Eu, Meu Noivo & Seu Crush — Thalico escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 24
Família vs Action Figures


Notas iniciais do capítulo

Sim, Eu Meu Noivo & Seu Crush esta de volta e no dia do aniversário do nosso crush supremo, Nico!
Dedico o capíutlo à todos os que enviaram MP, review, mensagens, cada palavra de incentivo e cada carinho. Muito obrigada!
Mas, preciso dedidcar em especial à Dama do Poente que, mais do que ninguém, me dá forças e ânimo para escreve; E à Dama das Águas que enviou uma recomendação linda! Muito obrigada!
Ademais, boa leitura!

Sugiro que coloquem o cover de Sweet Dreams da Holly Henry quando aparecer (...). O link é este: https://www.youtube.com/watch?v=hjJOQ7bBfCs



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Narração: Nico di Angelo

Tenho certeza que vocês estranharam minha atitude de pedir Thalia em casamento, certo? Tudo bem, essa minha mudança na história foi realmente horrível, mas vou voltar a narrar meu encontro no mundo inferior, no qual Zeus, Perséfone, Hera e Deméter marcaram presença. Vocês se lembram em que parte paramos? Vamos a partir dela.

— O conselho olimpiano votou. — Zeus falou em um tom sério e até as deusa se calaram. — Nico di Angelo se tornará um deus.  

— Um deus? — Murmurei, apertando minha garganta;

— Sim. Hércules se tornou um deus depois da morte. — Hera explicou de um jeito entediado, mas com uma pitada de ironia. — Acreditamos que você possa ser digno de tal honra.

— E então, garoto? — Minha madrasta se inclinou para a frente, os braços apoiados nos joelhos enquanto me fitava. — Você aceita?

A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi: “Uau! Eu queria ser um deus!”. Quer dizer, imagina ter todos esses poderes e não ter que se preocupar em se tornar uma sombra se usá-los todos de uma vez! Você estala os dedos e pronto: seu inimigo se torna uma ameba! Sem falar na onipresença, onisciência e quase onipotência! Acabou essa história de estudar álgebra ou ferrar meu cérebro disléxico tentando ler em inglês, afinal, eu vou saber de quase tudo, pra que estudar?!

Não ter que me preocupar com profecias, em ressuscitar um exército de mortos e acabar virando uma poça de sombras, em ser atacado por uma manticora enquanto fujo do Acampamento para comprar McLanche Feliz! Eu seria imortal, não envelheceria e nem morreria! Acabou espinhas, gripes, me cortar todo tentando fazer a barba — se eu quiser, posso ter uma barba enorme igual do pai da Piper! —, mudanças estranhas na minha voz e todos estes problemas irritantes da adolescência!

— Um deus como vocês?! — Quase gritei, animado.

— Bom, não exatamente… — Zeus respondeu, me olhando com um sorriso presunçoso. — Um deus menor. Você serviria ao seu pai…

— Mas um deus de que?! — O cortei, quase pulando de alegria. — Das sombras?! Torturas?! Almas penadas?! Os sacrifícios para mim podem ser só de McLanche Feliz?!

— Nós não pensamos nisso… — Perséfone começou, trocando olhares com os demais deuses.

— Eu vou ganhar um chalé no Acampamento Meio-Sangue?! —  Continuei a bombardear de perguntas, pensando nas inúmeras possibilidades. —  Um Santuário no Acampamento Júpiter?! Action figures?  Estátuas legais?! Cartas especiais?! Eu quero muitos pontos de dano! E eu quero uma estatueta incrível de mitomagia!

— Acho que você pode assinar o pacote Premium… — Hera comentou, dando de ombros.

Eu, Nico di Angelo, um deus. Acabou os banhos de sol obrigatórios para não sumir nas sombras! Quero só ver a cara de Will ao saber disso…

Will. O nome ressoou por minha mente, bem como a imagem do meu melhor amigo. Eu seria um deus, mas ele não. Nem Hazel. Ou Jason. Ou Percy. Nem Reyna. Nenhum dos meus amigos…

Eu seria imortal, mas eles não. Eu jamais mudaria, mas eles envelheceriam, se casariam, teriam filhos, netos, encheriam de rugas e… morreriam. Iriam para o Elísio, provavelmente, mas eu jamais ficaria ao lado deles ali. E ainda em vida… Deuses não podem conviver o tempo todo com mortais. O que significava que…

— Eu vou ter que ficar longe dos meus amigos? — Perguntei baixo, franzindo a testa.

Olhei para os deuses a minha frente que haviam escolhido o momento para olhar para qualquer ponto que não fosse eu. Eles não disseram uma palavra pra minha pergunta, o que era uma resposta bem mais sincera que qualquer “sim” ou “não”.

— Eu não quero ficar longe da minha família. — sussurrei e, se o meu coração ainda batesse, tenho certeza que sentiria um aperto ali.

