Coffee Breaks escrita por Kira Queens


Capítulo 10
Two Seconds Blue


Notas iniciais do capítulo

TELL 'EM ITS MY BIRTHDAY WHEN I PARTY LIKE THAT!! Ok, eu sei que eu demorei e não, esse capítulo não compensa a demora, porque ta PÉSSIMO (eu sei que o nyah aconselha que a gente não fale isso, mas eu não vou reescrever pq eu custei mt escrever uma vez só, quem dirá escrever de novo), mas eu espero que vcs me perdoem mesmo assim porque hoje é meu aniversário de 17 anos!! Por isso nesse capítulo é aniversário de alguém também, mas isso não afeta a história não, já tava tudo planejado, mas aí eu pensei bom já que vai coincidir com a semana do meu aniversário, por que não?



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De onde eu vinha, o dia de seu aniversário era considerado a data mais especial do ano. No meu caso, nunca gostara muito de festas, mas gostava de reunir os meus amigos mais próximos para uma pequena comemoração com música e um bolo que minha mãe fazia questão de comprar. Para Finnick, seu aniversário era só mais um dia qualquer. No dia em que ele estava completando seus 24 anos, seu pai nem sequer se lembrara, enquanto sua mãe lhe comprara um terno do qual ele não precisava.

Minha missão, portanto, era salvar o seu dia. Eu claramente estava fazendo um péssimo trabalho com isso, mas pelo menos estava me esforçando. Madge havia me contado sobre o concerto de uma banda indie pop chamada Two Seconds Blue que aconteceria naquela mesma data, então eu tive a brilhante ideia de comprar dois ingressos e estava começando a me arrepender amargamente. Eu nunca tinha ouvido falar da banda e Finn provavelmente também não, então lá estava eu, parada em frente ao local esperando por ele, com mil dúvidas surgindo em minha mente. E se as músicas forem péssimas? E se ele detestasse a banda? E se ele detestasse surpresas?

E ele provavelmente detestaria. Quando eu ligara em seu celular pela manhã, o humor dele estava péssimo, dizendo que só esperava que o dia acabasse logo. Aparentemente, suas experiências com aniversários haviam sido um pouco traumáticas ao longo de sua vida. Presumi que isso tinha algo a ver com os pais ausentes e tudo mais. Mesmo assim, consegui convencê-lo a me encontrar em frente ao local onde seria o concerto. O único problema era que eu havia dado o endereço do bar em frente ao lugar aonde nós efetivamente iríamos, então ele não fazia a mínima ideia de que o plano real era assistir a um show. De repente, a jaqueta preta que eu usava por cima do vestido branco estampado com cerejas e a minha meia-calça tornaram-se quentes demais quando comecei a transpirar devido ao nervosismo.

Tudo o que eu queria era fazer uma surpresa agradável, mas agora gostaria de ter dito a verdade. Meu medo maior era que ele me odiasse por obrigá-lo a ficar de pé no meio de uma multidão durante umas duas horas ouvindo músicas das quais ele possivelmente não iria gostar. De qualquer modo, depois do show eu havia combinado com Katniss que nós iríamos até a casa dela, então se Finnick não estivesse gostando, eu não me importaria de sair mais cedo. Só queria que ele tivesse a experiência de ir a um show.

Olhando ao meu redor constatei que adolescentes eram predominantes dentre os fãs da banda. Até que, em meio aos cartazes e camisetas azuis, pude ver Finnick se aproximando. Meu coração se acelerou e fiquei sem saber como reagir. Seus olhos me olhavam de um jeito acusatório, mas o discreto sorriso em seus lábios era divertido, deixando-me sem saber o que pensar.

— Só tomar uns drinks, certo? — ele me perguntou, com os braços cruzados no peito. Encolhi os ombros.

— Você me perdoa? — Finnick não disse nada, mas minha pergunta obteve sua resposta assim que ele se aproximou para beijar meu rosto — É só que a gente fez aquela lista de coisas que deveríamos fazer e eu achei que você merecia mesmo ir a um show.

— Qual é a banda? — peguei os dois ingressos no bolso da minha jaqueta e os levantei na altura do meu rosto, forçando um sorriso.

— Nossa favorita! Two Seconds Blue!

— Nunca ouvi falar — ele soltou uma risada abafada, após tentar reprimi-la e falhar.

— Nem eu — dei de ombros.

