Doce Complicação escrita por Sakuu-chan


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde meus amores, finalmente sair da minha zona de conforto e me arrisquei em um novo casal, NejiTen, que adoro. Espero que gostem. Boa leitura.



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Capítulo Único.

**

Ela era realmente complicada em sua opinião. Mitsashi Tenten era, sem sombra de dúvida, a mulher mais complexa, complicada e difícil de entender que já passara em sua vida e, olha que a conhecia há poucos meses. Fora essas “incríveis qualidades”, tinha algo naquela mulher de cabelos e olhos castanhos que o atraiam sem explicação, não sabia se era por ela ser tão explosiva e segura de si ou o fato dela não se abalar com suas olhadelas ou até mesmo, flertes discretos. Acreditava que era o segundo fato, até porque, era difícil encontrar uma mulher que resistisse aos encantos do jovem Hyuuga, por mais que soasse “convencido”.

Quando a conheceu, há exatamente seis meses, jamais imaginou encontrar uma mulher como Tenten como madrinha de casamento de sua prima, quando Hinata lhe disse que havia escolhido uma antiga amiga, que atualmente era professora de artes marciais e uma das mais conhecidas e procuradas da cidade, imaginou que a mulher citada não passava de uma “Maria-macho”, mas surpreendeu-se com tamanha delicadeza que encontrou na mulher de olhos castanhos e desafiadores.

A Mitsashi tinha uma sutileza incomum, por mais que fosse uma mulher forte e extremamente feminista, ele via delicadeza sem fim naqueles olhos tão curiosos. Confessava que quando a conheceu não conseguiu desviar os olhos do corpo esbelto – e tudo no lugar certo – da castanha e isso o incomodou, e se sentiu mais incomodado ainda que a morena nem ao menos se importou com suas olhadas. Aquela havia sido sua deixa para se afastar da mulher de temperamento incomum.

A princípio o convívio entre o Hyuuga e a Mitsashi tinha sido calma, mas com o passar dos dias as coisas começaram a se complicar, já que ambos ficaram incumbidos de organizarem a festa de despedida de solteiro de Hyuuga Hinata e Uzumaki Naruto.

Foi neste dia que Neji conheceu o lado feroz de Tenten e, foi quando ele constatou que Tenten poderia ser tão agressiva quanto um puma ou tão zen quanto um budista e isso, de certa forma, o deixou acuado.

Arqueou a sobrancelha quando a viu rir e depois corar de algo contado por Sakura, namorada do padrinho do noivo. Suspirou e olhou mais uma vez para o relógio para conferir as horas após coçar a barba por fazer, naquele fatídico dia havia acabado de chegar de uma exaustiva viagem de negócios, por isso naquela pequena recepção vestia-se maneira mais confortável possível, com jeans, tênis e uma blusa social por baixo de um casaco blazer.

Neste tempo que teve que ficar entre viagens e organização, ao lado de Tenten, da despedida de solteiro, Neji acabou descobrindo coisas, até demais, a respeito da moça.

Ela tinha seus vinte e cinco anos, era nova comparado a ele que já beirava a casa dos trinta com seus, era dona do próprio negócio – uma cadeia de academias na cidade e em cidades vizinhas – e como toda mulher independente e segura de si, estava em um relacionamento de aproximadamente cinco anos com um rapaz chamado Hidan, segundo Hinata, eram poucos os homens que despertavam o interesse da Mitsashi.

Descobriu também que aquela pequena mulher, que ele um dia julgou não saber se equilibrar sobre um salto alto por conhecê-la usando jeans surrado e rasgado e tênis, e que agora desfilava com maestria sobre os saltos finos das sandálias, era filha de um dos grandes importadores da cidade e por anos havia sido treinada para ser uma dama da alta sociedade – como ele e sua prima foram criados, surpreendendo-o, mais uma vez.

Tomou um gole de sua bebida e a viu sorrir para Hiashi que se aproximava e lhe cumprimentava saudosamente, o velho tio sorria e conversava com a mulher de madeixas castanhas de forma animada, coisa difícil de Neji ver, já que de todos os Hyuuga, o irmão gêmeo de seu pai era o mais fechado de todos, tão centrado que às vezes dava medo de ao menos lhe olhar.

