Caminhos escrita por TAYAH


Capítulo 10
Caminho sem volta - Emma


Notas iniciais do capítulo

Eu não escrevia essa fanfic desde 2016... e isso me fez ficar muito fora dela... mas nessa segunda eu resolvi tentar. Tentei e consegui, escrevi um capítulo inteiro, e BUM, postei aqui, mas logo em seguida eu vi que não estava bom, eu não achei que estava casando com a fic... Não só pelo fato de estar talvez escrevendo de um jeito diferente (ou não) mas sim porque achei que a história tinha tomado um rumo que não era bem aquele que eu gostaria.

Bem, se você leu o outro cap (acho que ninguém leu) guarda ele no coração e leia esse aqui, que acredito está muito mais a cara de Caminhos.

Eu tenho um sonho de terminar essa história... e ter escrito esse capítulo duas vezes é o primeiro passo para isso. Não prometo nada a ninguém, mas farei o meu melhor!

Boa Leitura! ♥

SAUDADES SWAN QUEEN



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/685304/chapter/10

 Sai da prefeitura cambaleando como uma bêbada. Eu estava completamente grogue, sem noção de espaço e tempo. Sentei no meio fio ao lado da viatura, fiquei sorrindo sozinha enquanto tentava me acalmar, depois de um tempo consegui me achar onde e quando eu estava. Se aqueles encontros continuassem daquele mesmo jeito eu ia ser uma mulher perdida para todo o sempre.

Durante o resto do dia eu trabalhei bastante na delegacia, mas a cada movimento que eu fazia eu lembrava dela, lembrava da voz rouca gemendo, no cheiro entrando em meus pulmões, lembrava do olhar semicerrado me desejando, do beijo, da respiração. Foi difícil conseguir resolver todos os problemas, na verdade eu nem sei como, mas no final estava tudo pronto.

No instante em que cheguei em casa, Mary Margaret e David me presentearam com a notícia que haviam chamado Henry, Elise, Sarah e Regina para jantarem com a gente. Tentei não parecer tão animada, mas o sorriso que se formou em mim foi inevitável.

Ter estado com Regina e as crianças pela manhã foi incrível. Ter levado os três para escola e conversado com a diretora sobre as meninas, para que elas pudessem assistir as aulas me fez sentir algo extraordinário... eu nunca tinha feito essas coisas de mãe antes. Mas ter feito o que eu e Regina fizemos foi... foi mais... eu fiquei em êxtase... na verdade eu ainda estava.

Antes de entrar no banho eu cheirei minhas roupas em busca de Regina, mas o dia levou seu cheiro embora.

Terminei de vestir minhas roupas em meu quarto no mesmo instante em que bateram na porta, David quem abriu. Lá de cima eu senti meu estomago revirar. Eu sempre senti meu estomago revirar quando Regina estava presente, mas era diferente... talvez por eu sentir aquilo e sempre ter interpretado como um desafio do qual eu nem sabia direito o que era... ou talvez por agora saber que em uma outra realidade eu e ela éramos casadas... ou apenas pelo simples fato de ter beijado ela e querer beijá-la ainda mais.

— Emma, querida!... – Mary Margaret me chamou.

— Já vou descer!

Me olhei no espelho, ajeitei o cabelo, respirei fundo e me desejei boa sorte. Ri de mim ao perceber mais uma vez naquele mesmo dia o quanto eu estava sorridente e boba.

Desci as escadas mais rápido do que eu deveria. Henry, Elise e Sarah estavam sentados na bancada, David e Mary Margaret estavam atrás da bancada... e Regina... Regina estava maravilhosa, com a expressão séria, mas seus olhos... seus olhos sorriram ao cruzar o meu... Ah! Ela estava de pé na ponta da bancada próximo ao banheiro.

Me posicionei na outra ponta da bancada, sorri para Regina que deu um meio sorriso de volta e me voltei para as crianças, eu tinha me proibido de olhar muito para ela.

— E aí, como foi o primeiro dia de aula, meninas? Gostaram da nova turma? – Fui o mais natural possível, mas por dentro eu estava me tremendo com Regina ali perto.

— Colocaram elas na escola, isso é ótimo, assim não perdem nada! – Mary.

— Eu fui obrigada, então não tem nada de ótimo nessa história... – Sarah reclamou.

