Seirin no Basket [HIATUS] escrita por Nanahoshi, Heisenberg24, Rayel


Capítulo 6
Período 5 - Você realmente leva jeito pra basquete


Notas iniciais do capítulo

VOOOORTEI IHUUUUUULLLLL!!!
Sim eu sei que devo muitas desculpas a vocês pela demora y________y Aconteceu tanta coisa pra me colocar fora de órbita do fandom de KnB q foi meio chatinho colocar pra fora esse capítulo. Porém agora que retomei o ritmo, acho que vou conseguir não entrar num hiatus desse sem avisar UAHSUAHSHAHSUAH Tô na onda do basquete, então vou deitar e rolar nas minhas duas longfics que falam sobre isso 'u'
Para quem não conhece, a inspiração que Fujimaki usou para criar Kuroko no Basket foi a obra-prima de um mangaká chamado Inoue Takehiko. O mangá chama Slam Dunk e E SIMPLESMENTE MARAVILHOSOOOOO ♥ ♥ Eu recomendo muito que assistam ao anime, mas pf leiam o mangá tb (o anime não mostra toda a história então :v) É ULTRA MEGA FELOMENAL E CONSEGUIU TIRAR O POSTO DE 'MEU MANGÁ FAVORITO' DE NARUTO NA MINHA LISTA DE FAVS ♥ ♥ Gente, em sete anos nessa vida de otaku, nunca imaginei que isso aconteceria.
Para quem quiser ter uma noção da história, vou deixar o link da minha fanfic de SD nas notas finais ♥ Prometo que vão adorara a história tb, que foca em basquete feminino e muitas coisas mais :v
E, por último, mil desculpas pelo tamanho do capítulo. Eu queria recompensar vocês pela demora y_______y
E agora, sem mais delongas... O CAPÍTULO!
Boa leitura ♥

Glossário

Runner - o mesmo que teardrop.
Pivô all around - é um pivô que é bom tanto em jogadas ofensivas quanto em defensivas.



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Kazuki sacou o celular do bolso do uniforme e conferiu as horas.

7:49.

Suspirou aliviada e diminuiu o passo. Acabara perdendo a hora e dormira meia hora a mais. Felizmente, conseguira se arrumar rápido e ainda chegara onze minutos adiantada.

“Seria um desastre chegar atrasada logo nos primeiros dias. Não estou muito a fim de arranjar confusão com os professores...”, ela pensou franzindo o cenho com a ideia de ser marcada por um professor.

Ela virou num dos corredores para subir as escadas. Quando sua perna direita ergueu para se firmar no quinto degrau, uma pontada de dor em sua panturrilha quase a fez despencar no chão. Agarrou­-se por instinto na barra lateral e permaneceu imóvel por alguns segundos.

“Merda!”, ela praguejou mentalmente girando os olhos para encarar a panturrilha coberta pela calça do uniforme. “Essa porcaria ainda não sarou? O acidente foi há dois meses...”

Ela pousou o pé delicadamente no degrau em que estava e testou novamente seu apoio na perna direita. Felizmente, a pontada não voltou a incomodá-­la. Suspirando exasperada, a menina retomou seu passo.

“Eu preciso tomar cuidado. Não vou forçar muito nos treinos por enquanto senão não vou nem conseguir jogar contra a Shutoku na próxima quinta­-feira...”.

A lembrança do jogo fez brotar milhares de borboletas no estômago da caloura travestida de menino. O olhar esverdeado de Midorima preencheu sua mente e ela engoliu em seco.

“Será que o Shin­-kun vai me reconhecer? Ou será que eu realmente estou fazendo uma boa atuação como o Kazu­-nii...”, Kazuki remoía suas preocupações em silêncio caminhando cegamente para a sala de aula, e não percebeu a aproximação de um vulto alto e robusto.

—Ohayo, Murakami­-kun! – uma voz grave e animada soou atrás da garota, arrancando­-a bruscamente de seus pensamentos.

— Uah! – ela exclamou girando nos calcanhares encolhendo­-se diante do recém­-chegado. Quando o reconheceu, piscou um pouco envergonhada e se endireitou. – Ah, ohayo, Kashka­-kun!

Ele abriu um sorriso caloroso para Kazuki, fazendo-­a relaxar.

