Os sentimentos da Princesa Guerreira escrita por Kori Hime


Capítulo 20
Capítulo 20 — Retornando à Gotham City


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Foram duas semanas de trabalho sem interrupção até que Diana foi convocada para retornar aos Estados Unidos. No aeroporto, Kate Spencer a aguardava com algumas novidades. Elas pegaram um táxi e foram direto para o escritório de advocacia de Kate, no centro da cidade de Gotham.

Nuvens carregadas vinha na direção da costa lestes, enquanto o vento varria toda a cidade. Diana e Kate chegaram a Downtown antes que a forte chuva iniciasse. 

O escritório de Kate ficava no primeiro andar de um prédio comercial de trinta andares. Naquela cidade, quanto mais próximo do chão, mais barato era o aluguel. Consistia em duas salas e um banheiro. Na primeira sala, um sofá de dois lugares, uma mesa e estante com diversos livros, além de uma televisão presa na parede. Na janela, com barras de ferro para proteção, havia um vaso com uma planta seca, carecendo de água.

Kate deixou a bolsa sobre a mesa, espalhando alguns papeis empilhados. Enquanto ela os arrumava, ascendeu um cigarro, depois buscou uma garrafa de cerveja no frigobar no canto da parede. No outro cômodo, um quarto mobiliado e algumas roupas no chão.

— Nataniel Norton entrou em contato comigo. — Kate sentou em sua cadeira, do outro lado da mesa. — Na verdade, foi o secretário dele. Me oferecendo um cargo no escritório. — Ela disse, com um tom de deboche. — Quando eu trabalhei lá, ninguém deu nada por mim. Agora que sou representante da Mulher Maravilha...

— E você ouviu a proposta?

— Sim, sim. É um bom dinheiro, com certeza resolveria alguns problemas meus, eu poderia alugar um apartamento e parar de dormir no trabalho. Mas não é o que eu preciso no momento, quero ter o meu nome naquela porta de vidro. — Ela apontou para a porta do escritório. — E não a de outra pessoa.

— Tem razão, é por isso que confio em você. — Diana estava ansiosa pelas novidades, mas não queria parecer negligente quanto aos sentimentos de Kate.

— Certo, vamos trabalhar. — Kate soltou a fumaça para o alto, com o cigarro ainda pendurado na boca. — A lista de fornecedores das joias que o chefe Gordon da Polícia de Gotham apreendeu, tem alguns nomes interessantes. Os holofotes estão direcionados para todos eles neste momento, políticos e pessoas de índole inabalável... até agora, logo mais será um teto de vidro. O contador da joalheria está preso e fez um acordo com a promotoria, ele falou tudo o que sabe. O problema é que, quando isso acontece em Gotham, geralmente a boca da pessoa aparece no outro dia cheia de formigas.

Diana ouviu tudo levemente chocada com a naturalidade de Kate ao descrever uma coisa terrível, como sendo algo recorrente;

— O que precisamos fazer para mantê-lo vivo? — Diana perguntou, preocupada com o rumo daquela conversa. Kate havia alegado que ela possuía boas notícias, mas até agora estavam caminhando para uma escuridão.

— Gordon é um policial honesto, depois de tantos anos ele não foi envenenado pela corrupção da cidade, então confio na decisão dele, e nos homens que selecionou para o caso. Além do mais, temos pessoas bem preparadas que vigiam a cidade de noite e de dia. — Karen tragou mais uma vez e então amassou o cigarro no cinzeiro.

— Esse senhor disse algo sobre mim? — A amazona, incomodada com a fumaça de cigarro, abriu a janela, entretanto, a poluição sonora e do ar, deixava o ambiente ainda mais carregado. Diana desistiu e então fechou-a novamente.

— Sim, ele confirmou o pagamento do seu cachê em cinquenta por cento, e as joias, que deveriam ser doadas para a instituição, foi para o bolso dele. É uma das provas da promotoria. Novamente, estamos em Gotham, não verá nunca mais aquelas joias. — Kate ligou o aquecedor, que, embora fizesse um barulhinho irritante de motor velho, era a única coisa que mantinha o lugar mais aconchegante.

— Então eu estou livre da acusação de sonegação e desvio de dinheiro? — Diana pareceu aliviada.

— Eu disse que a gente iria conseguir. — Kate sorriu, mas não durou muito. — Como eu já havia dito, as questões políticas são mais complicadas. Você entrou na Colômbia como uma visitante, não havia nenhuma informação sobre missão internacional com o governo dos Estados Unidos, a CIA, ou qualquer organização.

Diana caminhou pela sala, recordando-se do que Steve Trevor falara uma vez, sobre como a Liga da Justiça estava passando por cima das leis do país.

