Orgulho e Preconceito escrita por Mokocchi


Capítulo 21
Amigo


Notas iniciais do capítulo

Oeeeeee! Eu falei que ia demorar menos que da última vez hehehe.
Gente, aviso SUPER IMPORTANTE agora. Como muitos de vocês já sabem, eu sou desenhista e tenho uma conta no instagram onde posto meus desenhos (https://www.instagram.com/nicoleli.m/), pois bem, recentemente criei uma página no facebook, onde vocês poderão me seguir por lá também! Sério, será de grande honra e ajuda se vocês deixarem sua curtida lá ;). Eis o link: https://www.facebook.com/nicoleliland/?notif_t=page_fan&notif_id=1488236850650807
Agora, pra comemorar nosso FUCKING OSCAR, ta aí um capítulo gostosinho pra vocês amores :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/685238/chapter/21

 

Nick pensou que depois de sua última conversa com Venus as coisas ficariam meio desconfortáveis entre os dois, contudo, a raposa menor não deixava de sorrir para ele quando cruzavam entre os corredores do prédio. Por mais que ele não estivesse tão animado em vê-la, não poderia simplesmente abandonar a educação.
Agora, ele se encontrava em mais uma dessas situações de agonia, de frente para a porta do apartamento de Venus. Respirou fundo e tocou a campainha, estava quase começando a suar.
“Vamos lá, Nicholas”, pensava sozinho enquanto ouvia passos se aproximando do outro lado da porta, “É só sua ex-namorada, não um bicho de sete cabeças. Além disso, você não pode simplesmente deixar suas roupas aí.”
A porta se abriu antes do que ele imaginava, fazendo sua cauda balançar involuntariamente. Venus sorriu como sempre fez, e seu coração assim acelerou.
— E aí, cabeça de vento – ela cumprimentou, sempre afiada com as provocações. - O que te trás quatro andares abaixo?
— Erm... - Nick levou a pata à nuca, desviando um pouco o olhar – tem umas roupas minhas que não estou conseguindo achar, então... - finalmente olhando para ela, reparou que ela estava tão linda quanto ontem, e antes de ontem, e antes disso, e muito antes então. “Droga!” - acredito que elas possam estar aí.
Venus levou os dedos à boca, rindo um pouco da situação.
— Você é mesmo um cabeça de vento – ela abriu mais a porta, dando passagem a ele – sente-se, eu vou dar uma olhada no quarto.
O raposa não contestou a ordem, caminhando até o sofá logo em seguida. Não deu nem um minuto e Venus lhe estendeu um copo d'água.
— Não precisava – ele disse, educadamente.
— Ora Nick, até parece que você não é uma máquina de calor – o maior pegou o copo enquanto ela foi para o corredor.
Era verdade, Nick era uma máquina de calor, contudo, tudo o que ele fez com a água foi encarar o próprio reflexo. Sua cabeça não estava das mais relaxadas, tinha mais sossego no trabalho do que no tempo livre. Afinal, quando não pensava na pilha de papeladas que Bogo lhe entregava para preencher, pensava naquelas coisas... estranhas.
Coisas que o deixaram desconfortável o suficiente para terminar com Venus.

