The Reason I'm Still Here escrita por Clever Girl


Capítulo 4
Capítulo 04 - The Most Annoying Woman In The World


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal! Aqui estou eu! Trazendo mais um capítulo pra vocês! Passei aqui pra deseja uma boa leitura e até mais...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/684009/chapter/4

 

 (Barry)

 

 

 Trinta minutos. Só foram necessários trinta minutos para perceber que não seria capaz de continuar a trabalhar hoje. Estou tendo a alucinação mais irritante de todos os tempos. A desgraçada não cala a boca nem por um mísero segundo. O que foi que eu fiz pra merecer uma coisa dessas? É algo que não sei responder.

 Confesso que estou pirando agora. Tentei acordar desse pesadelo, mas se toda a série de beliscões dolorosos que plantei no meu braço estiver certa, isso aqui não é um sonho. Tentei então contornar minha mente; talvez pelo menos pudesse escolher algo diferente para alucinar sobre, mas adivinhe quem ainda esta aqui?

 Minha única opção então foi ignora-la. Quem sabe se eu esquecer que ela esta aqui, ela não acabe desaparecendo por si só? Meu único problema é que é impossível ignorar sua presença... Pelo menos quando a mulher em questão parece não conhecer o significado da palavra silêncio. Parecia até que fazia para me irritar. Se eu estivesse tentando focar no trabalho, ela questionava tudo o que eu estava fazendo (às vezes falando algumas coisas bem inteligentes, admito, mas isso não vem ao caso). E se eu não estava fazendo absolutamente nada – o que aconteceu depois que desisti – Ela iria tagarelar informações sem sentido algum. Quem se importa que as abelhas matem uma vespa invasora batendo suas asas rapidamente em volta dela a ponto de praticamente cozinha-la? Eu com certeza não! Essa mulher parece uma maldita enciclopédia. Juro que se tiver que escutar sua voz por mais um segundo, vou acabar pulando da janela. Me estabacar no chão está parecendo uma ideia bastante atraente por agora.

—Já chega! — Exclamo alterado. Quero gritar agora... Quero muito gritar — Qual o seu problema? Ou melhor, qual o meu problema?

— O seu eu não sei, mas o meu você quer por ordem alfabética ou cronológica? Posso listar pelos dois.

— Eu quero é que você desapareça!

—E eu quero meu corpo, mas advinha só, nem sempre temos o que queremos.

 Essa mulher é louca... Eu sou louco. Tenho que ficar lembrando-me constantemente que ela não é real. Ela parece, mas não é.

 Sem dizer mais nada eu saio do meu laboratório, não tenho condições de ficar aqui hoje. Não quero acabar cometendo um erro que prejudicaria a vida de outra pessoa só porque fui teimoso demais para admitir que estou fora do meu juízo perfeito.

 — Hey! Onde esta indo? — Ouço sua voz gritar atrás de mim e espero que ela fique lá, porém quando ela aparece caminhando ao meu lado, sei que foi uma esperança inútil.

— Não é da sua conta — Sussurro discretamente. A última coisa que quero é ser afastado permanentemente da delegacia por estar louco.

— Se não quer falar, não diga. Mais cedo ou mais tarde eu vou acabar descobrindo mesmo — Ela da de ombros.

 Se for ser sincero tenho que confessar que meu plano inicial era sair despercebido e depois mandar uma mensagem bem vaga comunicando que não estava me sentindo bem, mas como todo mundo já deve ter notado nessa altura do campeonato, hoje não esta sendo meu dia de sorte.

—Barry, onde está indo? — Ouço uma voz me perguntar.

 Poderia ter sido um policial, Eddie, ou até o Capitão, eu não me importaria, podia ligar com eles. Mas não, tinha que ser uma das únicas pessoas que me conheciam até do avesso; e que provavelmente sabia que eu estava mentindo antes mesmo dessa ideia cruzar minha mente.

 Parece que aquele encosto de gente tinha razão: Mais cedo ou mais tarde ia acabar descobrindo aonde íamos, mas bem que podia ser mais tarde, não é? Só pra não me contradizer. Pois com Joe West, era o seguinte: Se quer ser ao mínimo convincente, já é melhor ir arranjando um meio de mentir, sem mentir.

— Eu não estou me sentindo muito bem hoje — Opto por uma meia verdade, afinal estando na presença daquela ali, é impossível se sentir bem.

— O que você tem? — Meu pai de criação perguntou preocupado. Não sou alguém que costuma ficar doente facilmente.