— Para de bobeira que você adorou conhecer a versão mais nova de algumas pessoas.

— É, mas eu poderia ter conhecido em outro lugar, não tinha necessidade de ser na escola...

— Você não gosta mesmo de estudar né? – Henry

— É... eu gosto de estudar outras coisas, estudar essas matérias do mundo mundano sem magia não faz sentido para mim... quando a gente era criança nossos avós e a Glinda que ensinaram tudo para gente, eu amava ter aulas com eles... mas ter aula aqui nessa realidade não faz muito sentido para mim... não que seja muito diferente de lá da nossa, mas eu, Elise, Levi e Henry já conseguimos mudar muitas coisas no ensino de lá, sabe?

—  Falando nisso, Henry te contou e ele e Levi tão pensando em dar aulas de magia branca um dia? – Elise falou diretamente com Sarah.

—  Contou garota, a gente estava junto, não lembra?

— Ah é mesmo, é que você estava brava naquele dia, não falou uma palavra, esqueci da sua existência...

— Eu não tava brava, brava... eu estava chateada porque eu pedi um monte de vezes para o Levi não falar para tia Zelena que eu e o Lariel tínhamos brigado de novo, ai ele fez o que? Fez a minha vó e contou para ela de primeira.

— Sua vó seria a... Snow? – Regina perguntou, Sarah apenas afirmou com a cabeça.

— Eu não sou fofoqueira... – Mary Margaret reclamou fazendo todos a olharem.

— É muita cara de pau dizer isso na nossa frente em, Snow! – Elise falou como ar de deboche e brincadeira, era tão parecida com Regina. – E o pior não é nem você achar que não é, o pior é o Levi que vive reclamando que não pode contar nada para nossa vó e faz sempre a mesma coisa que ela.

— Quem é esse Levi? – David.

— É quem é Levi? – Eu já tinha escutado aquele nome antes.

— É o outro gêmeo delas. – Henry quem respondeu.

— Que? – Confesso que fiquei um pouco assustada, eu não conhecia a história delas, mas eu não fazia ideia que poderia ter mais filhos nessa família.

— Isso é sério? Quando netos eu tenho nessa realidade afinal? – Mary Margaret.

Elise, Sarah, Henry e Regina se entreolharam e trocaram um sorriso, aquilo foi o bastante, o tal do Levi não era irmão delas.

— Então mentindo! Me contem, quem é esse Levi?

— Ele é seu irmão, Emma, nosso tio... Mas ele tem a nossa idade, nasceu muito pouco tempo depois da gente... na verdade ele tem nossa idade real, já que foi concebido na mesma noite que nós duas... – Sarah contou com um sorriso lindo.

— Um menino? – David falou diretamente com Mary Margaret e colocou a mão em sua barriga.

— Levi... – Mary Margaret falou já com lagrimas nos olhos.

David e Mary Margaret se abraçaram por um tempo, enquanto nós cinco nos entreolhamos com dúvidas. Será que era aquilo que eu estava pensando?

Eles se soltaram, David enxugou uma lagrima de Mary Margaret e de viraram para gente.

— Estamos grávidos. – Eles falaram juntos.

Eu fiquei sem palavras... por aquilo eu não estava esperando, não que eu tivesse esperando tudo que aconteceu comigo nos últimos tempos... mas... eu não sei... eu fiquei feliz... mas ao mesmo tempo fiquei um pouco... a palavra não era triste... mas eu me senti estranha em saber que meus pais iam finalmente ter a família que sempre sonharam.

Era como estar cercada de finais felizes e não me sentir parte de nenhum deles.

— Uou! Parabéns! – Eu abracei Mary Margaret.

— Nós íamos esperar mais um pouco para contar... mas essa confirmação de que tivemos outro filho... nos deixou... – Ela soltou do abraço e pegou em minhas mãos com um sorriso enorme no rosto. – Vamos ter outro filho, Emma...

Todos deram parabéns a eles. Enquanto eu fiquei refletindo sobre aquilo. Existia um irmão na realidade de Sarah e Elise e agora aquele irmão também ia existir ali... eu estava ficando assustada, ainda mais que minha relação com Regina já havia mudado bruscamente depois que elas surgiram.

— É... Levi vai nascer... mas a gente que é bom cadê? – Elise falou diretamente para Regina e eu.

