Os sentimentos da Princesa Guerreira escrita por Kori Hime


Capítulo 17
Capítulo 17 — Sem ressentimentos!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Katherine Spencer chegou ao supremo tribunal de Washington acompanhada por suas clientes Kendra Smith e Diana Prince. Assim que desceram do automóvel, um grupo de jornalistas cercaram-nas, dificultando a passagem pela escadaria do monumental prédio.

Com a ajuda de seguranças, a advogada conseguiu contornar a situação sem dar declarações, as três entraram na suprema corte e foram conduzidas para o local em que deveriam aguardar até o momento para prestar seus depoimentos no processo preliminar contra a Joalheria Gotham Silver, por sonegação de impostos e diversos outros crimes previstos por lei, incluindo sua ligação com as minas de pedras preciosas onde a Mulher Maravilha resgatou diversas pessoas em situação de trabalho escravo.

Kate era uma advogada que Diana – e diversos outros super-heróis – poderia confiar, na maior parte do tempo ela trabalhava em Gotham, não somente como advogada, mas também utilizava uma máscara ao qual os vilões dariam tudo para saber a identidade secreta.

 — Não se preocupe, eu vou conduzir o caso da melhor maneira possível. Não é a primeira vez que represento alguém que tenha sido vítima de uma conspiração como essa. — Kate tentou acalmar os ânimos, mas a presença de dois homens, só deixou tudo mais tenso.

Assim que abriu as portas da sala de espera, Bruce Wayne guardou o aparelho celular dentro do bolso do paletó que vestia. Ele meneou a cabeça, dando bom dia para as damas e, orientado pelo seu advogado, sentou-se na outra extremidade da sala.

— Senhorita Spencer, é um prazer. — Nataniel Norton, um advogado renomado de Gotham, aproximou-se, estendendo a mão para Kate.

— Olá, Senhor Norton, igualmente. — Kate apertou a mão de seu antigo chefe. Ela havia feito os primeiros anos de estágio no escritório de advocacia de Norton, até que se formou e decidiu trabalhar por conta própria.

— Vejo que sua lista de clientes tem aumentado. — O advogado olhou na direção de Diana. — É sempre muito bom ver uma colega prosperar. Boa sorte, se precisar de algo, estarei aqui.

— Obrigada, senhor. — Kate decidiu não falar mais do que o necessário com o advogado, mesmo reconhecendo todo o seu talento e confiança. — Agradeço a oferta.

Kate voltou ao seu lugar.

Enquanto Kendra falava com os filhos no celular, Diana aproximou-se de Kate para saber mais sobre a presença de Bruce Wayne.

— Ele também foi intimado para prestar depoimento, afinal de contas, a empresa dele foi a única patrocinadora da joalheria.

— Mas existe alguma prova que o incrimine de algo? — Diana evitou o contato visual com Bruce desde que ele entrara na sala.

— Difícil dizer, a Wayne Enterprises tem todos os tipos de investimentos, a figura de Bruce Wayne é estampada na primeira página, mas não é somente ele que assina os cheques, é claro que seria uma caça às bruxas conseguir derrubar alguém que tem uma imagem tão boa quanto a dele, mas eu duvido que vão fazer algo contra o dono da empresa. Em Gotham, o laço sempre arrebenta do lado mais fraco.

Diana nunca se sentiu tão ansiosa como naquele momento. Bruce Wayne havia acabado de entrar na outra sala, acompanhado de seu advogado, não trocaram olhares e palavras. De certo, o advogado deve ter lhe dado o mesmo conselho que Kate.

Já havia passado quase uma hora e então Kendra pode dar seu depoimento. Kate a acompanhou para dentro da sala, pedindo que Diana a aguardasse.

Nataniel Norton, o advogado de Bruce, atendeu a uma ligação no corredor, do lado de fora da sala de espera. Bruce e Diana se encontravam sozinhos naquele momento.

— Meu advogado vai resolver essa confusão. — Bruce disse, sua voz era confiante e sedutora, como costumava ser quando ele usava aqueles ternos. — Tudo não passou de um terrível engano. Não vou permitir que pessoas de má índole manche a reputação admirável da Mulher Maravilha.

— É muito gentil, senhor Wayne. — Diana estava em pé no lado oposto da sala. — Eu confio na minha representante, ela é muito competente.

— Jamais questionaria as habilidades da senhorita Spencer, ela enfrenta todos os tipos nos tribunais em Gotham, acho-a admirável, tanto é que ela já recusou um convite para trabalhar em nossa empresa, alegando que o seu lugar era fora das grandes corporações, uma pena... — Bruce ajeitou o paletó, olhando pela primeira vez nos olhos de Diana. Ele não disse mais nada, pois Nataniel retornava à sala.

— Bruce, lamento informar, mas o aeroporto suspendeu as decolagens por causa do mal tempo. Vamos para um hotel.

— Vamos de carro, tenho coisas a fazer em Gotham. — Bruce virou-se para Diana. — Foi um prazer revê-la, senhorita Prince. — E então ele saiu da sala.

Não demorou muito para Diana ser chamada, Kate fez mais algumas orientações e então eles começaram. As perguntas iniciais foram simples, apenas para conhecimento básico de como ela havia sido contratada para a campanha publicitária da joalheria e o que a motivou.