— Não é que você nunca mais vai ver eles. — Perséfone falou gentilmente, tentando soar positiva. — Só não vai ser com tanta frequência como agora.

— E poderemos ser uma família, Filho. — Meu pai se pronunciou, falando em um tom calmo, percebendo que eu começava a fraquejar quanto a querer ser imortal. — Uma família de verdade.

Com olhos azuis faiscando de raiva, a imagem de Thalia Grace enquanto discutimos veio na minha mente.

— Para ser um deus — Comecei, quase em um sussurro, pensando nas possibilidades. —, eu terei que me casar com Thalia? Ela terá que sair da caçada e se casar comigo?

—Obviamente. — Hera revirou os olhos impaciente. Engoli em seco e encarei Zeus:

— Então a minha resposta é não.

— O que?! — Deméter gritou exasperada. As deusas me olhavam surpresas, como se não pudessem acreditar nas minhas palavras. Meu pai, como sempre, mantinha a expressão neutra, me analisando.

— Como assim menino?! — Hera exclamou também surpresa.

— Nico, pensa bem! — Perséfone complementou, inclinando-se mais na minha direção, apertando as mãos em nervosismo.

— Olha, não sei o que disseram do aluguel no Olimpo… — A deusa do casamento retomou. — Mas não é verdade!

— Acha que o Mundo Inferior é melhor que estar casado com minha filha? — Zeus perguntou calmamente, um tom tão baixo e calmo que atraiu a atenção das deusas. Olhei para o deus dos deuses fixamente, mirando seus olhos tão similares aos de Thalia, que pareciam manter raios e uma inteligência maior que a da própria Atena por trás.

— Não, Lorde Zeus. — Respondi pausadamente. Tudo bem que eu estava morto, mas não estou afim de ir pro Tártaro novamente, mesmo que tenha saudades do Bob; — Só não vou condenar Thalia à isto.

— Ai, menino, larga de drama! — Deméter reclamou, revirando os olhos. — Não estamos falando pra vocês unirem-se em um!

— Casamento nem é tão ruim assim! — Hera, a própria deusa do casamento, opinou. — Um sorrisinho aqui, outro beijinho ali e todo mundo acredita que vocês saíram da Disney!

—  É pura ilusão, querido! — A deusa da agricultura continuou. — Nunca viu Hércules?!¹ Olha Zeus e Hera ali! Até shippáveis são! Acha que isso é verdade?!

— Nossa, mana! — Hera exclamou, olhando emburrada para a irmã. — Não precisava pegar pesado!

— Só estou sendo sincera! — Deméter completou, sorrindo mordaz e olhando fixamente para mim. — Veja bem, queridinho, é um casamento de negócios, sabe? Aparência, apenas. Vocês só vão ter que ficar abraçadinhos em público vez ou outra, nada demais. Não estamos pedindo mil e uma noites de amor e três pipopinhazinhas!

— Mesmo que nós adoraríamos isso! — Hera sorriu de uma maneira que deveria ser fofa, mas parecia mais uma psicopata que daria medo ao Coringa.

— Vocês não entendem, não é? — Questionei, balançando a cabeça em negativa. — Não é por ter que viver com Thalia que minha resposta é não, é por tudo o que vocês vão fazer ela perder.

— Por ter que sair da caçada? — Hera ergueu a sobrancelha irritada. — Ah, faça-me o favor, garoto! Não é você que odeia as caçadoras?!

— Sim, Lady Hera. — Retruquei, tentando mostrar o mínimo de respeito para não ser fulminado. — Eu não gosto das caçadoras de Ártemis desde que levaram minha irmã. Mas isso não significava que não vou respeitar a decisão de Thalia, por mais que eu não concorde. As caçadoras são sua família, eu não vou fazer Thalia perder tudo.

— E você? — Demeter perguntou, os olhos crispados e um sorriso malvado. — E tudo o que você perdeu?

— Eu perdi muito, não há como negar. — Respondi depois de uma pausa, pensando em tudo o que havia passado nos último anos. —  Mas também ganhei muito. — Olhei para Hades, questionando se eu devia continuar; Ele assentiu levemente e engoli em seco, voltando-me novamente para minha tia imortal. — Eu e meu pai estamos aprendendo que não dá pra viver de rancor, que temos que esquecer o passado. Não quero olhar pra tudo o que me foi tirado, e sim no que ganhei nos últimos anos, nos meus amigos, na minha família, no meu lar.

— E de que, adianta, menino? — Hera perguntou sarcasticamente. — Você está morto, não vai voltar para o Acampamento Meio-Sangue.