— Vocês já nasceram... – Regina quem respondeu quase de imediato. - Olhem para vocês... saudáveis, fortes, bonitas... o único problema aqui é que não estão em casa de verdade, mas em breve vão estar... então não vão ter que ficar se preocupando com essas coisas.

— Bom argumento, porém... não! Não e não! – Elise sorria travessa. – De jeito nenhum!

— Meninas... vocês poderiam contar para gente, né? Contar a história de vocês... de como tudo aconteceu na sua realidade. – Mary.

— É engraçado isso, né? – Sarah falou com Elise.

— É sim... – Elise sorriu para irmã, mas logo virou para Henry e Regina. – A gente meio que não falou muito de Narnia ontem, a gente só falou que morou lá e que nossos avós contaram várias e várias vezes tudo que havia acontecido antes de chegarmos lá... mas eles levaram o livro, levaram páginas e páginas escritas pelo Henry e cartas de nossas mães e irmão. Foi com todo esse material e as lembranças dos nossos avós que nós nos tornamos tão boas em contar essa história.

— Por isso que é engraçado agora estar aqui e contar tudo que eles nos contaram para uma outra versão deles... e para você, Emma, que também não conhece nossa história. – Sarah.

— É, tudo que sei sobre vocês é que são filhas de uma Regina e uma Emma de uma outra realidade.

— Então prepara o coração que você finge ser de gelo que vem história boa por ai. – Sarah falou brincando comigo, mas eu fiquei rígida por dentro, eu sabia que aquilo ia me balançar.

— É verdade... – Henry estava contente. – Eu já achava tudo maravilhoso antes, depois que eu fiquei sabe do de tudo, o meu maior desejo agora é trocar de lugar com aquele Henry.

— Henry! – Regina fingiu ficar brava.

— Ué, mãe, mas é verdade, vai dizer que depois de ontem você também não desejou ser aquela Regina?

— De jeito nenhum, a única pessoa que quero ser sou eu mesma.

— Aí que falsa... – Elise revirou os olhos mas riu em seguida.

— Falsa mesmo, ficou toda derretida com a história ontem e agora tá falando que de jeito nenhum quer ser ela? – Sarah também implicou com Regina fazendo-a ficar nitidamente envergonhada.

— Eu confesso que achei a história de vocês muito bonita, mas isso não quer dizer que quero ser aquela Regina. – Ela falou seria e serena ao mesmo tempo.

— Depois que vocês ouvirem a história me digam se a Regina quer ou não quer aquela Regina... – Elise implicou mais uma vez fazendo Regina a olha feio dessa vez. – Tá parei...

Era nítido a forma sem muros e completamente entregue que as meninas falavam com a gente. Não haviam medos, tudo que vinha delas era espontâneo e cheio de afeto. E a forma com que Regina reagia a elas também era orgânico e bonito. Eu não sei ao certo a maneira com que eu reagia a elas externamente, mas por dentro, por mais que eu tivesse meus receios como mãe eu só queria conhece-las cada vez mais.

Sentamos a mesa de jantar já com Elise contando a incrível e maravilhosa história de Regina e Emma, como ela mesma fez questão de enfatizar.

Enquanto comíamos e ouvíamos o início de tudo eu fiquei bem assustada com o fato delas descreverem exatamente como eu me senti ao ver Regina pela primeira vez. E a forma com que tudo encaixava como se tivessem contando os meus segredos era de me fazer perder o ar quase todo o tempo.

Eu só consegui me acalmar quando a história tomou outro rumo. Mas na verdade me acalmei por pouco tempo já que as coisas por lá começaram a acontecer entre Emma e Regina...

A história foi longa e cheia de detalhes únicos, as aventuras, as descobertas, a gravidez, a maldição, a separação, a união dentro da maldição, o reencontro, o final feliz... tudo aquilo me deixou tão atordoada que minha única vontade era de levantar, abraçar Regina e dizer a ela que eu faria de tudo para faze-la tão feliz quando aquela Emma fez...

Confesso que tive que me segurar para não demonstrar que fiquei mais que encantada com tudo aquilo...

Já Mary Margaret transbordou-se em lagrimas várias vezes.

David escutou tudo em quase total silêncio e sorrisos.

Henry estava tão animado como as meninas contado a história.