— Nossa missão era secreta, como muitas outras, não pedimos permissão.

— Todas as câmeras de segurança do hotel em que hospedou não capturaram nenhuma imagem sua, Diana. O que é estranho, pois você foi como turista, você só entra e sai de lá, não há imagens nos corredores, no restaurante ou no elevador. Isso tudo está sendo usado por eles para confabular contra você e a Liga, qualquer informação, mesmo que pareça inútil, vai virar uma bola de neve daqui em diante. Como sua advogada, eu preciso saber o que aconteceu.

Diana parou diante do vaso de planta seca, ela olhou a rua, pessoas corriam para fugir da chuva que assolava a cidade. A poluição sonora era intensa no primeiro andar. Muito diferente da cobertura do escritório de Bruce Wayne, onde visitara apenas uma vez.

— Um dispositivo eletrônico impediu que eu fosse filmada no hotel, ele também impedia que os grampos no quarto transmitissem o que falávamos lá dentro. Estávamos sendo vigiados. Foi apenas por segurança.

— Eu entendo. — Kate juntou as mãos sobre a mesa. — Bruce Wayne sabia que estava sendo grampeado?

— Sim, ele sabia. Eu contei.

— E ele se assustou?

— Não, ele parecia se divertir com a situação. — Ao menos era o que Diana achava sobre aquela noite.

— Havia mais alguém no quarto? — A advogada abriu uma gaveta da mesa, tirando um saquinho de balas coloridas.

— Sim, Alfred estava lá.

— O mordomo? — Kate ergueu a sobrancelha, sem se incomodar com a indiscrição.

— Isso, mas era uma chamada de vídeo, ele não estava lá fisicamente.

— Ok. Você e Bruce Wayne passaram a noite no mesmo quarto? Me desculpe pela pergunta íntima. É importante saber.

— Pode perguntar tudo o que desejar, eu não tenho nada a esconder a você ou a ninguém. — Diana retornou para a cadeira, mantendo sua confiança inabalável. — A missão era entrar em Bogotá com a ajuda de Bruce Wayne, já que fotos nossas circulavam pela internet, então não levantaria suspeitas de acompanha-lo em uma viagem.

Diana não achava que envolveria tanto Bruce naquela história, mas ele também deveria saber o que aconteceria depois. E ela seguiu contando o que todos deveriam saber para poupar a verdadeira identidade dele.

— Essa ideia foi sua? — Kate a interrompeu.

— Não, não foi. A ideia foi de outro membro da Liga da Justiça. — Diana prosseguiu. — Bruce não percebeu minha ausência na primeira noite, porque havia bebido demais na viagem. Depois, como apareceu na televisão, ele se envolveu com uma camareira. Durante esse tempo eu estava dentro da mina de esmeraldas. Quando retornei para o hotel, entrei pela janela do meu quarto, da mesma forma de quando saí, as câmeras de segurança estavam desativadas, como eu já disse.

— Então você encontrou os dois juntos na cama? — Kate estava com a boca relativamente aberta e dava para ver algumas das balas lá dentro, e os olhos atentos. — Digo, vocês brigaram?

— Não, nós não brigamos. Nós não compartilhamos a mesma cama. A suíte presidencial possuía mais de um quarto. Quando eu soube, arrumei minhas coisas e parti.

— Certo, mas você ficou em Bogotá por mais dois dias, onde se hospedou?

Diana ficou em silêncio por alguns segundos.

— Eu entrei pela varanda do mesmo quarto que estava, fiquei todo o tempo lá, já que o Senhor Wayne estava ocupado em suas festas, não percebeu a minha presença.

— Esperta. Isso realmente parece ser coisa dele. — Kate falou, anotando todas as informações. — Uma amiga da faculdade me disse que saiu com ele uma vez, e que acordou no outro dia sem lembrar de nada. Ela ficou com medo de ter sido drogada ou algo do tipo, fizemos até um exame de sangue, mas nada constou no exame. Você se safou de uma boa, Diana.

— Hmm pode ser. — Diana recordou-se de como Bruce escapava de algumas práticas noturnas, dando um sedativo leve para que as suas acompanhantes dormissem. Esperava, de forma positiva, que Bruce não voltasse a fazer isso novamente em nome da imagem de galã.

— Muito bem. Vamos organizar tudo o que você acabou de me contar, os detalhes são muito importantes, mas se quiser guardar algo por questões pessoais, não tem problema. No final, tudo vai ficar bem.

— Obrigada, Kate. Sobre o pagamento, eu vou transferir para a sua conta a quantia que ainda falta.

