Os sentimentos da Princesa Guerreira escrita por Kori Hime


Capítulo 14
Capítulo 14 — Renovação Pessoal


Notas iniciais do capítulo

Diana está de mudança.



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Elizabeth Darcy não era uma mulher que costumava se sensibilizar com facilidade. Ao lado da porta, ela assistia Diana guardar seus pertences em uma caixa, depois dobrando as roupas e ajeitando na mala. A ideia de ter que dividir o apartamento com outra pessoa, parecia bastante desanimadora, mas se Elizabeth quisesse continuar morando naquele apartamento, iria arrumar alguém rápido para ocupar o espaço que Diana deixava vago.

Como não gostava de despedidas, ela apenas deu um abraço em Diana e saiu em silêncio do apartamento. Iria se encontrar com Sophia Lopez, uma estudante de Direito que precisava de um lugar para ficar. Elizabeth ainda era contra a mudança de Diana, mas não poderia ficar esperando o luto passar para arrumar outra pessoa para morar ali.

Diana terminou de organizar tudo e levou as duas caixas e a mala para a sala. A decisão de se mudar não foi fácil. Enquanto jantava com Clark, a ideia surgiu em sua cabeça, ele até ofereceu um espaço para ela no apartamento, poderia liberar o quarto de hóspedes que usava como escritório. Só que Diana não pretendia causar mais alvoroço na vida de seu amigo, sabendo que Lois Lane poderia não gostar da ideia. Mas esse não era o único motivo.

Ela sabia que Bruce e Clark possuíam uma amizade tão solida quanto podia imaginar. Diana poderia quase ter certeza de que Clark já sabia da existência de Damian, e se fosse verdade, não o acusaria de não ter revelado a história.

Assim que deixou o apartamento, Diana ouviu uma buzina do outro lado da rua. Shayera estava no banco do motorista, acenando com os braços. Era quase noite quando a Mulher Gavião combinou de ir buscá-la, só estava atrasada alguns minutos.

Shayera pegou uma das caixas e jogou no banco de trás do automóvel conversível, bastante castigado pelo tempo. Havia uma batida na lanterna traseira, mas ela não parecia incomodada com isso.

— Acredite ou não, comprei esse carro por trezentas pratas. — Shayera girou a chave, ligando o carro, falando com precisão a qualidade do motor pelo seu barulho. Coisa que Diana não fazia ideia do que significava. — Antes de entrar para a Liga da Justiça, eu costumava participar de umas lutas não oficiais. E, por favor, não precisa dizer que usar meus poderes para ganhar lutas em um ringue é algo imoral. — Shayera parou no sinal vermelho e olhou para Diana. — O mercado de trabalho é um pouco limitado para pessoas como nós.

É, Diana bem entendia isso. Mas era injusto ela entrar em um ringue de luta para ganhar dinheiro. Elas viajaram alguns minutos. Obviamente ambas poderiam voar e reduzir o tempo de viagem em apenas meia hora. Entretanto, limitaria a parte divertida da viagem de quatro horas de carro para o Brooklyn, em Nova Iorque.

Pararam em um posto para abastecer o carro. Diana ficou encarregada de comprar comida na loja de conveniência. Ela pegou água e uma caixa de suco, Shayera pediu para levar cerveja, mas a amazona sabia que não era uma combinação muito correta, além de ser contra as leis, beber e dirigir.

Diana colocou os produtos sobre o balcão, enquanto escolhia uma cartela de chicletes, o rapaz no caixa parecia mais atento nas notícias da televisão. O comentário dele a fez prestar atenção no que a repórter falava.

— A polícia acaba de informar que o corpo encontrado boiando no Rio Richmond era de Catarina Lopez, desaparecida desde setembro do ano passado. A família diz que ela fugiu de madrugada, levando poucas coisas. Entrou em contato com a mãe em janeiro, pedindo dinheiro para voltar para casa, mas a ligação foi interrompida e desde então a Senhora Lopez vinha exigindo da polícia uma investigação mais profunda.

O rapaz do outro lado do balcão riu.

— Não devia ter fugido de casa. — Ele comentou, colocando os produtos dentro de uma sacola. — Deu dezoito dólares.

Diana ainda assistia a televisão, ignorando o comentário do rapaz.

— Outras mulheres foram resgatadas de seus cativeiros, possuíam uma tornozeleira para rastreá-las onde estivessem. Eram vigiadas vinte e quatro horas por dia e possuíam uma rotina bastante rigorosa. Moravam no porão de uma casa, no subúrbio da Richard Madson.

A reportagem foi direcionada para uma entrevista gravada com um dos moradores do bairro. Um homem falava com o repórter, a legenda dizia “David Robson, aposentado”

— Eu via sempre uns homens estacionando um furgão, e duas ou três mulheres bem bonitas entravam na casa, eles diziam que trabalhavam com modelos. Eu achava que faziam filme pornô lá dentro. Não me metia nos assuntos dos outros, cada um sabe o que faz. — Comentou.

O rapaz do caixa voltou a rir e fazer um comentário que Diana preferiu não dar atenção. Ela pagou pelos produtos e saiu da loja.

Shayera a aguardava no banco do motorista, Diana entrou no carro e fechou a porta.

— Nossa, mas que cara é essa princesa? — Ela perguntou, esticando o braço no encosto do banco.

— A televisão noticiou um grupo de mulheres resgatada. — Diana respondeu, séria e pensativa

— O tempo passa, mas ainda é difícil acreditar nessa realidade, não é? — Shayera dirigiu o carro. — Imagino que essas coisas não aconteciam na sua Ilha.