—Em qual sala você ficou afinal, Murakami­-kun? – perguntou o nigeriano parecendo bastante interessado.

—Hmmm... – Kazuki meneou a cabeça tentando lembrar do remanejamento de turmas que ocorrera no dia anterior. – Fiquei no 1­-D.

O sorriso do adolescente alto se alargou.

— Oh, sério!? Eu e o Marcus-­kun também estamos no 1-­D!

Um alívio imenso se espalhou pelo peito da garota disfarçada.

“Ai, que bom... Não preciso me preocupar em ficar excluída...”.

—Ah, que bom! – ela exclamou genuinamente animada. – Melhor irmos para a sala então, né?

Kashka assentiu e os dois voltaram a caminhar pelo corredor em direção à sala do 1-­D. Enquanto andavam, Kazuki varria os alunos que enchiam os corredores com seu olhar heterocromático. Todos eles tinham os olhares fixos em Kashka, e muitos cochichavam entre si. Uma ou outra garota apontava para ela e cochichava algo com uma amiga que estava ao seu lado.

“O Kashka­-kun chama muita atenção por ser estrangeiro... Será que ele se sente incomodado?”, ela pensou girando os olhos lentamente para fitar o nigeriano. O olhar do adolescente era sereno, um leve sorriso brincando em seus lábios como quem não tem problema nenhum para resolver. Seus olhos estavam fixos no final do corredor, e ele sequer parecia notar que os corredores estavam cheios de alunos que o encaravam.

“Aparentemente, não.”, Kazuki pensou com um misto de alegria e incredulidade. “Ele parece ser uma pessoa bem segura de si...”.

Nesse instante, os dois estudantes alcançaram a entrada da sala de aula. Entraram sem cerimônia, Kashka cumprimentou alguns meninos e encaminhou­-se para o final da fileira do meio. Kazuki o seguiu, depositando seus pertences na última cadeira do lado esquerdo de Kashka.

— Você gosta de sentar no fundo, Kashka­-kun? – ela perguntou se sentando também.

— Na verdade, não é nem por isso – ele disse com uma risada amarela. – É que como sou muito alto, posso atrapalhar os mais baixos a ver o quadro.

As sobrancelhas de Kazuki se arquearam até o seu limite.

—Ooh... Entendi – ela fez balançando a cabeça.

“Nossa, o Kashka­-kun é realmente muito educado. Quem iria imaginar que ele pensaria no conforto dos outros alunos...”.

Enquanto refletia sobre a atitude altruísta do nigeriano, os olhos heterocromáticos de Kazuki vagaram pela sala até pousarem num vulto curvado sobre a carteira. O cabelo loiro escuro com pontas tingidas de salmão era inconfundível.

—Ah! Ohayo, Marcus-­kun! – Kazuki acenou para o estudante que estava sentado na carteira à sua esquerda.

Ele parecia bastante compenetrado em alguma coisa que rabiscava numa das folhas de seu caderno, mas assim que ouviu seu nome, sua expressão vazia voltou a dominar seu rosto. Marcus virou­-se lentamente procurando quem o chamara. Assim que reconheceu Kazuki, seus olhos arregalaram­-se quase imperceptivelmente, para depois voltarem à costumeira inexpressão.

—Ohayo – ele disse sem emoção.

A garota piscou e deu de ombros diante da frieza de Marcus.

“Bom, fazer o quê?”, ela se perguntou mentalmente achando graça.

Nesse instante, um vulto agitado entrou aos tropeços na sala e se dirigiu aos alunos mais próximos. Mesmo com a barulheira, Kazuki, Kashka e Marcus conseguiram ouvir claramente o que a recém-­chegada disse:

—Eu procuro… cof, cof … os calouros do time de basquete!

Os alunos se entreolharam e depois tornaram a fixa-la com o olhar. Aparentemente, ninguém sabia ainda quem eram os novatos do time, pois a garota não recebeu resposta nenhuma. Curiosa, Kazuki inclinou a cabeça para o lado, procurando ver quem era a pessoa interessada no time. Não parecia a voz de Riko e nem de ninguém conhecido. O que ela queria então?

— Eu volto mais tarde! -­ disse a voz feminina depois de alguns segundos de silêncio. Ela fez uma reverência exagerada e saiu para o corredor a passos rápidos, sem nem ao menos dar chance a Kashka, que de prontidão já caminhava a passos largos até a porta, de se identificar.

