Arranjed Marriage escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 2
Um Jantar Não Tão Desastroso Assim


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi, amores! Como estão?
Gente! Primeiro capítulo e já temos 15 reviews? Continuem assim que tá maravilhoso!
Enfim, obrigada a todos que comentaram no cap anterior. Esse aqui tá bem maiorzinho e a primeira metade foi escrita por mim. A segunda foi escrita pela Luna! :3
Ah! Para quem não conhece, leiam a fic da Luna, TNP: https://fanfiction.com.br/historia/633204/The_New_Prophecy/
Esperamos que gostem do cap! :3
Enjoy it! ;)
Antes que eu me esqueça, a Luna vai escrever as notas dela amanhã (ou hoje, vai saber)! ;)



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Thalia

 

Não foi preciso dizer que Hades e Zeus deram um sorriso que, se fosse um centímetro maior, teria rasgado suas caras. Hades já me dissera que eu poderia escolher os convidados da minha lista, assim como poderia combinar com o tal Nicholas sobre a decoração, a música e o Buffet. Minha roupa ficaria sob os cuidados dos melhores estilistas dos EUA, o que me deixou com medo.

— Amanhã à noite você e Nicholas se conhecerão. – Hades disse. – Tem algum lugar em mente?

Eu sabia que, se fosse eu a escolher, escolheria um bar com rock, um parque ou qualquer lugar inapropriado demais para alguém do nível de um Grace.

— Acho melhor seu filho escolher. Sou péssima com locais de encontro.

Hades sorriu compreensivamente. Depois caminhou até a porta enquanto digitava algo no celular.

— Bom... Será amanhã, às oito da noite, no restaurante Baco’s Palace.

Assenti. Aposto que é um restaurante chique...

Ai meu Deus! E se esse Nicholas for um riquinho mimado e almofadinha? Eu não vou conseguir ficar por dois segundos sem respirar o mesmo ar que ele!

Respirei fundo. Tenha pensamentos positivos, Thalia! Tudo dará certo!

— É melhor ir dormir, querida. – Meu amado pai sorriu para mim. – O dia será cheio amanhã. A data você e Nicholas decidirão.

Assenti. Não respondi quando ele disse “boa noite” e apenas entrei no meu quarto, batendo a porta com força e me jogando na cama, sentindo vontade de gritar. De gritar até ficar sem voz.

De uma coisa eu tive certeza: se esse Nicholas fosse um riquinho mimado, eu cortaria a garganta dele enquanto estivesse dormindo.

[...]

— Você está péssima. – Ouvi a voz do meu melhor amigo. – Não dormiu direito ontem?

— Nem um pouco, Leo.

Ele sorriu compreensivamente. Leo Valdez, com certeza, era o amigo para todas as ocasiões. Ele tinha a pele bronzeada, olhos castanhos e cabelos negros e cacheados, que, no momento, estavam bagunçados. Tinha um olhar travesso desde a infância, ou a expressão de quem bebeu café demais. E eu não podia me esquecer das orelhas levemente pontudas, que o faziam parecer um elfo latino do Papai Noel. Era o único amigo especial o suficiente para se encontrar comigo de bom grado às oito da manhã na lanchonete da Calipso. Principalmente pelo fato de Calipso ser sua ex e, ainda assim, dar em cima dele.

— Não tinha outro lugar? – Ele acenou, contra a sua vontade, para Calipso, que acenou freneticamente.

— Foi o primeiro que pensei. – Suspirei. – Leo, eu estou péssima. De um dia para o outro, minha vida virou um lixo! – Soquei a mesa por impulso, fazendo com que alguns clientes me olhassem de cara feia.

— Ei... Sem destruir nada. – Leo me encarou. – Me diga o que houve.

Aos poucos, contei tudo a ele. Confiava em Leo o suficiente para até mesmo acrescentar tudo o que Luke me dissera. Leo escutava a tudo atentamente, fazendo algumas poucas perguntas de vez em quando.

— Luke é um babaca, mesmo. – Comentou. – Desculpe por ter te incentivado a namorar aquele saco de mierda.

Sorri levemente. Leo era o único amigo que poderia me fazer sorrir naquele momento.

— Não se preocupe. Quem aceitou fui eu.

Leo sorriu.

— Então... Você vai se casar. – Ele riu baixo. – Acho que eu venci o desafio.