Não sabia o que estava acontecendo consigo, mas por mais que quisesse, era impossível desviar o olhar da mulher que tanto lhe intrigava, suspirou e verificou a hora mais uma vez no relógio de pulso, estava há uma hora e meia na recepção, deveria ficar ali no mínimo duas horas antes de escapar para casa, para poder finalmente descansar da viagem exaustiva, mas algo o prendia ali e, por mais que ele soubesse o que era, só não queria admitir.

— Bonita, não é? – A voz de seu velho pai pousou em seus ouvidos a suas costas, fazendo-o se virar com os olhos arregalados.

Será que seu velho havia percebido que ele não conseguia desviar os olhos da jovem Mitsashi desde que chegara a despedida de solteiro em conjunto?

— O que? – Questionou ainda encarando seu progenitor.

— A decoração, ficou muito bonita, não acha? – O velho Hizashi soltou dando um pequeno sorriso.

O irmão mais novo dos gêmeos Hyuuga observava o filho de longe, notando cada detalhe, tique nervoso e olhares ansiosos em direção à herdeira dos Mitsashi. Por mais que seu filho único fosse um marmanjo de barba, havia sido ele quem havia trocado suas fraldas sujas, Hizashi o conhecia bem, até melhor do que o próprio Hyuuga mais novo, não era difícil notar o interesse de Neji em Tenten, por mais que ele fosse um homem discreto.

Por mais que Neji fosse turrão como seu tio, ele sabia que o filho pensava em se casar um dia, entretanto, o Hyuuga mais novo era um homem que pensava e analisava demais as “probabilidades”, o que ele ainda não havia entendido, com quase trinta anos, que o amor não precisava de análises, cálculos e probabilidades, e sim de momentos certos, olhares certos, sentimentos certos, que precisava apenas sentir.

— Sim… – Disse após seu cérebro voltar a funcionar depois de achar que seu pai falava de Tenten. Seu coração palpitava rápido e ele tinha certeza de que precisava de uma bebida.

Quando um dos garçons que circulava entre os convidados passou na sua frente não pensou duas vezes antes de pegar outro copo de uísque, onde tomou um longo gole, quase a bebida toda, sob o olhar atento do pai, precisava se acalmar, porque assim como ele, seu querido pai era mestre em ler as pessoas e isso o deixava levemente nervoso.

— Agora falemos da jovem Mitsashi. – Hizashi falou sutilmente, fazendo o Hyuuga mais jovem engasgar.

Foi impossível disfarçar o engasgo que teve com a bebida após as palavras do pai, que agora ria discretamente de sua cara vermelha e de sua tosse tentando recuperar o ar que lhe faltava e tentava se recompor o pouco de compostura que lhe sobrou. Fechou os olhos e suspirou fortemente enquanto a realidade lhe batia na cara com toda força, só agora percebera o joguinho maldoso de seu pai, desde o início ele falava de Tenten, seu velho jogou um verde e recebeu algo bem maduro, para sua tristeza.

— Falar o que dela? – Questionou tentando manter-se impassível, enquanto sua mente gritava: “mantenha a calma, não perca a compostura, mantenha-se firme, homem. Não o deixe percebe que ele acertou, será mais fácil.”.

Esperou por longos minutos o pai falar algo, mas não recebeu uma palavra se quer, por mais que estivesse louco para encarar os olhos claros do pai, permaneceu olhando sua bebida, tentando mostrar interesse nela e não no assunto que o pai puxara.

— É uma moça bonita, inteligente, simpática, te atrai… – Hizashi começou enumerando as qualidades da morena.

— Comprometida. – Interrompeu o pai olhando em direção à moça em questão que agora conversava com o namorado que acabara de chegar.

A mordida de lábio do Hyuuga mais novo não passou despercebida pelo mais velho, que alargou mais o sorriso antes de jogar um pouco mais com o filho.

— Então não nega que ela lhe atrai?

— Não… Quer dizer… O que? – Virou-se para o pai quando finalmente sua mente processou a pergunta de seu pai.

Enquanto a vermelhidão tomava conta de seu rosto ao seu lado seu pai ria de sua cara como uma criança que ria de alguma besteira feita por seu personagem favorito de desenho animado, graças aos céus, os homens Hyuuga eram discretos, senão, todos da recepção os encarariam naquele fatídico momento.

