— O que acha desse aqui, Mari? - Eu e Alya estávamos revirando de cabeça a baixo uma loja de fantasias procurando uma boa roupa pra eu usar no filme - Eu gostei.

— Alya, isso é a fantasia do Shelock, você mesma não disse que queria algo bem original? - Falei pegando a roupa e deixando no sofá, eu sentei no mesmo e olhei para todas as roupas que tinham ali - O que os outros estão achando das roupas?

— Acabei de ver aqui que eles não tão sabendo também o que fazer, ai, Marinette, o que eu faço? - Alya sentou do meu lado com a mão no rosto - Tá dando tudo errado! A gente podia contratar um estilista ou... - Ela logo olhou para mim - Marinette, você pode fazer as roupas! Vai ser incrível?

— Opa, opa, opa, eu? Fazer as roupas? O que quer dizer com isso?

— Fala sério, Mari, você fez o chapéu que apareceu na revista na cabeça do seu amado! Você que criou os óculos do cantor de rock mais famoso! Você que fez os nossos vestidos de festa para o aniversário da Rose (Essa eu inventei :v, agora, vamos inventar um monte de coisas) Você que criou esse colar - Ela pegou a bijuteria e me mostrou, eu tinha amado fazer ele, foi o presente de aniversário dela - Você é Marinette! Você vai conseguir fazer as roupas, agora vamos pra sua casa trabalhar!

Eu sorri e saímos correndo e rindo daquela loja, não nos importávamos com os olhares que nos atingiam, éramos apenas duas amigas felizes. Cheguei em casa e Alya logo atrás de mim, subimos pro meu quarto, peguei meu caderno e comecei a pensar:

— Como você queria que fosse a roupa da detetive?

— Bom, primeiro, ela era uma artista, eu penso que ela ficaria fofa com um short listrado, nas cores vermelhas e amarelas - Ela parou para pensar mais um pouco - Não, não, esquece isso, prefiro ela com uma saia azul escuro. Com uma meia grande branca e botas marrons. A sua blusa podia ser branca, e ter uma parte de couro cobrindo a barriga - Ela pegou o caderno da minha mão e começou a desenhar - E a do detetive, o grande ChatNoir, na sua verdadeira roupa, ele podia usar uma calça cinza, uma blusa branca e por cima dela uma azul, qual o nome disso? Não sei, mas tudo bem, desenhar aqui de qualquer jeito (Eu desenhando roupas). Agora, eles em ação é outra história! A pequena Ladybug vai usar uma máscara, obviamente, e a mesma blusa de antes, só que sem mangas dessa vez, e uns troços aqui e ali - Quando percebi, meu caderno estava simplesmente todo rabiscado, ri do entusiasmo da Alya - O Chat enxerga no escuro certo? Ele pode ter um óculos aqui pra isso, vai ser simplesmente incrível! O Cataclysm pode ser uma luva que ele mesmo projetou, e usar isso, mais uns enfeites aqui... Pronto! Meus heróis estão prontos! (Roupa da Ladybug sem ser quando super heroina: Nuvem azul em cima / Quando super heroi: Nuvem vermelha (o mesmo serve para o Chat)

Eu peguei o caderno de sua mão e fiquei observando, realmenzte eram ideias bem criativas, sorri e falei para ela que ia refazer os desenhos e depois começar a planejar as roupas. Enquanto isso, o elenco podia logo começar a ensaiar. Alya concordou e lembrou que todos tinham combinado em se encontrar na praça em frente a escola para ensaiar. Guardei o caderno, peguei minha bolsa e fomos fazer o caminho.

Chegamos lá e já estava quase todo mundo, Chloe já estava fazendo a Sabrina sua escrava, mas quando fui perceber, elas na verdade estavam ensaiando. Todos estavam bastante entusiasmados com a ideia do roteiro, uma mão pegou a minha e me girou:

— Como vai, detetive Ladybug? - Ele logo depositou um beijo na mesma que ele pegou pra girar - Preparada pra resistir aos meus charmes? - Eu comecei a rir, o Adrien sabe interpretar muito bem o Chat (Nem sei porque, né?)

— Muito engraçadinho, você, viu? - Toquei meu dedo em seu nariz - Hora de ensaiar.

Estávamos nos divertindo muito, principalmente quando alguém errava a fala, nós demoramos um pouco, mas conseguimos decorar a primeira cena... E uma parte da segunda:

— Muito bom Marinette, agora, você vai andar com o diamante na mão e entregar pro "guarda" - Andei com alguma coisa que era pra se passar pelo diamante e entreguei nas mãos do "guarda" (Gente, não sei quem pode ser o guarda, então seu nome vai ser "guarda" mesmo ;u;)  - Pronto, aqui acaba a primeira cena, alguma dúvida? - Alya estava se saindo bem como diretora, sorri e todos comemoramos.

Eu estava arrumando minhas coisas para ir embora quando um braço me puxou. Adrien?!

— Você ficou boa fazendo o papel dela, combinou com você - Ele então sorriu, aquele sorriso era simplesmente perfeito - Quando eu aqui vou aparecer?