— Essas coisas não deveriam acontecer em lugar nenhum. — Diana encostou a cabeça na mão, apoiando o cotovelo na porta do carro.

A porta rangia conforme o movimento do automóvel. Shayera concordou com Diana, depois, elas ficavam em um silêncio absoluto por mais alguns quilômetros, até a Mulher Gavião ligar o rádio. Ela cantou algumas músicas, animadas e outras num ritmo mais romântico e depressivo.

— Sabe uma coisa que não tem no meu Planeta e que eu levaria da Terra? — Ela perguntou para Diana, que não deu resposta, então Shayera continuou. — Adam Levine.

— Quem é ele?

— Você não sabe quem é ele? — Shayera girou os olhos, esticando o braço para trás, procurando sua bolsa perdida no meio das coisas de Diana. Ela encontrou a bolsa e jogou no colo da amazona, pedindo para ela achar seu Iphone. — Só ir em Músicas e procura por Maroon Five, Five é o número mesmo.

— Certo, é isso aqui?

Shayera espiou e concordou com um movimento de cabeça.

— Ok! Esse então vai ser o hino da nossa mudança. Segue o ritmo da música e balança os ombros e vai aprendendo a letra, é bem fácil. — Já no início da música, Shayera cantou, balançando a cabeça e erguendo os braços. Diana segurou o volante, assustada, enquanto a Mulher Gavião gargalhava. — Vou mostrar uns vídeos dele dançando, você vai amar.

Quando chegaram no endereço, Diana já havia decorado pelo menos metade das músicas que Shayera cantou repetidamente. O carro foi estacionado em frente a um prédio de tijolinhos vermelhos. A pintura da porta descascava e o vidro da janela lateral estava quebrado, as janelas do primeiro andar possuíam grades. O prédio era de oito andares e um terraço que a Mulher Gavião dizia usar para tomar sol nos finais de semana.

Não havia elevador, subiriam as escadas voando e carregando as caixas, mas levantariam suspeita caso alguém abrisse a porta e as flagrasse.

— Nada como fazer um exercício pela manhã, não é? — Shayera sorriu, abrindo a porta do apartamento com sua chave. — Vou fazer uma cópia para você. E caso perca a chave, eu deixei uma escondida embaixo desse vaso de planta. Ele é feito de pedra maciça, duvido que alguém normal vá conseguir levantá-lo.

Diana entrou depois de Shayera. Ela deixou a mala no chão e uma das caixas que carregava. O apartamento era bastante antigo, mas organizado de um modo peculiar pela atual proprietária.

A sala era compacta e com um sofá de dois lugares, uma televisão em cima de um armário com duas gavetas. A janela era grande e iluminava o ambiente. Possuía uma vista para uma quadra de basquete e Shayera se pendurou na janela falando que costumava tomar o café da manhã assistindo o Bloco da rua quinze jogar contra o da rua dezessete.

A cozinha era do outro lado da sala, possuía um fogão de duas bocas, geladeira de uma porta e um armário de parede. A bancada com três lugares dividia os dois ambientes que possuía um visual aberto.

Os quartos possuíam o mesmo tamanho. Shayera chegou a dividir o apartamento com uma policial da cidade, que trabalhava mais do que ficava em casa, só que ela conseguiu uma promoção e se mudou para a Califórnia.

— É um lugar muito bom, eu gostei. — Diana sentou na cama, o quarto era bem menor do que o antigo, mas não precisava de mais espaço além do necessário para descansar. — Eu estava pensando sobre essa nova fase, e tive uma ideia.

— Ótimo, adoro novas fases.

— E se por acaso nós ensinássemos outras mulheres o que sabemos? — Diana esperou a reação de Shayera, mas não encontrou muito entusiasmo.

— Me explica melhor a sua ideia. Quer transformar mulheres da cidade em amazonas?

— Não, digo, sim. Quero dizer, eu quero ensiná-las a se defender. — Diana se levantou, andando até a janela. Embora a vista fosse outro prédio, a luz e o vento que entrava no ambiente era agradável.

— É uma ideia... mas elas precisam de mais do que saber se defender fisicamente. Elas precisam de apoio psicológico, precisam de emprego, precisam de muitas coisas. — Shayera notou o desanimo abater na expressão do rosto de Diana. — Mas isso não quer dizer que a gente não possa ajudar. Podíamos chamar a pirralha kryptoniana para ajuda. Ela tem uma boa relação com a internet.

Diana animou-se com o apoio de Shayera.

— Vamos ver quem mais vai poder ajudar. Precisaremos de um espaço para os exercícios e treinamento.

— Minha vez de colaborar com uma ideia. — Shayera foi até a sala e pegou o telefone, discou um número e aguardou a ligação ser atendida. — Hey! John, tem um tempinho para mim?


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Notas finais do capítulo

Olá, como eu disse, sempre que o tempo tiver sobrando eu vinha aqui. O engraçado é que eu me obriguei a vir entre um texto e outro que eu precisava estudar KKKKK
E vocês, está tudo bem aí?
Para a Diana parece que está indo tudo bem. Devo confessar que a Shayera não ia aparecer na história, mas eu a adoro ♥ queria ter tido a chance de colocar todas as personagens dos quadrinhos aqui, mas não deu por causa do enredo. Mas algumas eu adicionei na história, nem que fosse apenas uma citação.

Beijos.



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