós e descarregasse nos céus, liberando a energia que nós tínhamos.

Novamente ergui os olhos e não podia acreditar que tudo aquilo era obra de Thalia: as nuvens estavam tão densas quanto escuras, tomando toda a luz do sol, raios estalavam entre as nuvens e o vento estava forte, jogando meus cabelos no meu rosto. Mesmo o mar estava reagindo ao temporal que se formava: as ondas batiam na praia cada vez mais perto, expulsando os poucos campistas que ainda estavam na beira.

Era tudo incrível e belo.

— Você que está fazendo isso?! — Ouvi a voz de Jason impressionado e orgulhoso da irmã.

Em vez de responder, Thalia apertou um pouco minha mão, fazendo com que eu mesmo retribuísse o aperto, e logo vi o primeiro raio descer, uma clarão contra o céu escuro. E, depois, veio o estrondo, me fazendo estremecer e sentir meu coração acelerar.

Pisquei atordoado, minha visão focando apenas nos flashes de luz azulada que passavam entre as nuvens e depois desciam em direção a água, para depois preencher o ar com o ribombar dos trovões. Naquele momento, eu devia ter percebido que algo estava errado.


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Notas finais do capítulo

Alguém aí tem ideia do que vai dar errado? Confesso que eu amo muito essas cenas onde eles compartilham os poderes e Thalia ficar toda poderosa!
Espero que tenham gostado e eu adoraria saber do que gostaram mais!
Enfim, eu estou há duas horas postando esse capítulo, então é melhor eu encerrar por aqui ou só terá capítulo em junho.
Ademais, nos vemos nos comentários!