Miraculous: Tire a Máscara escrita por SofyLiddell


Capítulo 30
Estrelas


Notas iniciais do capítulo

Voltei~~



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— Marinette? A Alya já está aqui te esperando!

— Diga pra ela que eu já estou indo - Eu devia aprender a ter amigas que demoravam mais para me pegar em casa. Eu nem sequer tinha ideia da roupa que eu iria usar, e acho que o senso de sabe-tudo dela apitou, pois em três segundos ela estava batendo na minha porta.

— Precisa de ajuda pra roupa, querida? - Vi a cabeça dela adentrando o quarto.

— Como você sabe? - Cai na cama rindo abraçada a uma das opções de vestido.

— Como você quer ser uma estilista e nem ao menos sabe qual roupa ir para uma saída a noite? A gente nem vai pra uma festa nem nada, é só ver as estrelas! - Disse enquanto revirava meu guarda-roupa.

— Mas um certo alguém vai - Ela não se virou - Ele vai, não vai? - Um desespero na minha voz podia ser percebida.

— Ele vai! Agora calma, estou ocupada.

Preferi ficar calada enquanto ela dava uma de Isabella Fiorentino. Olhei em volta, e parei nos desenhos jogados ao redor da cama, eu nem ao menos terminei as roupas pros meus amigos. Eu não fazia ideia do que fazer, eram tantas ideias ao mesmo tempo, mas nada combinava 100% com nenhum deles. O bom era que Nino iria alugar um terno, menos um. Mas isso não tirava o peso de ter que fazer 3 roupas. Eu vou gritar. E eu iria, mas peças de roupas me atingiram.

— Vai se vestir, menina pensativa.

Obedeci. Ela havia me lançado uma leg, um vestido, um sobretudo, uma boina e uma bota. Algo normal para uma noite em Paris, se levar em conta que era frio. 

— Vamos?

Concordei com a cabeça.

Íamos andando, e é óbvio que por esse motivo, meus pais iriam repassar para nós um sermão de perigos do mundo, e como se proteger, e diversas vezes, a mãe e o pai contrariando um ao outro:

— Se um menino te tocar, você dê um murro nele.

— Não, procure um policial por perto, filha, nada com violência.

— Mas, se não houver um polical-

— Querido...

Depois de muitos minutos, conseguimos sair. 

Fomos na direção da escola, onde nós quatro combinamos de nos encontrar. Logo avistamos Nino, mas o garoto modelo não estava por perto. Fiquei chateada, é claro, mas aliviada também, eu não estava pronto para vê-lo, mesmo que estudemos juntos e nos vemos todo dia de manhã, eu o evito. Agora, não é fácil evitar quando só tem outras duas pessoas com vocês. 

— Cadê o Adrien? - Alya perguntou.

— Hm, que estranho, geralmente quem pergunta isso é a Marinette - Eles riram, e eu dei um sorrisinho e lado. Que vergonha, eu deixava tão na cara assim. Ou pior, ainda deixo? - Ele disse que a sessão de fotos atrasou, mas já está chegando. Olha, eu não disse?

O que é um pontinho loiro correndo suado pelas ruas de Paris? Se você respondeu Adrien Agreste, você acertou. 

Ele estava novamente com seu moletom de orelhas de gato e uma calça jeans. Odiava aquele visual, me lembrava outra pessoa.

"Queria que eles fossem os mesmos". Esse pensamento, esse maldito pensamento. Pude sentir Tikki dar risinhos no bolso.

— Vamos? – Minha amiga ruiva perguntou.

— Vamos! – Adrien respondeu rapidamente e olhava pros lados, como se estivesse sendo vigiado ou seguido.

De uns dias pra cá, fiquei pensando o quão difícil deve ser a carreira do garoto modelo. Se eu já me estressava as vezes como LadyBug com vários repórteres em cima de mim, imagina como sendo Marinette.

Respirei fundo, isso vai acontecer. Eu quero ser uma estilista famosa, não é?

A “viagem” toda até o campo aberto foi de conversas e risadas por parte e Alya e Nino, que bom que estavam se divertindo, quase não notaram a carrada de pensamentos que me atingia e também atingiam o garoto ao meu lado. Eu percebia, ele ficou calado desde que chegou, com cara de preocupação. Dava para sentir.

Não falei nada, eu não saberia consolar, mas saberia ouvir. Mas nunca se sabe se as pessoas querem somente alguém que escute.

Chegamos para o meu alívio. Pulamos a cerca e fomos andando até o meio do campo. Aquele lugar secreto foi descoberto pelo Nino, há algumas semanas, desde então, temos tido ideias de fugir da vida real para descansar, e o bom é que não era tão longe do centro, dava para saber caso algum Akuma atacar.