Ri baixo também. Leo era meu amigo desde a infância. Quando eu completei dezoito anos, nós lançamos um desafio um para o outro: ver quem fica por mais tempo sem se casar. Desde então, Leo tem me apresentado amigos interessantes e eu lhe apresentava amigas atraentes. Ás vezes aquilo acabava num namoro de dois dias. Outras vezes, em nada.

E eu havia perdido o desafio.

— Droga. – Resmunguei com um sorriso. – Qual é o preço mesmo?

— Pagar um mês de qualquer refeição que eu fizer com você. Você vai pagar os sorvetes, os lanches, os almoços e, inclusive... – Ele mordeu um pedaço do brioche que havia acabado de chegar. – Esse café da manhã.

Fingi estar com raiva, uma expressão que não durou muito até ser substituída por um sorriso.

— Você é um imbecil, Valdez.

— E você adora um imbecil, Grace. – Ele rebateu.

Apenas ri novamente e comecei a comer o que havia pedido.

[...]

— Se cuida no encontro de hoje. – Leo me abraçou quando saí de sua Ferrari vermelha. – E, pelo amor de Deus, não corte a garganta dele durante o jantar.

— Não se preocupe, Leo. Só vou cortar a garganta dele enquanto estivermos na cama e a sós.

Leo riu alto enquanto ligava a Ferrari novamente.

— Só mais uma coisa... – Começou. – Como é o nome dele?

Virei-me para encará-lo.

— O nome dele é Nicholas... Nicholas di Angelo.

Pensei ter sido impressão, mas jurei que havia visto Leo arregalar os olhos enquanto se afastava com a Ferrari.

Assim que entrei em casa, encontrei minha melhor amiga, Annabeth Chase, na sala.

— Me conte tudo. – Ela nem me deixou respirar e já veio pra cima. – Qual é o nome dele? A idade? Já se conheceram? Não acha que casamento arranjado é uma coisa meio antiquada? Já sabe como vai ser a decoração? E a lista de convidados? A música? O Buffet? O...

— Annabeth! – Calei-a. – Calma, mulher. Uma pergunta de cada vez. – Respirei fundo. – O nome dele é Nicholas di Angelo. Vinte anos. Vamos nos conhecer hoje à noite. Casamento arranjado é uma coisa mega antiquada, mas ainda existe pelo mundo então tá valendo. Não posso fazer nada. Não tenho ideia da decoração e nem da lista de convidados. Não acho que rock pesado seja uma boa opção de música de casamento. Só exijo que o Buffet tenha MUITA comida... – Eu a encarei. – Mais alguma pergunta?

Annabeth suspirou, amarrando os cabelos louros e cacheados num rabo de cavalo. Os olhos cinza-tempestade mostravam curiosidade.

— E Luke?

— Luke acha que eu estou traindo ele com outro cara. É um imbecil. – Suspirei enquanto subia as escadas. – E eu não vou usar um vestido para ir ao Baco’s Palace, se é o que você está pensando.

Annabeth arregalou os olhos.

— Mas o Baco’s é um lugar...

— Exageradamente chique. E eu vou começar esse encontro com estilo. – Sorri. – Vou chegar lá mostrando como realmente sou.

Annabeth suspirou e cedeu um sorriso.

— Você não tem jeito. – Ela se levantou. – Mas ok... Acho melhor você já organizar a sua parte da lista de convidados. E escolher quem vai cuidar da decoração com ele. Assim como o Buffet. Tenho certeza de que vocês vão chegar a um acordo sem se matarem no meio do restaurante.

Revirei os olhos.

— Mas e se esse Nicholas for um riquinho mimado? Sinto muito, Annie. Mas eu vou matá-lo se ele for.

Foi a vez de Annabeth revirar os olhos.

— Pare com isso, Thalia. – Ela chegou até mim. – Você vai se casar. Por mais que não queira, pense que ele pode ser legal. E quem sabe ele não tenha as mesmas preferências que você?

— E quem sabe ele não seja machista e ridículo? Meu Deus! E se ele for um bruto e começar a me bater?

Annabeth revirou os olhos.

— Eu desisto. – Ela me encarou. – Vamos fazer logo a merda da lista de convidados.

— Não fale assim! Só eu posso falar mal de qualquer coisa relacionada ao casamento!

Annabeth revirou os olhos de novo e tirou um bloquinho de papel da bolsa. Depois caminhou até a minha mochila e tirou de lá uma caneta.

— Muito bem... Vamos começar.

[...]

— Os Jackson, os Chase, os Valdez, as Gardner, os Stoll, os La Rue... – Ela franziu as sobrancelhas. – E Luke? Mas por que você vai convidar Luke?