— Eu prefiro esperar por eles no Elísio. — Retruquei, voltando-me para a Deusa do Casamento. — Não é só por Thalia: eu não quero ser imortal. Não me levem a mal, não estou dizendo que não morrer é ruim e que não seria fantástico ter todos esses poderes e adorações e tudo mais… Mas eu não quero ver todos os meus amigos morrerem e ficar sozinho depois. Sinceramente? Eu prefiro uma família à action figures, mesmo que demore anos para revê-los.

— Você tem certeza, menino? — Hera questionou novamente mordaz, provavelmente já irritada. — Talvez fosse bom você ver o que está acontecendo no Acampamento Meio-Sangue.

A Rainha dos Deuses acenou e um enorme espelho surgiu na minha frente. Dentro das molduras douradas, a imagem da Sala do Trono do Mundo Inferior se desfez e a imagem do Acampamento Meio-Sangue surgiu.

Senti minha garganta se apertar ao ver meu corpo no chão com a cabeça sobre o colo de Thalia, mas o que me chamou atenção foi o desespero de Will e Jason, debruçados sobre mim. Não havia som, mas eu não precisava ouvir suas vozes para saber que me pediam para permanecer, para resistir aos ferimentos e sobreviver. O desespero era tão claro que a vontade de chorar me dominou, se eu fosse vivo, com certeza estaria sentindo a garganta queimar e o desespero do choro. Meus sentimentos se repartiam desigualmente em dor por os perder, desejo de voltar, medo deles morrerem e gratidão por me amarem.

Quando Hazel se deixou cair ao lado do meu corpo, eu só pude observar seu desespero expresso pelo corpo tenso e os lábios que sussurravam inaudivelmente, e eu só conseguia pensar em como soava semelhante ao meu próprio desespero quando Bianca morreu. Minha irmãzinha romana havia feito tanto por mim, mesmo com todos os nosso problemas, ela nunca deixou de se preocupar se eu estava bem, vê-la tão despedaçada só piorava meus sentimentos.

Will se jogou sobre o meu corpo na imagem do espelho e foram os meus joelhos no Mundo Inferior que cederam. Felizmente, na visão, Thalia colocou o corpo sobre o meu, arriscando-se, e impediu que meu melhor amigo se machucasse com a flecha envenenada. Percy foi em seu socorro e o segurou, mas eu só conseguia observar Will, só conseguia ver seu desespero e fiquei feliz por não ouvir seus gritos, eu não suportaria ouvi-los… Era tanta dor exposta na sua expressão que parecia quebrar minha alma.

— Will… — Sussurrei, ou solucei, realmente não sei dizer. Ainda morto, com um coração parado, parecia que tudo o que havia no meu peito eram cacos de vidro, que não rasgavam menos minha alma.

— E sua família, menino? — A voz de Hera soou perto e senti a mão dela no meu ombro. Não desviei meus olhos do espelho que ainda mostrava o desespero de Will, mas sabia que a deusa falava perto do meu ouvido, tentando-me. — Eles vão aguentar esperar tanto pra te ver?

Como se o espelho acabara de ser trincado no meio, ele se repartiu em vários pedaços, como que se quebrando, e, separados por fissuras, eu poderia ver em cada pedaço um amigo diferente. A expressão dolorosamente quebrada de Jason ao olhar meu corpo, a tristeza de minha irmã, as lágrimas preenchendo os olhos verdes que um dia tanto fascinei quando Percy abraçou Annabeth e até a filha de Atena parecia tentar evitar o choro;

Havia também Frank e seu rosto inchado de lágrimas, parecendo contar a Reyna o que havia acontecido e a expressão de choque da minha pretora favorita era tão similar a quando viu seus próprios fantasmas em Porto Rico; Até mesmo Gleeson Hedger parecia abalado, gritando enquanto seus cascos pisoteavam a grama da floresta e Meelie apertava os lábios, não impedindo as lágrimas…

Havia muitos rostos, até me surpreendi ao ver o choro de tantos amigos amados, mas, no centro do espelho, havia o que mais me machucava: A expressão destruída de Will, os cabelos pálidos e os olhos sem vida eram a ruína da minha alma.

—  Você tinha uma bela família, Menino Solitário. — A deusa do casamento enfatizou o “tinha” em um tom tão similar a uma harpia que me fez apertar os lábios.

Ela estava me torturando, me fazendo fraquejar de propósito… Obriguei meus olhos a abandonarem a figura de Will e os fixei em Thalia Grace, em uma das extremidades do espelho.

Não havia lágrimas em seu rosto, apenas culpa nos olhos elétricos. Ela estava se fazendo de forte, provavelmente diante do desespero dos demais, e eu quase acreditaria que ela estava imune à qualquer emoção, se não conseguisse ver seus lábios apertados e o sutil movimento na garganta, enquanto engolia em seco.

