Caminhos escrita por TAYAH


Capítulo 5
Um gole de coragem - Regina


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei quase duas semanas com esse capítulo, mas foi difícil, difícil de contruí-lo sem que ficasse exagerado ou sem graça.
E temos também o fato de que eu sou meio problemática com uma cena especifica desse cap... sempre imagino mil maneira de acontecer e isso faz com que eu demore... mas o importante é que o cap está aqui e ficou mais lindinho do que eu tinha pensando que ficaria.

OBRIGADA A TODOS OS COMENTÁRIOS DO CAPÍTULO ANTERIOR, VOCÊS SÃO MARAVILHOSOS E PERFEITOS, SEM VOCÊS NADA DISSO FAZ SENTIDO ♥

Boa leitura!



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Meu coração ainda batia forte e feliz. Fazia tanto tempo que eu não tinha aquele tipo de felicidade, na verdade revendo minha vida em alguns segundos, eu podia afirmar que nunca havia me sentindo tão completa e em paz como naquele jantar.

Quando éramos só Henry e eu, nós costumávamos ter jantares alegres e divertidos, aquilo me bastava e eu acreditava que me bastaria para o resto da vida, eu nem se quer pensava na possibilidade de ter uma grande família, com mais filhos e... um companheiro ou companheira...

A chegada de Emma mudou muita coisa em minha vida, não só pela quebra da maldição, mas muito mais por ela ter me tirado Henry, aquilo que eu mais amava. Só aquele fato já era o suficiente para eu odiá-la para o resto da vida. Porém, Sarah e Elise surgiram de uma dimensão alternativa, onde Swan e eu éramos casadas, felizes e tínhamos uma grande família. É claro que aquilo mexeu comigo e girou minha cabeça completamente.

Antes do jantar eu estava desconfortável e com medo daquela situação, mas as meninas fizeram tudo fluir tão simples e harmonioso, que sem pensar eu me vi dentro daquela ocasião. Falei coisas que nunca havia imaginado, ouvi Swan dizer outras que eu nem sabia que era possível sair de sua boca. Henry estava tão descontraído e alegre que nem parecia que havia partido de casa um dia. E as meninas, eram tão Emma e eu, que por mais assustador que fosse tudo o que estávamos vivendo, eu não queria abrir mão delas, eu não queria que elas partissem.

Sarah e Elise não eram minhas de fato, já que foi uma outra Regina quem as teve, mas elas faziam eu me senti tão amada e confortável, que só de pensar que em breve elas iriam voltar para casa, meu coração doía. Elas estavam em minha vida fazia poucos dias, mas eu as queria, eu estava desejando com uma força desconhecida ter aquele jantar todas as noites... Eu queria sentir aquele amor todos os dias.

Eu poderia sim estar desejando coisas que nunca nem se quer se passaram em minha cabeça, mas eu estava assustada, para falar a verdade, eu estava apavorada e depois de ter ingerido tanta magia no jantar, eu não ia beber aquele vinho da coragem, sabe-se lá o que ele me faria dizer... ou até mesmo fazer. Porém, eu iria deixar que Emma o bebesse... ia ser divertido vê-la perder o medo.

Eu coloquei as taças sobre a bancada e peguei o vinho da mão de Swan, ela estava inquieta e nitidamente nervosa com sua respiração pesada que sempre lhe entregava. Servi o vinho nas duas taças, mas com um pequeno movimento de minhas mãos eu troquei o liquido da minha para um vinho comum, sem magia.

— Saúde. – Eu disse ao entregar a taça para Swan e estender a minha para que brindássemos.

— Será que é uma boa ideia beber isso? – Ela estava insegura, mas seus olhos me mostravam curiosidade.

— Acho que podemos confiar nas crianças, a ideia do jantar também foi estranha, mas no final deu mais certo do que imaginei. – Dei uma leve balançada em minha taça para que ela brindasse.

— Tudo bem. – Swan soltou o ar, brindou e bebeu quase metade do liquido de uma só vez. Eu apenas tomei dois goles e esperei para ver a magia acontecer. – Uau... – Ela sorriu feliz, tive vontade de perguntar o que estava sentindo, mas ela não podia saber que estava bebendo o vinho da coragem sozinha.

— Incrível, não? – Eu fingi estar sentindo algo, pelo menos felicidade, já que ela parecia estar alegre.

