Os sentimentos da Princesa Guerreira escrita por Kori Hime


Capítulo 18
Capítulo 18 — Missão de Resgate


Notas iniciais do capítulo

Super Heróis "novos" a caminho :D



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— Eu não entendi, você está me dizendo que eu não posso deixar o solo americano? — Diana perguntou incrédula.

— Não é uma proibição, é mais uma sugestão da promotoria. — Kate falou ao telefone. — Sinto muito, Diana, as coisas não parecem tão simples. O governo da Colômbia está jogando duro com a gente. Eles alegam que houve uma quebra de acordo de paz com os Estados Unidos, já que a sua presença não havia sido informada. As autoridades querem uma retratação.

— Eu é que mereço uma retratação por ser tratada como uma suspeita, quando apenas estava ajudando pessoas. — Diana respirou fundo, deixando o telefone escorregar por suas mãos, estava quase desistindo quando Kate a chamou.

— Olha, estão usando esse caso para outras questões que nada tem a ver com seu trabalho como a Mulher Maravilha. São jogos políticos, os arquivos do pendrive que seu amigo nos ofereceu, são mais do que suficientes para provar a sua inocência. Só que, até lá, a promotoria acha mais adequado você não sobrevoar outros territórios. — Kate ficou em silêncio por um momento. — Eu sei que isso não estava nos seus planos. Prometo que vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que você possa deixar o país.

Diana se despediu e agradeceu, desligando o telefone. Ela poderia ficar em casa, aguardando pacientemente pelo fim do processo. Ou... poderia fazer o que estava pronta para fazer naquela manhã, viajar para o mediterrâneo.


A Mulher Gavião voava pelo céu nebuloso, tendo dificuldades para enxergar, devido a chuva. Voando ao seu lado, o Lanterna Verde criou com seu anel, uma proteção sobre suas cabeças. Diana pilotava o FN510, um jato recém adquirido pela Liga da Justiça, em uma barganha no planeta Nova Gênese.

Ainda que tecnologia não fosse o problema para a equipe, não havia como controlar o tempo em alto mar. Diana reportou aos colegas a direção em que os barcos de imigrantes foram vistos pela última vez no radar, estavam próximos.

Logo que o comandante da costa na Grécia confirmou a localização, Diana pode seguir com o jato até as embarcações, sendo seguida pelos outros dois super-heróis.

A amazona já podia ver os barcos no mar, sendo levados pelas ondas. O forte vento não colaborava, muito menos a chuva que aplacava o Mediterrâneo.

Havia três barcos, todos estavam superlotados e sem nenhum equipamento de segurança para uma viagem como aquela. Muitas daquelas pessoas haviam largado tudo o que possuíam em suas casas, para fazer a travessia e fugir da guerra. O que gerava um lucro rápido para os traficantes que ofereciam as viagens. E essa ganância era o que amargurava os sentimentos da Mulher Maravilha.

Assim que se aproximou, sobrevoando os barcos, Diana deixou o jato no piloto automático, para que pudesse ajudar no resgate. O jato era perfeitamente capaz de retornar a base de decolagem sozinho, o que não poderia dizer do navio de resgate que estava a caminho. Era preciso manter todos a salvo enquanto fosse possível.

Diana saltou do jato e caiu na água. Em seu nascimento, fora presenteada por Poseidon com uma capacidade de mergulho além do comum para semideuses, o que a ajudava bastante naquele momento. A amazona mergulhou por baixo de uma das embarcações que sofria com um naufrágio, e segurou-a com os dois braços, erguendo até a superfície.

Nesse momento, o Lanterna Verde criou uma proteção com seu anel, para manter o barco sobre as águas. A Mulher Gavião retirou algumas pessoas que haviam caído no mar, colocando-as de volta no navio.

Uma forte onda chocou-se contra os três barcos, causando confusão e muitos gritos. Diana nadou o quanto podia para ajudar algumas pessoas, assim como Shayera, enquanto o Lanterna Verde tentava proteger quantos podia. Somava quase duzentas pessoas no mar. Eles precisavam de reforço e o Caçador de Marte já estava trabalhando para dar suporte aos colegas.

