Há 50 anos atrás…

Ao olhar em redor apercebi-me que estava numa rua deserta no meio de uma espécie de aldeia medieval, os edifícios eram todos feitos de pedra e madeira e haviam tochas espalhadas pela aldeia, nem um único sinal de eletricidade ou modernidade. Mas como é que vim aqui parar? Onde estou?

—Percy Jackson, presumo?- perguntou uma voz atrás de mim, quando me virei notei numa rapariga morena de olhos verdes cheios de diversão e mistério, com mais ou menos 18 anos, alta com um corpo curvilíneo mas ao mesmo tempo atlético. Estava a usar umas botas castanhas, calças de ganga e uma camisa também de ganga por debaixo de um casaco de cabedal castanho.

—Sim… E tu és?- perguntei educado afinal ela não parecia uma ameaça.

—Sophia.- respondeu esticando a mão para me cumprimentar- Foi me pedido que te levasse ao castelo.- disse apontando para um castelo enorme (tipo o castelo do Harry Potter) que ficava no cimo da colina, e começando a caminhar- Vamos.

Segui-a por uma rua bastante atarefada com crianças a correr, pessoas a conversar, a vender produtos, com comida. Reparei que há medida que íamos passando, todas as pessoas acenavam com a cabeça ou até mesmo se curvavam em sinal de respeito para a Sophia que sorria para todos.

Quando chegamos ao castelo, andamos por vários corredores e subimos várias escadas, passando por várias pessoas, a maior parte adolescentes, alguns com armaduras e armas. Finalmente parámos em frente a uma porta preta enorme decorada com joias que pareciam mover-se, Sophia empurrou a porta e entramos num escritório com uma grande secretária e uma minibiblioteca. No centro estava um homem bastante elegante, alto e pálido, vestido com um fato sofisticado todo preto.

—Bom dia Perseus! Que bom ter-te aqui connosco. Deves provavelmente estar a questionar como chegaste aqui. Não estou certo?- perguntou sorrindo.

—Sim, senhor. Para ser sincero estou mais preocupado com o local onde estou e quem é o senhor?- tentei soar educado pois podia sentir o poder a rolar em ondas vindas daquele homem, um poder antigo quase primitivo.

—Pois claro. Bem eu sou Caos, o Criador e tu estas no meu planeta Protos. -disse Caos sorrindo- E antes que perguntes o porquê de aqui estares, eu quero oferecer-te uma vida nova, um novo começo, aqui no meu exército.

—Exército?- perguntei confuso.

—Sim. Como és da Terra ainda não sabes da exisencia do meu exercito ou de muita coisa relativa a mim e ao Universo para dizer a verdade. Desde à muito que venho recrutando pessoas, indivíduos que se destaquem por todo o universo. Tenho os vindo a juntar aqui no meu planeta, formando um exército de guerreiros excecionais e empenhados na manutenção da paz no Universo.

—E eu sou um dos escolhidos?- perguntei incrédulo, afinal não é todos os dias que o criador do universo te faz esta proposta. Caos acenou que sim e eu respondi entusiasmado-É claro, seria uma honra.

—Ótimo! Normalmente, a Sophia iria levar te para o anfiteatro para seres apresentado e aceite ou não no exército porém eu não quero que vás para o lugar habitual. Eu quero que te juntes aos Sete Guardiões.

—Mas Lord Caos, o único lugar disponível é…- tentou Sophia antes de ser interrompida por Caos.

—Eu sei qual é o lugar que falta. E é precisamente esse que o Percy irá ocupar.- Ao ouvir isto, a boca da Sophia abriu e fechou varias vezes como se ela quisesse dizer algo mas não conseguisse devido ao choque. Isto dos Guardiões deve ser algo bastante sério para causar esta reação. Orgulho invadiu-me só de pensar que o Criador do Universo queria que eu me junta-se a algo importante.

—Desculpem, mas será que alguém me pode dizer o que é que são os Sete Guardiões?- interrompi muito confuso.

—Os Sete Guardiões são o grupo mais elevado do meu exército. É constituído, como o nome indica, por sete guardiões que controlam o exército e são como deuses. A Sophia- explicou apontando para ela- é um dos Guardiões, o número 2 para ser mais preciso. Eu quero que tu te tornes o número 1, o comandante do exército e o único lugar vago no grupo.

—Número 1? Comandante? Tem mesmo a certeza?- disse estupefacto.

—Com certeza, afinal quem melhor que o maior semideus de todos os tempos?

—E os outros Guardiões? Não seria melhor pedir a opinião deles primeiro?- perguntei.

—Ainda bem que perguntas. No exército nós temos algumas regras. Para te juntares, tens que ter o consentimento de um Guardião, se não tiveres não te juntas.- respondeu Caos sorrindo com o meu olhar confuso- O exército é constituído por sete grupos: Pecata; Venator; Shifter; Skota; Cambridge; Stratis e Imperium. Cada grupo é controlado por um Guardião logo o Guardião que te der o seu consentimento, irá levar-te para o seu grupo. Porém, tu não vais juntar-te a um grupo mas sim aos Guardiões logo só necessitas de um consentimento de qualquer Guardião. Felizmente para ti, uma das Guardiãs está mesmo ao teu lado e até te trouxe até mim.- disse apontando para a Sophia que já tinha recuperado do choque.

—Tu concordas com isto Sophia?-perguntei educado esperando que a resposta fosse sim.

—Eu ouvi e em alguns momentos observei os teus atos heroicos, que são deveras impressionantes.- eu corei ao ouvir isto- Se há alguém digno do lugar, és tu.- afirmou sorrindo para mim e piscando-me o olho.

— Muito bem. Perseus, por favor, ajoelha-te.- ordenou Caos.

—Juras lutar pelo exército até ao final, independentemente da situação?

—Sim.

—Juras cumprir todas as minhas ordens e ouvir os teus camaradas?

—Sim.

—Juras ir em qualquer missão sem nenhuma hesitação, se for a coisa certa a fazer?

—Sim.

—Juras ser sempre um líder justo e humilde?

—Sim.

—Bem vindo ao exército de Caos- declarou a Sophia enquanto uma luz negra me começou a envolver.