Nós caminhamos em direção à entrada, entregando nossos ingressos ao segurança. Pelo o que eu sabia, aquela banda era conhecida nacionalmente apenas, não reunia um número fascinante de fãs, mas havia ali um público considerável. Sua música mais famosa carregava o mesmo nome da banda. Típico.

— Então, como foi seu dia? — perguntou-me Finnick, quando já estávamos no campo extenso e aberto onde em breve o show começaria. Ficamos mais atrás, sem nos preocuparmos em disputar com os fãs enlouquecidos um lugar na frente.

— Foi bom — respondi — Chegou um convite de casamento lá da minha cidade. Minha antiga melhor amiga vai se casar — eu sorri animada.

Johanna Mason enfrentara todo o ensino médio comigo, mas depois que eu me mudei nós fomos perdendo contato aos poucos. Na última vez que eu a vi, seus cabelos escuros estavam curtos e repicados. Ela tinha a personalidade forte e era uma amiga leal, apesar de nós discordarmos em quase tudo. Agora, ela iria se casar com seu namorado da época de escola chamado Gloss. Foi uma surpresa enorme pra mim quando o convite chegou, porque eu nunca pensei que eles fossem realmente durar. Não que eles não se amassem – disso eu nunca duvidei. Mas é que eles já terminaram tantas vezes que eu já até perdi a conta. Esse já havia sido motivo de discussão entre mim e Johanna várias vezes, porque eu acreditava que ela merecia alguém melhor, que tivesse mais certeza do que queria. Não me surpreenderia nada se esse casamento fosse apenas uma forma de garantir que eles não iriam mais terminar a cada mês.

— É mesmo? E quando vai ser? — Finnick ergueu as sobrancelhas, um pouco surpreso. Talvez porque eu não havia falado dos meus amigos anteriores até então. Não porque eu não gostasse mais deles, mas sim porque eu não conversava frequentemente com mais ninguém. Minha mãe fora a única a aprovar a minha decisão de ir embora. Acho que como a cidade era muito pequena, nós todos sempre nos comportamos como uma enorme família, então quando aquilo deixou de ser suficiente para mim, eles se sentiram como se eu estivesse abandonando a família. Para ser sincera, eu sentia falta de sentir que eu pertencia a algum lugar. O mais próximo que eu tinha disso atualmente era o Café Paris.

— Daqui a duas semanas.

— E você vai?

— Mas é claro! — respondi prontamente, indignada que ele tivesse ao menos considerado outra possibilidade. Precisei recordar a mim mesma de que Finnick não conhecia a relação que eu tinha com aquelas pessoas, então não tinha como saber — Ela não deixa de ser minha melhor amiga só porque não nos falamos mais — expliquei.

Um sentimento de tristeza e nostalgia me invadiu, agora que eu percebia que antes da correspondência chegar eu nem sequer sabia se Johanna e Gloss ainda estavam juntos. Eu não sabia de quase mais nada. Não sabia se o pessoal que fora da minha classe continuava a se encontrar todos os sábados na lanchonete da Mags ou se os bancos frios do parque continuavam a atrair os casais de namorados. Não sabia nem mesmo se o meu quarto continuava do jeito que eu o havia deixado. Mas o sentimento logo se esvaiu quando os integrantes do grupo apareceram, a música começou a tocar e os fãs gritaram cada vez mais alto.

Finnick e eu não tivemos outra opção além de nos juntarmos ao restante do público e dançar no ritmo das canções. Nós não conhecíamos as letras, mas, em sua maioria, as melodias eram agradáveis. Foi fácil para mim me enturmar; assim que uma música nova começava eu passava a mexer meu corpo no ritmo dela, ocasionalmente jogando os braços pra cima. Finn parecia não saber como agir, mas assim que me viu dançando – diga-se de passagem que eu não estou mesmo na lista de melhores dançarinas – ele abriu um sorriso e juntou-se a mim.

— Obrigado por me trazer aqui — disse Finnick quando o show já havia passado da metade. Sua voz próxima ao meu ouvido fez com que ele ganhasse a minha atenção, de forma que virei-me para ele, encontrando seus olhos intensos e brilhantes — De verdade, eu achei que meu aniversário seria um tédio, mas aqui estou! — ele abriu os braços, observando o seu redor — Fazendo algo que nunca havia feito antes.