Ela não estava tão frágil quanto quando brigamos mais cedo, mas não parecia tão forte quanto quando chegou no Acampamento Meio-Sangue há apenas três dias. Apenas um final de semana havia sido suficiente para virar nossas vidas de cabeça para baixo e mudar a forma com que eu via Thalia Grace.

Era muito tentador o que os deuses me ofereciam, o preço não era tão alto para mim, mas para ela… Talvez eu não devesse me importar. Hera estava certa: eu não gostava de caçadoras e Thalia Grace havia recrutado dezenas nos últimos anos; Elas levaram Bianca, quase feriram Reyna em Porto Rico e Thalia quem liderou o último problema. Sem falar na confusão após o caça à bandeira, que gerou até uma briga minha com Will. Por que, então, eu deveria me preocupar com ela?!

Contudo, eu tinha que admitir que os últimos dias provocaram um pouco de empatia da minha parte pela garota, além de admiração pela forma como era forte, sabia esconder seus problemas muito bem e, tenho que admitir, era uma ótima lutadora. Como a minha, sua vida também não foi fácil e uma das principais culpadas disso estava com a mão no meu ombro.

— Eu não tinha, Lady Hera. — Retruquei, rangendo os dentes e me forçando a ficar de pé. — Eu tenho uma linda família e eu vou esperar cada um deles, sem pressa, no meu lugar, que é o Mundo Inferior. — Virei-me para cada um dos deuses, erguendo o queixo e olhando cada um nos olhos enquanto falava pausadamente. — Eu sou o Filho de Hades, o Príncipe dos Fantasmas e eu não fujo da morte.

O silêncio na sala se firmou enquanto os deuses me encaravam, cada qual com uma expressão um tanto indecifrável. Eu não sabia dizer se estavam surpresos ou apenas pensando em qual a melhor forma de me fulminar já morto, mas posso dizer que eu comecei a me sentir particularmente nervoso ao pensar em algumas possibilidades.

— Acredito que estamos um pouco nervosos. — A voz de Perséfone, doce e maleável como veneno, soou pelo ambiente, me fazendo sentir um calafrio ao ser observado pelos olhos multicoloridos. — São muitas informações e acredito que esta sala seja um pouco opressora. Sugiro um chá, tenho certeza que poderemos refletir melhor no jardim!

A última coisa que eu queria era ir aos Jardins de Perséfone, principalmente com suas romãs tão perto. Tudo bem que elas não me materiam eternamente preso no Mundo Inferior — até porque, Thanatos fez isso pelas frutas amaldiçoadas —, mas ainda mantenho más lembranças de quando permaneci preso em um jarro e era todo o alimento que me restava. Troquei olhares com meu pai, que deixava claro que deveria me manter calado.

— Uma ótima ideia, querida filha. — Deméter sorriu, mas seus olhos ainda estavam estreitos. — Criei um novo chá de gengibre e canela que vocês vão adorar!

— E posso invocar alguns bem-casados! — Hera completou e seu sorriso para mim era perigoso, deixando clara a intenção do doce mencionado. — Chá é sempre uma ótima ideia!

— Concordo com a ideia, querida. — Hades forçou um sorriso, sem olhar para a esposa, seus olhos fixos ainda em mim. Lentamente ele se virou para Zeus, mantendo a expressão concentrada ao forçar o sorriso. — Por que não as acompanha, irmão? Mandarei que os servos lhes acomodar.

— Estou criando novas flores inspiradas em Pipopinha! — Perséfone exclamou sorrindo de uma maneira que parecia bem realista, como se não ligasse para a tensão no ambiente. — Adoraria receber críticas e sugestões! Podemos ver enquanto preparam a mesa!

— Uma flor inspirada em pipopinha?! — Hera exclamou amistosa, caminhando até minha madrasta que já se levantava do trono. — Eu preciso ver isso! Venha, querido, há éons você não me faz companhia!

A Rainha dos Deuses lançou um olhar assustador para o marido que, até então, havia se mantido calado e com os olhos crispados na minha direção. Zeus assentiu levemente e se levantou, ainda me fitando e seguiu as três deusas que continuavam tagarelando.

As portas se fecharam com um estrondo atrás deles e eu só consegui encarar meu pai, cuja a expressão continuava ilegível.

— Isso foi… — Hades começou, os olhos estreitos. — ...surpreendente.

— Me acha tolo? — Questionei, me achando tolo. — Por recusar ser um deus?

— Heróis são tolos. — Meu pai respondeu depois de um longo suspiro. Havia um leve repuxar em seus lábios, o que acreditei ser um sorriso. — E, afinal de contas, você é um herói.

— Eu não sou um herói. — Resmunguei baixo, esperando que ele não ouvisse.

— Tenho que admitir que você é diferente em alguns pontos do estereótipo de heróis. — Meu pai concordou, balançando a cabeça e não pude deixar de questionar sobre quais pontos, além do porte nada-atlético e nada-impressionante. — Mas são pontos que eu aprecio. Muito nobre da sua parte desistir da imortalidade por Thalia.