Pegamos alguns doces que eu trouxe da padaria, conversamos e comemos. Então, fizemos o que realmente viemos fazer. Nos deitamos e olhamos para o céu. É lindo, tudo escuro, e coberto por um véu de bolinhas brilhantes. Paris é linda, sim, mas é a cidade iluminada. Todo aquele véu cai sobre a cidade, não vemos uma sequer estrela no céu.

— É lindo – Ouvi a voz de Adrien do meu lado. Seus olhos brilhando, parecendo um gatinho admirando tudo aquilo. Ri da comparação.

— É. É lindo.

— Uma estrela cadente! – Ele falou – Rápido, façam um pedido.

Abaixei a cabeça. “Sejam a mesma pessoa”. Levantei, tudo continuava igual. Espera, por que eu pensei naquilo? Tanta coisa para desejar: conseguir ser uma estilista, um carro, que eu passe na escola aquele ano, que eu consiga fazer a prova de trigonometria! Mas não, eu peço para o gato idiota ser o modelo. Um gato idiota que pra mim já é mais bonito que um modelo. Chega.

— O que pediram? – Minha amiga perguntou – Eu pedi sucesso pro meu blog, e que algum dia eu conheça a Ladybug.

— Só um deles vai se tornar real – Nino disse – Eu pedi para ser um DJ famoso.

— Eu pedi tempo – Adrien respondeu. Deixamos ele quieto, não iriamos nos interferir na vida dele. Todos olharam pra mim.

— Ahn, eu pedi que eu tirasse nota boa na prova – Menti.

— Droga, eu devia ter pedido a mesma coisa – O garoto Agreste respondeu, e rimos. É bom estar entre amigos.

Continuamos deitados, admirando estrelas. Olhei para o lado e vi a cena de um garoto loiro com orelhas de gatos, e uma joaninha pousar em seu nariz. Ele riu, e percebeu que eu estava olhando para ele.

— O quê?

— Acabei de ter uma ideia genial.

Fiquei sentada e peguei meu caderno de rascunhos, eu nunca saio sem ele. Primeiro, desenhei um paletó normal, conhecido por muito, com uma gravata verde limão, seu diferencial, e também uns rasgados como arranhado de gato, e um broche, com uma patinha. E na cabeça, orelhas.

— Gostou? É sua roupa pro baile.

— Uau, é minha cara! – Concordei – Você fez isso agora? Você é muita talentosa. E a sua?

Pensei mais um pouco, e fiz um vestido vermelho com pontos pretos de diferentes tamanhos. Sorri, e me reconheci naquela peça de roupa. E não se se foi impressão minha por estar escuro, mas eu vi Adrien corando.

— Ei, vocês decidindo as coisas pro baile e me deixando de fora – Alya fez cara de brava – O que a senhorita tem pra mim?

Fiquei a encarando por uns segundos, vi seus cabelos ruivos, e tons de outono e raposas vieram em minha mente. Um vestido baseado nessas duas coisas. Era perfeito para ela. Fiz riscos rápidos e mostrei para ela, que abraçou o caderno e disse que não esperava ver aquilo ao vivo. Marinette tem muito trabalho pela semana, hein?!

Guardei os rascunhos na bolsa e olhei em volta, tinha algumas árvores espalhadas, mas boas para escalar. Ouvi o barulho de beijos, e sabia que Nino e Alya estavam se divertindo. Queria me divertir também, mas não seria segurando vela, eu sabia que ela não se importaria se eu me afastasse por um tempo, e também sei que eles precisam de um tempo sozinhos. Me levantei, mas o garoto ao meu lado teve a mesma ideia, olhávamos para a mesma árvore:

— Quem chegar por último vai se casar com uma akuma – E saiu correndo. Como sou lerda, demorei para perceber que ele já estava já uns 10 metros na minha frente.

— Isso não vale! – Gritei.

Chegamos no pé da árvore. Bom, eu cheguei no pé, pois ele já escalava ela na velocidade de um felino.

— ChatNoir teria inveja – Foi a primeira coisa que saiu da minha boca. Me arrependi? Talvez.

— Prrrr – Ele ronronou. E eu ri, mas ao mesmo tempo fiquei chateada. Eu queria meu gatinho. E Adrien lembrava tanto ele. Balancei a cabeça e subi na árvore.

  Para ninguém cair, ficamos próximos. Okay, próximos até que é longe, ficamos – infelizmente/felizmente- muito próximos. Eu não gostava daquela distância, mas eu queria mais perto ainda. E ele não parecia diferente.

— Dane-se – Ele disse, e eu não entendi.

— O quê? – Perguntei, confusa.

— Dane-se... – Ele disse com a voz macia e calma, enquanto ronronava (?) e se aproximava – É. Dane-se. Desculpa.

E me beijou.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora, galera! Mas ensino médio é uma droga ;3
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