Os sentimentos da Princesa Guerreira escrita por Kori Hime


Capítulo 25
Epílogo 1


Notas iniciais do capítulo

Serão 2 epílogos. Boa leitura.



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Diana aguardou que a porta fosse aberta pela motorista da limusine em que estava, cortesia do museu. Ela saiu do carro e parou diante da multidão de fotógrafos que se espremiam em um espaço reservado para a imprensa que cobria a inauguração do salão dedicado às Amazonas da Ilha de Themyscira.

Após uma longa sessão de fotos, Diana caminhou pelo tapete vermelho, cedendo entrevistas para repórteres de diversas nacionalidades, entre eles, estava Kara, acompanhada de um rapaz que carregava uma nova câmera. Após as entrevistas, a amazona encontrou-se com alguns responsáveis pelo Museu de História de Washington.

Quando entrou no Museu, foi levada para conhecer mais pessoas influentes e cumprimentar outras tantas que ela já havia conhecido em suas viagens, reuniões e palestras.

Ela aceitou uma taça de champanhe e, quando percebeu, estava já na terceira taça. Era bastante resistente ao álcool, visto que em sua Ilha natal, a bebida era muito mais forte do que uma garrafa de espumante.

Alguns rostos mais familiares estavam presentes na inauguração do salão, Diana estava sendo solicitada a cada momento para prestarem homenagens a ela e seu povo. Depois de um momento, a amazona sentiu-se sufocada com todo o cerco que era feito ao seu redor. Ela conseguiu escapar de uma roda com ministros e senadores, quando uma discussão sobre imigração gerou desconforto e alterações de vozes.

Diana pegou outra taça de champanhe e caminhou por um corredor, observando os quadros de natureza morta pendurados na parede. Logo a frente havia uma porta dupla fechada e com um laço vermelho selando-a.

A curiosidade levou-a até aquela porta, imaginando que fosse a sala que seria inaugurada. Pela programação, iriam abrir as portas as dez horas da noite, ainda era oito horas e Diana não sabia se conseguiria ficar ali por mais duas horas inteiras, pelo menos não sem algum passatempo realmente interessante.

A presença que sentiu em seguida, a fez sorrir e mover levemente a cabeça para o lado, ela virou-se e cumprimentou um dos convidados mais aguardados da noite. Afinal de contas, ele assinou o cheque anonimamente para aquele salão tornar-se realidade.

— Não ouvi o som do seu helicóptero chegando. — Diana disse, tomando o último gole de champanhe.

— Na verdade, eu vim no meu jato particular, e cheguei até aqui de carro. — Bruce Wayne aproximou-se de Diana e parou ao lado da porta dupla, admirando o laço. — Conhece alguém com visão de raio-x para nos contar o que tem atrás dessas portas?

— Então o Senhor Wayne ainda não viu sua obra de arte ganhar vida?

Ele sorriu, um sorriso que iluminava seu rosto. Totalmente diferente de quando ele quase sorriu na última vez que se viram na Torre da Liga da Justiça. Eram sorrisos tão diferentes que fazia Diana pensar quando o verdadeiro sorriso era exposto, ela saberia distinguir a felicidade de Bruce?

— Não sei como poderia, já que eu não tenho nada a ver com essa exposição. — Bruce piscou para ela. — Mas eu tenho uma chave, talvez ela abra a porta.

Assim, Bruce Wayne tirou uma chave do bolso de seu paletó e abriu a porta. Os dois entraram e fecharam a porta para que ninguém os visse.

Diana ficou encantada com o que viu logo em seguida. O salão era bem iluminado e possuía objetos de todos os tipos que ela poderia encontrar em Themyscira. Armaduras, armas, roupas casuais e de gala, até mesmo sua coroa de princesa amazona.

— Como conseguiram? — Ela aproximou-se da caixa de vidro que protegia a coroa dourada com uma estrela vermelha no centro. — Eu doei essa coroa no final da Segunda Guerra para arrecadar dinheiro para crianças órfãs.

Hmmm sim, sim. — Bruce apontou para uma plaquinha de aço. — Diz aqui que o Sultão Ali bin Said adquiriu a coroa em um leilão e foi doado para o Museu na semana passada.

Diana o olhou, incrédula.

— Você a comprou?

— Talvez. — Ele fez um pouco de mistério, então continuou. — Lembra-se das suas primeiras botas? — Ele perguntou, fazendo-a erguer as sobrancelhas.

— Você não pode estar falando sério. — Diana abriu a boca surpresa e puxou-o pela mão para encontrarem o par de botas do uniforme que usou pela primeira vez fora da Ilha.

Bruce a encarava, apertando os lábios, segurando um sorriso verdadeiro, enquanto Diana contava a história de cada objeto dentro daquele salão.

Diana estendeu a mão e segurou a dele. Sempre acreditou que a relação com Bruce nunca seria normal, nem esperava que fosse. Achava também que os sentimentos dele por ela eram pesados e relevantes somente quando lhe convinha, ou quando Gotham dava um fôlego na semana, que o permitia sair da cidade.

Diana não era de fantasiar cenas de um futuro com Bruce Wayne ou com o Batman, até porque achava que não haveria um futuro equilibrado.

