Orgulho e Preconceito escrita por Mokocchi


Capítulo 16
Códigos indecifráveis


Notas iniciais do capítulo

Olá~~
Atrasei de novo, eu sei, assim como não respondi nenhum comentário. ME DESCULPEEEEM! Estava atolada de coisas, tive simulado segunda e terça, e só agora fiquei de férias e com inspiração pra escrever. Vocês sabem que me recuso a enviar qualquer coisa. E bem, com essas férias, é bem provável que eu poste capítulos mais regularmente.
Sem mais delongas, boa leitura!!



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No silêncio daquela grande sala, só se escutava o tic-tac do grande relógio ao lado do sofá. A casa de Nigel Wolfgang era bem refinada, tinha um belo piso de azulejo, uma grande mesa redonda de vidro no centro, pelas pinturas penduradas na parede, assim como todo o local cheirava a orquídeas.

A dupla de policiais estava sentada ao lado do relógio, quase entediados pela demora do lobo que foi buscar algo na cozinha. Nick roía as garras enquanto Judy batucava seu pezinho no ar, certamente estava mais ansiosa que a raposa. Estava prestes a descobrir as pistas sobre o caso que esteve trabalhando há quase dois meses, como não ficar ansiosa?

O coraçãozinho da coelha quase disparou quando Nigel voltou à sala, ele trazia uma bandeja com três xícaras de café, os olhinhos de Nick até brilharam. Entregou uma xícara para cada policial e sentou-se na poltrona que ficava ao lado do sofá, deixou a bandeja numa pequena mesinha ao lado, e pegou sua xícara.

Fazia muito frio em Tundralandia, por isso aquele cafezinho viera a calhar na hora certa. Judy deu seu primeiro gole e esfriou os nervos, contudo, ainda estava muito ansiosa. Mas não deixou de notar que havia um clima meio hostil entre o lobo e a raposa, que se recusavam a se darem bem. No meio daquela troca de olhares que parecia soltar faíscas, a coelha cortou o silêncio:

— Então... senhor Wolfgang – começou, meio sem jeito –, o que estava fazendo no shopping àquele dia? – perguntou, dando mais um gole.

Sim, foi a primeira pergunta que lhe viera a cabeça, mas faria qualquer coisa para cortar aquele climão desconfortável. Para a sua alegria, Nigel colaborou com um sorriso simpático.

— Tirando uma folga – ele respondeu, tirando os lábios da xícara. – Todos merecemos uma, não é mesmo?

Seu tom era bem simpático, talvez para disfarçar o fato de estar ignorando a presença do outro policial em seu recinto, que se sentira completamente isolado perto daqueles dois. Nick não entendia como Judy pode ter se tornado amiga de um animal tão grosseiro, simplesmente não entendia.

Ainda desviando todo o olhar possível de Nick, voltou a falar:

— Eu apenas fui na intenção de ter um jantar agradável, tem um ótimo restaurante oriental naquele shopping – começou, e Judy o imaginou jantando sem a companhia de ninguém. “Será... que ele está sempre sozinho assim?”, ela se perguntou, meio inconformada. – Depois fui dar uma volta pelos corredores, e... vi você no meio daquela situação desagradável, e não pude evitar de observar a cena – ele deu mais um gole em seu café, sorrindo gentilmente contra a xícara. – Foi muito corajosa pondo sua reputação de policial em risco.

— Não a pus em risco. Só... – disse ela, meio sem jeito – fiz o que outros policiais não estão acostumados.

— E deveriam fazer – o lobo acrescentou.

— É...

O silêncio retornou, não tão desconfortável quanto da outra vez, mas um que deixou no ar uma necessidade de falar. Nick foi o que ousou fazê-lo.

— Detesto ser chato, mas... vamos ao que interessa? – disse a raposa, num tom sério.

— Sim, claro – respondeu Judy, pondo sua xícara em cima da mesinha. Já estava esquentada o bastante, talvez por ter um corpo pequeno. Tentando ignorar a tensão entre os dois machos, voltou a falar. – Pode começar, senhor Wolfgang. O que o senhor descobriu?

Nigel ficou em silêncio por alguns segundos, convertendo sua expressão gentil para uma completamente séria, bebeu o resto de seu café, e pôs a xícara ao lado da de Judy. Cruzou as pernas, juntou as patas, e soltou um suspiro cansado.

— É difícil ir direto ao ponto com tantas informações – começou, e até o tom de sua voz mudou. A coelha e a raposa não tiraram os olhos do lobo por um segundo, ansiando cada palavra que os ajudassem. – Acho que posso começar falando dos parentes.

— Esteve com os parentes de Thomas e Jeanette? – perguntou Judy, surpresa quando ele fez que sim com a cabeça. – Não conseguimos entrar em contato com eles, mesmo com a ajuda de Venus.