— Uma dor de cabeça terrível. Sinto como se tivesse uma voz irritante tagarelando no meu ouvido o dia inteiro e é simplesmente terrível — Olho pra ela conforme falo a frase, para que soubesse com certeza de quem estava me referindo.

 Para a minha surpresa e raiva, em vez de ficar nervosa com o comentário, ela sorriu satisfeita. Não sei o que fiz, mas deve ter sido algo muito ruim, pois pra merecer ela no meu pé... Só pudera.

— Okay. Você precisa que eu passe no seu apartamento mais tarde pra ajudar em algo?

— Não. Com sorte umas aspirinas e um pouco de silencio resolverão o problema. — “Muita sorte... E talvez em milagre” completo em pensamento, mas resolvo guardar pra mim mesmo.

— Tudo bem. Me ligue se precisar de algo.

 Assinto com a cabeça e saio daquela delegacia o mais rápido que posso, antes que alguém perceba que meu problema é muito pior do que uma simples dor de cabeça.

...

 À volta pra casa foi tranquila. Isso se formos descontar o fato que devem ter um monte de pessoas nessa cidade achando que sou maluco. Em minha defesa não é culpa minha se minha paciência não é infinita com uma certa pessoa não existente.

 Fiquei dando voltas extras e tomando o caminho mais longo para casa, na esperança de despista-la, não queria que descobrisse onde eu moro. Fiquei fazendo isso por mais de meia hora, até me dar conta de que talvez aquelas pessoas devessem estar certas. Estou tentando fugir da minha própria mente, devo mesmo estar ficando louco.

 Decido então dar razão à pequena parte sã dentro de mim e ir para casa logo. Coisa essa que não demora nem cinco minutos depois que tomo o caminho correto.

— Você notou que não perguntou meu nome nenhuma vez? — ela me questionou enquanto subíamos as escadas do meu prédio. Nunca fui muito fã de elevadores.

— Isso é porque não quero saber.

— Mas você precisa de algo para me chamar não é? Já que passaremos muito, mas muito tempo juntos.

— Primeiro: Nós não passaremos muito tempo juntos — Eu espero! — E segundo: Você é um fruto da minha mente, então seu nome vai ser o que eu quiser.

— Ah é? E qual seria esse? — Ela parecia zombar de mim internamente. Como eu odeio essa mulher!

 Paro um segundo pra pensar, não consigo imaginar um nome que faça jus a criatura. Fico tentando achar algo por um tempinho, até que o nome perfeito surge em minha mente.

— Espinaldéia! É... Combina com você — Digo olhando-a de cima a baixo.

 A feição que seu rosto assume é simplesmente hilariante. Ela parece que vai voar no meu pescoço a qualquer instante. Depois do que ela me fez passar mais cedo, e ainda faz por estar aqui, provocar pelo menos um pouquinho me traz uma grande satisfação.

— Você tem filhos, senhor Allen?

— Não...— Respondo um pouco hesitante.

— Ótimo!

...

 Ao entrar no meu apartamento, a única coisa que quero é ficar em silêncio, nem que seja por um pouquinho de tempo. Aproveito que “Espinaldéia” parece entretida observando minhas coisas e vou furtivamente até meu quarto, me taco na minha cama e cubro a cabeça com o travesseiro, me perguntando quanto tempo ela demoraria a perceber que sumi. Espero que seja muito. Se conseguir dormir antes disso, seria um bônus maravilhoso.

—Hey! O que pensa que esta fazendo? — Mal termino o pensamento e ela esta falando comigo novamente. — Levanta daí. Precisamos conversar.

 Não me mexo, na inútil esperança dala me deixar em paz.

— Eu sei que esta acordado.

— Talvez eu tenha tido um treco e morrido nesse tempo e você não saiba — Murmuro ainda sem me mover.

— Hahaha... Muito engraçado. Agora levante logo, antes que eu perca a paciência.

— Não! — Respondo

 Estou parecendo uma criança birrenta? Pode apostar que sim! Me importo? Nem um pouco. Só quero que a minha vida volte a ser a mesma de antes. Normal e definitivamente sem ela.

 Espero ouvi-la retrucar. Já estou preparado mentalmente para isso. Não há nada que possa dizer que me faça levantar daqui. O que não espero é o silencio. Estou prestes a descobrir a cabeça para conferir se meu milagre finamente aconteceu e ela desapareceu, quando ela grita no meu ouvido quase me matando do coração.