Só que Diana estava diante da prova de que Bruce Wayne a conhecia um pouco mais, de uma forma que poucas pessoas a conheciam.

Dentro de tantas certezas, às vezes ela possuía dúvidas quanto as ações dele, e as suas próprias. Não havia como saber o que aquele sentimento significava, senão vivenciando-o.

 

A inauguração aconteceu no horário marcado. Diana abriu o salão após desatar o laço. Entretanto, as histórias de cada objeto dentro daquele salão, não seriam novamente contados, como foi feito aquela noite, com o casal andando de mãos dadas.

Do outro lado do salão, os olhos de Diana encontraram-se com os de um playboy milionário, herdeiro de uma tradicional família de Gotham. Ele estava rodeado por pessoas influentes e mulheres incríveis que tinham olhos só para ele.

Diana riu, quando Bruce cruzou com seu olhar. Era uma troca de olhar cúmplice que se encerrou quando a voz do Caçador de Marte a alertou para uma chamada de urgência. Imediatamente a amazona despediu-se com rapidez da curadora do Museu, desculpando-se por sua saída abrupta.

 ***

O vulcão ativo na cidade de Villarica, ao Sul do Chile, ameaçava a cidade. Com a fumaça cinza e densa alastrava-se pelo céu, atrapalhando a rota de viagens de avião até a Argentina.

A Liga da Justiça trabalhava para evacuar a cidade, deixando os cidadãos em segurança. Diana e Superman removiam trabalhadores dentro de uma mina de carvão que foi recoberta por rochas após de um abalo sísmico.

A lava era expelida em grandes quantidades para fora do Vulcão. Era uma cena chocante da força da natureza e Diana admirava a cena sobrevoando a cidade, estava exausta e decidiu pousar em uma colina.

Superman e o Lanterna Verde continham a lava para não destruir toda a cidade. A Mulher Gavião trabalhava com Vixen e Flash na floresta. A situação estava entrando em controle, mas ainda em alerta, já que a natureza seguia seu próprio curso, encontrando formas de sobressair ao toque do ser humano.

 Não havia nenhum chamado com holograma no céu noturno, mas, mesmo assim, o Batman estava no Chile. Diana viu o jato pousar na colina, o vento bagunçando seus cabelos e as cinzas do vulcão espalharem pelo ar.

Ela não disse nada quando o Batman deixou o jato e aproximou-se, parando ao seu lado e observando ao longe o vulcão ativo.

A cidade de Gotham estava a quilômetros de distância dali, mesmo assim, Diana poderia senti-la exalando seu cheiro da capa negra. Diana olhou para o homem ao seu lado, querendo saber o que ele queria dela. Mas, principalmente, ela queria saber o que ela queria dele.

— Damian tem um novo hobby. — Ele falou, com sua voz característica, alterada pelo traje. — Encontrei-o tocando harpa para Alfred. Disse que estava praticando.

— Você preferiria uma bateria? — Diana perguntou. Ficou surpresa com a revelação, e ao mesmo tempo feliz.

— Céus, não.

— Também temos tambores em Themyscira. Eu praticava com frequência para o solstício de Verão.

— Devo ter arrancado essa página do livro, sem querer.

Diana olhou-o novamente.

— Por acaso estamos evoluindo para as piadas?

— Se você prefere acreditar que eu não arrancaria uma página do livro, pode ser que sim. — Ele respondeu e a olhou seriamente nos olhos. Sua máscara já não causava em Diana desconforto.

Também não passava pela cabeça dela que o Homem por baixo daquelas camadas escondia-se com furor. Como se houvesse apenas o certo e o errado, o Batman ou Bruce Wayne. Diana entendia que os dois formava um homem só. Um homem confuso, complicado, cheio de problemas... mas com muitas boas intenções.

E entende-lo um pouco mais fazia com que Diana entendesse a si própria. Ela conheceu seus diversos lados, e sentimentos antes nunca experimentados foram despertados. E, no fim, mesmo diante de tantas versões de si mesma, ela ainda sentia e era uma só pessoa.

— O aniversário de Damian se aproxima. Ele me fez prometer que eu não iria permitir que Alfred faça uma festa para bajular os filhos de milionários de Gotham. Então pensei em levá-lo para alguma viagem.

— Já tem algum lugar em mente?

— Ele está muito interessado em mitologia grega, talvez seja um bom momento para um passeio de barco pelo mar Egeu.

— Damian tem um ótimo gosto.

— Também há outra exigência. Está mais para um desejo de aniversário. — Ele se aproximou mais, sua armadura parecia nova, e mais flexível.

— Estou ansiosa para saber qual o desejo de Damian.

— Ele gostaria de conhecer a Ilha de onde você veio.

Diana gargalhou.

— Homens não pisam em Themyscira. — Naquele momento não havia mais espaço entre os dois.

— Ele pode ficar no barco.

Diana apertou os lábios, pensativa.

— Olhando de longe?

— Fechado.


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Notas finais do capítulo

Para quem chegou até aqui, um beijo e se sentir a vontade, pode fazer um comentário sobre o que tem achado da história até agora, mesmo ela em seu fim, é legal saber.



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