— É como se os medos sumissem... Não todos... ainda sinto vários deles... – Ela virou o resto do vinho. – Nossa! Isso é maravilhoso. – Ela sorria de um jeito diferente, eu nunca tinha visto. – Preciso de mais... – Emma foi até a bancada e encheu sua taça.

— Vai com calma, não quero ter que te impedir de pular do lugar mais alto de Storybrooke caso te de vontade e você perca até o medo de morrer. – Sorri ao me sentar no sofá.

— Você deveria beber tudo de uma vez, ai vai entender o que estou sentindo nesse momento. – Ela sentou a minha frente e tomou mais uns goles.

— Sério Emma, vai com calma, se não pela magia, que seja pelo vinho, vai acabar ficando bêbada e sem medo algum.

— Tudo bem, eu já me sinto tão livre de todos os muros da minha vida, que acho que por enquanto é o suficiente para fazer quase de tudo. – Swan sorriu de canto ao colocar a taça sobre a mesa.

— Então me fale, o que achou da magia no jantar que as meninas improvisaram?

— Eu nunca em toda a minha vida me senti tão bem, eu viveria isso todos os dias, não só no jantar, mas em todas as refeições e momentos da vida. Não só pela magia, mas pela situação que foi. – Ela não estava ofegante e nem medindo as palavras, aquela magia era mais perigosa do que eu tinha imaginado.

— Bom. – Tentei também parecer natural. – Então quer dizer que você pensa sobre a gente vivendo juntas? – Foi difícil perguntar aquilo, mas eu tinha que continuar atuando que estava com coragem.

— Antes do jantar eu apenas imaginei como aquela Emma e aquela Regina se apaixonaram, em como tudo aconteceu, como que elas tiveram essas meninas, como é a vida que elas levam, mas não cheguei a pensar em eu e você diretamente, há muita coisa envolvida aqui para eu simplesmente imaginar na gente juntas e tendo mais duas filhas. – Swan pegou a taça e bebeu mais alguns goles. – Mas durante o jantar foi inevitável não pensar em você e eu vivendo uma vida. – Ela estava falando sem pudor algum, era como se seus pensamentos estivessem saindo pela boca.

— E pensou exatamente o que? – Mesmo com meu coração acelerado com aquelas informações eu queria mais, precisava saber o que se passava em sua cabeça.

— Pensei na gente como uma família, em como tudo ali era bom, como poderia ser ainda melhor se não fosse apenas um jantar para alegrar Sarah e Elise, e sim para alegrar todos nós.

— Uma família como? Você imaginou a gente vivendo com essas meninas de outra realidade, ou com as nossas próprias?

— Quantas perguntas. – Ela sorriu ao beber um gole. – Eu apenas imaginei a situação do jantar se repetindo e se repetindo, eu não queria que acabasse e eu não quero que acabe... Mas sobre pensar em ter nossas próprias filhas nessa realidade, bem, agora estou pensando. – Em seus olhos eu podia ver certa malicia, o que fez meu coração bater ainda mais e meu estomago revirar, talvez aquelas perguntas não tenha sido boa ideia. – E você, o que achou de tudo?

— Eu... eu achei muito bom, Henry foi incrível, fazia muito tempo que ele não me trava tão bem... e as meninas também foram incríveis, elas são muito especiais, e você... você é uma melhor companhia do que eu imaginava.

— Acho que você precisa beber mais vinho magico para se soltar. – Ela estava sentindo que eu não estava tão aberta quanto ela. – Essa sensação de total liberdade com as palavras e os pensamentos é tão boa, eu me sinto invencível.

— Eu estou bebendo... – Virei meu vinho comum. – Viu? – Sorri tentando fingir que magia fez efeito. – Você acabou de dizer que estava pensando sobre nós termos nossas próprias filhas... – Provoquei com um sorriso, eu tinha que ser convincente. – O que foi que imaginou, Swan?

Ela fechou os olhos e sorriu, ficou alguns segundos daquele jeito e riu sozinha ao abrir os olhos e me encarar. Meu corpo inteiro estava reagindo de uma maneira bem distinta, a boca seca mesmo bebendo vinho, as mãos quentes mesmo no inverno, o coração batendo desregulado e um embrulho constante no estomago.

