Caminhos escrita por TAYAH


Capítulo 3
Puro e intenso - Regina


Notas iniciais do capítulo

E AI AMIGOS LINDOS?
Demorei um pouco para escrever esse capítulo, mas saiu...
Confesso que foi meio complicado sair da outra personagem Regina para entrar nessa... Já que ela pensa diferente de quando eu comecei a escrever Linha Tênue... Mas eu dei o meu melhor e espero que vocês curtam!

Por favor, não deixem de comentar, é só desse jeito que eu sei se estão curtindo ou não.

Boa leitura!



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 É claro que eu não seria convencida daquela loucura, mas por um lado parecia divertido ser entretida com aquela bobeira toda e confesso que fiquei curiosa a respeito de ter tido duas filhas com uma das pessoas que mais quero distância no mundo.

— E como você quer que a gente te convença? – A menina de olhos claros perguntou impaciente. – Magia? Historinhas? Lembranças? Teste de DNA? Você pode escolher. – Ela olhou para Emma. – Na verdade eu deixo ambas escolherem, já que estão com essas caras de susto e nojo, como se fossemos loucas e fedidas.

— Me surpreenda. – A desafiei me encostando a mesa e cruzando os braços.

— Só vamos terminar logo com isso... – Emma lançou um olhar para a menina impaciente que mais pareciam os que ela me dava quando estava com raiva de mim, já a garota sorriu completamente debochada para ela.

— Deixa que eu faço isso... – A menina de olhos castanhos tomou a frente. – Meu celular não tem sinal... – Ela pegou um aparelho do bolso do casaco. – Mas eu tenho fotos, vídeos, áudios... Deixa só eu ligar ele... – Esperamos em total silêncio. – Aqui tem um áudio da semana passada que você mandou... – Ela deu play.

— Sarah, querida, quando você encontrar seus irmãos com a Emma, fala que a vó de vocês vai fazer o jantar hoje... – Era a minha voz naquela gravação. – Eu estou indo para Prefeitura e vou direto para casa dos Charming’s quando sair. Mamãe te ama, diga a Elise, Henry e Emma que os amo também.

Aquilo não provava nada, mas meu coração deu leves palpitadas. Seja lá o que aquele áudio fosse, aquela Regina era bem diferente de mim.

— Pode ter sido manipulado, tecnologias desse mundo fazendo isso com facilidade. Ainda mais com esse seu celular ultramoderno. – Eu argumentei.

— Ok! Eu vou te mostrar algumas lembranças então... – Sarah olhou para a irmã que apenas afirmou com a cabeça. – Nós vamos mostras para vocês o nosso primeiro pic-nic em família.

— Eu não quero esse negocio de lembrança outra vez. – Emma reclamou já ficando na defensiva.

— O que elas te mostraram? – Perguntei mais curiosa do que devia.

— Nosso último jantar antes de parar aqui. – Elise respondeu. – Mas ela ficou meio traumatizada, sabe?

— Porque?

— Eu nã-não fiquei traumatizada... Eu só acho que é um monte de mentira feita com magia. Pode ser manipulação assim como o áudio.

— Mostrem-me o que mostraram para Srta. Swan.

— Não! Nós vamos mostrar o pic-nic, está bem? – Sarah disse com calma. – E vamos fazer diferente de ontem, Emma... Não vamos te forçar a ver, se quiser ótimo, se não quiser, mostramos apenas para Regina.

— Está com medo de duas adolescentes, Salvadora? – Ela revirou os olhos para mim e deu um passo na direção de Sarah.

— Está bem, mas sem me paralisar. – Sarah sorriu contente e ficou de frente para Emma.

— Ontem Elise te mostrou a lembrança dela, então você sentiu como ela e viu como ela... Hoje eu que vou te mostrar a minha, então você irá sentir como eu e ver como eu... Já Elise, irá mostrar para Regina, fazendo-a sentir como Elise, ver como Elise... A situação é a mesma, será nosso primeiro pic-nic em família, mas serão dois pontos distintos, caso queira ver a lembrança da Elise, e Regina ver a minha, nós trocamos e refazemos. Entenderam? – Emma e eu afirmamos com a cabeça, eu estava adorando aquela ansiedade.

— Vou fazer como da primeira vez. – Elise falou diretamente comigo ao ficar bem próxima a mim.  – Você vai ter que esvaziar a mente e relaxar, ok?