— Eu não desisti da imortalidade por Thalia. — Corrigi, percebendo que o sorriso do meu pai se tornava algo que deveria ser malicioso. Além do mais, ele estava colocando em palavras que faziam aquilo parecer romântico, o que não era, ok?!

— Esse foi o seu argumento.

— Não foi por Thalia. — Frisei, cruzando os braços e, talvez, fazendo um bico. — Foi por todos os meus amigos.

— Existe algo que quero lhe mostrar antes desse chá. — Meu pai se levantou do trono e parou ao meu lado, olhando para um ponto atrás de mim.

Virei-me também e encarei o espelho quebrado de Hera, que ainda mostrava a face dos meus amigos chorando. Com um gesto, sombras densas surgiram nas mãos de Hades e seguiram até o espelho, envolvendo-o enquanto o objeto derretida, como se estivesse sendo fervido e, das bolhas, surgiu uma névoa colorida, moldando-se para formar a primeira cena que o espelho exibiu, como uma mensagem de íris.

— Thalia tentou fazê-los de desistir de te salvar… Você viu isso não, é? — Assenti, observando meu corpo caído no colo de Thalia e meus amigos em volta. — Seu amigo Will quase morreu também nisso. Mas ela o fez parar, sabia que era o que você queria. Vocês têm muito em comum…

— Pai, eu não quero me casar com Thalia. — Sussurrei, engolindo em seco.

— Eu sei, o que eu quero te mostrar é o quanto eles te amam, mas não pra te torturar como Hera fez.

— Você é minha família, ok?!  — Escutei a tão conhecida voz de Jason Grace e a vontade de chorar pareceu mais forte que nunca. Olhei para a imagem dos meus amigos em volta do meu corpo e parecia tão real que eu quase podia tocá-los, até mesmo as palavras do meu amigo soavam claras como se ele estivesse ali, ao meu lado. — Você é minha família seu emo supersensível e idiota! E família não se deixa!

Não sabia se chorava ou se sorria com a declaração tão atípica. Jason parecia tão abalado, mas suas palavras aqueciam minha alma, invocando muitas memórias boas. Mesmo que ele me chamasse de emo supersensível e idiota — Poxa! Achei agressivo! Não sou tão supersensível, né?! — sua sinceridade era clara, mesmo que seus pedidos fossem que eu aguentasse e que voltasse para ele, as memórias boas, as piadas idiotas, seus sorrisos irritantemente animados… Aquilo me dava força e a certeza de que eu fiz o que era certo. Quando ele me chamou de “irmãozinho mau humorado e resmungão”... Um riso escapou de mim e percebi que eu chorava. Mesmo que morto, eu ainda estava chorando e não sei se era por tristeza ou por todo o amor que estava sentindo.

— Ele não acreditou que você estivesse morto… — A voz do meu pai soou ao meu lado, mas permaneci meu olhar na imagem a minha frente. — “Ele é o rei dos fantasmas, sobreviveu a tanta coisa, ele vai voltar”. Foram essas as palavras dele. É… — Ele fez uma pausa, procurando a palavra certa. — inesperada essa amizade entre vocês, tenho que admitir. Eu nunca me dei bem com Zeus, seja na forma romana ou grega, mas você e esse menino… Vocês conseguem ser amigos de verdade.

— Ele é como um irmão mais velho e superprotetor. — Contei, apesar do meu pai saber disso. A imagem estava repetindo, como um gif, meu amigos apenas olhavam para mim, sem saber o que fazer. — Ele decidiu que ia ser meu amigo, que ia me proteger de tudo e eu não tive escolha. — Murmurei em meio ao sorriso e funguei, tentando secar as lágrimas. — Vou sentir falta dele.

— Hazel está fazendo o funeral, — Meu pai contou, quando a imagem de minha irmã caindo ao meu lado surgiu. — Esperava que você pudesse cuidar dela, mas acho que não precisa.

— Hazel é forte. — Concordei, orgulhoso. — Ela consegue se cuidar sozinha e também tem Frank ao seu lado. Só queria… sei lá… Ter passado mais tempo com ela, talvez. Devia ter visitado ela mais vezes.

— Os humanos dizem que essa é a pior parte da morte: o arrependimento do que você não fez.

— É estranho eu não ter tantos? — Questionei, tentando engolir o choro. — Quer dizer, eu tento não ter. Eu só queria ter passado mais tempo com meus amigos, aproveitado mais deles.

— Contado sobre quem você é?

— Sobre minha sexualidade? — Interroguei sem olhá-lo. Normalmente eu evitaria esse assunto, mas diante de tudo… Apenas dei de ombros e respondi sinceramente. — Talvez para Will, acho que é o único que eu realmente me importo e não sabe.