— Eu imaginei você sussurrando meu nome... – Sua voz era baixa e completamente sedutora. – Depois tentei imaginar qual é o cheiro da sua pele... a textura dos seus cabelos em meus dedos... o calor do seu corpo próximo ao meu.... o gosto do seu beijo.... as curvas... – Eu a interrompi.

— Ok, eu entendi.

Eu não consegui ficar ali parada olhando em seus olhos e ouvindo-a dizer tais coisas em um tom tão... chamativo. Levantei e fui até o outro lado da sala e fiquei de costas tentando recuperar a respiração e acalmar as vontade insanas do meu corpo.

A ideia era me divertir com Emma falando as coisas e não me sentir encurralada.

Se eu queria beijar Emma? É claro que eu queria! Mas isso não quer dizer que eu iria.

Ouvi-la falar daquele jeito me fez até pensar que talvez eu sempre tenha tido aquela vontade, mas simplesmente a joguei para o lado do ódio e não da luxuria... Quanto potencial jogando fora... Mas também já era tarde para pensar que teria sido diferente caso eu tivesse transado com ela e não tentando-a matar.

— Toma... – Emma sussurrou atrás de mim, eu pude sentir sua respiração em meu pescoço, o que me fez prender a minha para tentar me controlar. – Bebe mais um pouco, vai se sentir melhor. – Ela pegou em meu braço e me virou fazendo um calor absurdo surgir, colocou sua própria taça em minha mão e me incentivou com um sorriso.

— Acho que já é o suficiente por hoje, Swan. – Eu falei baixinho encarando seus olhos, ela estava dentro do meu espaço pessoal e me olhava intensamente.

— Só mais um...

 Soltei o ar que estava preso e tomei apenas um gole daquela bebida mágica, um único gole que fez toda a diferença. Eu ainda sentia medo, mas a coragem que me invadiu inicialmente fez alguns muros serem derrubados.

— Bem melhor, não acha? – Emma perguntou com um sorriso vitorioso. – Agora me diz... Majestade. – O “majestade” soou completamente sexy – O que foi que você imaginou? Ou vai mentir para mim e dizer que eu sou a única que estou aqui... – Eu a interrompi.

— Cala a boca, Emma...

Segurei em seus cabelos e beijei sua boca antes que eu me afogasse em minhas próprias vontades. O gosto do vinho com magia fez com que eu me soltasse ainda mais. Suas mãos me abraçaram pela cintura fazendo todo meu corpo vibrar.

Que lábios eram aqueles? Que cheiro maravilhoso ela tinha. E como era possível haver um encaixe tão perfeito em nossos corpos?

Emma me beijava com tanta sede que estava difícil de respirar. Suas mãos me apertavam com tanta vontade que eu só conseguia pensar em tirar minha roupa e senti-las em minha pele nua.

Puxei seus cabelos levemente para trás, eu queria olhar seu rosto por um segundo, queria ver todo seu desejo por mim em sua face. Sua boca estava avermelhada e seus olhos entreabertos, uma expressão somente minha, que eu havia causado, aquilo era algo que eu jamais esqueceria.

Ela me segurou pela cintura e ameaçou a me por sobre a bancada, mas eu a empurrei de leve e voltei a beijar sua boca quente. Fui a empurrando sem nos separarmos até o sofá, onde a fiz sentar e me sentei sobre ela.

Seu beijo tão intenso, suas mãos tão intimas do meu corpo, acariciando minhas costas por dentro da blusa. Enquanto eu a beijava e a mordia levemente vez ou outra. Eu rebolava em seu colo fazendo um meu calor transbordar.

Eu já havia estado com muitas pessoas pelos longos anos de minha vida. Mas nunca tinha me sentindo a ponto de explodir como eu estava ali com Emma, talvez fosse apenas a magia falando mais alto, ou talvez fosse todo aquele ódio sendo transformado em pura luxuria.

Emma tinha um sabor único, uma pegada perfeita e um encaixe magnifico. De tudo que eu poderia pensar naquele momento, a única coisa que me vinha a cabeça eram as vontades do meu corpo que exigia cada vez mais.

Passei as mãos em seu rosto, desci pelo pescoço, tórax e parei em seus seios, os apertei com vontade e rebolei de leve mais uma vez em seu colo... foi mais que excitante o som que saiu de sua boca ainda colada na minha... sorri com satisfação ao perceber como um simples toque meu poderia ser poderoso... eu precisava de mais.