Com calma ela estendeu uma de suas mãos com a palma para cima. Movimentou os dedos fazendo uma fumacinha em tom lilás surgir.

Mostrar uma lembrança para alguém com mágica, era algo que eu nunca tinha visto em minha vida. Sem duvidas aquilo não era para iniciantes.  Fiquei bem curiosa e queria perguntar sobre o feitiço, mas como ela mesma havia me pedido para relaxar e limpar minha mente, deixei minhas perguntas para depois, quem sabe ela me ajudaria em algumas coisas?  

Quando parou de movimentar seus dedos, uma pequena nuvem lilás pairava por sua palma. Com muito cuidado ela foi aproximando sua mão de mim.

— Feche os olhos... – Seu tom foi baixo e calmo, diferente de tudo que eu havia visto vindo dela.

Fechei os olhos e de imediato deixei de ser eu, para me tornar completamente ela. Os sentimentos, os aromas, o gosto de amora na boca... nada aquilo era meu, mas eu conseguia sentir como se fosse, como se eu mesma tivesse vivido.

Pelos olhos da menina Elise, eu vi sua irmã Sarah com uns 8 ou 9 anos, ela estava fazendo uma coroa de flores com as suas pequenas mãos, ao lado dela estava Henry um pouco mais velho, que estava completamente entretido rabiscando em algumas folhas. A sua frente eu estava sentada com Emma deitada em meu colo, algo difícil de imaginar, se eu não tivesse vendo.

Ainda pelos olhos e sentimentos da garotinha, eu vi Sarah entregar a cora de flores nas mãos daquela Regina. Emma sentou sorrindo como eu nunca tinha visto, pegou a coroa de flores e colocou em minha cabeça.

De tudo que eu vi naquela lembrança, Henry feliz mostrando o seu desenho, Elise implicando com eles, Emma e eu nos beijando... de todas aquelas coisas bem estranhas, o que mais me deixou incomodada foram os sentimentos que aquela meninha tinha por todos eles. Eram sentimento reais e muito intensos... ela me amava tão incondicionalmente que mesmo depois da lembrança acabar, eu ainda podia sentia a sua felicidade ao olhar para nós e ter orgulho de nos ter como família. Tudo aquilo poderia ser uma mentira, mas eu fiquei balançada em sentir todo aquele amor que vinha dela.

Respirei fundo voltando a realidade, olhei para Emma que tinha sua respiração meio alterada, eu podia ver em seus olhos que ela também ficou balançada.

— Foi diferente de ontem... – Emma comentou olhando para Sarah.

— Um feitiço mal feito tem um mau resultado... então as coisas devem ter sido bem confusas ontem, mas acredito que agora você tenha visto com mais clareza.  – Sarah explicou.

— Tenho que assumir que estou surpresa, mas ainda não foi o suficiente. – Eu poderia sim estar balançada, mas a ponto de acreditar que tive duas filhas com Emma, aquilo era demais.

— Acredito que nada será... – Emma cruzou os braços.

— Eu já sei! – Elise olhou feliz para a irmã. – Obrigada Tia Zelena, obrigada! – Ela agradeceu olhando para o teto. – Você duas juntas... – Ela apontou para Emma e eu. – Vão selar essa sala com magia de sangue.

— O que isso quer dizer?

— Selar uma sala com um cadeado de sangue, quer dizer que apenas quem tem nosso sangue pode passar. – Expliquei para Emma sem muita paciência.

— Eu não sei fazer isso.

— Ah, é... Regina ainda não te deu aulas de magia, né? – Elise perguntou para mim.

— Eu dar aula de magia para ela? – Tive que rir.

— Não importa... – Sarah ignorou meu comentário e cortou o que a irmã ia falar. – Um cadeado de sangue é perfeito para essa situação. Nós vamos ficar do lado de fora, e vocês selam a sala.

— Mas eu não... – Emma repetiu, mas Elise a cortou.

— Já sabemos que não sabe fazer magia, salvadora, mas a querida Rainha aqui vai te ajudar, não vai? – Elise me sorriu como um desafio.

— Que seja... Vamos acabar logo com isso. – Eu disse fazendo sinal para que ela saíssem da sala. – Não precisa fazer nada, Swan, só preciso de um pouco de sangue seu, o resto eu faço.