 Sento na cama em um pulo e jogo meu travesseiro contra ela em uma forma de proteção, derrubando meu abajur favorito quando esse a atravessa.

— Isso foi um pouco rude. — Ela comenta apontando para o travesseiro que taquei.

“ Um pouco rude? Ela acaba de gritar no meu ouvido, quase me matando do coração e vem reclamar que fui rude?”

 Ainda com meu coração acelerado e meus ouvidos doendo - Por que para alguém que não existe, essa daí tem um gritinho bem alto – olho para o que restou do meu abajur favorito, agora em pedaços.

— Eu gostava desse abajur. — Comento pra mim mesmo em voz alta.

— Não é problema meu. Não fui eu que andei tacando coisas nos outros.

 Bufo irritado. Essa mulher esta me tirando do sério, e não de uma maneira boa. Se soubesse que ela iria acontecer, nem teria levantado da cama hoje de manhã.

— Escute aqui, Barry Allen. Você quer agir como uma criança, eu também posso jogar esse jogo. Agora tem duas opções a sua frente: Pode me escutar e ajudar, ou continuar a fazer o que esta fazendo. A diferença é que a primeira opção eu fico contente, e até deixo você ter o seu soninho da beleza, e na segunda eu faço da sua vida um total inferno. E acredite em mim, eu tenho todo o tempo do mundo pra fazer isso. Então o que vai ser?

 Colocando desse jeito...

— Tudo bem. Comece a falar. Estou escutando.

 Ela parece surpresa com a decisão que tomei, mas sorri satisfeita e começa a falar.

— Há três anos, eu sofri um acidente muito grave e meu corpo entrou em coma. Eu não sei como ou porquê – a acredite, tentei descobrir -  mas fiquei presa nesse estado fantasmagórico aqui. Ninguém jamais foi capaz de me ver ou ouvir, exceto você. Não sou uma alucinação, Allen. Sou uma pessoa real, e preciso da sua ajuda.

— Certo. E eu sou a rainha da Inglaterra. — Zombo.

— Estou dizendo a verdade.

—Eu posso ser um pouco louco por ver você, mas não tão louco a ponto de acreditar nisso.

 Por um segundo ela parece desesperada, como se não soubesse o que fazer. Coisa essa que não dura muito..

— Me pesquise no Google então. — Sugere. — É... Se não pode acreditar em mim, então acredite nos fatos.

— O que? — Pergunto confuso.

— O Google. Aquela ferramenta de busca mundialmente famosa que...

— Eu sei o que o Google é. Não sou um idiota. — Ela acha que vivo onde? Na idade da pedra?

— Então pare de agir como um e vai logo! Ou por acaso esta com medo?

 — Okay, mas quando eu provar que você realmente não existe, quero que você suma da minha vida pra sempre. — Exijo antes de qualquer coisa.

— Combinado.

 Não acredito que estou realmente fazendo um acordo com uma alucinação. Acho que depois terei que me consultar com um psiquiatra, deve existir algo de muito errado comigo.

 Levando da cama e pego meu celular na cômoda que o deixei.

— Eu procuro por Espinaldéia o que?

—Eu tenho um nome, e definitivamente não é esse. — Ela parece um pouco irritada — Você procura por Caitlin Snow... Doutora Caitlin Snow.

 Ainda acho o que estou fazendo é uma loucura, mas se você tem uma chance – por menor que seja - de se livrar dessa...Doutora Snow, você faz. Então sem contestar pesquiso pelo nome que ela disse. Resultados relacionados a explosão ocorrida ao Star Labs anos atrás aparecem na tela. Eu me lembro da explosão em questão. A notícia saiu em todos os jornais da cidade, varias pessoas morreram e mais ainda ficaram feridas. Foi uma tragédia, talvez a maior que essa cidade teve em décadas.

 Abro um link que parece ter uma foto da tal Caitlin Snow e se não tive um ataque cardíaco mais cedo, posso apostar que estou tendo agora. Minha mente nem consegue focar direito na matéria que foi escrita, apenas na foto. É ela! Pelo menos parece com ela... Assustadoramente igual.

 Não sei o que pensar, minha mente parece estar dando nós no momento. Fico preso nesse choque, apenas conseguindo encarar a foto e depois a mulher a minha frente, antes que tudo fique preto e não consiga ver mais nada.   


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O Barry desmaiou, coitado. Também, foi um susto bem grande. Me deixem saber o que acharam. Até daqui a pouco. Beijinhos...