Os sentimentos da Princesa Guerreira escrita por Kori Hime


Capítulo 5
Capítulo 5 — O Playboy mais famoso de Gotham.


Notas iniciais do capítulo

Ele sabe dar uma festa como ninguém.



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O Teatro Municipal de Gotham era uma relíquia arquitetônica admirável. O prédio foi palco dos anos mais sombrios da cidade, quando fora usado pelos criminosos de Arkham, para diversão particular, aprisionando ali as figuras mais importantes da sociedade, incluindo Bruce Wayne, que foi capturado tentando deixar a cidade após a libertação dos prisioneiros mais perigosos do Asilo Arkham.

Muitas pessoas presenciaram a chegada do célebre filho de Gotham ao teatro, e levado diretamente para a torre principal, pois queriam usá-lo como isca para obter total acesso as Empresas Wayne. Felizmente, o Batman salvou a todos na cidade, após derrotar os maiores e mais insanos vilões que aquela cidade conhecia. Bruce Wayne foi resgatado, desacordado e debilitado (quase que irreconhecível, por ter sido castigado durante sua prisão), sendo levado imediatamente para o hospital.

Essa não era a primeira vez que Diana ouvia aquela história, mas, na primeira versão, Batman deu mais detalhes, e não eram assim tão heróicos, afinal, aqueles dias trouxeram terror a cidade, deixando uma marca negra na vida de Bruce.

O teatro foi totalmente restaurado, com a ajuda das doações dos milionários da cidade, e agora retomava seus dias de glória. Diana chegou a festa sozinha, sendo transportada por uma limusine enviada pela Empresas Wayne. Ela vestia um longo vestido vermelho, com uma fenda nas costas. O tecido era leve e não grudava no corpo. Os cabelos bem penteados para trás, sem nenhum tipo de armação ou enfeite. A maquiagem também era simples, quase nula. Usou o bastante para apenas suavizar a pele e dar um pouco de cor. Mas, o que chamava atenção, era o par de brincos de esmeralda, presente da princesa Diya Kumari.

A princesa amazona não era amante do luxo, mas não negava que gostava de coisas bonitas.

Assim que chegou, Diana foi levada para conhecer um pouco mais sobre a história da cidade e como todos ali estavam agradecidos por sua presença. Ela foi sendo apresentada para celebridades e nomes importantes de Gotham, mas faltava o anfitrião da noite.

Atrasado para o início da festa, Bruce Wayne chegou de helicóptero, acompanhado por duas mulheres. Diana não fazia oposição sobre como ele levava a diante aquela farsa que era a vida de playboy e bilionário. Mas sentiu que poderia arremessar aquele helicóptero na direção de Bruce, enquanto ele beijava os ombros das duas mulheres penduradas em seu pescoço.

Diana foi convidada a sentar-se na mesa de Bruce Wayne e suas acompanhantes. Também estavam presentes o prefeito de Gotham e sua esposa, e Samatha Smith, diretora da Joalheria que organizava toda a festa.

— Foi uma surpresa quando soube que havia aceitado o convite para participar desse evento. — Samantha comentou, erguendo a taça de champanhe, iniciando um brinde. Apesar de falar o brinde em homenagem a Mulher Maravilha, seu olhar estava direcionado para Bruce Wayne. Ela completou, dando a ele os créditos pela festa.

— Eu nada fiz, senão assinar o cheque. — Bruce disse, erguendo a taça, causando suspiro ao seu redor. — Vocês é que possuem talento para transformar tudo em ouro. E a nossa convidada de honra, com certeza tem o toque de Midas. — Ele piscou para Diana.

Ela apenas agradeceu a gentileza e bebeu o champanhe. Eventualmente, Diana olhava para Bruce, e ele estava sempre com um sorriso sedutor nos lábios, o olhar atento e contando alguma história divertida. Era uma pessoa completamente diferente do que a amazona conhecia. Não negava que gostava de vê-lo sorrir e falar com as pessoas. Mas, no fundo, ela sabia que ali estava apenas interpretando um papel.

