Seirin no Basket [HIATUS] escrita por Nanahoshi, Heisenberg24, Rayel


Capítulo 7
Período 6 - Se tem uma coisa que eu aprendi


Notas iniciais do capítulo

ESTAMOS DE VOOOOLTA!!! Aeeeeeeeeee!!! Finalmente, depois de um semestre muito confuso, vou poder voltar a atualizar as fanfics para fazerem meus leitores lindos e maravilhosos surtarem muito nessas férias de verão xD Talvez alguns capítulos sejam meio difíceis de escrever (afinal, o amistoso já está batendo na porta), mas eu prometo me esforçar pra trazer ele logo para vocês e como um jogo emocionante *-*
Me desculpem de verdade, mas vida de graduanda é meio complicada, e a faculdade é dona de me dar bloqueio criativo x.x Muito obrigada à todos que não desistiram dessa história ♥ vcs são os leitores mais divos do mundo! Queria deixar um agradecimento especial à Maryln C ♥ Menina, você é o sonho de consumo de qualquer escritor! Mesmo depois de tanto tempo enrolando vc ainda não desistiu de mim nhaaaaaaa ♥ Obrigada de verdade pelo apoio sua diva *-*
Sem mais delongas... O capítulo!
***
A pedido da Marilyn C, estarei colocando um miniglossário com o nome em português das posições:
Point guard - Armador;
Shooting guard - Ala-armador
Small Foward - Ala
Power Foward - Ala- pivô
Central - Pivô.



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O ginásio destinado ao uso dos clubes de basquete da Shutoku estava banhado pela luz alaranjada do fim da tarde. Já fazia meia hora que o horário de treino do time masculino havia terminado, mas ainda era possível ouvir o eco da bola intercalado pelo chiado dos solados dos tênis. Dois vultos se agitavam habilmente um contra o outro disputando cestas. Entretanto, não demorou muito para que um deles diminuísse o ritmo até parar completamente e se curvar. 

Apoiando as mãos nos joelhos, Jiyan tentou se concentrar para acalmar sua respiração. Enquanto isso, Haido continuava dando voltas na quadra driblando a bola aleatoriamente como se um adversário invisível tivesse substituído Jiyan prontamente. A garota ergueu o queixo e fitou Haido ainda esbaforida.

“Céus, hoje ele está impossível! Tudo bem que estou cansada do treino de hoje, mas ainda assim... Já fazia muito tempo que não o via jogar com tanta vontade”, pensou a Jiyan franzindo a testa. Os cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo enorme caíram para a frente. A mecha azul turquesa da nuca caía brilhando por seus ombros como uma faixa que ela havia recortado do céu e prendido entre seus fios escuros. 

Haido agora se dirigia em sua direção, a esfera laranja subindo e descendo de forma mais controlada. Quando estava perto o suficiente, interrompeu a caminhada, os olhos fixos  na bola, e disse:

—Mais uma.

A jogadora soltou uma risadinha e encarou-o com um sorrisinho. Ergue-se do chão e estalou o pescoço. O corpo esguio e magro já estava completamente suado, a camisa curta e negra grudava em alguns pontos. Trajava também uma calça de malhação azul escura e tênis impróprios para basquete, com um pequeno salto. Já havia trocado de roupa para sua caminhada de fim de tarde que fazia todos os dias depois da escola quando Haido a abordou pedindo para que ela não fosse embora depois do treino. Ele a esperaria porque queria pedir uma coisa. Se soubesse que ele pediria um mano-a-mano, não trocaria sua roupa de treino que há meia hora atrás usava.

Ainda um pouco ofegante, Jiyan deu um passo em direção a Haido, medindo seus traços com um pouco mais de atenção que o habitual. Por ter acabado de sair do treino do time masculino da Shutoku, o jogador também estava empapado de suor. A camisa cavada negra que usava grudava-se em vários pontos de seu tronco forte, estando mais escura que o normal e contrastando mais com seu short branco de treino. Os tênis brancos de basquete já não podiam ser chamados assim, de tão gastos e encardidos que estavam. Entretanto, não foram esses detalhes que prenderam a atenção de Jiyan. 