 Sem problemas. — Kate ficou de pé, alongando os braços. — Temos um dia longo pela frente. Eu vou fazer um café e então vou cair de cabeça nesses papeis.

— Se você não se importar, eu quero ajudar. — Diana ofereceu-se, não apenas porque Kate não possuía uma assistente, mas porque ela desejava ir a fundo naquele assunto. E não fazia sentido ficar sentada no sofá observando-a trabalhar sozinha.

Levou algumas horas para lerem todos os arquivos que estavam sobre a mesa, mas Kate e Diana estavam mais do que preparadas sobre o processo. Kate atendeu o celular e então seu rosto assumiu um semblante mais sério.

— Preciso encontrar uma pessoa. — Ela se levantou da cadeira, apressada, indo até o quarto.

— Posso ir com você.

— Obrigada, Diana, mas é algo pessoal. Prometo não demorar.

Antes de sair, Kate fez uma breve explicação sobre como funcionava o chuveiro a gás, para ter água quente e algumas outras recomendações. Diana sentou no sofá e ligou a televisão. Ela não queria se envolver nos assuntos pessoais de Kate, embora soubesse que havia coisas mais perigosas que a advogada resolvia nas noites de Gotham.

 

Entretanto, ela respeitava o desejo de Kate. Sabia que se fosse algo realmente grave, não faria cerimônia em pedir ajuda para a Mulher Maravilha. Além do mais, Diana confiava no trabalho dos jovens talentos que por aquela cidade lutavam.

Não havia muitos canais de entretenimento disponíveis, embora o aparelho fosse de uma empresa de televisão por assinatura. Diana deixou em um jornal, onde falava sobre o alagamento em alguns pontos da cidade.

— Essa cena se repete a cada nova tempestade, os lixos nas ruas vão direto para os bueiros que ficam entupidos e então não tem para onde a água correr. — A repórter estava com uma capa de chuva amarela, segurando um guarda-chuva e o microfone. — A prefeitura vem fazendo campanhas de conscientização da população, entretanto, do que adianta jogar o lixo no lixo, se a empresa prestadora de serviço da prefeitura não recolhe o lixo há mais de cinco dias? É com você, Doroty.

— A situação aí não parece nada boa, boa sorte, Mary. — A jornalista, sentada em uma poltrona, virou para uma outra câmera e o assunto mudou. — Essa tarde o bilionário, mais conhecido como filho próspero de Gotham, comemorou seu aniversário em um almoço com as crianças do orfanato Martha Wayne. O cobiçado Bruce Wayne falou com nosso repórter durante o evento.

Diana endireitou-se no sofá, deixando o controle remoto de lado. Bruce Wayne apareceu na tevê, elegante como sempre, ao lado de algumas crianças que entregavam para ele desenhos como presente de aniversário, ele também assoprou algumas velas sobre um bolo de chocolate, e depois brincou de pular corda com algumas meninas e meninos. Damian estava com ele, e seu olhar desinteressado dizia muito sobre sua falta de vontade em pular corda.

Na saída do orfanato, o jornalista da emissora fez uma pergunta.

— Deve ser muito difícil agradar alguém como o senhor, qual presente gostaria de receber? — O jornalista sorria, enquanto Bruce alisava o queixo, pensativo.

— Meu aniversário é só mais um dia como outro qualquer, eu acordo e recebo um ótimo café da manhã e a atenção de muita gente. Acho que isso já é um presente. Eu prefiro dar as pessoas um pouco do que eu tenho. — Bruce agradeceu a participação dos jornalistas e então se afastou, levando Damian para dentro do seu automóvel.

O jornalista finalizou a matéria com mais informações.

Essa noite, o mais concorrido jantar de gala em comemoração ao aniversário de Bruce Wayne, será transmitido ao vivo. Os grandes nomes da cidade irão passar em nosso tapete vermelho, além da cantora Britney Stewart e a banda The Moon, entre outros artistas que irão se apresentar. Cada convite deste jantar custou entre cinquenta e cem mil dólares. O dinheiro arrecadado será doado a obras de caridade. Como todos sabem, todos os anos sempre há uma concentração de pessoas em frente a Ópera House Gotham, então, para não ficar preso no trânsito, os agentes da prefeitura orientam a todos que utilizem o metrô para circular pela cidade.

O jornal prosseguiu com mais notícias sobre o alagamento que prejudicava moradores e comerciantes da região mais afetada. Diana memorizou as palavras do repórter, sobre sua localização e então escreveu um bilhete deixando sobre a mesa de Kate, avisando que retornava em breve.


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Notas finais do capítulo

Espero que lembrem da Kate em outro capítulo. Ela é da DC mesmo.



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