As duas mulheres que acompanhavam Bruce se levantaram para dançar, ele preferiu continuar sentado, aproveitando a conversa e bebendo um pouco mais.

— É verdade que na sua ilha não pode haver homens? — O prefeito perguntou para Diana, dando uma risada depois de fazer um comentário em voz baixa, como se a Mulher Maravilha não possuísse o poder de super audição.

— Sim, é verdade. — Diana respondeu, felizmente a segunda dama mudou de assunto, passando a falar sobre a bela coroa de ouro que Diana usava. — Foi dada a mim por minha mãe quando eu cresci, me mostra de onde vim e onde está minha lealdade.

A conversa retornou para o assunto que o prefeito parecia mais interessado. Diana levava tudo de maneira neutra, embora as palavras de sarcasmo que saía da boca do prefeito fossem afiadas.

Bruce então se levantou e convidou a Mulher Maravilha para uma dança.

— As amazonas podem dançar? Prometo me comportar. — Ele sorriu, e lançou uma nova piscada de olho, bastante cafajeste na opinião dela. Ninguém pareceu surpreso com as ações dele, já deviam estar acostumados com aquela atitude.

Diana aceitou o convite e segurou a mão de Bruce. O toque de sua pele lhe causou um conforto íntimo e especial. Abriram espaço na pista de dança e Bruce levou Diana em seus braços, como um exímio cavalheiro. Ele a rodopiou e segurou sua cintura, deslizando os dedos pelo tecido do vestido dela.

— Suas festas são sempre assim? — Diana perguntou, sendo levada por Bruce em meio aos outros casais que também dançavam ao som de uma banda.

— Está gostando? — Ele respondeu com outra pergunta, Diana sabia que ele gostava de fazer aqueles joguinhos.

— É um pouco diferente das comemorações que fazemos na Liga da Justiça.

— Se precisarem, podem me convidar para a próxima comemoração, eu providenciarei a melhor festa para os heróis.

Diana rodopiou mais uma vez e foi abraçada por Bruce, o contato com o corpo dele era incrível. Queria poder dizer aquilo sem se sentir presa a um papel. Deveria jogar o mesmo jogo enquanto estivessem na mira de todos.

No final da dança, durante os aplausos fervorosos, ele lhe falou ao pé do ouvido.

— Seria uma honra sua companhia mais tarde. — Então Bruce se afastou, encontrando suas acompanhantes no meio do salão.

Diana se forçou a presenciar a encenação dele durante toda a festa. Houve então a apresentação das jovens garotas que iriam fazer parte da nova campanha de joias, ao lado da Mulher Maravilha, em prol das crianças e adolescentes que perderam tudo no furacão, graças ao apoio da Fundação Wayne.

Antes da festa acabar, o helicóptero de Bruce Wayne partiu. Diana recebeu a mesma carona da limusine até o hotel em que estava hospedada. Ela já havia desistido do convite de Bruce para aquela noite, e sentia-se desconfortável com a lembrança de vê-lo agir daquela forma. Vivendo uma mentira.

Diana tirou os sapatos de salto, e largou pelo caminho, tentando puxar o zíper do vestido para tirá-lo, ela jogou a bolsa em cima da cama e então a luz do abajur foi acessa.

— Tem sempre que fazer isso? — Ela perguntou, virando-se para a poltrona ao lado da janela. — O que está fazendo aqui? Pensei que estaria ocupado com suas amigas. — Seu tom era ríspido.

Bruce se levantou, ele vestia o mesmo terno chique e segurava um copo quadrado com bebida.

— Elas estão na cobertura, dormindo profundamente. — Ele comentou tranquilamente, terminando de beber e deixando o copo em cima da mesa. Caminhou até Diana, ajudando-a a se livrar do vestido, puxando o zíper.

Diana se afastou logo em seguida, dando alguns passos para trás.