O rosto de Haido carregava um sentimento que ela não via há um tempo.

Normalmente, a expressão frustrada que carregava acentuava ainda mais seus traços assustadores. O cabelo cinza escuro de Haido era liso e escorria até cobrir sua nuca, e ele sempre o usava jogado para um dos lados, sendo o esquerdo mais comum, já que era o lado em que seu rosto se deformava com uma terrível cicatriz. Quando pequeno, Haido havia sofrido um acidente com água quente, que havia se derramado em sua cabeça e queimado um terço de seu rosto e boa parte do couro cabeludo esquerdo. Até na altura da orelha, a pele enrugada pela queimadura era completamente livre de seus fios cinzentos, e esta se estendia até metade de sua bochecha esquerda, pegando toda a região do olho , sobrancelha e testa. Por sorte, sua visão fora pouco prejudicada, já que as pálpebras queimadas incharam imediatamente, protegendo seu olho. Depois de cicatrizado, o lado esquerdo do rosto de Haido se deformou, e as pálpebras agora permaneciam levemente fechadas. Essa assimetria conferira ao olhar castanho claro de Haido um novo tipo de agressividade intimidadora, um tipo que combinava perfeitamente com seu sorriso afiado que rasgava seus lábios finos ao meio revelando um par de caninos anormalmente pontudos. Entretanto, esse sorriso se tornara raro de se ver no último ano que havia passado, e Jiyan tinha uma noção do motivo.

Lembrando-se disso e confrontando com a visão que tinha diante de seus olhos, Jiyan soltou outra risadinha. Algo realmente intrigante tinha acontecido, porque aquele comportamento era completamente anormal para Haido. 

—Hoje você tá animadinho, hein? – ela disse sorrindo de forma zombeteira, mas animada. – Já fez cinco cestas contra duas minhas e ainda quer mais?

Sem tirar os olhos da bola, o jogador trocou-a de mão e respondeu:

—Quero.

Jiyan apertou os lábios. Haido estava realmente muito estranho. Não havia reclamado do treino, jogara com uma concentração muito acima do normal e, depois das atividades do clube de basquete feminino, chamara Jiyan para um mano-a-mano. Geralmente ele corria para casa para cuidar dos irmãos menores, mas, naquele dia, era como se Haido não conseguisse parar de jogar.

Esticando as costas, a menina prostrou-se de frente para o amigo e cruzou os braços. Um sorriso provocante marcava os lábios, os olhos castanhos chocolate brilhavam fixos em Haido, mas nem esse olhar intenso fez o jogador erguer os olhos para ela.

—O que que tá pegando? – perguntou Jiyan entortando as sobrancelhas. – Você tá bem esquisito hoje.

Haido permaneceu calado. O único som que se ouvia no ginásio era o baque da bola no chão de madeira. Os segundos se arrastaram, mas nenhum dos dois mudou de posição. Jiyan permaneceu firme encarando-o enquanto o jogador dedicava-se a vigiar o movimento de sua mão impulsionando a esfera áspera. Quando a garota abriu a boca para perguntar outra vez, contudo, Haido se mexeu. Girando nos calcanhares, segurou a bola e ergueu a cabeça. Sua voz saiu pesada, como se anunciasse algo grandioso:

—Nós teremos uma amistoso nessa quinta-feira. Contra a Seirin.

Os olhos de Jiyan se arregalaram.

—Seirin? – ela perguntou visivelmente surpresa. Continuou imóvel, observando o rapaz de costas, a figura imponente. – Seirin? Isso que dizer q...

—Sim. – a voz de Haido vibrou num nítido tom de excitação. Um sorriso pequeno surgiu, quase imperceptível – Vamos jogar contra ele.

Jiyan piscou e uma euforia súbita preencheu-lhe o peito. Há quanto tempo eles não jogavam juntos? Há quanto tempo eles não se viam pessoalmente? Varias memórias piscaram diante de seus olhos, fazendo o peito de Jiyan inflar com a euforia que trouxeram.