Com minhas mãos ainda em seus seios a empurrei para trás e mais uma vez olhei para seu rosto completamente tomado pelo desejo. Mordi minha boca, sorri para ela e com calma eu tirei minha blusa, sua expressão ficou ainda melhor, se é que aquilo era possível.

Seus olhos percorreram com calma meu tronco seminu, acredito ter feito sua boca secar, já que molhou seus lábios antes de encarar meus olhos, e sorri completamente entregue a tudo que seria possível e impossível de fazer.

Voltamos a nos beijar ainda mais sedentas que antes, um beijo que por mim nunca teria fim a não ser que fosse para beijar seu corpo, ou ela o meu.

Sua boca desceu por meu pescoço me tirando gemidos... beijou e lambeu meu tórax, fazendo-me rebolar cada vez mais em seu colo, que mesmo de roupa o atrito entre nós era o suficiente para me deixar mais que excitada.

Segurei em seus cabelos e afundei seu rosto em meus seios, ela os beijou por cima do sutiã, mas ainda não era o suficiente, precisávamos de mais... Ainda segurando seus cabelos os puxei para trás e encarei seus olhos, lambi seu pescoço até sua orelha a fazendo gemer e segurar em minha bunda com firmeza... rebolei ainda mais ao voltar a beijar seus lábios com mais vontade que antes.

— Mãe! – Ouvi a voz dos três gritarem ao longe. Parei de beijar Emma no mesmo instante e olhei para a porta.

— O que foi? – Ela perguntou com a voz embriagada de prazer.

— Não ouviu? – Perguntei ainda olhando para a porta.

— Não... – Ela puxou meu rosto para ela. – Não foi nada... – Ela tentou me beijar.

— Emma? Regina? – As vozes estavam mais próximas.

— Agora eu ouvi. – Ela ainda falava do mesmo jeito e pareceu simplesmente não ligar, já que tentou me puxar mais uma vez.

— Será que aconteceu alguma coisa? – Me levantei com pressa já arrumando o cabelo, passando a mão em minha boca, buscando minha blusa.

— Aposto que não foi nada, só tranca a porta e volta aqui... – Ela pediu com um sorriso tão gostoso, que eu quase fiz.

— Regina? Emma? – A porta abriu rapidamente com os três entrando desesperados, nem deu tempo de por a blusa.

— Mãe? Porque está sem blusa? – Henry perguntou com uma cara estranha, o que me fez sorrir sem saber o que dizer, apenas a coloquei enquanto as meninas começaram a tagarelar.

— O gatelho, o gatelho apareceu! – Elise estava aflita, falava rápido e em tom alto. – Ele surgiu do nada, cantou suas rimas idiotas e eu tentei pega-lo, mas ele pulou pela janela e eu...

— Ele cantarolou algo do tipo... – Sarah interrompeu a irmã. – Caminho traçado será alcançado... amor vencerá... e união solidificar...

— Não... eu lembro exatamente o que ele disse. – Henry se colocou a frente, olhou para Emma e eu de um jeito engraçado, respirou fundo e prosseguiu. - Ding Dong, ding dong, um caminho foi traçado e quem sabe o rumo será alcançado... Ding Dong, ding dong, vocês muito podem fazer, mas só o amor irá vencer... ding dong, ding dong, a porta só aparecerá quando a união se solidificar.

— O que isso quer dizer? – Emma perguntou ainda sentada ao sofá com um sorriso idiota nos lábios.

— Não sabemos! – Elise falou como se fosse obvio.

— Está bem, vamos tentar entender. – Eu apontei para o outro sofá para que eles sentassem, Henry e Sarah sentaram, já Elise permaneceu de pé.. – Vocês conseguem lembrar com exatidão o que essa criatura disse antes de vocês virem para essa realidade? – Perguntei ao me sentar a frente deles, ao lado de Emma.

— Não, mas eu posso retirar a memória e mostrar a você, assim saberemos o que ele falou. – Sarah estava com o rostinho tão tenso que doeu em mim.

— Então vamos fazer isso, talvez sejam pistas para o que vocês precisam fazer...

De inicio como elas estavam muito nervosas foi difícil ver a lembrança, mas na terceira tentativa tudo ficou claro e eu pude ver e ouvir a rima que o tal gatelho havia dito. Pelo pouco que eu tendi o dever delas ali era diretamente relacionado a Emma e eu...