O nigeriano voltou­-se para a turma e deu de ombros, sem entender absolutamente nada.

Kazuki ficou alguns segundos piscando atônita para a porta da sala assim que a dona da voz saiu. Depois, trocou um olhar significativo com Kashka e ambos deram de ombros. Marcus permaneceu inerte em sua carteira, voltando seus olhos violeta para seu caderno.

— Ah! Falando em basquete – o nigeriano começou olhando para a garota travestida e depois para o estudante de piercing, voltando para perto deles. – O capitão mandou avisar para nos prepararmos.

—Huh? – Kazuki voltou arqueou as sobrancelhas negras.

— Parece que o treino de hoje não vai ser fácil.

O anúncio de Kashka pareceu surtir algum efeito em Marcus, que ergueu o rosto e olhou com atenção para o colega de time.

— O que mais ele disse? – o garoto louro perguntou interrompendo seus dois colegas.

O olhar castanho escuro do nigeriano se intensificou e um sorriso de desafio curvou seus lábios.

— Ele disse que hoje decidiremos a formação titular que irá jogar contra a Shutoku.

***

— Arrf, arrf... Eu vou me atrasar. ­- murmurou a menina respirando com força para inundar seus pulmões de ar. Os cabelos curtos e ondulados cor de palha tremulavam a medida que a velocidade dos passos aumentava. A mochila de rodinha caminhava junto com ela enquanto puxava-a pelos corredores, atraindo a atenção dos alunos que já iam embora depois do término das aulas.

“Quem era a colegial com mais de 15 anos que usava mochila com rodas?”, pensou Aiza rangendo os dentes com irritação.

Mesmo sendo apenas o segundo dia de aula, Kazame Aiza já havia escutado seu nome na boca de muitos estudantes pelos corredores da escola. Mas isso não era nenhuma surpresa. Sempre andando rápido com sua mochila e sua respiração pesada, Aiza sabia que era uma figura que arrancava alguns comentários cheios de pena dos passantes. Mas isso definitivamente era algo que não importava, porque, afinal, não era apenas por isso que ela chamava atenção. Mesmo sendo nova, não havia uma alma que não a tivesse visto nas boas-vindas no clube de saúde, falando sobre antraz e peste bubônica. Aiza era reconhecida pelo seu vasto conhecimento na área da saúde, tendo sido condecorada com inúmeros prêmios do clube de saúde de sua antiga escola. E isso também garantira sua entrada tranquila no Colégio Seirin.

A jovem magricela de cabelos claros e olhos dourados não parava de conferir as horas em seu relógio no pulso. Agoniada, Aiza sentia como se o movimento do ponteiro dos segundos estivesse afastando-a aos poucos de seu objetivo. Não era algo imprescindível, ela sabia, mas o desejo de participar daquilo era muito maior do que ela.

Estava cinco minutos atrasada para o treino do time de basquete da Seirin. E se perdesse a chance?

Ela mordiscou o lábio e seguiu, puxando o ar com a boca para não perder o fôlego escasso. A mochila de rodas prendeu-se no assoalho em um determinado ponto do caminho para o ginásio, fazendo-a interromper a caminhada bruscamente. Praguejando, Aiza puxou a alça de metal com violência, libertando a roda da pedra desnivelada. Bufando exasperada, ela se virou para seguir em frente, mas acabou topando com alguém... que ela não queria ver de jeito nenhum. Pelo menos, não naquele momento.

A enfermeira da escola olhou pra Aiza com um olhar reprovador, balançando a cabeça.

— Aiza! O que faz aqui? Não devia estar catalogando nosso estoque?

Aiza fez uma careta de susto. Como tinha esquecido daquilo? A moça trabalhava como voluntária na enfermaria, catalogando medicações e até mesmo ajudando a enfermeira com os alunos contundidos. Bateu com a palma da mão na testa e fez uma carinha de tristeza.

—Por favor, Azune-dono! Eu prometo que irei hoje depois do treino! Não quero me atrasar!!

A moça respirava com dificuldade, e a enfermeira logo notou. Balançando a cabeça em reprovação, Azune a liberou com um gesto da mão. 

—Tudo bem, te espero lá depois. Use seu remédio, Aiza­-san -­ disse em tom preocupado antes de sair.