As ondas continuavam a revirar os barcos salva-vidas que John projetara, tamanha era a força das águas. O navio de resgate ainda levaria vinte minutos para chegar no ponto em que estavam e Diana temeu não ser tempo suficiente para que todos naquela água sobrevivessem.

Subitamente, o mar violento começou a se acalmar e as ondas foram enfraquecendo. Confusa, Diana olhou para o céu, que ainda estava carregado de nuvens escuras.

Aquela mudança repentina só poderia ser obra de alguém que conhecia muito bem o mar.

Diana sentiu alívio quando Mera emergiu das águas do mediterrâneo, com toda sua magnitude e poder, controlando a água ao redor. Ao seu lado estava Aquaman.

Após quarenta minutos de espera, o navio de resgate chegou e todos estavam a salvo. Diana recebeu um cobertor de um dos marinheiros, depois, uma equipe médica ofereceu cuidados.

— Não é necessário, eu estou bem. — A amazona ergueu a mão. — Cuide deles, precisam mais do que eu. — Diana segurou o cobertor em seus ombros, embora o mar estivesse mais tranquilo, o vento ainda era forte.

— Como se sente? — Mera trouxe um copo fumegante e entregou para Diana. — Beba, é um chá.

— Obrigada. — A amazona tomou o chá, sentindo um leve arrepio no corpo, sentia muito frio e cansaço.

— Foi muita coragem sua ficar na água por tanto tempo com eles. — Mera olhou o convés do navio, cheio de pessoas sentadas e algumas deitadas. — Eu nunca vou conseguir me acostumar com uma visão dessas.

— Eu também não. — Diana agradeceu a chegada dela no momento exato, ou nada daquilo seria possível.

— Estamos do mesmo lado, queremos fazer o bem. — Mera passou a mão sobre os ombros de Diana. — Está tremendo de frio, precisa se esquentar logo.

— Ficarei bem, obrigada.

Assim que todos desembarcaram do navio, Diana sentia-se bem mais disposta, ela foi convidada para dar um depoimento para os repórteres, mas deixou essa tarefa nas mãos da Mulher Gavião e do Lanterna Verde, ambos com a colaboração de Aquaman.

Diana preferiu manter-se afastada das câmeras de televisão. Mesmo porque, Kate a orientou que evitasse falar com repórteres, pois ela não deveria dar nenhuma informação sobre o processo que vinha se desenrolando há quase um mês. Não que a Mulher Maravilha fosse dizer alguma coisa, mas queria evitar que a sua presença ofuscasse o que realmente importava naquele momento. Toda aquela situação com os refugiados.

Ciente dos problemas que Diana enfrentava naquele momento, Mera convidou-os a passar pelo menos uma noite em seu chalé na ilha, até que o tempo melhorasse e pudessem retornar para casa.

O chalé do casal ficava no Cabo Sunião, próximo ao templo de Poseidon. Havia apenas dois quartos no chalé, Diana insistiu para dormir no sofá-cama da sala, enquanto os casais ficavam nos quartos. Após um banho quente, a amazona vestiu roupas de Mera, uma calça de tecido leve, embora tenha ficado um pouco curta, já que elas possuíam alturas diferentes, mas era confortável. E uma camiseta com a estampa do próprio símbolo do Aquaman, que era vendida nas praias locais.

— Trouxe um creme para passar nos cabelos. — Mera entrou em seu próprio quarto, onde havia deixado Diana se arrumar. — Ele deixa bem macio, é terrível quando saio do mar e o ar da superfície arma meu cabelo. — Ela sorriu, e Diana entendeu que a rainha dos mares estava tentando animá-la. — Sei que o dia de hoje foi difícil, mas estamos fazendo tudo o que podemos para ajudar as pessoas.

— É claro, eu sei disso. — Diana agradeceu pelo creme e abriu a embalagem, tirando uma pequena quantidade e espalhando pelas duas mãos, depois alisou em seus cabelos, fazendo uma massagem nos fios. — Enquanto isso, estou aguardando a resolução de um processo preliminar alegando que eu invadi um país e violei acordos internacionais. Tudo porque quis ajudar as pessoas.