Oh droga, Deus só poderia querer castigá-lo.

**

Suspirou e passou as mãos nos cabelos tentando manter-se no lugar. Depois de um longo tempo sendo torturado por seu pai a respeito de Tenten, Neji conseguiu fugir e se esconder no escritório aos fundos do salão de festas do clube. O local da recepção era dos pais do noivo, que concederam no momento que Tenten pediu, vulgo implorou.

Era amplo e bem localizado, mas Neji se sentia sufocado no local vendo Tenten desfilar com a barriga – bem modelada – de fora e a perna esquerda escapando pela fenda até a coxa da saia longa, distraindo-o totalmente da conversa com seu pai. Ou melhor, seu pai falava e ele apenas ouvia, e tais palavras ainda martelavam em sua cabeça.

Entenda, Neji, mulheres como aquela ali… – Hizashi falou após gargalhar da cara fechada dele por conta de seu deslize emocional ocasionado pela bebida, essa foi sua desculpa feia e esfarrapada. – Você não encontra em qualquer lugar, já mulheres como essas que você gosta de se “envolver”, você encontra em cada esquina, e não é querendo lhe apressar filho, mas eu quero netos.”.

— Imbecil! Quem ele pensa que é para me acusar de alguma coisa? – A voz extremamente irritada chegou aos seus ouvidos junto com a porta sendo aberta abruptamente. – Oh, desculpe.

Virou-se e a encarou soltar pequenos risos sem graça enquanto o rosto estava levemente corado, mas ele não sabia se a vermelhidão era por vergonha ou pela recente raiva de segundos, preferiu optar pela segunda alternativa.

— Você está bem? – Questionou vendo-a apertar a maçaneta da porta com força, fazendo os nós de seus dedos embranquecerem, ele tinha certeza que ela poderia quebrar a porta se quisesse.

— Acredita que o Hidan acabou de terminar comigo? – A pergunta dela veio exasperada, fazendo-o arregalar levemente os olhos claros. Outra coisa que tinha descoberto sobre a mulher a sua frente, ela gostava de conversar e isso era novidade para ele. Conversar. – Ainda me disse que nosso namoro acabou por minha culpa, acredita?

Uma vez um homem muito sábio, vulgo seu pai, lhe alertou sobre mulheres deste tipo, segundo ele:

Meu filho, existem dois tipos de mulheres, as que gostam de conversar e falar de seus problemas e as que querem que você os adivinhe, a segunda é fácil adivinhar, apenas pergunte o que aconteceu, ela lhe responderá, mas a primeira, essa Neji, é a mais difícil, se ela começar a falar, deixe-a falar e em hipótese alguma a interrompa, a não ser que queira ser assassinado, senão, deixe-a falar por horas a fio se necessário, a única coisa que você pode fazer é manear a cabeça e concordar, seja sábio e a escute, fale apenas quando ela terminar, mas claro, se ela permitir.”

Agora lá estava ele, observando Tenten andar de um lado para o outro gesticulando rapidamente enquanto seus lábios se moviam mais rápido ainda contando o que, segundo ela, o ex-namorado havia lhe falado, enquanto ele apenas maneava a cabeça, como se entendesse.

— Ele veio dizer que eu, euzinha aqui, me distanciei por conta da organização de despedida de solteiros da Hinata e do Naruto, acredita? Ele simplesmente falou que eu não sou mais a mesma, que eu estou interessada em outras coisas, menos no nosso relacionamento. – Soltou indignada rosnando de raiva. – Oh, me desculpe… Não queria lhe encher com os meus problemas. – Pediu, sentindo o rosto esquentar.

Teve vontade de rir, mas se segurou, pelo menos na frente dela, quando ela estivesse fora de alcance relembraria aquele rosto levemente avermelhado, pois havia sido uma visão incrível.

— Não se preocupe. – Disse cauteloso, encarando-a.

— Sabe o que mais me revoltou? – A morena questionou aproximando-se dele, fazendo-o negar com a cabeça. – Foi ele dizer que eu estar me interessada em outro.

— E você está? – Perguntou sem perceber, as palavras escaparam de seus lábios sem ao menos perceber.

