Segredo escrita por Seelie Queen


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Então, eu não escrevo faz meses e tô meio -MUITO- enferrujada, então, dá um desconto, pls?
Espero que vocês gostem!!!!
Beijo especial pra Winterfell Son, que praticamente me forçou a escrever essa fanfic!



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Após a peça de teatro na Ilha Ember...

“Aquela peça foi horrível”, Katara disse, com um olhar preocupado no rosto.

“Deixa de ser chata.”, Toph reclamou. “Além daquele final, estava tudo certo... Aang parece uma menina, você é um bebê chorão e Sokka não passa de um cara com piadas ruins.”.

“Eu não posso dizer que está mentindo, mas... E aquela coisa de Ba Sing Se?”.

“É com isso que você tá preocupada? Com as pessoas acharem que você gosta do Zuko? Você gosta de um cara, e daí?”.

Toph tinha um sorriso sarcástico no rosto, achando tudo muito engraçado. Parecia que estava prestes a dar uma risada, porém queria segurar.

“Eu não gosto dele... Só não quero que outras pessoas achem que eu gosto.”

“Outras pessoas, ou o Aang?”

Katara ficou em silêncio, sem saber o que dizer. “Eu consigo sentir o seu coração bater mais rápido. Conta aqui pra tia, o que aconteceu?”, Toph tentava ser irônica e fazer piadinhas.

“Aang ficou com ciúmes e me beijou, mesmo quando eu disse que estava confusa.”

“Confusa por causa do Zuko?”

“Claro que não”, a dobradora de água revirou os olhos, como se fosse algo óbvio. Mas Toph sabia a verdade.

“Você está mentindo.”

No dia seguinte...

Sokka e Suki se beijavam em um canto da praia. Toph tinha uma expressão irritada. Zuko e Aang treinavam dobradura de fogo. E Katara os observava enquanto nadava no mar, quieta e pensativa. As coisas estavam esquisitas, e ela achava que era por causa da peça, mas talvez só fosse a pressão de saber que o cometa chegaria em pouco tempo.

A garota saiu da água e usou uma dobradura para se secar, e então passou a olhar o treino de Zuko e Aang.

“Isso sim é uma dobradura boa”, Katara comentou sorrindo. Os dois garotos sorriram imediatamente como se finalmente pudessem relaxar.

“Quer que a gente te ensine?”, Zuko perguntou com um bom humor quase surpreendente.

“Claro”, a menina respondeu ironicamente. “Eu daria uma ótima dobradora de fogo.”

“Tenho certeza que daria.”, o mais velho estava sorrindo. Aang olhou os dois, sorrindo um para o outro, e soube que o que estava sentindo era ciúme.

“Então...”, O Avatar finalmente resolveu falar, interrompendo os olhares que Zuko e Katara lançavam um para o outro, como se fossem amigos a muito tempo e já até tivessem piadas internas. “O Zuko estava me ensinando uma dobradura de fogo que dá pra usar na água... Eu poderia te ensinar.”

“Sem querer ofender...”, o garoto com olhos dourados interrompeu. “Mas você nem sabe essa dobradura direito ainda.”

“Bom, então acho que você poderia me ensinar.”, Katara se virou para Zuko.

“É, acho que poderia...”.

O sorriso de Aang desapareceu.

***

“Então, é mais ou menos assim”. Zuko disse após demonstrar a dobradura. A garota estava estupefata, e definitivamente queria aprender como fazer aquilo. Foram quatro tentativas, todas falhas.

“Não precisa se preocupar, Katara, você consegue”. A mais nova estava ficando impaciente, e Zuko percebia isso.

“Quer saber? É a sua posição que está errada, melhor eu ajudar.”, disse o dobrador de fogo.

Zuko chegou mais perto, dando instruções e arrumando Katara. Mas ela mal ouvia. Estava impaciente por causa dos erros e distraída por causa... Bom, não que admitisse, mas as mãos do garoto a distraíam. Passavam pelos seus braços, cintura, tentando ajeitar a garota desatenta. Não tão desatenta assim quando se tratava se pensar sem parar no cheiro bom que vinha de Zuko.

“É isso.”, Zuko se afastou, com uma expressão estranha no rosto, tentando não ouvir a voz irritante dentro da sua cabeça. Katara é a garota do Avatar. Nunca vai gostar de você. Lembra-se da Mai? Ela te ama e você está aqui pensando em outra.

Ele voltou à vida real, observando se Katara conseguiria fazer a dobradura corretamente.

Ela não conseguiu.

“Desculpa. É que é difícil e confuso.”

“Muitas coisas são confusas para você ultimamente.”

Katara se virou, e viu que a frase viera de Aang, cuja presença havia sido esquecida. Ele não parecia irritado, afinal nunca conseguia se irritar. Parecia magoado. Triste.

Com ciúme.

Confusa. Katara tinha dito que estava confusa no dia anterior, mas não demorou quase nada para babar por Zuko. A garota começou a sentir horrível. Queria chorar. E percebeu que iria. O orgulho falou mais alto. Ela não iria chorar na frente de Aang.

Então deu as costas e correu.

***

“O que você fez?”, Zuko se virou para Aang, irritado.

“Eu não fiz nada! A Katara que correu!”, ele parecia assustado e arrependido.

“Ela estava chorando e eu acho que não foi minha culpa!”

