Os sentimentos da Princesa Guerreira escrita por Kori Hime


Capítulo 21
Capítulo 21 — Vencendo uma batalha


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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A chuva era intensa, a força do vento derrubou alguns postes e a enchente arrastou carros pela rua. Pessoas ilhadas em cima dos ônibus, pediam ajuda. Os bombeiros trabalhavam em botes salva-vidas para conseguir alcançá-los. Não era possível chegar tão próximo com o os helicópteros, já que estava perigoso e havia risco de bater nos prédios da cidade, tamanha era a força dos ventos.

Quando chegou na 9th Avenue com a 57th Street, Diana sobrevoou um bote salva-vidas e aterrissou sobre o ônibus. As pessoas aproximaram-se dela e a seguraram com força, desequilibrando-a.

A Mulher Maravilha vestia roupas civis, calça jeans e uma camiseta preta, com o símbolo da família real de Atlantis, presente de Aquaman. Como ela estaria em Gotham por apenas dois dias e não viu a necessidade de trazer seu uniforme. Foi um pensamento inocente por parte dela, já que era uma super-heroína e não havia local e hora certa para que precisassem de sua ajuda.

— Por favor, vocês precisam de calma, assim poderei ajudar a todos. — Diana poderia erguer o ônibus do chão e levá-lo até outra rua, mas era arriscado colocar as vidas dos civis em perigos, caso alguém caísse. — Posso levá-los aos poucos, só precisam se acalmar.

Ela pegou três crianças no colo e levou-as até os bombeiros que estavam afastados dali. Depois retornou e pegou mais algumas pessoas. No meio do caminho, um relâmpago iluminou o céu escuro e ela viu um vulto sobrevoar sua cabeça.

— Vocês possuem mais botes? Existem alguns animais presos em gaiolas em uma loja. Eles podem se afogar. — Diana falou para alguns bombeiros.

— Todos os botes estão ocupados pela cidade. — O homem falou, depois ele olhou para cima, houve outro relâmpago que iluminou o céu, e então mais um vulto apareceu. Só que dessa vez, o vulto aterrissou em frente a eles.

— Quando eu te vi, não acreditei que realmente fosse você aqui, então tive que parar para ver com meus próprios olhos. — Os cabelos vermelhos da Batwoman eram erguidos pela ventania. — Quanto tempo, Mulher Maravilha.

— Já faz três anos. — Diana deu alguns passos para frente. — Estou aqui para resolver um assunto pendente com a Justiça de Gotham, mas achei que não seria problema ajudar algumas pessoas.

— É claro. — A mulher girou, fazendo sua capa negra mover no ar. A máscara que ela usava era negra, assim como todo o uniforme, embora tivesse diversos detalhes em vermelho, como o fundo da capa, o símbolo no peito e as botas. Diferentemente daqueles que Batman acolhia, aquela heroína não vivia sobre o teto de proteção do homem morcego. — Parece um pouco desconfortável essa calça jeans molhada, onde está seu short estrelado? — Ela sorriu.

— Fui pega desprevenida. — Diana alçou voo e Batwoman foi atrás, em um salto com a ajuda de acessórios.

— Uma coisa que não se deve fazer em Gotham. — A heroína mascarada tomou a dianteira e desceu sobre uma banca de jornal, onde um homem e um cachorro estavam se protegendo.

Enquanto isso, Diana arrombou a porta de um pet shop, os animais estavam a ponto de morrerem afogados quando ela os salvou. Conforme a chuva ia diminuindo, o nível da água também baixava.

 

Observar a cidade do alto de um arranha céu causava sempre uma sensação de liberdade. Embora o céu ainda estivesse carregado de nuvens, era possível ver as luzes do outro lado da cidade, onde ainda havia energia elétrica.

— Eu soube do seu caso. — Batwoman estava ao lado de Diana, também contemplando a cidade. — Não é curioso como as coisas andam rápido quando se trata de pessoas com uma certa influência?