Observou-a morder o canto dos lábios e desviar o olhar, só aquela atitude despertou algo dentro dele que não agradou, um gosto amargo invadiu sua boca e ele não entendeu, mas manteve-se firme.

— Talvez. – A voz de Tenten saiu suave e por mais que ele não a olhasse, sabia que ela lhe fitava com curiosidade. – Mas do que adianta eu estar interessada e ele não?

Ergueu seus olhos azuis acinzentados e a fitou. Não estava gostando do rumo daquela conversa, mas mantinha-se firme, tentando não transparecer o quão decepcionado ele estava.

— E como tem certeza que ele não está interessado? – Questionou guardando as mãos no bolso do jeans, para ficar firme.

Tenten deu os ombros e o encarou fazendo um pequeno bico, enquanto caminhava até a porta e parava, virou-se para ele e falou antes de deixá-lo sozinho:

— Ele me observa há meses, mas não se aproxima, mesmo sabendo que estou interessada.

Seus olhos se arregalaram observando a porta entreaberta que a Mitsashi acabara de passar. Sentiu seu sangue gelar e as mãos soarem. Ela havia percebido que ele a observava durante os últimos meses, oh droga, agora tinha certeza, Deus estava lhe castigando por alguma coisa, só não sabia pelo que era.

**

Hyuuga Neji era o tipo de cara que atraia olhares, com ela não foi diferente, chamou sua atenção, mais do que queria, mas chamou. Ele era um homem observador e reservado, mas, no fundo, ela o conhecia bem demais. Ela e o Hyuuga eram dois lobos brigando pela carcaça de um veado quando era pra decidir os detalhes da despedida de solteiro em conjunto dos noivos e amigos, Naruto e Hinata.

Era quase impossível não notar aqueles olhos tão peculiares e raros seguir seus passos e gestos, por mais que Neji fosse discreto, os seus reflexos de esportista a alertava. Permaneceu se segurando para não gritar com ele para que tomasse uma atitude, mas uma voz em sua mente a alertava e jogava-lhe a realidade na cara como um grande balde de água fria: Ela era comprometida e Neji era perigoso.

Estava acostumada com homens como Hyuuga Neji, suas academias estavam lotadas de homens assim, sempre bem-afeiçoados, que por onde passava atraia olhares e arrancava suspiros de mulheres, seu próprio namorado era assim. Pelas revistas sabia que o jovem Hyuuga fugia de compromissos pessoais, era um homem centrado nas companhias Hyuuga e aproveitava-se da fama de galã.

Quando Hinata, doce e delicada flor dos Hyuuga, lhe disse que quem organizaria sua despedida de solteiro com ela ia ser Neji, gargalhou até cair da cadeira, pois jurava que o jovem presidente das empresas Hyuuga jamais tiraria algumas horas de sua corrida vida para fazer um capricho para a prima. Doce ilusão, três dias depois ele a ligou marcando um almoço, ninguém conseguia dizer não a pequena Hyuuga.

Quando ela entrou no sofisticado restaurante e bateu os olhos no homem de terno negro de corte reto falando ao celular quase deu meia volta com vontade de voltar para casa e trocar de roupa ao recordar-se da calça boyfriend rasgada e surrada, blusão masculino e All Star que usava, mesmo com receio, ela sentou-se a mesa e eles conversaram o almoço todo, trocando ideias.

Sentia aqueles olhos lhe analisarem a cada movimento seu, mesmo desconfortável sentia-se bem sob aquele olhar azul acinzentado. O primeiro impasse deles foi o local da recepção, com muita dificuldade ela ganhou, Neji era um homem de negócios, mas ela sabia usar a persuasão a seu favor, foi assim com o Hyuuga e com os pais do noivo para que eles cedessem o clube da família.

Aos poucos o jovem e turrão Hyuuga foi conquistando sua empatia e seu interesse, por mais que as vezes ainda a tirasse do sério. Os olhares começaram a se tornarem mais indiscretos por parte do rapaz de olhos claros, e ela estava decidida a romper seu namoro, mas Hidan fora mais rápido.

Não ficara com raiva do rapaz de cabelos tingidos de brancos, pois ela sabia que era o melhor para ambos, mas ela achou desnecessário acabar com sua festa daquela forma. Mas a conversa breve com Neji a fez bem, e ela pôde dizer a ele que estava interessada e solteira, bastava ele correr atrás.