— Para esfregar naquele rostinho que eu estava falando a verdade.

Annabeth assoviou.

— Ainda tem mais gente para colocar aqui?

— Vamos ver isso mais para frente. – Observei a janela e vi que o sol estava se pondo. Havíamos ficado por muito tempo no meu quarto, discutindo quem entraria ou não e já começando a falar algumas coisas sobre a decoração. Assim como pesquisando lugares onde o casamento poderia ocorrer e anotando-os para que eu pudesse conversar com Nicholas sobre qual seria a melhor opção. Olhei para o relógio digital na mesa de cabeceira. 18h00min. – MERDA! O ENCONTRO!

— Mas ainda são seis horas...

— Eu só tenho duas horas para ficar sexy! Meu Deus! Esqueci completamente daquele estranho!

Annabeth revirou os olhos.

— Eu te ajudo a encontrar uma roupa. – Ela disse enquanto entrava em meu closet. – Vá tomar um banho.

Em uma hora, depois de muita discussão sobre minha roupa e maquiagem, eu estava pronta para sair. Annabeth sorriu satisfeita enquanto terminava de passar sombra em meus olhos.

— Uma hora para achar a roupa perfeita... – Comentou. – Valeu à pena.

Olhei-me no espelho, sorrindo com o que vi. Eu estava usando uma blusa preta, com alças e mangas nos ombros (não sei detalhar roupa. Pra mim é só se vestir e pronto.), um short jeans escuro, botas pretas com cadarços que iam até abaixo dos meus joelhos e uma jaqueta de couro por cima. Uma sombra escura realçava meus olhos azuis e um batom vermelho escuro destacava os lábios. Eu estava muito sexy.

— Ainda falta uma hora. – Comentou Annabeth. – Vamos ver mais algumas coisas pra fazer?

— o Baco’s Palace é muito longe até mesmo de carro, Annie! É meia hora de carro e uma hora a pé.

— Vamos andando e conversando. Afinal, eu marquei de me encontrar com o Percy mesmo.

Sorri maliciosamente.

— Hmmm... Está saindo com o meu primo, Annabeth? – Eu a encarei enquanto pegava minha bolsa preta. Eu poderia ir de moto, mas decidi caminhar, por mais que a caminhada fosse longa. E Annabeth odeia andar de moto. – Cuidado com os preservativos, viu...

— Thalia! – Annabeth me deu um tapa no braço. – Você é cheia de graça, não é?

— E você me ama, não é?

Ela revirou os olhos.

— Como eu queria poder dizer o contrário.

Dei-lhe a língua.

— Besta. Eu sei que você me ama.

Ficamos o resto do caminho conversando sobre o casamento. Criando teorias malucas a respeito de Nicholas (dentre elas, chegamos a debater até mesmo que ele era um serial killer que escondia os cadáveres das esposas que ele matou no porão da casa, o que já foi suficiente para que eu quisesse dar meia volta e voltar pra casa).

— Volta aqui, Thalia! – Reclamou Annabeth enquanto segurava meu braço. – Eu estava brincando, sua louca.

— Sei... – Reclamei, sentindo náuseas. – Se ele for mesmo um serial killer, eu vou voltar dos mortos para puxar o seu pé, sua loira oxigenada.

— Ei! – Reclamou. – Meu loiro é natural, tá bom?

Ri baixo. Reconheci, ao longe, as luzes do Baco’s Palace e respirei fundo.

— Vai lá. – Disse Annabeth. – Pense positivo, Lia. Vai dar tudo certo. – Ela checou o celular. – E perdemos tempo demais com você querendo voltar. Está cinco minutos atrasada.

— Merda. – Reclamei. Despedi-me de Annabeth, que seguiu na direção do parque para se encontrar com Percy, e apertei o passo até a entrada do restaurante exageradamente chique. Fiz uma careta. O segurança em frente à porta me olhou torto. – Com licença.

Ele não saiu do caminho.

— Aqui não é lugar para você, senhorita.

— Sei. Quando um lugar caro não for lugar para uma Grace, me avise.

Ele empalideceu ao ouvir meu sobrenome e, pedindo mil desculpas, me deixou entrar. Sorri vitoriosamente. Caminhei até uma mulher parada perto das inúmeras (e cheias) mesas.

— Posso ajudá-la? – Pude ver sua careta ao fitar minhas roupas, mas ignorei. Não era a primeira vez que aquilo acontecia.

— Na verdade pode. – Sorri. – Estou procurando por Nicholas di Angelo.