Já Regina... bem... não era a primeira vez que ela escutava, diferente de mim, mas reparei inúmeras vezes durante o jantar que ela também se segurou para não demonstrar muitas emoções. Teve um momento em que elas estavam contando sobre o parto, que eu pude ver Regina engolir o choro, naquele instante eu só queria estar sentada ao lado dela para poder pelo menos ter pego em sua mão.

— Vocês realmente são um milagre... o milagre mais lindo de todos. – Mary Margaret pegou nas mãos delas.

— É sim... – David concordou. – Se eu já estou aflito em saber que vocês vão partir um dia... imagina a família de vocês como estão agora sem saber onde estão.

— É, David... nós estamos morrendo de saudades. – Sarah pegou na mão de Elise que já ficou triste de imediato. – Mas nós somos Swan Mills... e nós sempre nos encontramos.

— Isso é ser um Charming, querida e não uma Mills... – Regina rebateu fingindo irritação.

— Ser uma Swan Mills é sempre nos encontrar e sempre nos salvar. – Elise falou séria e cheia de amor. – a nossa Regina conta que no início ela mesma ficava fazendo piadinha com esse lema dos Charmings de sempre se encontrarem, mas que no final elas chegaram à conclusão que eram iguais a eles...

Regina revirou os olhos, mas eu consegui ver um leve sorriso se esconder no canto do seu lábio.

— Patético... mas aceitável já que as mães de vocês nada mais são do que uma outra versão dos Charmings... – Regina.

— É mais ou menos isso mesmo... – Sarah concordou rindo.

— Agora me digam se eu... eu aqui nessa realidade vou querer ser uma versão dos Charmings? – Regina fingiu algo como nojo ao revirar os olhos.

— Olha, querida... – Mary Margaret começou como uma provocação do bem. – Acho que você já pode confessar para gente que você está louca para voltar a fazer parte da minha família de um jeito mais próximo.

— Voltar? – Eu perguntei.

— Regina já foi casada com meu pai. – Mary Margaret falou com naturalidade.

Foi inevitável não olhar para Regina fazer uma cara e fazer todos rirem de mim.

— Nossa mãe, a Emma, também não gosta quando isso é lembrado. – Elise comentou ainda rindo.

— Não é para menos, não é? – Eu falei ainda achando aquilo horrível. – Não sei como que a mãe de vocês teve coragem de casar com a ex-mulher do avô dela... isso é... muito estranho...

— Mas não era um casamento de verdade... – Regina protestou um pouco chateada, ou talvez irritada. – Eu fui obrigada... então não falem como se eu tivesse casado com aquele homem por amor ou algo do tipo.

— Desculpa Regina... eu não tive a intenção de te chatear... – Mary Margaret pediu meio triste.

— Você nunca tem, não é? – Regina sorriu com deboche.

— Isso é tão diferente... – Sarah falou ao analisar a cena. – Nós sabemos que vocês duas não se devam bem e que muita coisa rolou... mas nós nunca vimos isso pessoalmente...

— Sempre falaram para gente que vocês tinham raiva uma da outra... na verdade que Regina tinha raiva de você... mas acho que nos contaram errado... não é raiva que tem aqui é só tristeza... – Elise sorriu e pegou na mão de Regina. – Eu prometo que isso vai passar tá bem?

Regina sorriu para Elise, apertou a mão dela e pediu licença ao se retirar para o banheiro.

— Eu não tive mesmo a intenção de chatear ela... – Mary falou ainda triste.

— Tá tudo bem, Snow. – Elise a tranquilizou.

Minha cabeça parecia um campo de guerra, a todo momento eu era bombardeada com as lembranças do dos últimos dias, com as histórias que as meninas contaram, com as minhas dúvidas pessoais sobre o que estava acontecendo comigo... eu ia precisar de tempo para absorver aquilo tudo...

Regina voltou depois de pouco tempo e sentou onde estava.

— O jantar foi ótimo e queria agradecer pelo convite. – Ela estar se despedindo fez meu coração doer, eu queria ficar perto dela o tempo todo, aquilo era bem estranho, mas eu queria e muito.

— Já vai? – Mary perguntou ainda meio triste. – Desculpa ter – Regina a cortou.

— Tá tudo bem, eu estou indo porque já está tarde, meu dia hoje foi longo e manhã tem outro longo dia pela frente. – Ela olhou para as crianças. -  Vamos?