Não demorei nem cinco minutos, aquela magia era algo bem simples de fazer, com uma gota de sangue meu e uma gota de sangue de Emma, selei o escritório.

Uma parte de mim sabia que elas não iriam conseguir, mas a outra parte queria que fosse verdade, não por Emma é claro, mas sim pelas meninas, eu estava começando a gostar da ideia de ter mais filhos.

Olhei para Emma rapidamente que respirou fundo, estava nítido o nervosismo em nós.

— Será que vai dar certo? – Emma me perguntou baixinho.

— Depende do que você quer dizer com dar certo. – Respondi rapidamente e voltei meus olhos para elas que nos aguardavam do lado de fora. – Podem vir.

Elas sorriam uma para outra e entraram sem nenhuma dificuldade.

Metade de mim se apavorou, a outra metade se explodiu em uma alegria completamente distinta.

— Você fez isso certo, Regina? – Emma perguntou assustada eu apenas afirmei com a cabeça.

— Não tem nada de errado aqui... Elas são nossas, Emma... – Eu falei em tom baixo fazendo-as sorrir.

— Não é possível... – Emma comentou igualmente a mim, em tom baixo e as encarando.

— Depois vocês descarregam toda essa confusão em vinho, mas agora, por favor, ajuda a gente? – Elise pediu.

— Está bem... – Eu respirei fundo e fui em direção a minha mesa. – O que exatamente estão procurando.

— Primeiro queremos mais informações sobre a Terra Róis, mas Belle está sobre efeito da maldição e ela que entende desses livros. – Sarah explicou.

— O que tem essa Terra Róis? – Eu nunca tinha ouvido falar.

— Nós fomos para lá antes de vir para cá, acho que tem algo a ver... – Sarah veio andando até próximo onde eu estava.

— Está bem, vamos fazer assim, eu vou com a Srta. Swan até meu cofre procurar por algo que nos seja útil, enquanto vocês vão para a biblioteca procurar pelo livro e mais informações.

— Não vou poder ir ao cofre, eu preciso ir atrás da Tamara.

— Tamara? – Perguntei confusa.

— Não tem problema, você prende eles e nos encontra no Granny’s no final da tarde. Ah, mais uma coisa, Hook está junto com eles nessa. – Elise informou Emma.

— Do que estão falando?

— Sobre o futuro...  – Sarah começou a me explicar. - Greg e Tamara pretendem pegar você como refém, torturá-la, explodir a cidade e raptar Henry para Peter Pan.

— O quê? Porque? – Meu coração acelerou ao pensar no meu filho em apuros.

— Vai ficar tudo bem, Regina... – Foi Emma quem a tranquilizou. - Eu vou pega-los. E nada disso vai acontecer.

Mesmo para mim, que já havia vivido muita coisa, que tinha amaldiçoado um reino inteiro, tudo aquilo era bem insano. Mas, o que era ainda mais louco, era eu ter deixado um pouco de lado meus planos de fugir com Henry, para ajudar aquelas meninas.

Enquanto eu foleava livro por livro em busca de alguma pista, a lembrança que Elise tinha me dado ficava passando e repassando em minha mente. Eu nunca em toda a minha vida, estive tão feliz como eu parecia estar naquele pic-nic.

De repente me veio Gold em minha cabeça, o que ele tinha me dito dias atrás me fez pensar sobre o que supostamente aconteceria no futuro “Coincidência não. Destino! E aparentemente o destino tem senso de humor.” O destino era literalmente uma piada, Emma e eu juntas era tão... tão... eu nem sabia qual palavra usar.

— Mã-Regina! – Sarah apareceu magicamente a minha frente, levei um susto com sua aparição surpresa. – Eu encontrei o livro que fala sobre a Terra Róis. – Ela me entregou. – Eu li algo sobre dimensão alternativa ou realidade alternativa, não entendi muito bem... E também li que o portal que nos trouxe para cá está em algum lugar na cidade. Elise foi comprar algo para gente comer e depois nós vamos procurar o portal por Storybooke, acreditamos que possa estar pela floresta.

— Está bem... Eu vou ler com atenção e procurar mais por aqui, não esqueçam, Granny’s ao entardecer... E tomem cuidado na floresta.

— Pode deixar. – Ela sorriu como Henry e sumiu em sua fumaça azul clara.