Suas sobrancelhas se ergueram em sinal de compreensão.

— Você deve ser Thalia Grace.

Assenti. Então ele já sabe meu nome. Que rápido é esse Hades em anunciar casamentos.

— Sou sim.

— Siga-me, por favor, senhorita.

Revirei os olhos discretamente com o modo de tratamento que ela utilizara e a segui até uma mesa mais afastada das outras. Respirei fundo. Eu não parava de olhar para os meus pés.

Ok, Thalia... De um jeito ou de outro, você vai ter que olhar. Agora já era. Você já está aqui.

Um...

Dois...

Três.

Soltei a respiração lentamente e ergui o olhar.

Ai. Meu. Deus.

Eu vou casar com um deus grego.

Socorro.

Tá quente aqui, né?

Nicholas era extremamente lindo, embora eu não fosse dizer isso a ele. Eu ainda assim não queria casar.

Ele tinha cabelos negros, que estavam cuidadosamente arrumados para trás. Seus olhos eram tão escuros que eu não sabia diferenciar a íris da pupila. Ele tinha um olhar quase selvagem. Como o de um predador (um predador sensual, na minha humilde opinião). Usava um terno e calças sociais, ambos pretos. Eu já ia revirar os olhos quando descobri um detalhe peculiar.

Ele não calçava sapatos sociais. E sim um par de tênis All Star pretos.

Da mesma maneira. A beleza era incrível. Mas o que o impedia de ser um assassino em série? A imagem do meu corpo dilacerado escondido no porão fez com que eu engolisse em seco, mas me contive. Agora que comecei, eu tinha que terminar.

— Nicholas... – Chamei sua atenção, fazendo-o erguer o olhar da taça de vinho pela metade e o cardápio aberto sobre a mesa. Ele me olhou de cima a baixo, arregalando os olhos para o modo como eu estava vestida. Maravilha! Mais um que me avalia de cima a baixo. Estou achando que esse casamento vai dar merda!

Ele se apressou em levantar de onde estava e estender sua mão direita na minha direção. A mulher já havia se afastado depois de perceber que seu decote não estava atraindo a atenção de Nicholas e sim a sensualidade em pessoa que, modéstia à parte, sou eu.

— Muito prazer. Você deve ser Thalia.

— A única. – Sorri enquanto apertava sua mão. Sua pele era fria. E me causava arrepios. Ele caminhou até o outro lado da mesa redonda e puxou a cadeira para que eu me sentasse. Revirei os olhos internamente. Cavalheirismo clichê: confere.— Obrigada.

— Não imaginava que você viria tão... – Ele indicou minhas roupas.

— Tão inadequada? – Ergui uma sobrancelha em desafio.

— Não era esse o termo que eu pretendia usar. – Ele se acomodou em seu lugar novamente.

— Que termo pretendia?

— Hmm... – Ele hesitou. – Diferente.

Ergui uma sobrancelha novamente, sorrindo de canto. Aquilo estava interessante.

Diferente?

No bom sentido, é óbvio. – Ele se endireitou. – Gostaria de pedir alguma coisa agora?

— Sim.

Nicholas sorriu e me entregou um dos cardápios que estavam cuidadosamente arrumados sobre a mesa. Peguei-o, ainda sorrindo e comecei a procurar por alguma coisa que parecesse atrativo.

— O que sugere, Nicholas? – Perguntei-lhe.

— Que você me chame de Nico. Nicholas é nome de velho. – Ele sorriu e eu reparei nas suas covinhas. Além de sexy, ainda tem covinhas!

— Certo, di Angelo. – Sorri. – Agora, falando sério, o que sugere? Nada nessa porcaria parece ser gostoso. Além do mais, é tudo tão pequeno que não mataria a fome de uma formiga.

Nico (meus deuses! Por que será que esse apelido soou tão bem?) riu baixo. Sua risada era engraçada e eu acabei rindo também.

— Sinceramente, eu não sei. Prefiro McDonalds.

Olhei para ele, surpresa. Oh Deus, obrigada! Ele não é um riquinho mimado e almofadinha! É para glorificar de pé, irmãos!

— E por que diabos estamos aqui então? – Gesticulei com desdém para o lugar.

— Meu pai. – Ele revirou os olhos. – "Ela é Thalia Grace, Nicholas. Você tem que levá-la no melhor restaurante da cidade e blá-blá-blá". – Ele imitou seu pai e eu sufoquei uma risada. Droga. Estava começando a gostar de Nico. – Não há nada melhor que McDonalds!