O garoto mais velho parecia realmente irritado quando viu que Aang não falaria nem faria nada. Então deu as costas para ele e correu, tentando alcançar Katara.

***

A dobradora de água estava sentada em uma pedra na praia, chorando baixinho, e só notou que Zuko a seguia quando ele se sentou ao seu lado.

“Por que você tá chorando?”, ele perguntou.

“É que... Aang me beijou ontem.”

Mesmo antes de Katara terminar de falar, Zuko já não queria escutar mais nada. Mas continuou lá, ouvindo a garota desabafar.

“Eu não acredito que ele fez isso, mesmo depois que eu disse que estava confusa. Pareceu que ele não ouviu uma palavra do que eu falei. Achava que eu o via como um irmão.”

“E você o vê?”, Zuko se sentia mal em perguntar, mas estava curioso.

“Não sei.”

“Mesmo quando estava caçando vocês, achava que você não era o tipo de pessoa que chora por causa de garotos.”

“Ah, então você pensava em mim, é?”, Katara brincou. Zuko deu um sorriso amarelo antes de voltar a falar.

“É que você parece tão forte e independente, sabe? Nunca pensei que choraria por alguém, muito menos Aang.”

Zuko se aproximou de Katara, e sussurrou na orelha dela, como se fosse um segredo. “Na minha opinião, você é boa demais para ele.”

A garota riu. “E na minha, você é bom demais para mim. Faz pouco tempo eu gritava e te ameaçava, mas mesmo assim, você sempre estava lá, tentando me ajudar. E aqui está, ao meu lado, me consolando.”.

“Você realmente pensa isso?”, Zuko perguntou, e Katara assentiu. “Isso é engraçado. Eu penso o contrário. Fiz tanta coisa errada, tanta besteira. Machuquei meu tio, Aang, você...”.

Ele se calou, surpreso. Katara havia o abraçado. “Eu que estava chorando, mas aparentemente é você que precisa de um abraço.”, brincou a garota.

Ele segurou a menina bem forte, e respirou fundo. Podia sentir o cheiro que vinha do cabelo dela, algo doce que o lembrava de frutas.

Quando se separaram, os dois puderam perceberam o quão perto seus rostos estavam. Zuko não conseguia tirar os olhos dos de Katara, e quase instintivamente, os dela foram direto para a boca do dobrador de fogo.

Ela sabia que aquilo somente a deixaria mais confusa e que se arrependeria amargamente depois, mas nem ligava. O mais velho percebeu o que Katara pretendia -ou pelo menos queria- fazer. E ele deixou. Na verdade, até mesmo se inclinou. E não foi uma surpresa quando finalmente se beijaram.

Não foi perfeito, afinal, nenhum beijo é. Beijos são, no máximo, inesquecíveis. E aqueles dois, sentados em uma pedra na praia, tinham certeza de que nunca iriam esquecer daquilo.

 Quando as bocas se afastaram, tudo o que restou foi silêncio. Era constrangedor, mas não sabiam o que dizer. Determinado a falar algo, Zuko resolver acabar com o silêncio.

“Eu deveria me desculpar. Você estava triste porque o Aang te beijou, então eu te beijei, e isso não faz sentido. Desculpa. Eu não devia ter feito aquilo. Por favor, me desculpa.”.

“Eu não vou te desculpar.”, Katara disse. Zuko congelou, com medo do que viria a acontecer. “Mas é porque você não fez nada de errado.”.

“Katara, eu...”, antes que pudesse terminar a frase, ele foi interrompido pela garota.

“Escuta, eu sei que o que fizemos foi errado. Eu estou nessa situação constrangedora, e você tem a Mai.”.

“Mai... Nem sei o que sinto por ela. Era tudo tão bom no começo, mas agora, quando eu penso no que tivemos, sinto que falta algo.”.

“Sei como se sente.”, Katara falou, antes de suspirar com uma expressão cansada. “Estamos no meio de uma guerra, mas nos preocupamos com coisas como romance. Devíamos estar treinando.”.

“Que tal esquecermos que isso aconteceu, sabe? O beijo. Pelo menos até as coisas se ajustarem”, Zuko sugeriu. Tal proposta foi aceita pela garota dos olhos azuis, e naquela tarde ensolarada na Ilha Ember, os dois juraram não falar daquilo até que a guerra estivesse acabada.

A promessa foi cumprida, e a tão esperada conversa veio três dias após Zuko se tornar o Senhor do Fogo. Foi breve, e outro juramento foi feito.

“Eu juro nunca mais falar ou pensar no beijo.”

Diferente do primeiro, esse não foi cumprido totalmente. Nunca conversaram sobre aquilo, mas, como foi dito anteriormente, eles nunca se esqueceriam do que aconteceu ou de como se sentiram.

Levaram esse segredo até o túmulo, e ninguém nunca soube. Exceto pelo garoto que observou Zuko e Katara se beijando na pedra, escondido não muito longe dali, um dobrador de ar com lágrimas nos olhos.


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Notas finais do capítulo

Se você leu até aqui, EU TE AMO, ME BEIJA!
Não te conheço, mas você já é a melhor pessoa do mundo ♥
Se comentar eu te dou abraço virtual tão lindo quanto o abraço Zutara do ep 3x16!
Brincadeira, não tem abraço mais lindo que aquele :3
Mas você ainda vai comentar, né? Não demora nada!
Tá, parei de mendigar comentário.
Beijos!