Diana queria acreditar que a Batwoman não a culpava de nada, também sabia como as coisas se desenrolavam naquela cidade. Se você não fosse alguém influente ou amigo de alguém influente, tudo era muito mais lento.

No caso de Diana, ela estava em um processo com nomes de peso, e isso fazia tudo andar mais rápido. No fundo, no fundo, ela queria mesmo acreditar que as coisas não estavam funcionando apenas por intermédio do peso de seu nome.

— Espero que tudo tenha um desfecho satisfatório. — Diana foi sincera em suas palavras e, principalmente, no sentimento que tudo aquilo acarretava. Ela sentiu frio, embora o vento tivesse secado suas roupas, ventava muito naquela noite. — Preciso ir, minha advogada pode estar preocupada comigo.

— Sim, claro. — Batwoman subiu no parapeito do prédio, arremessando seu arpão de gancho. — Nos vemos por aí, Mulher Maravilha.

— Espero que sim. — Diana viu a Batwoman sumir pela cidade de Gotham.

Ela voou de volta ao apartamento de Kate, onde encontrou a advogada sentada no sofá, comendo comida numa embalagem quadrada com símbolos chineses, o escritório estava sendo iluminado por uma vela, já que a energia elétrica havia sido cortada devido o problema com o vento.

Kate apontou para a mesa, onde havia um saco pardo com comida. Diana ainda não havia parado para pensar nisso, mas estava há muitas horas sem comer. Ela pegou a caixa e sentou no sofá. Levou meia hora para que a eletricidade voltasse. Kate ligou a televisão e sentou novamente, puxando um cobertor para cobrir suas pernas, enquanto ela lia um documento, riscando algumas partes importantes com uma caneta marca texto.

A televisão estava ligada no canal de notícias, onde mostrava alguns depoimentos de pessoas que foram socorridas naquela noite chuvosa de Gotham. As duas não falaram nada sobre o assunto, não era preciso descrever o que elas estavam fazendo durante a tempestade.

O jornalista mudou a pauta para a grande festa da noite, que ocorria do outro lado da cidade, onde a chuva não teve um grande impacto e a cidade não ficou sem energia.

Diana e Kate assistiram ao desfile de celebridades no tapete vermelho da emissora de televisão, que estava ao vivo do Ópera House Gotham.

— Aposta quanto que Bruce Wayne vai aparecer com duas modelos em um conversível amarelo? — Kate riscava o arquivo que lia, entregando para Diana guardar na pasta correta. — É como um déjà vu. — Ela riu.

Conforme o repórter entrevistava os recém-chegados, Kate tecia comentários pessoais da vida de cada um, ao qual poucas pessoas conheciam e que seriam dados como escândalos caso fossem levados a público.

As atenções então se voltaram para o carro que chegava, um Rolls Royce clássico de edição limitada, conforme o repórter informava excitado. Então Bruce Wayne abriu a porta do carro e saiu, do outro lado, Damian Wayne também saiu.

Não havia modelos ou qualquer outra pessoa na companhia dos dois, senão Alfred Pennyworth, que não dirigia o carro naquele momento. Bruce deu uma breve declaração, dizendo que estava na companhia de sua família, eles passaram pelo tapete vermelho e então entraram no Ópera House.

Para Diana, não havia mais nada a fazer naquela noite, senão dormir e se preparar para a audiência no outro dia. Aceitando o convite de Kate, ela foi para o quarto e deitou na cama, enquanto a advogada terminava seu trabalho, dormiria no sofá.

A polícia trabalhava para organizar a horda de jornalistas que amontoava o prédio da suprema corte de Gotham. O comissário de polícia Jim Gordon, fazia a guarda pessoalmente do contador Leroy Smith e seu advogado, David Sartes. Eles entraram rapidamente no prédio, sem dar nenhum depoimento.

Diana e Kate chegaram de táxi e logo foram recepcionadas pelas câmeras de televisão. Eles fizeram diversas perguntas sobre o processo, mas também sobre o relacionamento dela com Bruce Wayne. Diana não respondeu nenhuma das perguntas, mas agradeceu a presença de todos e que, depois do julgamento, concederia uma coletiva. Elas subiram as escadas, até que puderam entrar no prédio.