— Os pais de Jeanette moram em um bairro afastado da Praça Saara, já os de Thomas, vivem migrando de Tundralândia para a Savanna Central no inverno – acrescentou o lobo, tomando ainda mais a atenção dos policiais. – Consegui entrar em contato com os familiares quando fui ao Bar Hibring caçar suspeitas, eles pareciam ser amigos de quase todo mundo por lá, digo... eles também tinham suas indiferenças com algumas pessoas, mas já chego nesse ponto – continuou, ajustando a gola de sua camisa. – Primeiro fui visitar os pais de Jeanette, são uma família bem conservadora e não aceitavam o relacionamento dela com Thomas, mas davam a ela o suporte que ela precisava. Eles, e seus outros dois filhos, sofreram muito com a morte dela, mas não viram os pais de Thomas no funeral.

— Eles não foram ao funeral do próprio filho? – exaltou Nick, perplexo.

— Não – respondeu, deixando os policiais de queixo caído. – Os pais de Jeanette estavam em casa no dia do protesto, perguntei aos vizinhos, e eles confirmaram, o que elimina as suspeitas de algum deles ser o assassino. O que apontou para a família de Thomas que, sinceramente, é uma das famílias mais preconceituosas que já conheci.

— Que horror – suspirou Judy, quase abaixando as orelhas. – Então os pais de Thomas eram mais conservadores ainda.

— Conservadores é pouco. Se eles soubessem que eu sou híbrido, acho que teriam feito mais que me expulsar daquela casa – exaltou o lobo, pegando sua xícara de volta e brincando com a borra de café espalhada nela. – O pai não quis se pronunciar, mas... a mãe dele contou que quando Thomas se assumiu para família, o seu marido o espancou e depois o expulsou – os policiais voltaram a ficar boquiabertos diante de tamanho horror. – É claro que suspeitei na mesma hora, mas... eles estavam viajando no dia do protesto, e a sra. Boris mostrou-me as passagens, fotos...

— Eles não tiveram contato com Thomas desde que o expulsaram? – perguntou a raposa.

— Não – disse o lobo. – Por isso foi muito difícil contatá-los, ainda mais convencê-los a dar depoimento.

— Entendo – Nick enfim terminou seu café, colocando sua xícara em cima da mesinha. – Se é assim, não devemos dar tanta atenção aos familiares.

Os três ficaram pensativos por alguns segundos, refletindo sobre a ligação dos familiares quanto ao caso. Mas, por mais que tentassem, não chegavam a lugar algum.

— Agora... os conhecidos – começou o lobo, colocando sua xícara de volta na mesinha. – Como disse, fui ao Bar Hibring, onde eles frequentavam toda semana. Todos que frequentam aquele bar estavam no protesto.

— Bingo! – exclamou Nick.

— Mas suspeitar de todos é como dar um tiro no escuro – respondeu o lobo, de certa forma, rebaixando a raposa, deixando-o sem graça. – Por isso, conversei com todos que quiseram deixar depoimento. Eles eram muito queridos, mas assim como todo mundo, não se davam bem com todos – o lobo coçou a orelha e tossiu um pouco. – Há um animal em específico, uma girafa chamada Cristina, que não se dava muito bem com Jeanette, mas... não faz sentido cometer homicídio por causa disso.

— Bem, tem louco pra tudo – comentou Nick, cruzando os braços. – Mas por que ela não se dava bem com Jeanette?

— Dívidas econômicas. Estou procurando saber mais a respeito disso – respondeu o lobo, e sua expressão de quem estava prestes a dizer algo importante era impossível de ignorar. – Agora... chegamos nas pistas.

Judy e Nick se entreolharam, ansiosos. Esperaram por isso a semana inteira, ou melhor, desde que começaram o caso. Mas, por alguma razão, a cara de Wolfgang não era das melhores, e esta fez nascer diversas hipóteses na cabeça dos policiais.

— O que foi, senhor Wolfgang? – Judy não conseguiu segurar sua curiosidade.

— Nós... temos pouquíssimas pistas – disse ele, fazendo com que os policiais fossem tomados por uma expressão de descontentamento e decepção.

Mas, até que estavam acostumados a lidar com poucas, ou nenhuma pista. Afinal, começaram assim. O lobo olhou para eles com uma expressão séria, que exigia toda a atenção deles, e disse:

— Tudo o que temos é uma garra e uma amostra de pelo.

— O quê? – soltou a raposa, com os olhos arregalados. – Só isso? Mas... pode ser qualquer um!

