Os sentimentos da Princesa Guerreira escrita por Kori Hime


Capítulo 6
Capítulo 6 — A princesa Amazona online


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! Comentários lá embaixo.



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— Atrás de você, Superman. — A Mulher Maravilha gritou para chamar a atenção, enquanto sua espada cortava pela metade a criatura que a atacava ferozmente. — Eles estão apenas nos distraindo.

Superman voava sobre a cabeça de Diana, disparando laser de seus olhos, para conter a quantidade de criaturas que os cercavam. Eles lutaram por mais alguns minutos, até conseguirem contato com o Caçador de Marte, que estava encarregado de lhes dar a localização exata do Parasita.

A ilha em que estavam possuía uma quantidade incrível de experiências laboratoriais. Animais selvagens transformados em criaturas sem precedentes. Com a visão de raio x, Superman podia ver o laboratório subterrâneo. Havia reféns e, dessa forma, eles não poderiam colocar em risco a vida das pessoas.

Enquanto aguardavam a ajuda chegar, os dois ainda lutavam contra as criaturas da ilha. Não era um trabalho difícil, mas isso não significava que eles baixariam a guarda facilmente.

— Estava indo para o trabalho esses dias de metrô... — Superman falou, girando um crocodilo e jogando-o de volta para a água. — E vi seu rosto por todas as estações.

Diana lidava com algumas raposas bastante raivosas. Assim que ela terminou, olhou para o parceiro.

— Tem uma propaganda enorme do outro lado da rua do prédio que eu moro. É um pouco desagradável acordar e dar de cara com meu rosto pela janela. — A amazona moveu o ombro, sentindo o ardor na pele após uma mordida.

— Desagradável? Eu diria sensacional acordar e olhar para seu rosto. Sabem o que dizem no Planeta Diário? — Superman sorriu, era inevitável quando ele via o rosto da princesa endurecer ao falar naquele assunto.

— Oh! Por favor, não. — Diana ergueu o escudo, para se proteger dos dentes afiados de um lince.

— Eles gostam de você. Queriam que Lois fizesse uma entrevista com a Mulher Maravilha. — O Superman parecia se divertir. — Mas ela anda ocupada com uma matéria com um Deputado. Então eu pensei, que tal eu fazer?

— Se é para seu trabalho, eu aceito. — Diana concordou.

O reforço da Liga chegou, e então a equipe pode resgatar os reféns em segurança. Superman, que já havia lidado com o Parasita em outros momentos, se prontificou para ir atrás dele.

Diana não estava contente com a superexposição de sua imagem pela cidade, ou melhor, por todos os cantos do planeta. Assim que a missão terminou, ela foi com todos os demais para a Torre da Liga da Justiça. Após uma reunião, poderia descansar, já que estava trabalhando praticamente todos os dias, sem uma folga.

Ela dizia para John que algumas horas de sono eram mais do que o suficiente para deixa-la pronta para uma próxima missão, mas o Caçador achava o contrário.

— Se me permite dizer, acredito que continuar se forçando a essa rotina, fugindo do que a incomoda, poderá ser pior. — O marciano falou, quando ficaram sozinhos na sala de reunião.

— Não estou fugindo de nada. — Diana batia os dedos sobre a mesa, sem olhar nos olhos do colega.

— Gostaria de poder ajudar. Por isso, acredito que um descanso seja merecido.

— Eu estou bem. — Ela insistiu. — E, além do mais, talvez eu não volte para Washington. — Diana se levantou e ofereceu um sorriso ao amigo. — Obrigada por se preocupar. Mas está tudo bem.

Ela saiu.

Kara a aguardava do lado de fora da sala de reuniões, parecia ansiosa para poder conversar, pediu um momento a sós com a heroína, então elas caminharam até o vestiário feminino.

— Eu sei que você não gosta muito de olhar o que acontece na internet, mas queria te mostrar isso aqui. — Kara entregou seu aparelho celular para Diana. — Esse é o vídeo mais vistos da internet.

A jovem kryptoniana apertou o play para iniciar o vídeo. Nele, a Mulher Maravilha dançava com Bruce Wayne, no Teatro de Gotham.

— Eu não sabia que estava sendo filmada. — Diana comentou, sentindo-se inocente por imaginar que as pessoas não usariam seus celulares naquele momento. Ela entregou o aparelho para Kara, assim que o vídeo acabou. — Agradeço por me mostrar, mas foi apenas uma dança com alguém que patrocinou a festa.

— Sim, eu sei. Bruce Wayne é um homem bem conhecido em Gotham, meu primo já o entrevistou algumas vezes. Diz que ele é um pouco arrogante e instável, mas uma boa pessoa, que ajuda as pessoas.