Todo meu amor por Henry pareceu ter triplicado, eu não as conhecia, eu mal tinha decorado seus nomes, mas os sentimentos por elas já eram tão reais que a todo o momento meu coração disparava.

Aquelas meninas me amavam, elas precisavam da minha ajuda, elas acreditavam em mim... e não existia nenhum pingo de medo em seus olhos... não existia rancor... magoas do passado... ou até mesmo expectativas de que eu fosse falhar... tudo que vinha delas era puro e intenso.

Aquela fusão de sentimento fortes por pessoas novas era confuso, mas fazia eu me sentir viva e querida, porém diferente de tudo que eu já tinha vivido.

Li o livro com atenção, pesquisei em mais alguns livros de minha mãe, engoli meu orgulho e fui até Gold, que é claro, me recusou ajuda.

Fui para a biblioteca e pesquisei mais um pouco, quando me dei conta o sol estava se pondo... e as noticias que eu tinha não eram tão boas quanto eu esperava.

Cheguei ao Granny’s e apenas Emma estava lá.

— Conseguiu pegá-los? – Perguntei ao sentar. – E Henry, onde está?

— Mary Margaret está com ele e sim eu os prendi, mas se não encontrar nada que possa incrimina-los eu vou ter que soltá-los... Ainda mais que Neal não gostou nada da minha atitude... – Revirei os olhos ao ouvir falar do doador. – E você conseguiu alguma coisa?

— Achei, mas não são boas noticias... – Suspirei ao pensar em como contar tudo para elas.

— Me fala.

— Vou tentar ser o mais clara possível. – Eu falava em tom baixo para ninguém nos ouvir. – Elas são de uma realidade alternativa... – Emma me olhou confusa. – É como se existissem milhares de nós em inúmeras realidades... cada realidade tem a sua história, mas no fim são sempre as mesmas, só que contadas diferentes... como se em uma realidade alternativa você acordasse pela manhã, tomasse banho, comesse panquecas, se vestisse para o trabalho e saísse, mas em outra realidade, você simplesmente decidiu comer na rua... Entende que é a mesma coisa, só que de um jeito diferente? Você teve que acordar e teve que ir trabalhar...

— Então elas não são nossas filhas?

— Não foi isso que eu disse... Presta atenção, Swan! Nessa Terra Róis existem umas espécies que adoram pregar peças nos visitantes. Eles têm o poder de abrirem portais para realidades alternativas e mandarem os intrusos de sua terra para uma realidade qualquer por um tempo, esse tempo é estipulado por um desafio que eles fazem.

— Como assim um desafio?

— Elas só vão conseguir voltar para a realidade delas quando cumprirem o que a criatura que as mandou para cá decidiu. Mas o problema é que elas só vão descobrir qual e o desafio quando o cumprirem.

— Então elas estão presas por tempo indeterminado?

— É... exatamente isso...

— Mas se elas são de uma outra realidade como elas são nossas filhas?

— As realidades podem ser diferentes, mas o destino de todos nós sempre é o mesmo... Se elas nasceram lá, elas irão nascer aqui... – Confesso que meu estomago tremeu ao assumir que elas provavelmente nasceriam. – Pelo o que entendi, elas são de uma realidade mais avançada... então tudo de importante que aquela realidade teve, nós teremos, mas de um jeito diferente, já que elas já interferiram bastante no que está acontecendo aqui.

— Bem confuso, mas acho que entendi.

— São como as visões do futuro do Rumple, acontecer elas acontecem, mas nem sempre é como achamos que seria, ou como nos contaram.

— Então... não tem muito o que fazer para ajuda-las não é?

— Não...

— Você pretende contar tudo para elas?

— Vou, mas acho melhor contar lá em casa, acho que elas vão chamar muita atenção aqui.

— Vão sim... – Emma levantou. – Vamos espera-las lá fora?

— Deixa só eu pegar um café, você quer um? – Ofereci com naturalidade.

— Não, obrigada. – Respondeu com um olhar apreensivo.

Peguei meu café e me juntei a Emma na mesa ao lado de fora do Granny’s

— Eu estava pensando, se a gente for para essa Terra Róis, vamos parar em uma realidade alternativa, e de repente podemos dar de cara com a gente mesmo, só que vivendo uma vida diferente?

