Eu, Meu Noivo & Seu Crush — Thalico escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 31
Medo de escuro?! Claro que não!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas!
Eu queria ter postado ontem, mas terminei o capítulo meia-noite e queria editar e fazer a tirinha, o que leva umas duas, três horas...
Estou respondendo os reviews sempre que posso, então não se assustem se receberem notificações lá pelas três ou cinco da madrugada, ok?!
Enfim, divirtam-se!



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Narração: Nico Di Angelo

Will pegou no sono primeiro, eu acho. Eu realmente queria dormir, mas ficar dois dias desacordado parece ser o suficiente pra te deixar com insônia. Entretanto, essa não foi a pior parte, a pior parte foi a visão que tomou minha mente naquela noite.

Era escuro, muito escuro. Mais do que eu estava acostumado, mais do que nas minhas viagens pelas sombras normais; As vozes, os resmungos dos mortos também estavam mais alto, assim como o frio que me atingia. Então, percebi que eu não estava mais em uma viagem pelas sombras, eu havia saído e ido direto pra um abismo que poderia ser infinito, o abismo do Tártaro.

Era a lembrança de quando eu, por livre e espontânea vontade, desci ao inferno procurando as Portas da Morte, anos atrás.

Meus olhos estavam fechados com força e eu tremia de medo, os resmungos não eram dos mortos, era da minha consciência avisando que era uma péssima ideia, era minha mente gritando que a maior prova de que ter uma queda por Percy Jackson era errado, era o fato de que aquele era meu castigo. O sentimento de solidão era pior enquanto eu caía infinitamente. Talvez fosse mais fácil simplesmente desistir, quando o fundo chegasse apenas me deixar cair, morrendo com a queda. Seria tão mais morrer do que enfrentar o que me aguardava...

Mas, eu não podia aceitar: meu pai contava comigo. Hazel contava comigo. Percy contava comigo. Senti o fim do abismo chegar e me issei nas sombras. Ali não era possível subir até a superfície, o Tártaro era muito mais poderoso do que eu, mas eu podia diminuir minha queda, de forma que, quando atingi a areia feita de vidro, o impacto não foi suficiente para quebrar os ossos do meu corpo e me matar, mas ainda doeu quando atingi o chão.

Meus olhos estavam fechados desde quando eu havia começado a cair, e eu nunca havia tido tanto medo quanto estava tendo de abri-los naquele momento. Sabia que no momento que o fizesse, poderia ir à loucura, meu cérebro poderia entrar em combustão com a visão do Tártaro. Mas eu o fiz assim mesmo. Com a areia de vidro arranhando minha mão, abri meus olhos lentamente, sentindo um grito de pavor ficar preso na minha garganta.

O Tártaro era um corpo. Um corpo vivo com inúmeras células que pulsavam. O Tártaro estava vivo, era alguém. Meu estômago embrulhou com aquilo e meu cérebro quase virou gelatina; Nunca antes desejei que a névoa me atingisse tão forte. Fechei os olhos com força e supri um soluço. Quando os abri novamente, já não estava no Tártaro.

Mas o escuro continuava assustador, cada vez que eu piscava podia ver o corpo do titã novamente. Tentava dizer à mim mesmo que tudo aquilo havia passado, que eu havia sobrevivido e agora estava seguro, no meu chalé, com meu melhor amigo dormindo ao meu lado. Mas, ao mesmo tempo, eu estava com medo. Medo de voltar para outra visão, medo de lembrar do que mais enfrentei ali, medo de acordar no fundo do abismo e ficar insano.

A escuridão do quarto também não ajudava com o pânico que parecia se expandir no meu peito, eu não conseguia ver nada, sequer a sombra de Will. Todos os meus sentidos pareciam dormentes, o suor frio escorria por meu corpo, mas era como se eu estivesse no meio de uma geleira. até respirar era difícil: queimava cada vez que eu inspirava e parecia nunca ter ar suficiente para encher meus pulmões.

Precisava de uma luz, precisava ver que não estava mais no tártaro, precisava ver que Will estava ali, ao meu lado. Por sorte, havia deixado o celular na cama, de baixo do travesseiro e ao meu alcance. Estendi a mão e logo a luz iluminava todo o quarto, a silhueta das costas nuas de Will contra mim. Aos poucos meu cérebro começou a processar que eu estava seguro e respirar se tornou mais fácil, mas eu ainda tremia.