Abrindo um sorriso enorme, a garota fez uma reverência e então seguiu correndo para o ginásio. O quão atrasada estava? Checou novamente o relógio, notando que passara mais cinco minutos. Como podia ser tão devagar? Olhou de relance para a própria mochila e fez bico.

“Se eu não tivesse problemas de postura eu juro que jogaria você em um poço!”

Erguendo a cabeça, a colegial fixou com o olhar o ginásio logo à sua frente. O coração palpitava com força, a ansiedade tomando conta de todas as suas veias e artérias. A respiração ficava cada vez mais descompassada. Estava tão perto… tão perto que logo poderia conhecer o time de basquete… e ser útil. Aiza amava ser útil e cuidar das pessoas. Nada melhor do que ser útil cuidando de pessoas... que formavam um time... de basquete.

Mas e se eles a recusarem? E se acabarem julgando-a por sua aparência frágil e dispensando-a sem nem mesmo dar uma chance a ela de mostrar o que sabia?

“Pode não parecer, mas eu amo bas...”

Aiza balançou a cabeça furiosamente para espantar a frase. Mordendo o lábio, a colegial piscou furiosamente para amenizar o ardor que surgira em seus olhos.

“Eu não vou chorar… Vou insistir... Não importa como... Eu vou conseguir...

***

Não foi como Aiza queria. Imaginava-se entrando no ginásio, abraçando cada um deles, dizendo o quão incríveis eram. Afinal, Aiza assistira ao primeiro jogo-treino deles por uma das inúmeras janelinhas do ginásio, os olhos dourados brilhando diante do entusiasmo com que faziam todos os movimentos. Por sorte conseguira a informação sobre o horário exato do treino daquele dia com um veterano, já que não conseguira falar com os calouros do time de basquete mais cedo. Como havia espiado o time em segredo, estava insegura. Entretanto, agora, com a vontade crescente em seu peito inchando-a de coragem, ela se sentia quase familiarizada com o time... exceto pelo fato de que seus pulmões ardiam em chamas.

Os dedos trêmulos alcançaram o bolso da mochila de rodas, de onde tirou uma bombinha de remédio de asma e sugou-a com a boca, passando a respirar profundamente. Que vergonha… Mentalizara sua entrada triunfal no ginásio de cabeça erguida e com um olhar determinado... Mas lá estava ela: o corpo inclinado para frente enquanto tentava recuperar o fôlego, a bombinha de asma na mão e o rosto já encharcado de suor.

Entretanto, apesar da leve paranoia, apenas alguns dos jogadores a viram. Riko deu uma boa olhada na caloura de cabelos cor de caramelo e observou seus jogadores, procurando pelo menos algum deles que demonstrasse algum sinal de reconhecimento. E realmente havia um. Izuki sorria para a garota e acenava.

— E aí, caloira !? ­- ele chamou, animado.

Os outros membros do time piscaram diante do cumprimento animado de Izuki, demorando dois segundos para digerirem o trocadilho. Imediatamente, risadas contidas e resmungos como “cala a boca, Izuki”, “alguém faz ele parar, por favor” e “ninguém merece” encheram o ar do ginásio. Kazuki levou alguns segundos a mais para entender, os olhos heterocromáticos indo e vindo entre os colegas de time, Izuki e a garota desconhecida. Assim que finalmente entendeu, teve que tapar a boca com a mão para impedir a gargalhada violenta que subira por sua garganta, que era muito mais pela sua própria demora em entender do que pelo trocadilho em si. Entretanto, seu gesto não impediu que um riso entrecortado escapasse, fazendo seu tronco vibrar. Quando virou a cabeça para longe da maioria de seus colegas para que eles não vissem sua careta, Kazuki crispou­-se ao notar o olhar carrancudo do capitão Hyuga parado um pouco mais afastado do grupo. Depois do episódio da noite anterior, Kazuki estava cada vez mais convencida que Hyuga tinha algum problema com a figura de “Kazuko”. Meio sem graça, a menina tornou a olhar para frente e fixou sua atenção na recém-chegada. Estava curiosa para saber quem era.

— Izuki, por favor... ­- suspirou o capitão colocando dois dedos no centro da testa. Depois, endireitou-se e mudando completamente o tom, dirigiu-se pratica e educadamente à garota  ­- ­Precisa de alguma coisa?