“Como será que ele está agora?, perguntou-se Jiyan. “ Não duvido nada que tenha melhorado bastante...”

Abrindo um sorriso, a menina jogou a cabeça para trás, colocou as mãos na cintura e disse:

—Eh... Não vai ser fácil não. Ele com certeza deve ter evoluído muito desde a última vez que jogamos juntos.

Um sorriso assustador rasgou o rosto de Haido de orelha a orelha, a enorme cicatriz se contorcendo para se adequar à nova expressão.

—Disso não duvido nem um pouco. Se tem uma coisa que eu aprendi naqueles anos todos é que nunca se deve subestimar o Joker. – e ao dizer o nome, o jogador riu.

Jiyan suspirou. Era meio óbvio qual seria a primeira coisa que Haido faria na hora que se reencontrassem. Rindo baixinho com a ideia, a garota disse:

—Ele vai ficar muito puto se você chamá-lo assim.

Haido soltou uma gargalhada.

—Exatamente! – e, ainda rindo, Haido voltou a driblar a bola, correndo na direção da cesta ao passar pela figura magra de Jiyan.

Quando estava quase embaixo dela, ele interrompeu bruscamente a corrida, flexionou os joelhos e ergueu a bola. Seus braços subiram no exato momento em que ele saltava para trás e lançava a bola. Ela fez um arco silencioso no ar e caiu perfeitamente no centro do aro. Ao pousar no chão, Haido sorriu diante de seu fadeaway perfeito.  A bola quicou no chão, provocando um eco, mas antes que ela pudesse quicar pela terceira vez, Haido a segurou e puxou-a para perto do peito. Parado debaixo da cesta, o jogador encarou a superfície áspera, e seu sorriso de agora a pouco minguou completamente para uma expressão levemente melancólica. O silêncio tomou conta da quadra, e Jiyan só conseguia encarar as costas de Haido com uma expressão atônita. Quando ela percebeu que o garoto não se mexeria de forma alguma, abriu a boca para chama-lo, mas a voz de Haido a interrompeu num tom completamente atípico de pesar:

—Só não vai ser tão legal... porque você não vai poder jogar com a gente.

O rosto de Jiyan ferveu antes que ela pudesse pensar em qualquer coisa para disfarçar. Virou o rosto para o lado e estreitou os braços cruzados diante de si como se eles pudessem proteger algo que estava escondido por trás deles. Lutando contra o choque e o acanhamento, Jiyan trabalhou rapidamente em algo para desconcertar a fala de Haido e quebrar o clima ambíguo que se formara entre os dois.

—Nossa... – ela disse tentando soar o mais zombeteira possível. – Você sendo todo nostálgico... É, tá realmente esquisito.

—Tsc! – ele estalou a língua com raiva. – Dá pra você parar de repetir isso? Tá irritando. E, puta merda, eu só falei...

O rosto de Haido misturava nitidamente impaciência e vergonha, a pele levemente queimada apresentava um rubor discreto em alguns lugares da face, que se intensificou a medida que sua voz minguou deixando a frase incompleta. Ele tornou a virar a cabeça, ocultando sua expressão. Jiyan franziu as sobrancelhas, agora sentindo uma preocupação séria com Haido.

Novamente o silêncio se estendeu até o ponto que se tornou insuportável, fazendo Jiyan avançar na direção do jogador parado de costas sob a cesta. Porém, na metade do caminho, o som dos tênis de Haido chiando contra o chão da quadra fez com que ela se interrompesse por um segundo, tempo suficiente para que ela visse o garoto correndo para ela, a bola dominada pela mão direita e o olhar castanho brilhando de excitação.

Jiyan mais sentiu do que viu. Em menos de dois segundos, Haido já passava por ela trocando a bola de mão, a agressividade explicita na forma pesada como se jogou para o lado num crossover. Por puro reflexo, a mão da jogadora se estendeu para o lado, os joelhos flexionados de forma equilibrada, e a ponta de seus dedos acertou em cheio a superfície da bola, tirando-a do domínio de Haido.