— Nico? O que foi? — Me assustei ao ouvir a voz de Will e logo travei a tela do celular, enfiando-o debaixo do travesseiro rapidamente, a escuridão envolvendo o quarto novamente. Apertei os dentes, tentando evitar o ataque de pânico que voltava a crescer.

— Nada. — Resmunguei o mais baixo possível, encolhendo-me ao me enrolar mais no cobertor, apesar da noite abafada.

— Isso é um celular? — A voz do meu amigo soou sonolenta, denunciando que ele não estava totalmente acordado.

— Talvez. — Respondi em um fio de voz, sentindo um calafrio pelo meu corpo ao não conseguir ver os traços de Will por causa da ausência quase total de luz, era como se eu estivesse conversando com a escuridão.

— Por que você tem um celular? — Dessa vez, decidi não responder, mas, pelo tom de Will, percebi que ele notava que algo não estava bem. — O que você estava fazendo com um celular numa hora dessa?

— Eu só estava olhando as horas. — Menti, sentindo um gosto amargo na boca, apertando meu corpo sob o cobertor. — Volte a dormir, Solace.

— E que horas são? — ele perguntou e decidi ignorar a pergunta novamente, não querendo admitir que já passava das três da manhã e meu corpo pedia descanso tanto quanto minha mente. Eu não queria incomodar Will, principalmente com uma questão tão ridícula e vergonhosa, ele não poderia fazer nada sobre isso. Além do mais, ele devia estar tão ou mais cansado quanto eu, parecia que, desde que eu morri, ele não dormia uma noite inteira. — Nico, o que foi?

Senti mais um calafrio e apertei os olhos, sentindo a garganta apertada ao engolir a saliva.

— Vamos dormir, Will. — Pedi e me xinguei mentalmente. Will se sentou na cama de uma vez, alarmado por eu chamá-lo de “Will”, o que era extremamente incomum. Seus dedos logo tocavam minha testa e escorregavam por meu pescoço, aferindo minha temperatura. — O que você está fazendo?

Resmunguei inutilmente, sabendo que Will seria capaz de fazer um check up completo em plena madrugada.

— Você está muito quente. — respondeu, enfiando a mão debaixo do meu travesseiro procurando o celular.

— Eu estou dormindo ao seu lado. Não é você que diz que é quente? — Questionei, tentando quebrar o gelo, mas o filho de Apolo já puxava o cobertor, me fazendo encolher mais. — Eu estou bem. — resmunguei, quando ele não respondeu à provocação. — Não estou com febre, estou quase cozinhando aqui.

E não era de todo mentira: meu corpo estava encharcado de suor, mesmo com frio, provocado pelo pânico que parecia envolver meu estômago no vazio.

Will enfiou novamente a mão debaixo do meu travesseiro e pegou o celular, me fazendo piscar quando a luz iluminou o quarto e a sensação de medo amenizou, me permitindo respirar quase normalmente.

— O que você está sentindo? — Will perguntou, direcionando a luz para meus olhos.

— Nada. — revirei os olhos, enquanto o Solace segurava meu queixo, ainda me analisando. — Estou perfeitamente bem. Só com um pouco de insônia. Eu dormi por dois dias, lembra?

Ergui a sobrancelha e Will suspirou, se dando por vencido e voltando a deitar, bloqueando o aparelho e colocando no chão ao lado da cama, bem longe do meu alcance. Tive vontade de xingá-lo, mas me contive em me encolher mais e tentar normalizar minha respiração e meus pensamentos.

— Boa noite. — Resmunguei, mas fui ignorado. Mesmo que não conseguisse ver nada, tinha a sensação que Will estava virado para mim, preocupado.

Tentei fechar os olhos e adormecer por alguns minutos, a apreensão tomando conta tanto da minha mente quanto do meu corpo, enquanto os calafrios recomeçavam. Tentei contar cães infernais pulando em uma cerca, ou recitar silenciosamente histórias infantis e cantigas de ninar, mas parecia tudo em vão, minha mente sempre voltava para lembranças traumáticas que insistiam em me fazer reviver os momentos quase tangíveis. Por que eu não podia adormecer de uma vez?!

Mordi meus lábios com força quando as sensações só pioraram e senti como se estivesse de frente a Miséria novamente, sua face refletindo nos meus pensamentos tal como era refletida no escudo de Hércules.

— Will? — Chamei baixinho com medo de que ele estivesse dormindo. — Will. — Repeti um pouco mais alto, sentindo o gosto acobreado de sangue na minha boca. Não ouvi a voz do Solace, mas senti sua mão sobre a minha, apertando levemente, indicando que estava ali. Aquilo me deu força para expulsar as palavras da minha boca, mesmo em um tom quase inaudível: — Pode ligar a luz?