— Podemos nos casar aqui e agora? – Brinquei.

— Será um prazer. – Nico sorriu e enfiou a mão no balde de gelo em que o vinho estava. Ele tirou de lá um pedaço de gelo em um formato que lembrava o de um anel. – Thalia Grace, você aceita se casar comigo?

Coloquei a mão na boca, fingindo surpresa e limpei uma lágrima falsa de felicidade e emoção.

— Sim! Sim! É claro que sim! – Estava segurando o riso. Estendi a mão para que ele colocasse o anel e foi o que ele fez.

O gelo começou a queimar meu dedo e eu balancei a mão para que ele saísse.

Bem... Eu meio que não pensei antes de fazer isso. O gelo voou e bateu na cabeça da mulher que estava sentada na mesa ao lado. Nico começou a rir alto. Olhei para ele e fingi indignação. Levou cerca de cinco segundos até eu começar a rir também. As pessoas começaram a nos olhar de cara feia, o que só nos fez rir ainda mais.

— Venha, vamos... Sair daqui. – Ele falou meio sem fôlego e se levantou. Levantei-me também e fui atrás dele.

— Para onde estamos indo, di Angelo?

— Para o melhor restaurante da cidade: Mc Donalds! – Ele declarou empolgado e eu ri.

Após pagar pelo vinho que já havia pedido e por tudo mais, ele foi buscar seu carro. Oh Deus, oh Deus, oh Deus..., pensei, olhando para a BMW  de Nico com os olhos brilhando.

— Um dia você vai olhar para mim como está olhando para esse carro. – Nico deu um sorriso galanteador e riu logo em seguida.

— Cala a boca, di Angelo. – Sorri e revirei os olhos, retornando meu olhar para aquela maravilha (O carro, não o Nico, só para deixar claro) logo em seguida. – Posso dirigir?

 Nico gargalhou e eu olhei para ele, indignada.

— O quê?

— Thalia, minha querida, não deixaria você dirigir o Cérbero nem se eu estivesse morrendo. – Ele abriu a porta do passageiro para mim e eu revirei os olhos internamente.

— Não sou sua querida. – Fiz uma careta para ele e entrei no carro.

O manobrista saiu de dentro da BMW e Nico entrou, sorrindo serenamente. Olhei para ele e encontrei seu olhar fixo em mim. Sustentei seu olhar por um bom tempo – preto no azul, azul no preto – até perceber o quão estranho aquilo era.

— Huh, então... Vamos logo antes que a fome se torne tão intensa a ponto de me levar a comer você.

 Nico riu suavemente e deu partida no motor do carro. Ele apertou um botão no painel do carro e uma música mais que conhecida começou a tocar. Esse homem é literalmente um Anjo, só pode, pensei

— Você. Gosta. De. Arctic. Monkeys? – Perguntei-lhe pausadamente, não conseguindo acreditar naquilo.

 Nico olhou para mim com uma expressão ainda mais incrédula que a minha.

— Me diga o nome de uma pessoa que não goste e eu juro que amanhã ela não estará mais viva.

Sabia que ele estava brincando, mas ainda assim não pude evitar engolir em seco e me lembrar daquele devaneio louco do porão. Aumentei o volume para me livrar daqueles pensamentos mórbidos e balancei a cabeça no ritmo da música. Alguns segundos depois, eu e Nico estávamos cantando juntos. Parecíamos dois lunáticos cantando com as janelas abertas e o volume altíssimo.

I go crazy cause here isn't where I wanna be
 And satisfaction feels like a distant memory
And I can't help myself,
All I wanna hear her say is "Are you mine?"
Well, are you mine?
Are you mine?
Are you mine?

Nico olhou para mim e sorriu.

— “This night is gonna be legen...”

Segurei o fôlego. Além de ser um deus grego, ser engraçado, não ser almofadinha, ter um maravilhoso gosto musical e de gostar de comida de qualidade, ele ainda assistia uma das minhas séries favoritas.

“Wait for it...”

— “Dary!”

— “Legendary!” – Falamos juntos e rimos.

É... Talvez me casar com Nicholas di Angelo não fosse tão ruim afinal.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Já têm palpites? Sugestões? Teorias melhores do que as da Thalia?
Sobre os reviews: não tive tempo de responder todos porque preciso dormir. Amanhã tenho aula (¬¬). Mas responderemos a todos amanhã! ;)
Nos vemos no próximo! :3
Bjoks! *3*