— Sua vida nunca vai ser um tédio enquanto eu estiver nela — respondi-lhe com um sorriso. Ficamos nos fitando por um momento até que o alvoroço devido ao início de uma canção famosa fez com que nós focássemos no palco.

Aproveitamos o resto do show sem trocar muitas palavras, apenas dançando e gritando mesmo que nós nem sequer soubéssemos o porquê disso. A última música que eles tocaram era a que havia recebido o nome do grupo. Ela era um pouco triste, falava sobre um casal onde a garota era depressiva, então o garoto fazia o que podia para fazê-la se sentir melhor. No refrão, eles cantavam: I’ll give you two seconds to be blue and then I’ll take the pain away from you. Finnick e eu não estávamos mais nos mexendo, apenas ficamos parados escutando a música que, surpreendentemente, era muito boa.

Olhei para ele, percebendo que nós podíamos nos identificar com algumas partes da música, já que eu estava sempre tentando fazê-lo sorrir e ele sempre fazia com que eu me sentisse viva. Foi então que eu percebi que só depois de conhecê-lo que minha vida passou a ter alguma emoção. Antes eu sabia exatamente como seriam os meus dias e eu estava feliz com aquela rotina, estava de verdade, mas sempre parecia estar faltando alguma coisa que pudesse me tirar da minha zona de conforto. Agora eu sabia que era o coração acelerado e as mãos suando frio o que faltava. Era Finnick quem estava faltando.

Ele me olhou quase como se pudesse ler meus pensamentos. Quase desviei meu olhar para tentar disfarçar meus sentimentos, mas não o fiz. E não havia motivo para isso, além do mais. Eu era transparente, não sabia como Finnick não percebia que tudo o que eu mais queria naquele momento era que acabássemos com a distância entre nós. Eu dei o primeiro passo em direção a ele, que parecia tão hipnotizado quanto eu mesma estava. Mas antes que pudéssemos nos beijar ou ao menos processar o que estava acontecendo, as luzes se apagaram e o som dos instrumentos musicais cessou – o show havia acabado. Como se não bastasse, uma voz aguda chamou o nome de Finnick, e, subitamente, era como se eu não existisse mais.

— Clove! — ele respondeu a garota que era desconhecida para mim e correu até ela, abraçando-a — Quando você chegou aqui?

— Eu estou morando aqui — a tal Clove respondeu com um sorriso contente nos lábios — Tentei te ligar, mas não tenho seu número mais.

Então eles continuaram conversando animadamente, como quando o Simba e a Nala se reencontram em Rei Leão. Eles satisfizeram suas curiosidades, coisas normais como “Como você tem passado? Por onde tem andado? Onde está morando?” até que Finnick pareceu se lembrar de minha presença.

— Annie, essa é a Clove, minha amiga de faculdade. Clove, essa é a Annie — a garota possuía longos cabelos negros e os olhos grandes e escuros. Ela encarou Finnick, esperando que ele fosse explicar nossa relação, mas ele não o fez.

— Muito prazer, Annie! — ela me cumprimentou alegre, mas mantendo-se educada e formal — É melhor eu ir, mas nós devíamos marcar alguma coisa — Clove disse para Finn e então eles se despediram.

Nós nos desvencilhamos da multidão até chegar ao lado de fora. Finnick me guiou ao estacionamento, onde ele havia deixado o seu carro. Não falamos quase nada nesse percurso, mas ele parecia feliz, eu só não sabia se pelo show, pela Clove ou os dois. Já eu não estava tão feliz. Olha, eu não era ciumenta, mas ninguém poderia negar que é decepcionante quando você e a pessoa por quem você é apaixonada estão envolvidos em certo clima e aí ele simplesmente esquece da sua existência por causa de outra pessoa.

— Então... — comecei — Quem era? — tentei soar desinteressada, mas, como sempre, falhei miseravelmente. Senti meu rosto se esquentar quando ele me mostrou um sorriso malicioso.

— Está com ciúme?

— Claro que não — respondi e dessa vez consegui ser firme, pois estava sendo sincera. Eu estava apenas chateada, porque não era a primeira vez que nós quase nos beijávamos. E era esse o problema: o quase.

— Ela fez faculdade comigo. Nós éramos muito amigos na época, mas depois da formatura ela mudou de cidade. Ela é bastante reservada, mas é uma boa pessoa depois que você a conhece.

Isso fez com que eu pensasse em Katniss. Ela era exatamente assim, difícil de aproximar-se, mas você nunca se arrependeria se conseguisse a amizade dela.