Aiza não tinha entendido a piada de Izuki, então apenas balançou a cabeça e olhou para a treinadora, ignorando a pergunta de Hyuga. Não que ela tenha tido a intenção de ignorá-lo, mas estava distraída demais com a admiração que tinha por todo o time, sobretudo pela técnica. Seus olhos dourados e brilhantes varriam o time com atenção, e sua mente automaticamente começou a listar as informações que colhera no jogo-treino do dia anterior. Seu olhar também se fixou nos músculos expostos, buscando qualquer sinal de lesão ou fraqueza. Ela sabia de tudo, mesmo os tendo visto tão pouco por uma janelinha escondida, como se assistir ao treino fosse proibido.

Aiza girou os olhos lentamente até encontrar a figura esguia e baixa de Riko. Encarando o rosto desconfiado e confuso da treinadora do time de basquete, Aiza sugou o máximo de ar que seus pulmões comportavam, e exclamou com toda a coragem que tinha:

— Treinadora! Eu quero ser sua gerente!

A frase da estudante ressoou por todo o ginásio emudecendo qualquer outra fonte de som. Todos os jogadores viraram bruscamente a cabeça na direção de Aiza e a encararam boquiabertos, com a exceção dos calouros. Kazuki e Kashka tinham no rosto uma expressão de reconhecimento. A voz que eles haviam ouvido mais cedo na sala de aula procurando por eles era a mesma da garota magrela parada ali, diante do time. Marcus, por sua vez, manifestara por um segundo um leve arquear de sobrancelhas quando ele reconhecera a voz da garota, para depois voltar a sua inexpressão.

Riko demorou alguns segundos para se recuperar do choque. Jamais imaginara que qualquer outra pessoa procuraria o time de basquete da Seirin visando cargo de gerência ou assistente. Estava confortável em seu posto de treinadora solitária vez ou outra auxiliada por Mitobe. Além disso, ainda havia a questão de o cargo estar reservado para outra pessoa desde o final da temporada de inverno.

Uma pequena pontada de raiva fez Riko cerrar os punhos. Antes da Seirin ganhar a WinterCup, ninguém dava bola para o time de basquete. Não havia torcida organizada da Seirin nos jogos, nem ao menos três ou quatro alunos que aparecessem para dar apoio moral durante os treinos. E agora, só porque haviam escalado até o topo, apareciam esses...

Foi nesse instante que Riko se lembrou do que Izuki a chamara, “caloira”. A pontada de raiva instantaneamente se desvaneceu. Ela era nova na escola. Não tinha nada a ver com a Seirin até aquele ano. Suspirando, Riko aprumou-se e caminhou na direção da novata, que ainda respirava pesadamente.

—Qual o seu nome? – perguntou a treinadora com a voz firme.

Aiza tornou a sugar o ar com ruído e respondeu em tom tão firme quanto o da outra:

—Kazame Aiza. – ela se endireitou e, em seguida, fez uma profunda reverência. – Sou do 1-B, Aida-senpai. Prazer em conhecê-la.

As sobrancelhas de Riko se entortaram enquanto suas mãos subiam para se apoiar na cintura. Ela mediu a silhueta de Aiza de cima a baixo e ergueu uma das mãos para segurar o queixo.

—Você quer ser gerente? – perguntou a treinadora.

Aiza balançou a cabeça positivamente com energia.

—Tem alguma experiência com basquete?

A caloura trocou o peso do corpo para o pé esquerdo e respondeu:

—Eu gosto de basquete desde pequena, mas nunca pude jogar por problemas de saúde. – ela fez um gesto indicando a bombinha que ela ainda segurava com a mão direita. – Mas já ajudei muitos times, não só de basquete, com questões estratégicas e principalmente físicas.

Quando terminou de falar, Aiza apertou os lábios e fez todo o esforço do mundo para manter a postura altiva. O ar arranhava sua garganta, mas ela se recusava a usar a bombinha novamente. Mesmo que tivesse achado melhor falar de seus problemas de saúde logo no início, ela se recusava a se mostrar como alguém frágil diante do time. Afinal, a intenção de falar casualmente sobre sua asma e seu problema de postura era exatamente tirar a importância deles... Já que eles realmente não eram importantes. Mesmo sofrendo de tudo aquilo, Aiza sempre conseguira fazer o que estava dentro de seus limites, e muito bem por sinal.