“Por favor, não me pergunte o porquê dele não saber”

— Se tivesse a chance de voltar, você contaria? — Meu pai perguntou e não consegui deduzir o que ele pensava com aquelas palavras.

— Acha que vou voltar? — Virei-me para ele, curioso.

— Zeus tem uma carta na manga. — Hades suspirou, também se virando para mim. — Nico, eu juro pelo rio Estige se você quiser: eu não tive nada a ver com sua morte.

—Eu acredito, pai. — Murmurei. — Tanto em que não teve nada a ver com isso, quanto  que Zeus está tramando algo.

— Você é esperto, Nico. — A sombra de um sorriso surgiu em seus lábios. — Tenho certeza que vai saber lidar com isso. Só se lembre de uma coisa, criança: Quando você está negociando, precisa estar disposto a ceder sua parte.

— Manterei isso em mente, pai. Mas Zeus não vai conseguir tudo o que quer.

(...)

Era inegável que havia certa poesia com o jardim de Perséfone. A ideia de uma primavera congelada, em que as flores fossem trocadas por imitações em pedras preciosas, raras e caras, mas frias e sem vida. O jardim todo tinha uma beleza quase invisível e mórbida.

A mesa, como de costume, estava posta no terraço escuro com vista para o jardim. Havia uma infinidade de guloseimas, jarros com chá, xícaras e píres de porcelanas antigas e ornamentadas, tudo delicado e descolorido, refletindo a falta de vida do lugar, contudo, me parecia até bonito. Até mesmo as três fantasmas que cantavam Sweet Dreams àcapella, com uma sutileza tocante.

Os deuses estavam acomodados ali, rindo e comendo como se fosse a coisa mais normal do mundo; Sentei-me à direita do meu pai, infelizmente, de frente para Perséfone, mas, fiz o possível para ignorá-la.

— Você tem um belíssimo coral, irmão. — Zeus comentou, degustando um muffin na ponta da mesa oposta ao meu pai. Ele sorriu para mim e cantou junto às fantasmas, a voz baixa e bela, mas assustadora: — Some of them want to use you, some of them want to get used by you… — “Alguns deles querem te usar, alguns deles querem ser usados por você...”, apropriada a música, não? — Sweet Dreams é uma das minhas músicas favoritas, pedi que cantassem.

— Os créditos são de Perséfone. — Meu pai respondeu calmamente. — Sabe escolher servas como ninguém.

Minha madrasta sorriu educadamente, ao mesmo tempo que uma de suas criadas me ofereceu uma travessão com frutas apetitosas.

— Não se preocupe, querido. — Perséfone fingiu me tranquilizar. — Sabe que não ficará preso se provar uma. Mandei que colhessem os romãs especialmente para você.

Estreitei os olhos, mas acenei dispensando ainda assim. Não sei se entraria em transe de morte novamente por provar dos romãs enfeitiçados, contudo, não queria testar.

— Coma, queridinho. — Deméter me incentivou, um sorriso assustador ao receber uma leve cotovelada da filha. — É falta de educação não o fazer.

— Obrigado… — Respondi, desconfiado. — Mas eu estou morto, não preciso comer.

— Apenas um doce, queridinho… — A deusa da agricultura continuou e não sei dizer se ela havia enfeitiçados os bolinhos ou era só porque acreditava que o mundo todo deveria ser vegano;

— Por que quer tanto que eu coma? — Questionei, franzindo o nariz quando uma das servas entornou um chá cor-de-rosa na xícara à minha frente.

— Ora, querido! — Minha tia imortal mais louca sorriu o mais doce e assustadoramente possível. — Estamos em um chá: As pessoas comem e bebem em um chá. Pegue, pelo menos, um biscoito.

Dei uma olhada pela mesa, podia sentir quais especiarias eram do Mundo Inferior, mas o que me assustava eram as que não eram. Podia haver inúmeras poções e, até mesmo, venenos para a alma nos bolinhos. Ou, pior ainda, poções de amor nos cupcakes. Os deuses seriam loucos o suficiente para tanto?

— Não tem nenhuma poção de amor, queridinho. — Hera, sentada ao meu lado, deu-me um sorriso predatório. — Essas poções são tão complicadas de conseguir, possuem tantas contra indicações, efeitos colaterais e prazo de validade. Não faríamos isso com vocês!

— E só Eros e Afrodite sabem preparar. — Deméter suspirou dramaticamente. — E eles se recusam a te ver em qualquer shipp hétero. Não que nós tenhamos tentado comprar uma, claro.