Falando em nós, a minha coragem estava quase sumindo, já a da Emma ainda estava firme e forte, que até sugeriu que as meninas ou eu lhe ensinasse magia para que ela também ajudasse, que disse abertamente que queria ficar ali naquela noite, ou talvez até mais que algumas noites, sugeriu até que Henry voltasse a morar comigo. É claro que eu sabia que tudo aquilo passaria em breve, mas meu ego estava feliz demais para pensar que não era real.

Por uma fracção de segundos eu fechei os olhos e lembrei me do que estava acontecendo entre Emma e eu antes das crianças atrapalharem, o gosto da sua boca, seu cheiro me invadindo, seus beijos em meu pescoço, seu toque são sutil e intenso ao mesmo tempo, seu gemido em meu ouvido, sua expressão de completo desejo, minhas vontades de ter cada vez mais...

— Vai Regina, fala! – Elise exigiu cortando meus pensamentos.

Uma porta vai se abrir e vocês vão partir. Para casa vocês vão, mas talvez se perderão...— Repeti as primeiras rimas. – Foi quando vocês vieram para cá e não era bem a casa de vocês... Se perderam no caminho de casa – Eu comecei a explicar o que eu tinha entendido. – A porta já está aqui, com cuidado devem abrir... Acho que ele estava se referindo a porta que leva até outra dimensão, e não a porta que levava vocês de volta para casa... Um passado vocês vão ver e com sorte irão nascer. Bem nessa parte ele não deixa claro de inicio que seria outra dimensão, mas como a dimensão de vocês está mais a frente ele quis dizer que vocês veriam coisas do passado e que ainda não haviam nascido... – Eles prestavam atenção e concordavam com tudo. – Agora a parte do... um caminho foi traçado e quem sabe o rumo será alcançado... eu não sei exatamente o que quer dizer, mas talvez tenha algo a ver com o vinho que tomamos...

— É... – Elise sorriu travessa. – A gente atrapalhou vocês... foi mal...

— Não tem problema, depois a gente continua. – Emma olhou para mim e sorriu, me deixando constrangida, já que a minha coragem havia passado.

— Continuem no momento em que a gente não esteja presente, por favor. – Henry comentou sorrindo.

— Ok... Vamos voltar ao que estávamos resolvendo? – Me levantei completamente envergonhada. – A última foi... vocês muito podem fazer, mas só o amor irá vencer... acho que é o amor em geral, essa coisa de final feliz... A porta só aparecerá quando a união se solidificar... agora essa união... bem eu não sei do que está se referindo...

— O seu efeito passou... – Elise comentou sorrindo. – Perdeu a coragem até para falar que sabe que a união que ele diz é de vocês duas.

— Não é porque deram coragem engarrafada para gente que vamos nos casar.

— E porque não? – Emma perguntou sorrindo como um galanteador, fazendo meu corpo tremer. – Nós duas sabemos que com ou sem coragem o que estávamos fazendo aqui foi maravilhoso e que a magia apenas nos ajudou a fazer o que queríamos...

— Ok... nós já vamos subir. – Henry levantou rindo envergonhado.

— Não, não precisam ir agora. – Eu praticamente gritei, fazendo Sarah, Henry e Elise rirem juntos

— Tá com medo de ficar sozinha? Emma não vai te morder... – Elise ainda estava rindo. – Ou talvez morda.

— Elise! – Eu chamei sua atenção.

— É talvez. – Emma concordou, fazendo meu coração quase sair pela boca de tanta vergonha.

— Vocês podem parar com isso? – Eu pedi nitidamente nervosa.

— Quer que a gente tire a magia dela? – Sarah se referiu a Emma também rindo de mim. – Ou prefere que a gente coloque mais coragem em outra garrafa? – Ela piscou para Emma.

— Mais coragem. – Emma respondeu rapidamente.

— Retira a magia. – Eu quase gritei.

— Ah, não! Eu estou ótima, não quero que isso passe nunca!

— Retirem a magia, agora! – Mandei fingindo estar brava para as meninas.

— Se eu pudesse te dar um conselho seria tomar mais coragem. – Elise sorriu me desafiando.

— Viu! Até nossa filha concorda.

Ao ouvir Emma dizer “nossa filha” um tornado tomou conta de mim. Ela nunca tinha se referido a Henry como nosso e há alguns dias estava apavorada com a ideia das meninas serem nossas filhas, mesmo que em outra realidade. Aquilo foi demais para mim, mais até do que um possível sexo que poderia ter acontecido.