— Eu tenho medo de me apaixonar, porque eu sempre penso que se eu ficar com alguém ela vai acabar virando a minha mãe — Finnick desabafou após soltar um longo suspiro. Engoli em seco, perguntando-me o porquê de estar ouvindo aquilo — Porque se não houver mesmo escapatória, eu vou acabar me tornando o meu pai, todo preocupado com o trabalho e sem tempo e disposição para mais nada, o que iria deixar a minha namorada, esposa ou sei lá, tão triste e vazia quanto a minha mãe.

Notei que suas mãos estavam ansiosas no volante.

— Você não precisa se preocupar com isso agora — tentei tranquilizá-lo — Você não namora nem nada.

— Você sabe que eu tenho que me preocupar com isso agora — ele aproveitou o sinal vermelho para fixar seu olhar em mim. Agradeci mentalmente quando a luz verde se iluminou — Eu não quero te magoar.

— Tudo bem — respondi apenas, querendo encerrar o assunto.

Depois disso, nós só falamos sobre o show. Ele gostou da experiência, então me senti como se tivesse conseguido cumprir a minha missão do dia de dar a ele um dia agradável. Já estava ficando tarde quando chegamos ao apartamento de Katniss.

— Finnick! — ela o recebeu com um abraço apertado — Te desejo tudo de melhor que esse mundo tem a oferecer e todas essas coisas que as pessoas desejam umas às outras nos aniversários. Mas é de coração — Kat sorriu enquanto Finn ria de seu discurso.

— O que vocês querem? — ela perguntou enquanto nós a seguíamos para dentro de casa — Podemos pedir pizza ou comprar uns salgadinhos.

— Finnick decide, ele é o aniversariante — respondi e deitei-me em seu sofá, tendo uma sensação de alívio ao esticar as pernas. Era tudo o que eu queria depois de ter passado as últimas horas em pé.

— Quero salgados, então — ele se decidiu, levantando os meus pés e colocando-os em seu colo para que pudesse se sentar no sofá também.

Katniss encheu três taças de vinho e nos entregou. Ajeitei-me de modo a ficar sentada para que eu não engasgasse ou derrubasse o líquido.

— Ao Finnick, que é o aniversariante — eu pronunciei, estendendo a minha taça.

— Ao Finnick, que me arrumou um emprego! — completou Katniss.

— Á vocês, que eu amo muito — terminou Finn, então nós brindamos, bebendo alguns goles do líquido vermelho.

Katniss sentou-se no tapete com o celular na mão para pesquisar lugares que vendiam bons salgadinhos quando a campainha soou. Eu não pude deixar de rir da expressão confusa na qual seu rosto se contorceu.

— Eu quase nunca recebo visitas, com exceção da Annie, mas a Annie já está aqui.

Mesmo assim, ela se levantou e caminhou até a porta, abrindo-a com um pouco de hesitação, mas também curiosidade. Ela se mostrou completamente surpresa e assustada quando exclamou:

— O que diabos você está fazendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Eu sei, ta horrível, eu juro que vou tentar melhorar no próximo e ver se faço um pouquinho maior. Juro também que vou ver se não demoro. Pelo contrário, quero postar fim de semana que vem, mas ai é que a vida é tão corrida. Minhas provas mal terminaram e eu já tenho que estudar pro provão e eu juro é a última coisa que eu queria, to bem desanimada. Masss, não vou desanimar com a fic!! Até pq ela já ta tipo na metade, é uma fic curtinha, não posso abandonar.
Eu vou ver se tem espaço na fic pra escrever pelo menos um capitulozinho clato porque eu gosto muito, mas não é certeza. Gente, vcs normalmente me ignoram, mas eu to com a sensação de que a fic ta uma bela porcaria, então de novo eu vou pedir a opinião de vcs, eu só quero saber o que vcs acham que ta faltando na fic, se vcs querem que eu escreva mais sobre um tema específico ou qualquer coisa.
Vcs viram que eu criei uma banda??? Two Seconds Blue não existe né, claro kkkksdkjgd achei bem divertido inventar isso. Enfim gente, é isso, de novo eu peço perdão pela demora, eu juro que não pretendia, mas esse capítulo não tava saindo de jeito nenhum e eu não tive muito tempo pra escrever nas últimas semanas.
Beijos e obrigada a vocês que estão lendo e comentando ♥