— E Thalia tinha que ser caçadora! — A deusa do casamento reclamou. — Ártemis tinha que fazer Afrodite e suas crias prometerem ficarem bem longe daquelas meninas! Uma vez um filho de Eros… Como é o nome daquele menino mesmo? É algo a ver com azeitona. — A deusa olhou para cima pensativa, mas acabou deixando para lá. — Bom, ele flechou um rapaz que se apaixonou por uma menina. Mas, ela se tornou caçadora logo depois. Sabe quantos séculos durou a confusão?!

— Só podemos torcer pros coraçõezinhos de vocês enxergarem um ao outro. — Minha tia louca, Deméter, suspirou com o rosto apoiado nas mãos, como se estivesse vendo um filme romântico extremamente meloso.

— Então vocês não podem fazer com que eu me apaixone por Thalia? — Ergui a sobrancelha. — Ou ela se apaixonar por mim?

— Infelizmente. — Deméter suspirou novamente. — Ou já teríamos resolvido isso há tempos, querido.

— É interessante, — Zeus se pronunciou e senti um arrepio ao me virar para ele. O senhor dos deuses mantinha os olhos fixos nos meus, girando um cupcake na mão, como se estivesse se decidindo se valia a pena experimentar ou não. — Você citar as proles de Afrodite, minha querida esposa. Você conheceu o mais famoso, não é, Nico? O filho do Amor mais perigoso?

— Cupido. — Falei baixo, franzindo a testa. Zeus devia ter conhecimento do meu confronto com o deus, devia saber que eu nunca poderia me apaixonar por sua filha realmente… Então porque investir nesse casamento? — Encontrei a versão romana de Eros nas Terras Antigas.

— Eros é um deus interessante. — O senhor dos deuses continuou, deixando de lado o bolinho e apoiando os cotovelos na mesa, com uma expressão concentrada ao cruzar as mãos. — Não concorda? Por séculos foi um bebê, por ser tão solitário, mas quando nasceu seu antagônico, Anteros, os dois se tornaram inseparáveis e só então Eros cresceu. Irônico isso, não?²

— O amor e a dor viverem juntos?

— Não, a maneira como eles são tão diferentes e iguais ao mesmo tempo. — Zeus sorriu, mas seus olhos azuis estavam frios, o que me fez engolir em seco. — Um é o oposto do outro, mas são tão iguais e inseparáveis. Acho que você entende isso não é? Foi triste quando eles tiveram que se separar, Eros quase voltou a ser uma criança. Sabe o que impede isso? Apesar dos mortais sempre mostrarem o Cupido como um bebezinho gordo e feio, claro.

— Não faço ideia, Senhor. — Resmunguei, sentindo a garganta seca.

— Anteros e Eros se veem regularmente. E, claro, Psique ajuda com isso, Eros ama a esposa tanto que não quer ser uma criança. Mesmo que com a traição de Psique, ele ainda ama. Você perdoaria, no lugar dele? Acredita nesse tipo de amor?

— Eu não sei dizer, Senhor. — Respondi cauteloso, com medo de estar em uma armadilha, o que provavelmente estava acontecendo. Passei meus olhos rapidamente pela mesa e notei que todos estavam prestando atenção em nós, inclusive a Rainha dos Deuses. — Mas adoraria saber sua resposta.

— Claro! Faria tudo por minha querida esposa. — Zeus continuou com o sorriso falso, apertando rapidamente a mão da deusa teatralmente. — Mesmo se eu fosse um mortal, eu também desafiaria os deuses pelo amor da minha vida. Você conhece essa outra parte da história? Como Eros me implorou pela vida de Psiquê?

— Conheço. — apertei os olhos, não entendendo onde O Senhor dos Deuses queria levar aquela história.

— Tão apaixonado… Confesso que admiro uma boa história de amor. Uma conversa aqui com seu pai, outra ali… E Psiquê retornou ao seu amor. E depois se tornou uma deusa. Uma linda e feliz história de amor, não acha? Se amaram eternamente.

— Acho que o chalé de Eros tem uma visão diferente.

— “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.”³

— Você está citando a bíblia?! — Franzi a testa ao ver o Senhor dos Deuses Gregos citando o maior símbolo cristão do mundo.

— Não importa a religião, garoto. O amor é o mesmo, não é? É a salvação e ruína dos homens. Veja o caso de Orfeu: veio ao Mundo Inferior também por amor em busca da sua esposa. Você faria isso? Hipoteticamente falando, claro, passaria por cima da ordem natural para trazer alguém de volta à vida?

Antes que eu pudesse refletir sobre a resposta, um nome surgiu na minha mente: Hazel. Eu a trouxe de volta quando as Portas da Morte foram abertas, ela deveria ter voltado para o Mundo Inferior, mas eu e meu pai ignoramos isso. O silêncio se fez por alguns segundo, fitei meu pai, que apertava os lábios, uma expressão mais sombria que o normal. Zeus definitivamente estava falando da minha irmã. Agora o porquê disto, era o que me assustava.