Mas naquele momento a única coisa que ela sentia era revolta. Para seu desespero, o maldito e covarde, Hyuuga Neji, ainda não havia a procurado, e já tinha se passado três semanas. Será que aquele homem não conseguia agir por impulso?

— Imbecil, energúmeno, medroso, covarde. – Soltava enquanto socava o saco de pancadas com força, o pobre coitado era alvo de todas as suas frustrações, mas ela tinha vontade mesmo era de socar o culpado por essas frustrações, e ele tinha nome e sobrenome e infelizmente, uma beleza de levá-la ao delírio. – Idiota.

— Acho bom não está falando de mim. – A voz dele surgiu a suas costas, fazendo-a virar instantaneamente.

**

Depois que ficou observando Tenten sumir pela porta do pequeno escritório, não a encontrou mais na recepção, segundo seu pai – que estava se mostrando um belo fofoqueiro e casamenteiro – a jovem havia ido embora após retornar dos fundos do salão de festa. O Hyuuga mais velho até tentou arrancar algo do filho, mas a única coisa que ganhou foi um belo: “Preciso ir, boa noite!”, antes de sumir dali.

Despediu-se de todos que julgava importantes, que no caso eram os noivos, seus pais, seus tios e seus amigos, e se dirigiu para sua casa, para seu devido descanso, que não foi bem-sucedido. Neji não era do tipo de homem impulsivo, ele era do tipo de não gostava de se arriscar por algo que ele não sabia se valeria a pena e, sabia muito bem que agir desta maneira o tornava perigoso, ainda mais quando o assunto era daquela magnitude. Durante três semanas ele pensou sobre o assunto, com as palavras de Tenten martelando em seu subconsciente.

Ele era cauteloso e segundo seu querido pai, cauteloso até demais. Para seu desespero, seu pai fugia totalmente dos padrões Hyuuga, pois ele tinha uma – irritante – mania de dramatizar as coisas, e o drama maior de seu progenitor era quando o envolvia. O velho Hyuuga vivia alegando que havia estragado o filho.

Eu estraguei meu único filho, não consegui ensiná-lo a se arriscar, só consegue fazer as coisas quando tem certeza, por isso ele é tão frustrado e amargo assim, deste jeito não terei netos nunca, oh Deus, perdoe-me por ter sido um péssimo pai.”. Quando o pai falava isso ele apenas revirava os olhos, isso de certa forma o irritava, já que nem sua mãe lhe aporreava como seu pai fazia para que ele casasse ou tivesse filhos.

Claro que ele pensava em encontrar uma garota para casar e ter filhos, só não achava que estava na hora, ou melhor, pelo jeito agora ele se sentia preparado para realmente sossegar ao lado de uma mulher, mesmo cheio de incertezas.

Lá estava ele, descendo do carro para entrar na academia dela, da mulher que ele havia decido sossegar ao seu lado e que tinha virado sua cabeça e bagunçado sua vida. Desde que se entendia por gente, esta era a primeira vez que ele arriscava algo, ele estava indo atrás de algo que ele não sabia o que era e isso o deixava incerto. Seu blazer estava aberto e sua gravata frouxa de tanto ele puxar e afrouxar para manter-se calmo e facilitar sua respiração, que só agora ele percebera que estava presa.

As pessoas encaravam-no curiosas, até porque, era difícil entender um homem alto de terno e gravata passando por entre as aparelhagens de musculação caminhando em direção a sala de treinamento de artes marciais. Suspirou e sentiu o pequeno sorriso de canto se formar em seu rosto quando a viu e a analisou.

O short de lycra cobria apenas o necessário, deixando as pernas longas e torneadas expostas a olhares nada discretos, o top cobria apenas os seios e os firmavam no lugar, enquanto suas mãos eram protegidas pelas bandagens de Muay Thai, os cabelos diferentemente da despedida de solteiro de Naruto e Hinata estavam presos em dois coques no alto de sua cabeça, fazendo-o recordar-se de Mickey Mouse.