Quando o garoto sentiu seus dedos vazios, seu pé esquerdo firmou-se com força no chão para que ele voltasse um pouco o tronco. Ao fazer isso, Haido esticou o braço esquerdo e envolveu o busto de Jiyan bruscamente, puxando-a para si. Porém, mesmo com o apoio do pé esquerdo, foi impossível não perder o equilíbrio ao tentar prender sua adversária, e os dois foram para o chão. Haido caiu parcialmente por cima de Jiyan, que soltou uma exclamação de surpresa e desconforto ao sentir o peso sobre si.

—Você é idiota!? – berrou a garota empurrando o garoto que ainda não tinha se mexido. – Podíamos ter nos lesionado! Será que não consegue lidar nem com uma roubada de bola!?

Mesmo empurrando com toda a força, Jiyan não conseguiu mexer o corpo de Haido um centímetro. O seu braço esquerdo ainda a segurava com firmeza, estreitando o meio abraço à medida que ela tentava empurrá-lo.

—Haido! – ela protestou socando as costas do garoto. – Você está me sufocando!

Por fim, o jogador se mexeu jogando o peso do corpo para o lado direito. Jiyan concentrou-se em sua respiração tentando recuperar o fôlego, até que risadas abafadas fizeram-na redirecionar a atenção para Haido.

—Você é um retardado. – bufou Jiyan sinceramente irritada.

As risadas do jogador se tornaram mais altas, e Haido estreitou ainda mais o abraço.

—É. – disse ele encarando o chão que estava há uns quatro centímetros de seus olhos. – Eu não consigo lidar com suas roubadas de bola. Fico inconformado de saber que ainda não sou tão bom quanto você.

Jiyan já tinha aberto a boca para debochar da resposta dele, mas tornou a fechá-la, o rosto fervendo novamente de vergonha. Diante do silêncio dela, Haido tornou a rir.

—Idiota... Idiota é você. – ele disse com um risinho virando o rosto para encarar Jiyan, a bochecha normal comprimida contra o chão. – Aquilo que eu disse antes... Era só a verdade.

Sentindo o rosto queimar ainda mais, Jiyan se encolheu dentro do meio abraço do amigo e virou o rosto, mas foi impossível reprimir um pequeno sorriso. Essas oscilações de humor e atitudes de Haido podiam deixa-la louca em certos momentos, mas não dava para negar que o tornavam extremamente interessante e único.

—Idiota... – foi só o que ela conseguiu devolver sem se entregar.

Haido riu mais uma vez sem desviar os olhos de Jiyan, que fazia de tudo para esconder seu rosto.

—Bom... – disse o jogador finalmente se levantando. – Acho melhor nós irmos. Já está quase no horário dos treinos dos outros clubes.

Jiyan permaneceu alguns instantes no chão, certificando-se se seu rosto e seus batimentos cardíacos tinham voltado ao normal. Quando se sentiu segura, ergueu o tronco e se sentou, endireitando a roupa e o rabo de cavalo. Imediatamente, Haido estendeu a mão para ela e esperou. Suspirando exasperada, mas com um leve sorriso no rosto, Jiyan segurou a mão do amigo e permitiu que ele a colocasse de pé.

—Vamos, né? – chamou a garota encaminhando-se para pegar a bola que há alguns minutos tirara de Haido. Porém, antes que pudesse dar três passos, uma mão envolveu seu pulso e a puxou de leve para que parasse.

Jiyan voltou-se para Haido com um ponto de interrogação no rosto. A expressão do garoto era séria e apreensiva.

—Você vai assistir ao amistoso, não vai?

Jiyan demorou alguns segundos para processar o quão simples era a pergunta em contraste com a expressão solene de Haido. Rindo, a menina assentiu diante da expressão levemente acanhada do amigo:

—Mas é claro que eu vou! – seu sorriso foi substituído por uma expressão de desafio. – Então não ouse perder!