— Sabe, eu não gosto da morte. —  Zeus continuou, se servindo de outra xícara de chá casualmente, como se estivéssemos conversando sobre a bolsa de Nova Iorque. — Mas é algo necessário, ou viveríamos uma super lotação. Eu e seu pai já tivemos inúmeras discussões porque me imploravam para trazer alguém de volta… Não consigo dizer como doeu prender Asclépio depois que ele inventou a cura da morte. Mas… —  Ele suspirou demoradamente e mais uma vez pousou a xícara vazia no píres, fingindo um sorriso pesaroso. — O que podemos fazer, não é? Apesar de que, só entre nós, muitas vezes eu faço vista grossa quando mortais voltam da morte. Você não conhece ninguém assim, não é?

Hazel. Leo. Gwendolyn. E sabe se lá quantos voltaram à vida com as Portas da Morte e não reencontraram Thanatos. Havia muitos semideuses que estavam em débito com a morte atualmente, restava saber se Zeus insinuava que estes deveriam saldar a dívida —  incluindo minha irmã e o irritante, porém até amigo, Leo Valdez —  ou que eu deveria me juntar à esta lista. Realmente não sei qual ideia me assustava mais.

Antes que pudesse refletir sobre o que fazia, alcancei a xícara de porcelana e levei aos lábios, uma tentativa ineficaz de fazer o líquido doce desfazer o nó preso na minha garganta.

— Onde quer chegar com tudo isso, irmão? — Meu pai parafraseou os pensamentos de todos, o rosto mais pálido que o normal, bem como a voz mais sombria e ameaçadora.

— Digamos, hipoteticamente falando, claro, —  Zeus começou, sorrindo nenhum pouco afetado. — que se houvesse uma forma de seu filho voltar a vida… Você sabe, irmão, nem sempre nós deuses vemos tudo.

— Você quer que eu solte a alma de Nico? — Hades interrogou e senti um arrepio gelado pela minha espinha.

— Um desejo que eu jamais compartilharia, irmão. Mas, claro que isso seria impossível, certo? As Portas da Morte estão fechadas. Você não possui nenhuma chave que trás mortais de volta, certo? É apenas uma lenda.

Meu tio-nada-querido repondeu e fiquei mais tenso ainda, pensando no que aquela história ia dar. Ele estava citando a história de que Hades conteria chaves que, com um simples toque, recolheria ou devolveria a alma de uma pessoa ao seu corpo. Normalmente essas histórias não teriam problema nenhum, exceto que aquela estava longe de ser mítica.

— Mas, se essas chaves existissem, —  Zeus continuou, imune ao clima cada vez mais tenso na mesa. — tecnicamente, você ainda as teria, não? Elas devem estar bem guardadas, não é? Você, tecnicamente, não a transformou em uma arma mortal, certo?

A espada de Hades forjada com as chaves e novo símbolo do poder do meu pai, até então conhecida apenas por Hades, Perséfone, eu, Percy, Thalia e pouquíssimos servos do meu pai. Ótimo, Zeus estava nos chantageando e eu não sei qual é o preço da barganha, ou o que de fato estávamos ganhando.

“Tecnicamente”, “Hipoteticamente”... O Senhor dos Deuses estava dando a solução para que eu voltasse à vida, mas se isentando da culpa… Se houvesse repercussão, problemas por isso, o único responsável seria meu pai.

— Claro que são apenas lendas, irmão. — Meu pai se esforçou a dizer, mas sequer conseguiu fingir um sorriso.

— É claro. — Zeus sorriu assustadoramente calmo, os olhos azuis brilhando estrategicamente, o mesmo brilho que já havia presenciado e temido nos olhos de Jason quando era pretor. — Adorei o chá, Deméter. Do que é mesmo?

Não prestei atenção na resposta da deusa, e nem nas conversas sobre os bolinhos que pareceu se seguir; Meus olhos estavam fixos no meu pai, que demonstrava uma calma assustadora, mas seus olhos refletiam todos os pensamentos. Seja lá o que Zeus está tramando, esse é só o começo...

 


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Notas finais do capítulo

¹ Hércules é um filme de animação de fantasia musical norte-americano da Walt Disney Animation Studios, distribuído pela Walt Disney Pictures, inspirado no mito grego de Hércules.
² Mito de Anteros: https://pt.wikipedia.org/wiki/Erotes
³ 1 Cor 13, 4-5.


Obrigada à todos que tiveram paciência no hiatus e para quem persistiu.
Gostaria de realmente saber a opinião de vocês porque estou mega nervosa e cada comentário é fundamental!
O que acharam? Conseguiram entender?
O que acharam do capítulo no geral? O motivo do Nico recusar a imortalidade? Hades fraquejando no Team Pipopinha com a tirinha?
Enfim, digam-me o que acharam!
Espero-os nos comentários!
Beijinhoskisskiss