Seus punhos e pés acertavam o saco de pancadas com precisão e força, fazendo-o se mover sobre os trilhos, a cada golpe desferido no pobre saco suspenso a boca delicada de Tenten se movia de forma rápida, fazendo as palavras saltem audíveis para ele.

Assim que seus pés cobertos pelo sapato social tocaram o tatame emborrachado do local, pôde ouvir nitidamente as palavras carinhosas da Mitsashi a cada pancada, e ele esperava sinceramente que elas não fossem dirigidas a ele enquanto esmurrava o pobre saco de pancadas.

— Acho bom não está falando de mim! – Sentiu vontade de gargalhar com tamanha rapidez que ela virou em sua direção.

Os olhos castanhos lhe encaravam surpresos, mas em menos de um segundo eles passaram de surpresos para raivosos, ela lhe encarava nos olhos e fechava as mãos em punho, tinha muito tempo que ninguém o encarava daquela forma, a última pessoa que o olhou daquela forma havia sido Hinata, quando ela descobriu que ele e Naruto saíram aos tapas para “defender” a sua honra, Neji não era do homem que sentia medo, mas naquele momento temeu por sua vida sob o olhar intenso da morena.

— O que você está fazendo aqui? – A pergunta dela surgiu dura.

— Eu… – Até tentou falar, mas como Tenten era, não conseguiu nem ao menos formar uma frase.

— Depois de três semanas, você me aparece aqui com essa cara deslavada, como se nada tivesse acontecido? Como se eu não tivesse deixado mais claro que a água que eu estava interessada em você. Não foram dias, Neji, foram semanas. – Berrava enquanto apontava-lhe o dedo, sentia raiva naquele momento, ele havia a feito esperar por três semanas para finalmente dar as caras. – Você é um imbecil, Neji, um grande covarde, ainda nem sei por que eu criei expectativas em relação a você se arriscar por alguma coisa na vida, se arriscar por mim…

Ele até que queria seguir o conselho sábio de seu pai de deixá-la falar por horas a fio, mas tinha tirado aquele dia para se arriscar mais, e isso incluía arriscar sua vida interrompendo Tenten.

— Eu também estou interessado, eu quero você!

— Seu covarde imbecil… – Ela até ia continuar, mas as palavras deles finalmente foram processadas em sua cabeça, fazendo-a parar de falar e lhe encarar com os olhos levemente arregalados. – O que?

Ele até queria rir da cara de espanto da mulher de cabelos castanhos, mas ai já era arriscar-se demais, deu um sorriso de canto ao vê-la de lábios entreabertos e de olhos arregalados com as mãos levemente levantadas, de forma lenta se aproximou da Mitsashi e a segurou pelo queixo, fazendo-a levantar o rosto e lhe olhar nos olhos.

— Eu quero me arriscar com você, Tenten!

Ela até estava tentando resistir a aqueles olhos azuis acinzentados, mas eles a dominava de uma forma que ela não conseguia entender, ela queria sentir raiva dele por tê-la feito esperar que nem uma idiota por três semanas, mas não estava conseguindo, não com ele tão próximo de si como naquele momento.

— Mas tinha que demorar três semanas para isso? – Questionou sentindo suas pernas quererem fraquejar sentindo o perfume dele.

— Só cala boca. – Pediu, ou melhor, ele ordenou.

Teve que rir, ele era tão mandão, mas ao mesmo tempo tão influenciável por ela, já que seu poder de persuasão funcionava tão bem com ele. Fechou os olhos ao sentir seus lábios serem tomados pelos de Neji, em um beijo calmo, sincronizado e delicado, totalmente diferente da relação explosiva e intensa que era a deles, mesmo quando eles ainda estavam apenas organizando a despedida de solteiro de seus amigos.

Ela era a impulsividade que faltava nele e ele era a cautela que faltava nela, eles se completavam como Yin e Yang do zodíaco. Ela era a sua doce complicação.

 

 


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Notas finais do capítulo

Boa tarde gente, mais uma pequena historia para vocês, fiz num momento para relaxar, e saiu isso, espero que gostem e perdoem os erros ortograficos, dei uma revisada básica porque já estava atrasada pra faculdade. Espero que gostem.


Roupas dos personagens:
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PRIMEIRO ENCONTRO - ALMOÇO

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Atenciosamente, Sakuu-chan.



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