 

***

 

Riko andava bufando de um lado para o outro na lateral do ginásio. Ela batia sua lapiseira rosa com impaciência na prancheta cujo grampo de metal estava estufado com a pilha de papeis presa ali. Dentre eles havia inúmeros rascunhos de jogadas, marcações, formações para o jogo contra a Shutoku, e, mais embaixo, quatro novas fichas de inscrição para o clube de basquete completamente preenchidas. E o motivo da frustração da treinadora do time de basquete da Seirin estava diretamente ligado à elas: Riko havia recebido as quatro fichas, mas não fora capaz de aplicar o trote nos calouros.  Assim como do diretor havia prometido, a porta para o telhado havia sido trancada no horário da cerimônia das segundas-feiras, e como era o único acesso seguro, ficou completamente impossível realizar o trote.

“Argh... Uma tradição de dois anos que nos trouxe tanta sorte!”, resmungou ela mentalmente pela bilionésima vez.

Baixando os olhos, Riko tentou se concentrar em suas anotações. Entretanto, o som de alguém deslizando furiosamente fez com que ela tornasse a erguer a cabeça.

—Murakami-kun! – a voz de Aiza ressoou de forma urgente e firme pelo ginásio.

Kazuki estava sentada no chão com a mão pressionando a panturrilha, e Aiza se curvava sobre ela para verificar se estava tudo bem. Largando a prancheta no banco de reservas, Riko correu para o outro lado da quadra e se juntou às outras duas garotas.

—Kazuko, você está bem? – perguntou a treinadora com preocupação.

Kazuki ergueu os olhos bicolores para amiga, que estavam levemente arregalados, mas instantes depois, assentiu.

—Sim. – ela respondeu com sua voz disfarçada. – Foi só um pequeno mal jeito. Vou sentar agora. – acrescentou rapidamente ao se lembrar da bronca que havia levado de Riko alguns dias atrás.

—Isso mesmo. – reforçou Aiza, que tateava a panturrilha de Kazuki com a ponta dos dedos finos.

—É melhor você continuar pegando leve nos treinos até quinta-feira. Se estiver boa na quarta, deixo você jogar no jogo-treino, mas não ouse extrapolar.

O time havia interrompido o treinamento e se aproximado. Riko percebeu o movimento pelo canto do olho e, sem sequer levantar os olhos, dispensou-os com um gesto da mão.

—Voltem para o treino. Ele está bem.

Os jogadores obedeceram prontamente, mas por estar de cabeça baixa, a treinadora não viu o olhar fulminante que Hyuuga dirigira por um instante para Kazuki. As duas colegiais ajudaram Kazuki a ficar de pé, e esta se dirigiu com cuidado para o banco de reservas. Mesmo parecendo tranquila, era notável no rosto da garota a frustração devido à lesão, e o quanto isso a deixava ansiosa. Queria estar em sua melhor forma para jogar contra Midorima, não só pela rivalidade que ele o irmão alimentavam desde pequenos, mas também porque queria mostrar que havia evoluído. Entretanto, Kazuki tinha plena consciência que teria que fazer isso sem deixar que Midorima desconfiasse de sua verdadeira identidade, o que, no fundo, ela sabia que seria muito difícil.

Imersa em seus próprios pensamentos, Kazuki demorou a perceber que Riko havia encerrado o treino minutos depois que ela havia caído. Piscando, a garota ergueu os olhos e voltou-se para Aiza, que se dedicava a analisar as anotações táticas de Riko enquanto ela dava algumas instruções para o time.

—Até quinta-feira – dizia ela com a voz firme – teremos reuniões táticas todo final de treino. Podemos ter ganhado a WinterCup no ano passado, mas a Shutoku continua sendo um dos reis de Tóquio. Não podemos dar vexame num amistoso.