Diana não teve problemas em relatar todos os acontecimentos, desde o encontro com Kendra na ONG até o contrato assinado com a joalheria.

— Havia uma cláusula no contrato de que a senhoria ficaria com as joias da coleção que tirasse fotos. — O representante legal olhou para Diana e depois voltou sua atenção para um papel. — O que aconteceu com as joias?

— Eu abri mão das joias e de cinquenta por cento do cachê para contribuir com a reconstrução de um orfanato. Samantha Smith era a responsável, nós conversamos sobre isso diversas vezes e ela me garantiu que tudo seria repassado.

Diana foi sentindo que as perguntas eram cada vez mais direcionadas para sua vida pessoal, até chegar ao incidente em Bogotá, na Colômbia.

— Eu precisava entrar na cidade sem levantar suspeitas, esse é o único motivo de me aproximar de Bruce Wayne. — Diana ouviu Kate pedir para falar a sós com a cliente, dando um pequeno recesso, já que eles estavam ali por quase uma hora.

Após um breve momento, em que Diana e Kate falaram baixinho, tudo terminou rápido. Kate estava satisfeita com o andamento, já que estavam colaborando com uma investigação, e Diana não era suspeita, pois realmente haviam provas de que ela deixou metade do cachê e as joias para doação.

— Vai ser impossível voltar para Gotham com esse tempo, o aeroporto está fechado. — Kate lamentou, procurando pelo celular dentro da bolsa, precisava avisar algumas pessoas de que não teria condições de retornar para casa naquele momento.

— Podemos ir para a ONG, precisamos de um bom café para relaxar. — Kendra estendeu a mão, parando um táxi.

Diana concordou, mas outro carro parou atrás do táxi. Ela reconheceu o Camaro 1968 que Trevor dirigia, pediu para que Kendra e Kate fossem na frente, e mais tarde ela as encontraria na ONG.

Assim que o táxi partiu, Steve Trevor saiu do carro e abriu a porta do passageiro para que Diana pudesse entrar. Ele voltou ao banco do motorista, então deu a partida e dirigiu até a cafeteria Mary Mary, onde os dois haviam se visto, e discutido, pela última vez.

Sem trocar uma palavra, eles entraram na cafeteria e foram recepcionados por uma atendente que os levou para a última mesa do salão, conforme Steve sugeriu.

Assim que se sentou, e deixou a bolsa no banco vazio ao seu lado, Diana pediu um chá, enquanto Trevor escolheu um café e uma torta de baunilha.

— Estou surpresa em vê-lo. A última vez que nos falamos não foi exatamente uma despedida agradável. — Ela decidiu quebrar o gelo, incomodada com o silêncio.

— Sei que te devo desculpas pelo meu comportamento anterior. — Trevor observava a janela da cafeteria, nuvens cinza escuro se amontoavam sobre a cidade. — Também devo desculpas por aparecer dessa maneira, agradeço que tenha aceito meu convite.

— Na verdade, você não me convidou, apenas abriu a porta do carro. — Diana agradeceu a atendente pelo serviço, colocando em seguida dois cubos de açúcar na xícara de chá, ela mexeu com a colher de prata e depois experimentou. — Mas eu estou feliz que você tenha vindo me ver.

Trevor bebeu o café, depois tirou do bolso do paletó um pendrive, entregando-o para Diana.

— Eu estava com a cabeça quente da última vez. — Trevor começou a falar, mexendo a colher na xícara de café. — Fiquei irritado com as fotografias da sua viagem à Bogotá com Bruce Wayne. Eu sei, é ridículo sentir ciúmes de você, depois de tudo o que passamos... sei lá. — Ele mexeu nos cabelos loiros. — Pareço um completo idiota.

— Eu jamais diria isso. — Diana segurava o pendrive, curiosa para saber do que se tratava. — Às vezes é inevitável, embora possa ser contornado. Mas eu prefiro que fale comigo, que desabafe, do que remoer sozinho o que você sente.

Steve riu.

— Enfim, eu não vim aqui remoer o passado. Na verdade, eu vim ajudar.

— Me ajudar?

— Sim, eu soube do processo que estão levantando contra você na Colômbia, então decidi investigar algumas informações com um contato que me devia um favor.

Diana piscou os olhos lentamente, olhando para o pendrive.

— Mas eu acabei de depor sobre minha visita a Bogotá, as joias e a joalheria... Katherine Spencer está me representando nesse caso.

— Diana, isso é só o começo, eles vão fazer qualquer coisa para manchar a imagem da Liga da Justiça, começando por você. Leve o pendrive e mostre para sua advogada, ela vai saber o que fazer. Infelizmente não posso ficar mais, tenho um compromisso inadiável essa tarde. — Ele se levantou e ajeitou o paletó. — Obrigada pela sua companhia. Sem ressentimentos?

— Sem ressentimentos.

Ele sorriu e deixou vinte dólares sobre a mesa.


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Notas finais do capítulo

A Kate Spencer é a Justiceira/Manhunter.
A história está indo para o final. Termina no capítulo 22, mas eu escrevi um epílogo e quem sabe eu escreva 2 epílogos e se por acaso alguém achar que precisa explicar mais alguma coisa, eu trago o 3 epílogo :x

Beijos, obrigada pela paciência em me acompanhar, sei que não é fácil ser meu leitor.
Até mais.



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