— Se Kal-El diz. — Diana tentou não soar sarcástica, mas, no fundo, era exatamente o que ela queria.

— Eu andei pesquisando mais sobre essa empresa, que foi patrocinada pela Wayne. Eles possuem um contrato com a LexCorp.

De repente Diana se interessou mais sobre o assunto.

— Você sabe qual o tipo de contrato?

— Não, mas tudo me levou até Bogotá, tem uma mina de escavação de esmeraldas. — Kara entregou seu celular mais uma vez para Diana. — Veja, diz que esse lugar foi abandonado, mas eu conversei com um rapaz na internet, e ele diz que mora perto desse bairro e que lá ainda existem muitas pessoas que trabalham na mina. E que várias estão desaparecidas.

— Vamos entregar isso para o John, ele pode buscar mais informações.

Diana fez o que disse e Kara ficou de dar todos os detalhes, inclusive o contato dela na Colômbia para John. Entretanto, quando a amazona disse que iria pessoalmente até Bogotá, o marciano interviu. Kara deixou eles a sós, quando percebeu que Diana não estava com uma cara boa.

— Você vem se sobrecarregando nos últimos dias, além do mais, está bastante envolvida com o caso, sabe que eu não costumo montar as missões assim.

— John, eu não estou envolvida o bastante para ser um estorvo na missão. Me deixe ir. — A Mulher Maravilha respeitava muito a liderança de John na Torre da Liga, mas não deixaria passar tão fácil daquela vez. — Depois disso, eu até dou um tempo. Prometo que será a última missão dos próximos dias.

O Caçador de Marte concordou, mas pediu para que a Mulher Maravilha aguardasse até segunda ordem, pois ele iria primeiro verificar as anotações de Kara. Ele deu algumas horas de descanso para Diana, ela bem queria poder conseguir dormir, mas estava com a mente agitada.

Passando pelo corredor, encontrou Clark e a prima na sala de entretenimento, os dois estavam sozinhos assistindo ao noticiário.

— Diana, que tal aquela entrevista agora? — Clark ergueu o braço, convidando-a para sentar no sofá. — Kara me deu uma ótima ideia em gravar a entrevista.

— Mas, aqui? Não vão achar estranho estarmos na Torre da Liga da Justiça? Eu não sei se é uma boa ideia, não me sinto muito bem diante das câmeras.

— Tá brincando? — Kara pulou do sofá. — Você é super fotogênica. Suas fotografias para aquela joalheria ficaram maravilhosas. Além do mais, podemos arrumar o cenário, eu fecho a porta para não sermos incomodados e coloco um plano de fundo depois.

— Obrigada, Kara. Mas eu não acho que ficaram tão boas. Cada vez que vejo aquelas fotografias, eu olho para outra pessoa. Não sou eu. — Diana sabia que o que ela falasse, não iria diminuir a ansiedade da jovem.

— É, eu concordo que não precisava de Photoshop, você é muito bonita. Mesmo assim, seria legal um vídeo mostrando sua aparência normal, assim todos podem ver como você é sem toda aquela maquiagem e edição.

Clark sorriu, ele concordava com a prima, mas não queria forçar Diana a fazer algo que ela não estivesse a vontade. Mas a princesa acabou cedendo. Kara, ainda mais animada, ajeitou os cabelos de Diana, e pediu para o primo se vestir, afinal de contas, era Clark Kent quem iria fazer a entrevista.

Clark retornou em poucos segundos, usando uma camisa branca, calças cáqui e gravata marrom, Kara fez uma careta, achando tudo muito antiquado, ainda mais com os óculos de armação anos oitenta. Mas não havia nada que pudesse fazer, se era aquele o visual do jornalista do Planeta Diário.

Assim que fez um sinal positivo com o dedo, informando que a gravação havia começado, Clark se apresentou, dando as boas-vindas para a Mulher Maravilha, agradecido por ela ter aceitado seu convite em participar daquela entrevista.

Não era a primeira entrevista de Diana ao Planeta Diário, ela já havia feito uma reportagem especial com Lois Lane, e outra com o próprio Clark Kent.

— Recentemente a senhorita fez um discurso na semana de abertura das reuniões da ONU e falou sobre desejar que as pessoas não te vejam apenas como uma heroína, mas como alguém real. — Clark ajeitou os óculos, olhando da câmera para Diana. — Você se considera alguém normal? Igual a nós?

A pergunta foi como um soco no estômago de Diana. Ela se empoleirou no sofá, demonstrando seu desconforto com o silencio. Kara disse que tudo bem, pois poderia editar o vídeo depois de gravar. Clark tentou reformular a pergunta, mas ela ergueu a mão, dizendo que estava tudo bem.