— Fica para sobremesa. – Mary Margaret pediu.

— Sim! – Elise, Sarah e Henry falaram juntos.

— Diz que sim, mãe! - Henry

— Diz que sim! Por favor! – Sarah pediu com seu melhor sorriso.

— Só para sobremesa...

Mary colocou sorvete para os três e serviu um chá para nós quarto. Sentamos na bancada enquanto as crianças subiram sei lá por qual motivo.

— Olha, não é porque estão ai em cima que eu não estou controlando o tempo de vocês tomarem esse sorvete em? – Regina disse em tom alto.

Um curto silêncio se fez.

— Eu estou preocupado com elas... vocês tiveram algum avanço para conseguir faze-las voltarem para casa? – David.

— Não... – Regina respirou fundo – Eu também estou preocupada, e sinceramente... não tem muito o que fazer... só elas podem achar essa porta para casa... há um desafio que elas precisam cumprir para irem embora, mas esse desafio só vai ser revelado quando for cumprido. Então a única coisa que posso fazer por elas é fazer com que se sintam bem e confortáveis.

— Depois de ter escutado a história linda delas, eu só fico pensando em como a Emma e a Regina devem estar apavoradas com elas desaparecidas... – Mary.

— É verdade – David –  elas já passaram por tantas coisas, que não é justo terem que passar por mais.

 - É exatamente por terem passado por tanto, que eu tenho certeza que elas vão conseguir voltar para casa. – Eu falei com fé.

— Eu também acredito nisso, Swan...

Um silencio prevaleceu novamente por longos segundos enquanto nós quatro refletíamos.

— Elas são mesmo muito especiais... e lindas... e únicas... – Mary Margaret estava completamente apaixonada por elas, na verdade acho que todos estavam. – Queria que elas fossem reais.

— Elas são reais... – Eu disse.

— Não desse jeito...

Eu e Regina olhamos para ela tentando entender se tínhamos entendido certo e nos olhamos em seguida negando com a cabeça. Regina sorriu sozinha depois de alguns segundos.

— A Elise... ela me contou que ama andar a cavalo... – Regina contou mais para Mary Margaret do que para David e eu.

— Como você... – Elas sorriram uma para outra.

— E a Sarah... ela... ela quando acorda sempre demora para se situar das coisas e ela só funciona de verdade depois que toma o chocolate quente com canela dela... Elise contou que isso é... – Mary Margaret completou

— Isso é exatamente igual a Emma todas as manhãs – Sorriu para gente. – Como podem ser tão parecidas com vocês duas, não é?!...

— Isso se chama genética... – Elise quem respondeu descontraída ao descer.

A conversa acabou ali. Regina e as crianças se despediram de nós, eu dei boa noite aos meus pais e fui para o andar de cima tentar dormir depois de um dia com tantas e tantas emoções.

Achei que ia ser difícil pegar no sono depois de tudo, mas meu corpo estava tão cansado que apaguei em alguns minutos.

Acordei pela manhã com meu telefone tocando.

— Hum... alô... – Atendi ainda embriagada de sono.

— Swan você está viva?— Regina.

— Que? – Eu arregalei os olhos ao perceber quem era.

— Acabei de ligar para a delegacia e quem atendeu foi seu pai dizendo que você ainda não tinha aparecido para trabalhar. Você está bem?

— Que horas... que horas são? – Eu me sentei e passei a mão em meu rosto.

— São quase onze da manhã Srta. Swan!

— Hum... onze? ... – Espreguicei.

— Você está sozinha em casa?

— Que... como assim? – Eu estava perdida.

— Sua mãe, está em casa?

— Não sei... deixa eu ver... – Eu abaixei o celular e gritei – Mary Margaret? – Esperei alguns segundos e nada. – Acho que não tem ninguém aqui?

— E vestida, você está vestida?

— Vestida?...

— Não importa...

— Oi? Não entendi, Regina... – Ela bateu o telefone na minha cara.

Olhei sem entender para o celular e levei um grande susto ao ver Regina se materializar em sua fumaça roxa a minha frente.

— Bom dia... – Eu sorri sem jeito para ela e joguei meu corpo para trás me recostando a cabeceira da cama.

— As crianças sentiram sua falta no café da manhã. – Regina sentou na beira da cama de frente para mim.

— Só as crianças?

