27 de agosto, 1944

Hermione tinha apenas cinco dias para poder se organizar em Londres, comprar materiais e vestimentas da Sonserina seria a coisa mais fácil a se fazer, o difícil seria mesmo entrar em Hogwarts. Ela se infiltrou numa pousada e mudou seu nome para Mione Dellamora, uma adolescente que viera da Alemanha com intuito de uma vida melhor, longe de seus pais psicopatas.

Logo, a jovem já criara alguns amigos. Katie Benson era uma velha senhora, vivia na pensão há mais de dez anos, a mesma estava meio louca e dizia esperar o marido voltar da padaria, mesmo que o homem já havia morrido após um enfarte. Payne Jones tinha doze anos, loira de olhos verdes, adorava brincar com o Sr. Robinson a mascote da pensão, morava junto seu pai, Philip Jones, o homem sempre tentava manter seus pensamentos longe de sua ex-mulher, Danielle Bass, que fugirá com outro homem há dois anos. E Jordana Watson, dona da pensão. Seu filho era um usurário de drogas e acabou morrendo de overdose, culpando a esposa pela morte do filho, seu marido Thomas fugiu com a empregada e deixou a mulher com dívidas enormes no banco. Todos naquela pensão havia uma história triste a ser contada.

— Então, Mione, poderá ficar com o quarto cinco, ao lado do de Katie. — Sorriu Jordana.

— Ah, muito obrigada, Srta. Watson... — Sorriu Hermione.

— Já lhe disse para me chamar de Jordana. Tens certeza de que ficará apenas cinco dias?

— Sim, sim. Hum, logo começará a escola.

— Ah, verdade. Então, qualquer coisa é só pedir, certo?

— Sim, muito obrigada.

Hermione seguiu pelo corredor à direita, e entrou numa porta com um enorme número cinco. O quarto era totalmente branco, assim como os lençóis, travesseiros e cortinas. A Mesma tirará de sua bolsa enfeitiçada alguns livros, sua varinha e o vira-tempo. Ela tinha alguns galeões e poderia ir ao beco diagonal em algumas horas, mas antes precisava descansar. Ela pegou o livro que retirara do quarto de Rony e abriu-o na segunda página.

“Dragões do Mundo”

Ela sorriu, lembrou-se de que antes da Segunda Guerra Bruxa, ela havia dito a Rony que adoraria comprar Dragões do Mundo. Ela guardou aquela dolorosa lembrança novamente na bolsa, pegou a caixa do Vira-Tempo, e em sua tampa, estava um bilhete.

“Beco Diagonal, às três horas do dia 27 de agosto.”

Hermione olhou o relógio, quase duas e meia, pegou sua varinha, seu casaco e seguiu para fora de seu quarto; ao chegar perto da porta de entrada, deparou-se com Jordana sorrindo alegremente.

— Saindo? — Indagou a mulher.

— Ahn, sim, é que preciso... Resolver algumas coisas.

— Não vai ficar para almoçar?

— Quem sabe outra hora?

Hermione se esgueirou e saiu para as ruas antigas de Londres. Havia poucas pessoas, até por que era um bairro pouco conhecido naquela enorme cidade. Sem saber por aonde ir, a mesma preferiu aparatar. Colocou a capa da invisibilidade de Harry e logo se viu em frente uma pequena cabana. E como no bairro da pensão, não havia ninguém perto do Caldeirão Furado. Retirou a capa e adentrou o recinto, estava totalmente vazio, contando apenas com o balconista, Hermione nada disse, seguiu para a porta dos fundos, e deparou-se com uma parede de tijolos, retirou sua varinha e bateu especificamente em cada pequeno tijolo. Na parede, abriu-se um buraco revelando lojas e pessoas.

Porém, Hermione não sabia o que fazer. Estava seguindo ordens de alguém que havia morrido há séculos. Era apenas ela. Três horas em ponto, as ruas do Beco Diagonal estavam se esvaziando, Hermione estava ficando sozinha e a cada segundo mais arrependida, quando finalmente virou-se para retornar a pensão, algo numa vidraça chamou-lhe a atenção.

Um enorme cartaz escrito “O destino do futuro se encontra no passado”, ela adentrou a loja, e ao lado do cartaz, um pequeno livro, o vendedor foi ao seu encontro.

— Este livro está aqui há séculos. — Hermione encarou-o. — Diz que é dedicada a alguém chamado Hermione Granger.

— Granger? — Indagou e o homem assentiu. — Quero levar... O titulo chama bastante atenção. Quanto custa?

O homem sorriu, parecia que estava se livrando de um enorme fardo. Hermione abriu-o na primeira página.

“Gringotes, as três e dez.”.

Hermione estava cansada de ser jogada de um lado para o outro, como se fosse uma simples boneca de pano, ela olhou no relógio, eram três e nove, correra até o enorme prédio branco, e as três e dez, um homem parou à sua frente.

— Srta. Granger? — Ele indagou.

— Sim? — Ela arqueou uma sobrancelha.

— Um pacote para a senhora — Ele entregou uma caixa verde e mostrou uma prancheta. — Preciso que assine aqui e aqui.

Hermione assinou o papel e pegou a caixa, logo voltou ao Caldeirão Furado e aparatou perto da pensão. Estava tudo muito quieto, ela adentrou o recinto e Jordana novamente veio ao seu encontro.

— Levarei seu almoço para o quarto. — Disse.

— Não precisa se incomodar...

— Que isso!

Jordana correu até a cozinha e Hermione até seu quarto, trancou a porta, sentou-se na cama e abriu a caixa.

Nela havia vestimentas da Sonserina e uma carta... Uma carta de Hogwarts. Hermione arregalou os olhos, ela sabia perfeitamente que Hogwarts escolhia seus alunos, ele não podia simplesmente ter uma carta. Foi quando ela bateu os olhos no livro, abriu a segunda página e lá estava escrito:

“Não se assuste. Tudo está na mais perfeita ordem. Você dormira no mesmo quarto que Jéssica Michael, Lily Mendes e Alana Holly. Será conhecida como a melhor aluna de Poções e Defesa Contra As Artes das Trevas. Na primeira oportunidade, mate Tom Riddle”.

Hermione ainda não havia pensando... Ela teria de matar alguém. Mesmo que fosse Lord Voldemort, continuava sendo uma pessoa. Ela olhou para o espelho, e viu aquelas enormes olheiras, seu cabelo desgrenhado.

— Por Rony. — Disse para si mesma.