— Não acho que podemos ser normais, como uma pessoa me disse recentemente, o que é ser normal? Será que existe um padrão específico para seguir? Acho que essa pessoa queria me mostrar que ser normal é ser o que nós somos. Abraçar nossa identidade. Dando o melhor de nós, mesmo que não pareça correto num primeiro momento, os nossos atos devem ser justos. — Ela respirou fundo, parecia mais fácil falar sobre aquele assunto, talvez porque Bruce Wayne não estava parado na sua frente. Ou simplesmente porque havia pensado melhor no assunto. Gostaria de poder dizer isso a ele agora. — Estou ciente de que minha condição me favorece mais do que os seres humanos do Planeta, eu posso ter uma super força, super audição e voar, mas, ainda assim, possuo um coração, igual a todos vocês eu tenho sentimentos e, compartilhar o que sinto, me faz cada vez mais próxima de vocês.

Clark fez mais algumas perguntas e então finalizou a entrevista com um agradecimento especial a Mulher Maravilha. Assim que Kara desligou a câmera de vídeo, Diana pode respirar mais aliviada, estava se sentindo tensa.

— Vou agora mesmo editar o vídeo, vem comigo Kal? — Kara perguntou, pegando suas coisas. — Você vai me dar os créditos, não é?

— Claro, vamos publicar o quanto antes esse vídeo. — Clark se levantou.

— Será que um dia você poderia ir na minha escola? — Kara olhou para a Mulher Maravilha, segurando a câmera de vídeo em suas mãos.

— Podemos combinar um dia. — Ela sorriu, vendo como a adolescente ficou animada.

Clark e Kara deixaram a sala, enquanto isso, Diana permaneceu sentada no sofá, com seus pensamentos, mas o silêncio não durou muito tempo. Batman entrou na sala e a amazona não se deu ao trabalho de convidá-lo a sentar, já esperava qual seria a resposta.

— Aconteceu algo grave? — Diana quebrou o silêncio. O Batman não costumava passear na Torre da Liga, a não ser quando algo sério ocorria, e sua presença era necessária. Todavia, ela não havia sido convocada para nenhuma reunião de emergência, e tudo parecia calmo na Torre.

— John entrou em contato comigo, falando sobre as minas de Bogotá. — Batman permaneceu em pé. — Venho reunindo pistas já tem alguns meses sobre o envolvimento da LexCorp com o contrabando de joias na América do Sul. A Supergirl fez um bom trabalho, conseguindo um contato na cidade. Embora eu já tenha um, mas já tem alguns dias que não tenho respostas.

— Então você também pretende ir até Bogotá? — Diana não parecia surpresa.

— Sim. — Batman respondeu. Ele caminhou em direção à porta, mas decidiu parar no meio do caminho. — O que você falou agora pouco sobre estar próxima das pessoas por compartilhar seus sentimentos... — Ele olhou para a princesa, que ainda permanecia no sofá. — Alguns seres humanos não possuem tal dom, eles simplesmente não conseguem compartilhar o que sentem.

— E você seria um deles, Batman? — Diana o encarava, seria. Não obteve resposta, pois o herói a deixou sozinha na sala.

Assim que Batman saiu, Diana percebeu que segurava a respiração com força e seu coração estava acelerado. Talvez John estivesse certo, quanto as suas emoções. Mas a amazona não tinha interesse em ficar em casa, aprendendo a lidar com aqueles sentimentos. Não via lógica em se prender quando, na verdade, deveria se permitir mais.

Estar longe de sua terra natal, das regras da ilha, era ainda uma novidade, mesmo que tenha se passado muitos anos. Todos os dias Diana lidava com essas mudanças acontecendo rápido demais. Embora, algumas, levavam anos para serem reconhecidas. Lutas diárias que precisavam ser reconhecidas até alcançar a todos.

As vezes sentia-se egoísta por seu coração estar em conflito com aquelas sensações e sentimentos, enquanto o Mundo se via diante de tempos difíceis. Entretanto, o Mundo sempre está vivendo tempos difíceis.

Shayera apareceu na sala, tirando Diana de seus pensamentos. E, apensar de a Mulher Gavião querer novidade sobre a “domesticação do morcego”, Diana preferiu falar sobre outros assuntos, ainda não estava pronta para admitir qualquer avanço ou derrota naquele assunto.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, tudo bem?
A missão tá começando a ganhar forma yey.
Beijos, até mais. (Eu revisei, mas se houver algum erro, me avisa)



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