Segundos depois, Will se levantava e todo o chalé se iluminava, mostrando o filho de Apolo com o rosto amassado e os cabelos claros esvoaçados em várias direções, os olhos azuis quase fechados por causa do sono. Observei meu amigo se deitar novamente ao meu lado, virado para mim da mesma forma como me virei para ele, toda a paciência e solidariedade estampado no sorriso acolhedor.

— Boa noite, Nico. — Ele murmurou, passando os dedos na lateral do meu rosto em um afago, fazendo com que eu sorrisse involuntariamente.

— Boa noite, Will. — respondi, deixando minhas pálpebras caírem, o escuro não mais tão opressor quando senti os lábios do meu melhor amigo na minha testa, tornando minha ida ao reino de Hipnos não só possível, como mais agradável.

(...)

Foi estranho acordar com uma pessoa ao meu lado, ainda mais porque a primeira visão que tive foi a bagunça de cabelos dourados que se destacavam nos lençóis negros da minha cama. Will ainda dormia virado pra mim. Com os olhos fechados, as íris azuis não roubavam mais a atenção das sardas que ele tinha por todo o rosto, um amontoado de pintinhas que me lembrava constelações sobre a pele bronzeada. Seu tórax estava nu e o lençol estava todo enrolado em suas pernas, como se tivessem tido uma briga catastrófica durante a noite e o resultado fosse a união de Will e Pano. O que o Solace tinha de calmo, controlado e organizado de dia, parecia se bagunçar enquanto ele dormia.

— Você está rindo de mim? — Sua voz soou grogue, me assustando.

— Como sabe? — Eu poderia negar, claro, mas minha parte curiosa era grande demais. Will abriu os olhos azuis e sorriu calmo, antes de se espreguiçar como  um gato, enrolando-se ainda mais nos cobertores.

— Eu te conheço, Menino das Sombras. — Bocejou, coçando os olhos como uma crianças. — Você não me engana mais.

— Isso é um desafio, Solace? — Ergui a sobrancelha, o que deveria ter soado desafiador, mas fui contagiado pelo bocejo de Will, fazendo-o rir.

— Ah, não, você anda complicado e se metendo em confusões demais. Não invente mais uma ou eu surto!

— Tudo bem. — Acabei rindo. — Tentarei. Não dá pra fazer o melhor curandeiro do acampamento surtar. Não quando Lou Ellen e Cecil vivem em pé de guerra e quando todo mundo ainda quer me matar. Preciso de alguém pra me manter vivo!

— Eu deveria ganhar um dólar cada vez que salvo sua vida. Vou acabar conseguir pagar a universidade de medicina só com isso.

— Ei, não precisa exagerar! — Briguei, e Will apenas riu mais da minha cara. Por mais que eu quisesse negar, era difícil: Will Solace havia me salvado inúmeras vezes e de formas diferentes, o que teria soado impossível para mim poucos anos atrás, quando tudo o que eu tinha era Minos me manipulando pra conseguir voltar a vida. — Você pensa em fazer isso mesmo? Cursar medicina?

Aos poucos o sorriso de escárnio de Will desmanchou, até que sua expressão se tornasse pensativa. Ele se ajeitou melhor na cama e olhou para o teto enquanto falava bem lentamente, imerso em pensamentos.

— Bom… Eu tenho esse sonho desde criança, sabe? — sorriu sonhador. — Usar meu dom pra salvar as pessoas. Não só aqui no acampamento, mas ir pelo mundo, sabe? Poder viajar, estudar novas formas de cura, ajudar quem realmente precisa. África, América Latina… Tem tantos lugares que eu poderia aprender mais, ajudar mais. Quero fazer algo importante.

— Você já faz. — Murmurei surpreso. Nunca havia me passado pela cabeça que Will poderia ter sonhos assim e, quando ele me olhou de lado com um sorriso sarcástico, percebi que havia muitas coisas que eu não conhecia sobre Will.

— Eu sei que já fiz muito por aqui. Mas… Eu já vou fazer dezoito anos. Não posso viver dentro dessas barreiras pra sempre, é hora de ir lá pra fora e colocar em prática tudo o que aprendi aqui.

— Achei que tivesse feito isso nas duas guerras que lutamos. — Revirei os olhos, um pouco impaciente com os argumentos de Will. Como assim ele planejava abandonar o Acampamento Meio-Sangue?! E, pelo jeito, não ia demorar muito.