— Sarah e Elise, tirem agora! – Eu ordenei, elas me olharam meio assustadas, como Henry fazia quando levava uma bronca.

Juntas as meninas giraram as mãos e fizeram uma luz rosa sair de dentro da Emma.

— Nossa, ela bebe bastante coragem... – Elise comentou ao ver que a luz rosa era forte.

De imediato Emma que estava ainda sentada no sofá respirou fundo e negou com a cabeça.

— Pela quantidade que ela tomou vai ser meio que um choque ter tirado de uma vez. Não sabia que era tanta, se não nem teria sugerido tirar assim... – Sarah comentou ao ver que Emma estava assustada. – Emma, você está bem?

— E-eu preciso ir... – Ela levantou meio desnorteada.

— Emma, olha para mim! – Sarah pediu colocando a mão em seu braço.

— É serio... Eu preciso ir. – Ela se afastou de Sarah. – Henry, você quer ficar? – Ela olhava para baixo como se tivesse medo de encarar alguém

— Emma, espera... – Eu dei um passo em sua direção, fazendo-a também recuar.

— Agora, não... – Ela olhou em meus olhos por um curto tempo, mas desviou olhando finalmente para Henry. – Eu vou agora, você vem ou não?

— Eu vou ficar. – Ele deu sua resposta fazendo Emma praticamente sair correndo, já eu me arrependi de ter mandado as meninas tiraram sua coragem assim não repentinamente, ainda mais depois de tudo que aconteceu, se eu estava constrangida, imagina ela que estava com sua coragem a mil e de repente todos seus muros voltaram.

— Toma um golinho e vai atrás dela. – Sarah sugeriu fazendo Elise pegar a garrafa e estender a mim.

— Não precisam nem continuar de onde pararam, só não deixa ela ir embora desse jeito. – Elise ainda tinha a garrafa estendida em minha direção.

— Vai mãe, vai atrás da Emma e conversa com ela.

Respirei fundo, peguei a garrafa e tomei um gole direto da boca. Imediatamente senti a coragem me invadi e me xinguei mentalmente por não ter optado pelo vinho antes de exigir que as meninas retirassem a coragem de Emma.

Olhei para os três a minha frente e sorri feliz por estarem comigo... por vontade própria e não por obrigação.

— Obrigada – Falei sem medo e os abracei sem medo... sem medo da rejeição, sem medo de ser feliz. Os soltei sentindo uma lagrima se formar em meu rosto.

— Não seja chorona mã-Regina... – Elise se corrigiu. – Vai logo atrás dela!

— Vai! – Henry e Sarah me empurraram em direção a porta.

Foi apenas um gole de coragem, mas foi o suficiente para eu correr atrás de Emma. Minha cabeça estava a mil, meu coração também estava. A coragem e o medo estavam igualados, nenhum faria com que eu fizesse besteira. Eu não deixaria de falar por medo, e nem falaria demais por excesso de coragem.

Sai pela porta de casa em passos largos, tive um pouco de medo dela já ter partido, mas ao vê-la ainda sentada em seu fusca com a cabeça apoiada sobre o volante, eu suspirei e sorri sozinha. Eu ainda não sabia ao certo que iria dizer ou fazer, mas ela não ia partir daquele jeito, não antes de eu saber se ela ficaria bem depois de ter me falado tantas coisas e feito ainda mais.

Bati apenas uma vez no vidro do fusca a assustado.

— Vai embora! – Ela ligou o carro.

— Swan, não seja infantil! Saia do carro e vamos conversar.

— Eu não quero conversar agora, foi tudo coisa da magia. – Seu olhar estava fixo em algo aleatória, ela estava com medo até de olhar em meus olhos.

— Emma... – A chamei pelo nome a fazendo me olhar assustada e com a respiração pesada – Vamos conversar, por favor. – Pedi sem medo. Já ela soltou o ar que estava preso.

— Está bem...


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Notas finais do capítulo

E AI SEUS LINDOS????? ME DIGAM O QUE ACHARAM!!!
O QUE SERÁ QUE EMMA E REGINA VÃO CONVERSAR?
SERÁ QUE ELAS VÃO SE ENTENDER OU SE ESTRANHAR AINDA MAIS?



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