“- Não acho que dá mais pra mim, Venus – Nick a olhava no fundo dos olhos, a impedindo de desviar o olhar.
Venus não era de ficar cabisbaixa, mas era impossível manter aquele sorriso confiante num momento como esses. Ele segurava a pata dela com ternura, ela não soltou em momento algum.
— Por quê? - ela insistiu, também olhando-o no fundo dos olhos – Estamos juntos há apenas um mês, e... - ela fez uma pausa, sentindo a voz falhar um pouco. Não que ela fosse chorar. Acho. - eu... fiz alguma coisa?
Nick soltou um suspiro enorme, as palavras mais sensatas possíveis fugiam de sua mente.
— Não, você não fez nada Venus – pôs a pata livre em seu ombro. Todo momento em que tentava imaginar a melhor desculpa possível, sentia-se banhado por aquela chuva quente que o envolveu com Judy. Com a sua melhor amiga. Com uma coelha.
Ele precisava ficar sozinho. Precisava tirar aquilo da sua cabeça. E por algum motivo, não pensou que Venus seria...
— Não é você, sou eu – aquilo escapou de sua boca num impulso. Droga. Já estava mais confuso que qualquer mamífero da face da Terra, ele tinha mesmo que soltar uma dessas?
Pensou que ela ficaria com raiva, mas depois de alguns segundos de tensão, para a sua surpresa, ela caiu na risada.
— Isso é tão clichê, Nicholas Wilde – ela fez o rosto dele queimar, era incrível a facilidade que ela tinha de fazê-lo se sentir um completo idiota. No quesito ridicularizar, Venus era a única do mundo a superar Nick Wilde. - Esperava mais de você.
Ele não sabia o que dizer em meio aquelas risadas e toda aquela tensão. Aquilo nem estava parecendo um término, Nick tentava pensar em qualquer coisa convincente (não apenas para Venus como para si mesmo) mas aquelas risadas maliciosas o deixavam completamente sem jeito.
E quando tirava sua mente daquele lugar, se encontrava novamente debaixo daquela chuva.
Saiu de seu transe quando Venus o segurou com sua outra pata e o puxou para perto, enfiando o focinho no peitoral do maior. Nick a abraçou de volta, mas ainda não sabia ao certo o que dizer. “Céus... Porquê as coisas tinham que tomar esse rumo?”
— Venus... - ele se forçou a falar qualquer coisa pois Venus precisava de uma resposta – eu-
— Shh – ela tocou seus lábios com o indicador –, não diga mais nada, Nick. - Se contentou em abraçá-la, não queria mais ver aquele rosto triste, muito menos falar a primeira besteira que lhe viesse a cabeça. Apesar de seu modo descarado de lidar com as coisas, Venus nunca se mostrou tão vulnerável como naquele momento. - Eu gosto de você, Nick – ela sussurrou, sentindo o coração dele bater mais rápido. Sorriu contra seu uniforme de policial e fechou os olhos, aproveitando o último momento em que o teria tão perto. - Mas se você acredita que não deve estar comigo... sendo a namorada mais maneira do mundo, eu te deixo ir sem ressentimentos.
Nick a abraçou mais forte, sorrindo contra o pelo macio que ela tinha.
— Obrigado, Venus – ela não era a única a estar vulnerável –, eu realmente... tenho coisas pra resolver...”

Voltou à realidade quando sentiu o cheiro dela se aproximar, Venus trazia consigo uma pequena pilha de roupas.
— Aqui tem só uns dois conjuntos – disse ela, sentando-se ao lado dele.
— Valeu.
Nick olhou ao redor e percebeu algo que não tinha reparado. Duas malas, uma grande e uma pequena tampando a vista do pequeno criado mudo que ficava ao lado da televisão. Ambas de cor verde, a cor preferida dela.
— Vai viajar? - perguntou ele, quebrando um pouco o gelo.
— Só por alguns dias – respondeu ela –, vou passar o feriado de Natal na casa dos meus pais, depois vamos viajar para a América do Sul e emendar com o ano novo?
— Hum – murmurou o policial – isso é bem legal.
— E você? Vai passar o Natal com a família?
Nick sentiu uma pontada em seu peito. Aquele, sem dúvida, não era seu assunto preferido, e não ficou com Venus tempo o suficiente para eles entrarem nas questões familiares. Na verdade, Judy era a única a saber das suas... condições.
— Não – respondeu, um tanto seco. - Vou ficar por aqui mesmo.
Venus era inteligente o suficiente para entender o recado, mas não podia negar que estava um tanto surpresa.
— Entendo...
Aquele silêncio constrangedor voltou. E agora, depois de tocar justamente naquele assunto, Nick não se sentia mais à vontade de compartilhar espaço com outro animal.
— Bom – ele pegou sua pilha de roupas e se levantou –, eu vou subir, preciso resolver algumas coisas.
— Certo.
Venus se levantou e o acompanhou até a porta, depois de alguns comprimentos forçados, ele a beijou no rosto e se dirigiu ao elevador. O som da porta fechando sincronizou a porta do elevador se abrindo, da mesma forma que os olhares se encontraram imediatamente, e dois corações aceleraram.
— Nick.
— Cenourinha.
A coelha segurava várias sacolas de compras, havia acabado de chegar do supermercado. A raposa olhou pra aquela quantidade imensa de sacolas e perguntou:
— Não quer uma ajuda com isso?
— Ah... não precisa! Tenho tudo sob controle – ela respondeu, levantando todas as sacolas (com certa dificuldade) com as duas patas. - Não sou tão inútil quanto você diz.
— Você é tão previsível, Hopps – Nick riu dela. - Deixa de ser teimosa, você nem se aguenta em pé direito.
— Cala a boca, raposa imbecil. Sai da frente pra eu passar - ela passou pelo maior e sorriu para ele – até mais!
— Erm... Cenourinha.
— O quê?
Nick parou pra refletir por alguns segundos, sorriu maliciosamente e finalmente parou de segurar a porta do elevador.
— Nada não. Até mais.
A porta se fechou, e a coelha levantou a sobrancelha.
— Suspeito...
Deu de ombros e voltou-se para a porta, e quando o fez, deu de cara com o número 601. Estava tão distraída que não percebeu que desceu no andar errado.
— Mas que m... NICK!