— Eu acho que na próxima cena, que vamos ensaiar amanhã - Ele continuou sorrindo - Você está com fome?

— Hm? - Porque diachos eu perguntei aquilo? - Não muita, porque?

— E-eu estava com vontade de ir naquela sorveteria - Apontei - Ouvi dizer que tinham um sorvete muito bom.

— Então vamos - Ele entrelaçou seu braço no meu e fomos assim até a sorveteria, chegando lá ficamos olhando os sabores.

Ele escolheu creme, e eu peguei um pouco de morango e pedacinho de céu, fomos até o caixa, ele contou e depois disse o preço: 6,50. Olhei para ele com uma cara de dúvida, Adrien também, tinha dado mais que isso, o meu deu quatro reais e trinta e três centavos, o do Adrien deu quatro reais e cinco, era para pagarmos oito reais e oitenta e três, então o homem voltou a falar:

— Quando namorados vem para essa sorveteria temos costume de baixar o preço, promoçãozinha - Em seguida piscou, eu ia abrindo a boca para dizer que eu e Adrien não éramos namorados, mas ele simplesmente passou seu braço pelo meu ombro e agradeceu. Depois me puxou para uma mesa para nos sentarmos.

— Adrien, como assim? Não somos namor... - Ele colocou seu dedo na minha boca antes de eu terminar de falar, tirou lentamente e falou para aproveitar o sorvete mais barato, então comecei a rir.

— Do que tanto ri, Marinette? - Era a primeira vez que ele me chamava pelo meu nome desde que recebemos a notícia do trabalho, mas seu olhar brincalhão continuava, ele me lembrava tanto o Chat, o gatinho que sumiu, eu parei de rir e meus pensamentos foram para o gato preto, até parei de comer o sorvete, quando Adrien chamou minha atenção - Mari? O que aconteceu?

— Ham? Ah, nada! Eu só estava pensando em outra coisa - Eu peguei uma grande colherada de sorvete e enfiei duma vez na boca, então eu percebi que não devia ter feito isso - CONGELOU O CÉREBRO - Fiquei apertando minhas orelhas como se fosse adiantar alguma coisa, Adrien não perdeu tempo e começou a rir, e aproveitando a minha distração de temperatura cerebral, ele roubou um pouco do meu sorvete - Ei! Isso não vale, eu estava falecendo aqui!

— Do que você tá falando? - Ele falou com a boca cheia de sorvete de morango e sorriu com a boca fechada logo em seguida.

— Ah é? - Eu peguei minha colher e ia roubando uma parte do sorvete dele, só que ele impediu com a colher - Briga?

— Eu faço aula de esgrima, quer mesmo tentar? - Ficamos lutando com as colheres e rindo muito, alguns olhares foram atraídos para nós, mas como eu disse mais cedo, eu não me importava, e Adrien já estava acostumado.

Acabou que ficamos dividindo os sorvetes.

Saímos da sorveteria e já estava chegando a noite, acho que demoramos um pouco. Ficamos andando sem rumo pelas cidades de Paris durante um tempo, paramos em frente a um banco e me sentei nele, Adrien sentou ao meu lado e ficou olhando para o meu rosto:

— O que foi? Tem alguma coisa no meu rosto?

— Tem.

— O quê?

— Dois olhos, um nariz - Eu bati nele de mentirinha e começamos a rir de novo - Uma boca... - Seu olhar parou novamente sobre meu rosto.

*Adrien narrando*

Será que é possível meu castigo durar tanto tempo assim? Meu pai podia me liberar logo, assim eu podia voltar a me encontrar como Chat com a Marinette, eu podia voltar a pentear seu cabelo, podia voltar a ficar acariciando seu rosto, podia voltar a beijá-la... Eu balancei minha cabeça para ver se esses pensamentos iam para longe, mas infelizmente não foram. Continuei olhando seu rosto e sem perceber, fui me aproximando. Parei assim que ela chamou pelo meu nome, voltei a me afastar e então percebi a burrada que eu ia fazer. Não posso beijar ela sendo o Adrien:

— Você está bem? - Ela perguntou, concordei com a cabeça - Você tem certeza? O sorvete não te fez bem?

— Eu estou bem, Marinette - Isso saiu um pouco frio, olhei para ela que ficou depois encarando o chão, como se quisesse pedir desculpas, era eu quem devia pedir - Desculpa, isso saiu mais ignorante do que eu pensei. Estou pensando na vida.

— O que a vida te fez, Adrien? - Tudo, pensei em responder - Você quer conversar sobre isso? - Ela segurou minha mão e começou a fazer carinho. Era exatamente aquilo que ela fazia quando eu estava em sua casa como Chat, uma lágrima escorreu pelo meu olho, ela limpou rapidamente - Ei, não chora, olha pra mim, Adrien... - Levantei meu rosto e fiquei a encarando, seus olhos azuis estavam mais azuis naquele momento, sua bochecha levemente rosada, seu cabelo se mexendo um pouco por conta da brisa que estava acontecendo ali. E seus lábios?

Eles já estavam juntos aos meus.