— Sim, só elas. – Sorriu com deboche.

— Hum... entendo... ai você veio até aqui para me contar isso... – Sorri também com deboche.

— É... na verdade eu achei que você tivesse morrido, ou algo do tipo, não que eu me importe... mas temos o Henry, sabe? E tem as meninas também... Fiquei pensando no que eu ia dizer para eles... então vim checar se estava respirando...

— E vestida... – Eu ri ao repetir sua última pergunta do telefonema.

— Infelizmente vestida... – Ela molhou os lábios lentamente ao me olhar, respirou fundo, levantou e estendeu a mão para mim. – Vem levanta dessa cama...

Eu tampei meu rosto como uma adolescente com vergonha, em seguida peguei em sua mão e fiquei de pé frente a ela. Regina deu um passo para trás e me olhou dos pés a cabeça... eu estava apenas de calcinha e blusa.

Descemos em total silêncio... mas eu podia sentir os olhos de Regina me devorarem lentamente. Era possível sentir a energia de seus pensamentos em cada pedaço do meu corpo... e quando nossos olhos se cruzavam era ainda mais intenso... eu conseguia lê-los com clareza... decifrar cada palavra dita sem se quer abrir a boca. A conexão estava cada vez mais forte.

Regina sentou atrás da bancada, enquanto eu fui fazer meu chocolate quente com canela... Regina permaneceu calada durante todo o processo, apenas observando meus movimentos... ofereci a ela depois de pronto ainda em silêncio que apenas recusou com um sorriso.

Regina só levantou depois que eu terminei, deu a volta na bancada sem pressa, me abraçou por trás, beijou meu pescoço e me tirou um leve gemido. Coloquei a xicara sobre a pia e me virei de frente para ela.

Sorri para ela que veio com tudo até minha boca e me beijou como se fosse a última vez. Eu simplesmente amava essa forma que Regina tinha de fazer as cosias como se fosse um constante adeus. Seu beijo cheio de sede junto as suas mãos inquietas já apertando meu corpo.

Ela mordeu e chupou meu lábio antes de tirar lentamente a minha blusa... observou com mais calma do que eu gostaria e me beijar ainda mais sedenta que antes.

Apertou meus seios com firmeza e pressionou seu joelho entre minhas pernas sem parar de me beijar...

Aquela boca era a melhor boca que exista em todos os reinos e realidades alternativas, eu não tinha dúvidas daquilo, eu simplesmente poderia beija-la sem parar para o resto da minha existência.

Uma de suas mãos desceu pela lateral do meu corpo até minha bunda onde ela puxou ainda mais meu corpo contra o dela me fazendo rebolar em sua perna.

Repentinamente ela parou.

— O que foi? – Perguntei ofegante sem entender.

— Snow... – Ela revirou os olhos e abaixou com pressa pegando minha blusa e me dando. – Nos vemos! – Eu respondi que sim mesmo sabendo que não era uma pergunta. Vestir minha blusa correndo. – Me liga. – Ela selou meus lábios e desapareceu em sua fumaça roxa no mesmo instante em que a porta abriu.

— Ué... não foi trabalhar? – Eu neguei e tentei parecer natural, mas ainda estava com o corpo a mil. – Você está bem, Emma?

— É... estou... só... porque voltou cedo?

— Querida, você está agindo de uma forma estranha...

— É que eu levei um susto porque quase deixei a xicara cai e quebrar...

— Ah... – Ela me analisou indo em direção a sua cama. – Eu voltei mais cedo porque me senti mal por causa da gravidez, então vim para casa descansar. – Ela tirou o casaco.

— Quer que eu faça um chocolate quente para você?

— Não, chocolate quente não... mas aceito um chá. – Ela se jogou em sua cama

Aproveitei que Mary Margaret não estava mais me olhando e me virei de costas, respirei fundo, passei a mão em meus lábios e sorri, sorri largo e feliz, eu ainda podia sentir Regina em mim, depois balancei a cabeça negativamente ao desejar ir para onde quer que ela estivesse... Respirei fundo algumas vezes, o que me fez entrar em desespero e depois sorrir como uma idiota mais uma vez... Eu, Emma Swan estava perdida em um caminho sem volta. Eu estava apaixonada por Regina Mills... ou apenas havia percebido aquilo pela primeira vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Alguém ainda lendo?