— Eu não sei, mas acho que se a gente for, por exemplo, para a realidade delas, nós vamos meio que dividir o corpo com a Regina e a Emma de lá... e provavelmente iremos nos tornar elas... Não achei quase nada sobre isso, eu posso estar errada...

— Precisamos é de um grande lembrete de vida para nunca irmos para essa Terra Róis.

— É...

Olhei ao redor e lembrei me do dia em que achei que as coisas mudariam para mim. Do dia em que Emma me convidou para o jantar com todos. Daquele dia em que somente ela reparou que eu tinha partido, mas que no final eu vi que não era nada daquilo que eu esperava. O Grilo tinha contado sobre nossas conversas... e bem... depois daquele dia as coisas só pioraram... Pelo menos essas meninas não fingiam gostar de mim, elas gostavam de verdade, eu pude sentir pela própria Elise.

— Precisamos arrumar uns celulares normais para elas. – Emma comentou ao olhar para o seu próprio celular. – Daqui a pouco é noite e não sabemos onde elas estão.

— Emma... – Elas iam aparecer, mas enquanto não, eu resolvi falar sobre algo que estava me torturando. – Eu preciso ver o Henry... eu sinto falta dele o tempo todo...

— Regina eu... eu não sei... hoje mesmo pela manhã você disse que iria fugir com ele para a Floresta Encantada com os feijões...

— Eu provavelmente não iria querer fugir e nem mesmo roubaria os feijões se vocês me incluíssem.

— Regina, você acha mesmo que eu tenho algo a ver com isso? Sabe quando meus pais me contaram? Algumas horas antes de você me questionar sobre o Neal. Eu fui pega tão de surpresa quanto você.

— Claro que sim...

— É verdade, Regina! – Seus olhos nunca mentiam para mim, era verdade o que ela estava dizendo. – E sobre o plano de te deixar para trás eu também não sabia... E eu já te disse que seria, sou e sempre serei contra... Eu quero que você e Henry fiquem bem... mas eu precise ter certeza que você não vai fugir assim que eu deixar vocês a sós... E isso não depende só de mim, depende dele também... – Seu olhar intenso me pedia para eu me tornar aquilo que ela tanto queria... uma pessoa melhor... No fundo, mesmo depois de tudo, ela ainda acreditava em mim.

— Desculpem o atraso... – Elise falou ao se aproximar com a respiração alterada, ela praticamente se jogou na cadeira ao lado de Emma. – Estou cansada, com fome, com sede e precisando de um banho. – Ela cheirou uma de suas axilas com naturalidade. – É eu preciso mesmo de um banho.

— Bem que eu estava sentindo um cheio de podre, mas achei que era algo na floresta. – Sarah implicou com a irmã.

— Deve ser você, querida, porque meu cheirinho está ótimo, a ceninha que fiz foi só um charme. – Ela riu descontraída.

— Idiota, você sabe que eu não tenho mau cheiro!

— Claro que não, você peida flores. – Elise riu fazendo a irmã a olhar de cara feia.

— Eu não solto pum!

— Solta sim e ainda peida mal!

— Para! Eu não solto pum! – Ela ria com vergonha, enquanto a irmã ria da cara dela.

— Tá bem peidona, vamos ao que interessa? – Elise olhou diretamente para mim. – Descobriu alguma coisa?

— Descobri... Mas vamos conversar lá em casa, ou em algum lugar mais reservado, pode ser na delegacia, ou na prefeitura, onde vocês se sentirem mais à-vontades. – Eu falei para todos e aquilo incluía Emma.

— Em casa, por favor! – Sarah suplicou como uma criança. – Eu preciso de um banho de banheira, com seus sais maravilhosos.

— Meus sais? – Eu sorri para ela. – Vai querer vestir meu roupão também?

— Não precisa ser o que você mais gosta, aquele cinza. Pode ser o branco com detalhes dourados, que você nunca usou.

— É você conhece meu guarda roupa.

— Não todo, já que você comprou muita coisa nova, mas algumas antiguidades ficam para sempre. – Sorriu feliz.

— Então está decidido, vamos para casa? – Elise levantou da cadeira.

— Tudo bem para você? – Eu perguntei a Emma que deu de ombros.

— Ótimo! – Elise girou ambas as mãos e nos cobriu com sua fumaça lilás.


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