—--X---

Já no conforto de seu sofá, a raposa se vangloriava de sua brincadeira diabólica. Deixou a porta destrancada para facilitar a entrada de uma coelha furiosa prestes a lhe atirar uma sacola de supermercado, e olhando pelos ponteiros do relógio, já deu tempo de ela chegar no décimo andar.
— Três... dois... um...
BLAM!
E como ele imaginou, ela lhe atirou uma sacola na cabeça ao chutar a porta.
— POR QUE NÃO AVISOU QUE ERA O SEXTO ANDAR?
— Você não quis ajuda com as sacolas, por que iria querer ajuda pra saber em que andar estávamos?
— Eu tive que pegar o elevador com uma preguiça, Nick. Uma PREGUIÇA!
— Ah, como eu adoro te ver explodindo – brincou ele, bebendo mais um gole de seu café. - É música para os meus ouvidos.
— E sabe o que é música para os meus ouvidos, Nick? - ela jogou as sacolas em qualquer lugar no chão e sentou-se ao lado dele, sorrindo maliciosamente – Uma certa gravação onde você está ligeiramente bêbado no ano novo de 2016.
— …Você ainda tem aquilo? - ele perguntou, desmanchando aquele sorriso vitorioso.
— Certamente. Quer ver? Tá no meu celular.
— Talvez na próxima – agora era a vez dela de rir vitoriosa, e ele era incapaz de não entrar na onda. Olhou maliciosamente para a coelha e levou a pata ao queixo. - Eu gosto quando você joga sujo.
— “Se chama golpe, meu amor” - ela o imitou, fazendo a mesma expressão maliciosa – aprendi com o mestre da covardia.
— Está no caminho certo.
Depois de trocar olhares estranhos, caíram na risada na maior facilidade. Eram momentos como esse que os impediam de enlouquecer, apesar de tantas coisas peculiares que pensavam, a felicidade que sentiam de estarem juntos continuava inabalável.
De que vale algumas horas de loucura perto de uma alegria imensa apenas por ter aquela companhia?

—--X---

Ficou no apartamento de Nick até depois de duas dúzias de provocações e risadas, dois filmes horríveis, e uma pizza tamanho gigante que eles não conseguiram comer nem a metade.
Depois de um bom banho gelado, a coelha deitou-se na cama e começou a encarar o teto. Estava feliz por passar a tarde com ele. Muito feliz. E era aquilo que importava.
Abraçou seu travesseiro com força e espremeu os olhos. Quando os abriu, disse em voz alta:
— Nick é meu amigo – pegou o celular que estava bem ao seu lado. Clicou em contatos e carregou até chegar na letra N –, isso e nada mais.
Clicou em Nigel Wolfgang.
“Se permita”
Aquilo ecoou em sua cabeça e ela sorriu ternamente.
— Alô?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Deixem seus comentários, apesar de ainda estar me acostumando a responder, saibam que leio e amo todos ♥
Kissus ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Orgulho e Preconceito" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.