O nervosismo de Diana passou assim que ela foi chamada para fazer o juramento, para que fosse interrogada diante do juiz e de um seleto grupo de pessoas que puderam ter acesso ao tribunal naquela manhã. As perguntas direcionadas à ela não foram diferentes das mesmas perguntas que Kate Spencer fez. Dessa forma, Diana sentia-se mais confiante nas respostas e concluiu seu depoimento sem dificuldades.

O dia foi longo e cansativo, porém, no final, não havia mais nenhuma pendência jurídica naquela cidade. Kate levou Diana para um bar que costumava comemorar o fim das audiências. Lá, encontraram-se com algumas amigas da advogada. Barbara Gordon, encontrava-se ocupada com uma ligação importante no celular. Já Dinah Lance, usava uma peruca preta e óculos escuro, dificilmente seria reconhecida por alguém e entregue a polícia, já que as pessoas naquele bar eram de confiança.

 

A comemoração não virou a noite toda como prometeram, pelo menos não para Diana, que precisava retornar as suas atividades. Ela pediu para que o Caçador de Marte a teletransportasse para a Torre de Vigilância da Liga.

O pedido foi atendido e então Diana já estava a poucos metros de John. Ele a cumprimentou com um silencio reconfortante para o momento, muita coisa havia acontecido desde sua última visita a torre e a última coisa que Diana queria, era dar mais detalhes de tudo o que se passou.

Os dois permaneceram poucos minutos a sós, até que o Caçador de Marte informou que eles teriam companhia.

Diana ficou surpresa quando Steve Trevor saiu do teletransportador, mas logo as coisas foram esclarecidas.

— Estamos trabalhando em conjunto. — John falou, monitorando algumas imagens nas telas de projeções. — Não podemos permitir que as pessoas sintam medo de nossa presença silenciosa em certas áreas. Já que nossa intenção é justamente ao contrário.

— Então trabalharemos diretamente para o governo dos Estados Unidos? — Diana perguntou, um pouco cética com a decisão ter sido tomada de forma tão pacífica.

— Não para eles, mas com eles. — Steve respondeu. — Não podemos negar a ajuda de vocês, é claro, mas também precisamos cuidar para que as coisas não fujam do controle.

— É como você chama o que aconteceu comigo? — A amazona não queria iniciar uma discursão ali, mas também não queria ser o pivô de uma mudança que nem todos estejam de acordo.

— Para que tudo continue dando certo, precisamos pensar na expansão, e talvez isso signifique alianças. — O Caçador prosseguiu, após a confirmação de Flash e Lanterna Verde aproximando-se do hangar, em um dos jatos. — A Liga está crescendo, Diana, nós precisamos disso.

— Estão todos de acordo com essa proposta?

— Estamos nos reunindo para tomar uma decisão em conjunto, por isso convidei o Senhor Trevor para dar os detalhes do que pode ser uma parceria. — O Caçador sabia que Diana possuía muitas outras perguntas, telepaticamente ele respondeu que logo tudo ficaria bem.

Diana concordou e esperou que todos os outros chegassem para iniciar a reunião. Enquanto isso, foi para a área de combate, onde acreditava que merecia relaxar um pouco. Uma hora de exercícios, em uma luta com um oponente holográfico, fez a Mulher Maravilha encontrar um pouco de paz em sua mente.

Por alguns minutos ela apenas pensou em nada além de um banho no mar de Themyscira. Sentia saudades de seu verdadeiro lar. E talvez fosse a hora de voltar para casa.


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Notas finais do capítulo

Para quem não lembra Dinah Lance é a Canário Negro :D
Obrigada pela leitura e comentário, caso deseje comentar, eles são bem vindos sempre, mas vcs que sabem se vale a pena ou não escrever um hehe
Até mais.
Beijos.



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