— Exatamente – respondeu Nigel, levando a pata ao queixo. – As levei para um laboratório faz algumas semanas para analisar qual tipo de animal seria. A garra estava fincada no peito de Thomas e completamente ensanguentada, pode levar mais tempo, mas... sobre o pelo, tudo o que se sabe até agora é que tem uma cor castanha alaranjada.

— Castanho alaranjado... – sussurrou Judy, olhando para o chão, pensativa. – Ainda assim, há riscos dessa amostra não ter ligação alguma com a garra.

— Exatamente – concordou o lobo. – São informações muito escassas, e que não fazem conexão alguma.

— E isso é tudo o que sabe? – perguntou Nick, ainda incrédulo.

— Infelizmente sim – respondeu, roubando qualquer fala dos outros dois. – Ainda temos muito a investigar, mas... será necessário os resultados de DNA saírem.

Os três ficaram em silêncio, um tanto desapontados, um tanto desconfortáveis. O que diriam agora? “Ah, neste caso, vamos assistir um pouco de televisão enquanto esperamos o teste sair”? Certamente não seria a melhor opção. Não havia mais motivos para estarem ali.

Nick se levantou, olhou para o lobo, e disse:

— Obrigado por nos receber, senhor Wolfgang – disse, educado de uma forma que Judy até estranhou. – Tentaremos descobrir alguma coisa. Vamos, cenourinha.

O lobo os acompanhou até a porta, e antes que fossem embora, disse à Judy:

— Ligarei quando o teste sair.

—-X---

— O que você acha dessa história toda? – perguntou Nick, se espreguiçando no sofá do apartamento de Judy.

Chegaram em casa por volta das sete horas da noite, no caso, se atrasaram por terem perdido o metrô para a Savanna Central. E durante todo o trajeto, nenhum dos dois tirava a cabeça do caso.

— Não sei ao certo – respondeu a menor, que circulava em volta da sala, pensativa e inconformada. – Tudo é tão suspeito, e quando começa a fazer sentido... uma coisa se escapa e tudo volta a não fazer sentido.

— Pode ter sido qualquer animal com garras, ou seja, 60% da população – resmungou Nick, incrédulo com todo o quebra cabeça que se recusava a encaixar as peças. – Até preguiças tem garras, por mais que não tenham agilidade pra serem homicidas.

— Ainda suspeito que pode ser alguém da família – afirmou Judy, apressando o passo a cada ideia que lhe vinha a cabeça. Nick já estava zonzo de ver a coelha praticamente correndo em círculos. – Eles não eram aceitos pelos familiares por serem híbridos, e como hipopótamos não tem garras, tudo aponta para a família do Thomas – ela enfim deu uma parada, ficando de frente para Nick, mostrando a feição que sempre faz quando aponta uma suspeita. – Talvez tenha sido o pai dele!

— Mas o lobinho não disse que descartou a ideia já que os pais dele estavam viajando no dia do protesto? – retrucou Nick, convertendo a feição de Judy para a de descontentamento. – Essa sua teoria tem vários furos.

— Mas e se tiverem falsificado as passagens? Não acha estranho o pai dele não querer dar depoimento? – persistiu a coelha, tentando caçar as poucas coisas que faziam sentido. – E o Nigel mesmo disse que a esposa dele afirmou que ele tinha um temperamento inquieto, e espancou Thomas quando descobriu que ele era híbrido.

— Acho difícil terem falsificado a passagem – contra-argumentou mais uma vez, fazendo as orelhas de Judy caírem. – E o Wolfgang é um detetive profissional, acho que ele sabe distinguir uma passagem falsa de uma verdadeira.

— Mas... ARGH! – jogou o corpo contra o sofá e enterrou a cabeça e uma almofada, gritando contra ela, que abafou o som. – Nada faz sentido nessa porcaria!

— É tipo a minha vida.

— Agora não é o momento pra piadinhas, Nick – o censurou, fazendo-o rir baixinho.

A cabeça de Judy estava a ponto de explodir, não que ela não estivesse acostumada com casos sem um rumo muito sólido (seu primeiro caso não tinha pista alguma), no entanto, nunca lidou com um caso cheio de informações, porém, irrelevantes. Nada se encaixava, nada se dava a chance de interligar.

— Pelo castanho alaranjado... – sussurrou a coelha, agora, olhando fixamente para o teto com a cabeça deitada nas almofadas e os pés sobre a coxa de Nick. – Que animais tem pelo assim?

— Vários – respondeu Nick. – Micos leões dourados, alguns felinos, caninos, até algumas preguiças.

— Girafas – acrescentou a coelha.

— Girafas também?

— As manchas, ué.

— Sempre pensei que aquilo fosse castanho.

— Castanho alaranjado.

— Ah, é – Nick levou a pata à nuca, desviando um pouco o olhar. -... Raposas.