— Não fique emburrado, não é como se nunca tivesse passado pela sua cabeça em sair daqui, não é? Ou melhor, não é como se você nunca tivesse abandonado o acampamento antes. — Acusou, me fazendo estreitar os olhos.

— Sim, eu abandonei, quando ninguém me queria aqui.

— Essa desculpa de novo… — Will murmurou e até pensei em argumentar, mas fiz de conta que não ouvi.

— …quando eu não tinha um lar, não tinha uma família. Você tem tudo isso aqui, Will, por que largar tudo?

— Porque eu quero mais que isso! — Exclamou um pouco alto demais, antes de apertar os lábios e suspirar. — Olha, eu adoro estar no acampamento, cuidar dos meus irmãos e ajudar na enfermaria. Eu não estou reclamando do que eu tenho e jamais quero perder. Mas eu também tenho meus sonhos e quero fazer algo especial. Cada um tem sua missão, você foi um herói quando trouxe aquela estátua, eu quero ser um herói salvando a vida de milhares. Você consegue entender isso?

Engoli em seco, sem saber o que responder. Parte de mim o entendia, sabia que o altruísmo de Will era muito maior do que eu podia imaginar, mas outra parte queria que ele ficasse ali, seguro e ao meu lado no Acampamento Meio-Sangue, onde nosso maior problema era vencer alguns jogos que, de vez em quando, podia acabar matando um ou outro.

Ficamos em silêncio algum tempo e eu preferi encarar a parede ou o teto à encarar Will, não era por raiva, era apenas porque eu não sabia o que lhe dizer.

— Ei, olha pra mim. — Ele pediu, me fazendo suspirar e obedecer. Havia um sorriso cauteloso em seus lábios, o mesmo que costumava usar  no começo da nossa amizade, um sorriso que não chegava a iluminar seus olhos, mas ainda era irritamente reluzente. — Por que você não vem comigo? Sabe, procurar uma universidade legal, ou um trabalho legal e tentar sobreviver lá fora, sendo caçado por monstros todo dia e com Mc Lanche Feliz mais barato do que os vendidos pelos Stolls.

— O que? — Franzi a testa, sem entender onde Will ia chegar.

— Sei que dois meio-sangues chamam muito mais atenção do que um, principalmente você sendo filho do Todo-Poderoso-Hades, mas, pensa bem: é a melhor forma pra mim ficar de olho em você e me certificar que vai comer vegetais pelo menos cinco vezes por semana.

— Bom… Eu… — Murmurei, sem conseguir raciocinar. Por um momento pensei nessa possibilidade: viver na mesma casa que Will, com uma vida normal, onde as maiores preocupações seria o que cozinhar na hora do jantar. Poderia ser legal, é claro, se eu não estivesse praticamente noivo de uma garota que tentava me matar a cada cinco minutos. Suspirei, não sabendo o que responder.

— Tudo bem, não precisa responder agora. — Will sorriu, um jeito doce que geralmente conseguia me deixar mais calmo, um jeito que dizia que não estava magoado ou algo do tipo. — Mas, saiba que tem uma opção, você sempre pode contar comigo. Pra qualquer coisa, ok? Pra conversar sobre qualquer coisa também. Por exemplo… Da noite passada.

Gemi, sabendo que uma hora ou outra isso ia surgir. Agora eu teria que inventar uma grande desculpa sobre porque Thalia estava com tanta raiva de mim à ponto de tentar me matar, uma desculpa que não envolvesse o beijo que lhe dei.

— Ah, não, Solace… — Resmunguei, cobrindo meu rosto com o travesseiro.

— Ah, sim, Nico. — Retrucou, puxando o travesseiro que tentei reaver. — Precisamos conversar sobre isso. Logo você, com medo do escuro!

— O que?! — Parei de tentar puxar o travesseiro, encarando-o sem entender por alguns segundos, antes de lembrar dos meus surtos na noite passada. — Eu não tenho medo do escuro!

— Não, eu que tenho! — Will revirou os olhos, sentando-se na cama. Suspirou e tocou meu braço calmamente, o semblante calmo, mas deixando claro que eu não fugiria daquela conversa. — Desde quando isso vem acontecendo?

Foi a minha vez de suspirar e me sentar, apertando as mãos em um gesto nervoso. Por fim, me dei por vencido:

— Ontem foi a primeira vez. — Confessei, sem conseguir encará-lo. — Eu entrei em transe de novo.