Todos no time, com a excessão de Kashka e Marcus, franziram a testa numa expressão apreensiva, o que intensificou a ansiedade de Kazuki. Com o amistoso próximo, perguntas e mais perguntas sobre a Shutoku pululavam em sua cabeça. Por experiência própria, sabia que qualquer time do qual Midorima fizesse parte seria difícil de lidar. Porém, a apreensão e a solenidade com que o nome da Shutoku era recebido pelos veteranos da Seirin, campeões nacionais, faziam com que Kazuki especulasse sobre quais outros monstros estariam usando o mesmo uniforme que o shooting guard da Geração dos Milagres.

—Vocês devem saber – continuou Riko fazendo com que todos se endireitassem onde estavam – Que da formação que conhecemos, só restaram Midorima Shintarou e Takao Kazunari.

Izuki se remexeu, inquieto.

—Pelas informações que consegui, o irmão mais novo de Miyaji Kiyoshi o substituiu na formação titular. Porém, ainda restam dois jogadores dos quais não sabemos nada. Sendo assim, temos que estar preparados para encarar qualquer tipo de jogador que aparecer.  

—Hah! – bradou a Seirin em uníssono.

—Então – Riko virou-se para Aiza e estendeu a mão. A caloura prontamente devolveu-lhe a prancheta, voltando a sentar-se com as mãos presas entre as coxas magrelas e o olhar caramelo fascinado fixo na silhueta da treinadora. – Vou repassar alguns esquemas táticos eficientes contra os três jogadores conhecidos. A primeira formação...

A voz de Riko foi minguando quando ela percebeu, pelo canto do olho, que alguém havia levantado a mão, e para seu espanto, era ninguém menos que Marcus Vinicius. Todos os outros haviam acompanhado o olhar da treinadora, espelhando sua reação de surpresa. O único que vincara a testa de forma nada amigável na direção do calouro fora Kagami.

—Eu conheço um jogador da Shutoku. – anunciou Marcus sem esperar que Riko o autorizasse a falar. – Eu só não tenho certeza se ele começará como titular, já que não sei como ele está em relação aos outros. Mas, se ele jogar no amistoso, podemos ter problemas.

Riko piscou, atônita, diante da nova informação inesperada. 

—Pra resumir, ele oscila entre dois estilos básicos: um agressivo e um calculista. Caso ele opte pelo primeiro ou mude para o primeiro no meio da partida, será melhor tirar os mais frágeis de quadra.

O movimento foi tão bem sincronizado que Riko poderia jurar que eles tinham ensaiado. Simultaneamente, Kazuki, Kuroko, Furihata, Kawahara e Fukuda cravaram um olhar em Marcus não tão amigável e gritaram:

—Não nos subestime!

 Kagami bufou de forma exagerada, trincando os dentes e depois dirigindo um olhar fulminante para o calouro de cabelos tingidos.

Riko fez um sinal para que todos se acalmassem. Marcus, por sua vez, parecia completamente alheio aos olhares antipáticos dirigidos a ele, já que continuou o discurso sem sequer dar de ombros.

—O ponto é que precisamos ter cuidado. Um jogador como ele pode colocar em risco qualquer tática que tentar montar agora.

Riko começando a bater a ponta da lapiseira contra o queixo, a testa se vincando numa expressão pensativa.

—E então... o que você sugere? – ela perguntou num tom cauteloso e pensativo dirigindo o olhar castanho para Marcus.

—Para começar – sentenciou ele com o olhar violeta faiscando de uma forma sombria. – Não o subestimem. Em hipótese alguma. 


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Notas finais do capítulo

Eu sei que esse foi mais curtinho t.t Mas é q é mais um capítulo de trasição/introdutório para a história que se desenrola ao redor do amistoso *-* Gostaram??? Ansiosos???
Espero muito que tenham gostado desse retorno meu divos! Prometo trazer mais, agora que estou de férias hihi e vou me esforçar pra fazer um jogo emocionante weeeeeeeeeee ♥
Muito obrigada de verdade aos que não desistiram da fanfic por causa demora y_______y eu sei que é péssimo ficar esperando, mas infelizmente vida de escritor de fanfic é mio louca. MUITO OBRIGADA MESMO MEUS AMORES ♥



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