Houve um silêncio, e um certo desconforto da parte de Nick ao pensar que raposas seriam suspeitas. Mais uma imagem ruim para a sua espécie seria vergonhoso. E Judy sabia, como ninguém, o quanto Nick se preocupava com a imagem ruim das raposas.

Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, sua campainha tocou, e ela correu para abrir a porta. Viu a raposa, toda linda e cheirosa com um sorriso no rosto, aquele sorriso a apertou no coração e teve que forçar o seu, lembrando-se do que prometeu a si mesma em relação a Venus.

— E aí, Judy – disse ela, amigavelmente. A voz ecoou alto o suficiente pra Nick reconhecer a voz e sorrir na direção dela. – O Nick está aí? Ele não parece estar em casa.

— Ele-

— Estou aqui – Nick interrompeu a coelha, apressando o passo ansioso para ver o quão linda estava sua parceira. Quando Venus o lançou um carão emburrado, ele levou a pata à testa como quem havia acabado de lembrar uma coisa importante. – Putz! Me desculpa, eu esqueci completamente!

— Esqueceu o que? – Judy perguntou, se metendo sem perceber. Ignorou todas as hipóteses do motivo do seu interesse.

Venus cruzou os braços e apontou o focinho para a outra raposa.

— Eu e esse engraçadinho combinamos de sair hoje, mas aparentemente eu não sou tão relevante assim – resmungou, fazendo-se de ofendida para provoca-lo.

— Ah, qual é, Venus – exaltou Nick, puxando a pata da parceira. – Foi sem querer, é que trabalhamos o dia inteiro, e-

— Pois é – Judy se intrometeu mais uma vez, num tom que parecia bem sério, e um pouco arrogante –, e ainda estamos trabalhando, aliás.

— Ah, me desculpem então – disse Venus, num tom mais suave e sincero. – Se estão trabalhando, eu posso-

— Não, imagina – Nick a interrompeu, correu para o sofá, pegou seu casaco, e voltou para a porta. – Podemos continuar amanhã.

A frase de Nick ecoou na cabeça da coelha como um disco quebrado, e aos poucos, sua face foi tomada por uma expressão furiosa e incrédula. Respirou fundo, e se segurou para não gritar.

— Como é que é, Nick?! – exaltou, ainda desacreditada do que acabara de ouvir. As raposas olharam pra ela um tanto surpresos, e diante daqueles olhares inocentes, foi impossível dizer umas poucas e boas. – Mas... Nick, nós acabamos de descobrir as pistas, e-

— E não temos ideia do que fazer com elas ainda — interrompeu o policial, colocando o seu casaco preto e se aproximando mais da porta, ficando ao lado de Venus. – De que vai servir ficar criando hipóteses que não levam a lugar algum?

— Eu ouvi bem ou vocês disseram que descobriram as pistas? – perguntou Venus, um tanto curiosa e desconfiada.

— Eu te conto tudo depois – disse Nick, sorrindo e dando-lhe um beijo no rosto. Pôs a pata sobre o ombro de Venus e a levou para fora do apartamento de Judy. – Relaxa aí, cenourinha. Tudo tem seu tempo.

— Relaxar?! Mas... mas... – Judy tentou retrucar, mas Nick fechou a porta de seu apartamento, deixando-a sozinha.

Ficou parada uns dez segundos apenas olhando para a porta fechada em silêncio, com as frases de Nick ecoando em sua cabeça sem parar, e o quanto ela estava sentindo vontade de enfiar suas garrinhas nos olhos verdes que ele tinha e puxá-los para fora. Foi quando ela não conseguiu mais se conter:

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARRRRRGGGGHHH!

Seu grito, por mais que escandaloso, foi a coisa mais libertadora que poderia ter feito. Sentiu como se colocasse toda a raiva, insegurança e medo que sentia pra fora. Não por completo, mas em grande escala.

Xingou Nick por uns cinco minutos enquanto socava e chutava as próprias almofadas, e quando não aguentou mais, caiu sobre o chão com a garganta arranhada e quase sem fôlego. Já não pensava mais no caso, ou na incompetência de Nick, na verdade, não pensava em mais nada além de coisas abstratas que nem ela sabia decifrar. Quando havia se deixado tornar indecifrável?

— Raposa idiota – fez seu único xingamento. Porém, não sabia ao certo se havia dito isso para Nick ou Venus. – Idiota...


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Notas finais do capítulo

Gostou? Se sim, ou não, não se esqueça de deixar nos comentários (juro que vou respondê-los dessa vez)
COISA SUPER IMPORTANTE: Gente, pra quem não sabe, eu desenho e sonho em me tornar uma desenhista e mexer com desenhos animados. Caso tenha instagram e queira ver meu trabalho, me siga lá (nicoleli.m).
Até a próxima o/
Kissus ♥