— E o que você viu?

— O Tártaro. — Engoli em seco, o encarando. Will assentiu calmamente e sua mão deslizou pelo meu braço em um afago calmo. — Eu não quero me lembrar disso, Will, mas toda vez que eu fechava os olhos era como se eu estivesse lá de novo e eu não conseguia voltar. E quando eu abria… Eu não sabia mais se estava aqui ou lá, era tudo escuro… E frio… E…

Solitário”, pensei.

Minha garganta parecia apertada e meus olhos quase lacrimejavam. Will apertou mais meu braço e sorriu.

— Ei, calma. Vamos dar um jeito nisso, ok? — Ele garantiu e eu assenti, apertando meus lábios e desviando o olhar. — Você não precisa me contar, não precisa pensar nisso agora. Mas eu estou aqui. Os seus problemas são meus também, eu faço tudo por você e mais ninguém, o que eu quero é ver seu bem, tá? Você é meu amigo, Nico, eu estou aqui pra te ajudar.

— Uau… — Murmurei, estranhando o sorriso de Will e suas palavras. — Isso é muito poético, mesmo vindo de você.

— Ah, é Toy Story adaptado. — Ele piscou e abri minha boca em descrença enquanto Will gargalhava.

Imbecille! — Exclamei, pegando o travesseiro e lhe acertando o corpo. Enquanto eu continuava xingando e batendo com a almofada, Will continuava a rir, tentando se defender com os braços e com outro travesseiro, mas eu não estava ali para perder.

— Pensei em cantar a parte de que outros podem ser melhores do que eu, mas sejamos francos: eu sou o melhor!

Revirei os olhos e acertei o travesseiro no rosto de Will, só pra desmanchar aquele sorrisinho irritante.

— Você é um cretino, Solace! — Exclamei, empurrando meu corpo sobre o seu na cama, tentando imobilizá-lo antes que eu perdesse a batalha.

— Ah, eu só queria acabar com o clima! — Will continuou, tentando me empurrar com os braços. Ele conseguiu empurrar o travesseiro para o chão, mas meu corpo ainda pressionava o seu na cama e eu tentava segurar seu braços, forçando-o a entrelaça-los sobre o peito. — Vamos, Menino das Sombras, você precisa admitir que dessa vez, eu te enganei.

— Você é tão infantil, Solace! — Exclamei, ainda tentando segurar os braços de Will, que conseguiu escapar, rindo ao empurrar meu corpo.

— E você é tão chato, Di Angelo! — Retrucou, empurrando meu corpo novamente até que me vi caindo no chão, xingando quando minhas costas atingiram o piso gelado.

Will gargalhou mais alto e debruçou na cama, olhando-me de cima.

— Morreu aí? — Perguntou sarcástico. — Juro que não tive culpa!

Bufei, armando-me com o travesseiro ao meu lado, preparado para o segundo round da guerra de travesseiros.

— Você me paga, Solace! — Exclamei, acertando-lhe a cabeça com a almofada. Will reclamou e se sentou na cama, longe do meu alcance, mas me dando tempo suficiente pra me por de pé.

— Hoje não, Menino das Sombras! — Revidou, jogando o travesseiro e atingindo meu tórax.

Acabei rindo e já ia me vingar, quando escutei as batidas na porta.

— Di Angelo, abra a porta! — Uma voz feminina ordenou e olhei para Will sem saber como reagir.

Ele seria pego ali e acrescentaria mais um item na lista de porque eu estava ferrado!


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Notas finais do capítulo

Link da tirinha com melhor resolução: http://ellynivoeh.16mb.com/images/Tirinhas/WhatsApp-Image-2017-06-17-at-15.15.21.jpeg

Ideia vinda de um headcanon do Tumblr em que o Nico ficava com medo de escuro por causa das lembranças no Tártaro.
Se o capítulo estiver muito parecido com Banhos Solares, a explicação é que parte dele foi escrita na mesma época, ano passado. Sim, eu estou guardando esse trechinho há muitos meses!
Espero que tenham gostado e sei que estão mega curiosos sobre a Thalia, mas... Escutem a opinião de Zeus! O que acham que ele quis dizer com aquilo na tirinha?!
P.s.: Não lembro quem fez a piadinha da Pipoca Queimada, foi mais de uma pessoa. Me avisem nos comentários e dou os créditos aqui!
Obrigada pela atenção e por todo o carinho! Nos vemos nos comentários?!