Mera sentou-se na cama, enquanto prestava atenção no desabafo de Diana.

— Já aconteceu algo parecido comigo. — Ela disse. — Tirei quase toda a água do corpo de um homem que causou muito mal à uma pessoa. Fui rotulada como cruel... confesso que não foi a melhor alternativa, a vingança pode ser uma maneira curta de conseguir algum ganho, mas ela não trará nada de bom. — Ela suspirou. — A justiça na superfície às vezes parece lenta, confusa e enrolada. Mas é o que eles têm, e é o que devemos fazer valer.

— Eu pensei nisso. — Diana também sentou na cama. — Vingança. Por um momento quis destruir todos os envolvidos. Estava perdida em minha dor. Penso que seria melhor retornar para casa, Themyscira é meu lar.

— Mas você trouxe luz para quem precisava de ajuda. — Mera acariciou os cabelos da amiga. — E é neles que deve pensar. Aqueles que não tem ninguém para lhes proteger. E essas pessoas estão longe de Themyscira. Acredite naqueles que estão trabalhando duro para te defender, afinal, não vejo melhor pessoa para ser defendida com unhas e dentes senão a Mulher Maravilha.

— Obrigada, Mera. — Diana ainda sentia um peso sem igual em seu peito, mas aquelas palavras contribuíram para ela pensar melhor.

— Agora vamos jantar, Arthur preparou salmão. É uma delícia com o molho de mostarda.


Enquanto todos dormiam, Diana se levantou.

Ela observava o mar pela janela do chalé, o clima do lado de fora havia se estabilizado e já não chovia mais. Decidiu fazer uma caminhada, já que ficar deitada no sofá-cama não estava resultando em nada, senão uma leve dor nas costas.

Após andar alguns minutos, a amazona não resistiu e voou até o Templo de Poseidon. As ruínas, firmes mesmo após tantos anos, ainda eram incrivelmente poderosas. Diana não possuía nenhuma oferenda, mesmo assim, fez uma prece respeitosa ao Deus.

A iluminação amarelada ao redor do tempo estava comprometida por causa da tempestade. Algumas lâmpadas piscavam até que apagaram completamente. O mar estava tranquilo, diferente da tempestade, ainda assim, Diana podia ouvir os gritos de socorro ecoando em sua mente.

Ela sentou sobre a pilastra do monumento, abraçando as próprias pernas e fechando os olhos. Sentia-se sobrecarregada naquele momento, mas, mais do que isso, sentia-se sozinha e com dificuldades de falar sobre seus sentimentos para outra pessoa.

Diana pensou na mãe, em suas irmãs de Themyscira e como elas faziam falta em sua vida. Talvez estivesse na hora de voltar para casa. Entretanto, ainda havia muito o que fazer.

Naquela noite, Diana não dormiu, viu o sol nascer e iluminar o Templo de Poseidon, enquanto pedia para os deuses para desanuviar seus pensamentos mais nebulosos.

Quando retornou ao chalé, Arthur preparava uma mesa do lado de fora com uma jarra de suco e um cesto de pães. John e Shayera caminhavam pela praia e Mera apareceu em pé na porta, alongando os braços, com os cabelos ligeiramente bagunçados. Ela esfregou o rosto com as mãos e depois alisou o cabelo.

— Vamos tomar o café da manhã, e depois ver como estão os refugiados. — Mera deu uma piscada de olho para Diana.

— É uma boa ideia. Estou tentando entrar em contato com Vixen, ela está na Síria, pensei em ir até lá para ajudar no que puder.

— Arthur pode conseguir o contato direto com ela, trabalhamos juntos algumas vezes, certo, querido? — Mera perguntou para o marido, que acenou, concordando. — Venha, querida, vamos comer alguma coisa, não dá para salvar ninguém se cairmos.


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Notas finais do capítulo

Eu escrevi uma fanfic da Mera e do Aquaman mas acho que o pessoal não gosta muito desse casal, pq só tem a minha fic na categoria HSAHUSHUASASAHS
Beijos gente, até mais :D