Os sentimentos da Princesa Guerreira escrita por Kori Hime
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura.
A onda quebrava na beira da praia, e fazia um desenho na areia. O dia era sempre tranquilo e abençoado pela graça dos Deuses. O sol brilhava com força e beleza, o céu azul anil com poucas nuvens era um perfeito cenário para uma pintura.
Emocionada e feliz com seu retorno, Diana caminhou pela praia, recordando-se de diversos momentos que passara ali, desde pequena, até o dia em que o avião de Steve Trevor caiu próximo a ilha. Afastando as lembranças daquele tempo, Diana deixou a praia e foi em direção ao centro da ilha.
Os monumentos datados de quase três mil anos pareciam ainda mais majestosos. Conforme a presença de Diana era reconhecida pelas amazonas, em pouco tempo todas vieram cumprimentar a princesa.
Hipólita estava de braços abertos para receber a filha. Iniciou-se uma comemoração na ilha, com muita fartura de comidas, frutas e bebidas. Uma fogueira foi acessa ao cair da noite e elas dançaram e cantaram até o dia amanhecer.
Diana mal se lembrava de como era boa a sensação de mergulhar no mar sem roupas. Assim que o sol nasceu, ela correu para a praia e tirou toda sua vestimenta e pulou na água. Quando saiu, sua mãe a aguardava com uma túnica para cobri-la.
Diana apreciou a paisagem natural e suspirou, fechando os olhos.
— O que te aflige, minha criança. — Hipólita acariciou os cabelos de Diana. — Não me engana com esses olhos fechados e cabeça cheia de pensamentos. Compartilhe comigo, assim você irá se sentir mais leve.
— Estou pensando em tudo o que passou nos últimos anos. Eu vi tantas coisas, minha mãe. Tanto que gostaria de apagar da minha mente as que me machucaram.
— Se for assim, então qual a finalidade da sua jornada, minha menina? — A deusa mãe estendeu a mão e Diana a segurou, elas andaram alguns metros pela praia de mãos dadas. — Temos olhos para ver, e temos memória para recordar. E porque às vezes queremos esquecer de algo? Se cada memória é um aprendizado que guardamos para nosso futuro?
— Algumas coisas são muito tristes para guardar em lembranças. — Diana falou, demonstrando desânimo em sua voz.
— Tristeza é experimentado por todos aqueles que vivem e sentem.
— Poderíamos viver bem sem ele, não acha? Assim como a dúvida, o medo, a tentação. Tantas coisas que nos aprisiona, que fere a nós e a outros. — A princesa parou de andar, segurando a mão da mãe. — Será que é possível alguém não sentir nada?
— Uma pessoa sem sentimentos seria como um corpo vazio vagando pelo mundo sem experiência, sem vida, sem viver. — Hipólita levou sua mão até o rosto de Diana. — O que sentes quanto toca a areia em seus pés?
— Uma leve coceira, é áspero e quente. — Diana respondeu.
— E o que me diz da onda do mar em seu corpo?
— É fria e forte, me faz lutar contra sua força.
— O que sentes quando o vento ergue seus cabelos no ar?
— Liberdade. — Diana fechou os olhos, a voz da mãe era como um sussurro em seus ouvidos.
— Todas as sensações são importantes e fazem parte da experiência de ser quem você é. — Hipólita beijou a testa da filha. — Esquecer uma experiência, mesmo que dolorida, é ocultar a si mesmo.
— Tem razão, mamãe. — Diana confessou.
— Você retornou com muita sabedoria, entretanto, elas estão perdidas dentro de sua cabeça. A experiência do viver é constante, não podemos nos fechar senão ela passa e ficamos apenas com o aprendizado em nossas mãos, precisamos absorvê-lo e mudaremos, aqui dentro de nós. — A rainha levou a mão até o peito de sua filha. — Não tenha medo, minha criança, nunca tenha medo de crescer e experimentar coisas novas. Você é a nossa conexão com o mundo lá de fora. Sua missão é mostrar ao mundo que a justiça e o poder devem ser justos e para todos. Igualitário.
— Obrigada, mamãe.
As palavras de sua mãe eram tudo o que Diana precisava ouvir naquele momento em que se sentia perdida. E, agora que estava em sua casa, Diana sentia-se mais revigorada. Passou os últimos três dias compartilhando e aprendendo coisas novas com suas irmãs. Elas possuíam muitas perguntas e estavam curiosas com o dia a dia de Diana com os mortais.
— Um dia quero experimentar esse sorvete que você tanto diz. — Falou Ágatha, sentada ao lado de Diana junto a fogueira. — As mulheres que você descreveu parecem guerreiras como nós.
— Sim, e elas são. — Diana olhou para o céu estrelado, não havia nada mais belo do que aquela visão na noite da ilha. — Elas não lutam com espadas, lanças ou arco e fechas. Tudo o que tem é coragem. Infelizmente existem muitos que não dão esse valor.
— Que terrível. Mas como elas lutam? — Ágatha era uma amazona que trabalhava junto as artesãs. Ela possuía habilidade com o arco e uma mira excelente, mas pouco sabia do mundo fora da Ilha.
— Elas se reúnem para ficarem mais fortes. Saem as ruas para mostrar que são fortes e não toleram serem ameaçadas. A união é uma das coisas mais bonitas dos homens e mulheres.
— Você fala dessas pessoas como se fossem incríveis, mas tudo o que ouço são guerras, fome e dor. Eu não sei se tudo isso é realmente bom, porque passar por tanto sofrimento?
Diana levou a mão até o ombro da irmã.
— Assim como um dia as amazonas sentiram dor e sofrimento, os nossos irmãos e irmãs de fora da ilha também estão passando por tais provações. E eu desejo que eles melhorem.
— Com sua ajuda, tenho certeza de que vão. Possui sabedoria e tem um coração magnífico.
Diana sorriu, agradecendo à Ágatha.
Depois de três dias vivendo na Ilha de Themyscira, Diana decidiu que era a hora de voltar. Retornar ao seu outro lar e reconstruir o que havia iniciado anos atrás, quando se tornou embaixadora de seu povo.
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Oi gente, tudo bem?
A imagem utilizada no cap é da Diana e a mãe dela no quadrinho Wonder Woman: Earth One Vol. 1
Beijos, até mais.
Comentem!