— Você as drogou?

A resposta era óbvia, mas Diana queria ouvir ele falar.

— Eu jamais machucaria alguém inocente. — Bruce respondeu. — Amanhã elas irão acordar com uma leve dor de cabeça, mas será por causa da quantidade de champanhe que beberam.

— Todos os dias você faz isso... — Diana segurava as alças do vestido para ele não cair. — Vive uma fantasia, uma mentira. Como consegue?

— O que você viu hoje é a realidade de Bruce Wayne, um homem que se diverte, curte a vida, tem romances e dirige carros importados. Eu não tenho escolha. — Bruce retornou até a mesa ao lado da poltrona, onde pegou uma garrafa e encheu mais o copo.

— Será que Bruce Wayne precisa mesmo viver dessa maneira?

Bruce virou-se para observá-la melhor.

— O que você sugere? — Ele perguntou, bebendo o conteúdo do copo de uma só vez. — Achei que já soubesse como funciona uma identidade secreta.

— Não é isso que eu quero dizer. Outros possuem vidas normais...

— Você acredita mesmo nisso? — Bruce a olhou seriamente. — Acredita que a vida de Clark Kent seja mesmo normal? Acredita que Wally West vive normal? Ou John Stewart e Shayera Hol. Eles vivem uma mentira tão grande quanto a minha. Talvez o dinheiro seja a única diferença entre nós. Mas vivemos todos uma mentira vazia para tentarmos nos encaixar nesse mundo. Tentar ser alguém normal. — Ele direcionou o olhar para a janela. — Existem pessoas lá fora que vivem uma vida de mentiras. Que usam suas máscaras o tempo todo, não somente para combater o crime. Elas nunca tiram suas máscaras. E quanto a você, Diana? — Bruce se virou para a princesa. — Você está aqui há mais tempo do que eu, me diga, como é tentar se encaixar no mundo e viver uma vida normal? Eu assisti o seu discurso na ONU, foi muito bonito. Mas nunca seremos normais. Porque é algo inalcançável, pois não existe.

Bruce calou-se, mas seu olhar ainda falava. Ele pediu licença, de maneira polida, e deixou o quarto. Diana sentou-se na cama, absorvendo lentamente todas as palavras que ouvira, e em como conseguiu afastar ainda mais Bruce de sua vida.


Ela viu o dia nascer, sentada na poltrona ao lado da janela. Observava a névoa se dissipar lentamente, enquanto o sol e erguia. Gotham era uma bela cidade, quando silenciosa. Era curioso que sempre fazia sol quando a visitava. Bruce lhe dissera uma vez que ela trazia luz para Gotham, uma cidade nublada. Queria ela ser responsável em trazer a luz na vida de Bruce.

Os compromissos daquele dia não poderiam ser cancelados, Samantha prometeu que as fotos não levariam mais do que um dia para serem tiradas, então Diana poderia ser liberada mais cedo, para não a atrapalhar, caso precisassem de sua ajuda.

No horário marcado, Diana estava em pé, na entrada do Hotel, aguardando o motorista busca-la. Assim que o motorista abriu a porta e ela entrou, viu Bruce Wayne deixar o Hotel, acompanhado das duas mulheres. Eles riam e faziam barulho desnecessário para chamar a atenção.

Diana pediu que fossem logo, mas ela ainda podia ouvir as risadas.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, tudo bem? Acho que está indo tudo bem por aqui. Espero que estejam gostando da história. Ela ainda está no começo, e a trama vai se desenrolando não somente quanto ao "relacionamento" deles, mas a vida em especial da Mulher Maravilha que é o foco.
Quanto a ação, luta, missão... isso vai acontecer, só que, como eu disse, a trama está se desenrolando.
Se tiver algo para me falar, compartilhar alguma HQ legal que vcs tenham lido, falar do filme Batman vs Superman, ou de qualquer outra coisa, diz ae ;D
Beijão.