—Bom – disse Riko meneando a cabeça. – Podemos fazer um teste com você.

Aiza abriu a boca para falar que poderia responder a todas as perguntas que ela possivelmente faria, mas mudou de ideia. Sabia que dali para frente teria que jogar com as regras estabelecidas pela treinadora para conseguir o posto de gerente. E, de qualquer forma, já tinha uma ideia do que Riko pediria... o que só daria mais vantagens a ela.

O posto de gerente seria seu, com certeza.

Com isso em mente, Aiza apenas assentiu. Diante do gesto, Riko prosseguiu:

—Você vai assistir ao treino hoje. Temos um amistoso na próxima semana contra a Shutoku. E eu já tenho quase certeza da formação que vou usar, além dos pontos que vamos ter que melhorar esse ano. Se você conseguir fazer uma análise que me agrade, seja estratégica, apontando habilidades que podem ser melhoradas ou usadas, e até uma formação, o cargo é seu.

Aiza apertou os lábios e vincou a testa numa expressão de desafio.

—Hai! – ela exclamou fazendo uma leve reverência. – Muito obrigada, Aida-senpai!

Todo o time observava a cena em silêncio tomados pelo choque. Aquela caloura definitivamente não era a figura que eles esperavam para uma gerente. Entretanto, não dava para negar que a menina tinha força de vontade. Se fosse minimamente insegura teria recuado três passos diante do desafio apresentado pela treinadora.

De tão absortos em seus próprios pensamentos, os membros do time da Seirin não perceberam que Riko já se dirigira para o banco dos reservas onde tinha deixado os coletes. Ao dar meia-volta e perceber que todos ainda continuavam parados encarando a caloura, Riko berrou:

—OI! Vão ficar aí parados, seus imbecis!? Tratem de ir se aquecer!

Todos do time deram um pulo onde estavam, arrancados com violência de seus pensamentos pelo berro da treinadora... Claro, com a exceção de Marcus e Kuroko, que mantiveram sua inexpressividade impecavelmente. Os jogadores gritaram “hai!” em conjunto e saíram cambaleando para começar o aquecimento.

Enquanto isso, Riko dedicava-se a observar Aiza, que segurara sua mochila pela alça e a carregava com muito esforço na direção do banco de reservas.

“Que menina estranha...”, pensou Riko segurando o queixo entre o indicador e o polegar. “Desde que chegou aqui percebi quetem muito respeito pela quadra de basquete. E mesmo fazendo alguma coisa ela não desgruda os olhos dos jogadores... E o que ela quis dizer com ‘questões físicas’?”.

Aiza finalmente conseguiu alcançar o banco e agora estava jogada sobre ele respirando com muita dificuldade. Sua mão tateou às cegas até o bolso dianteiro da mochila com rodas, tirando a bombinha de asma que ela guardara para poder carregá-la. A menina apertou-a e sugou com vontade, suspirando aliviada e com muito menos dificuldade alguns segundos depois.

As sobrancelhas da treinadora se entortaram de novo enquanto observava a caloura de seu posto ao lado da quadra.

“Vamos ver o que ela tem para oferecer...”

***

—Se juntem aqui!

A ordem de Riko ecoou pelo ginásio e imediatamente o time de basquete correu para onde a veterana estava. Todos arfavam ruidosamente por causa do jogo-treino antecedido por uma bateria rigorosa de exercícios físicos. E, como esperado, os que mais lutavam para ficar de pé eram Kuroko e Kazuki.

Aiza ficara o jogo inteiro compenetrada em todos os movimentos feitos pelos jogadores, os olhos dourados brilhando intensamente pela dinâmica das jogadas. Quando o treino terminou, Riko se aproximara de Aiza e perguntara quantas vezes ela já tinha visto a Seirin jogar.

“Duas”, fora o que ela tinha respondido. “Ontem e hoje.”

Isso havia trazido um sorriso quase malicioso aos lábios da treinadora, já que com apenas dois jogos era impossível que a caloura conseguisse fazer uma análise satisfatória se não fosse realmente boa.

Parada ao lado de Riko, Aiza mantinha firmemente os ombros eretos e uma apreensão profunda no olhar.

—Bom, eu já tenho a formação pronta para o amistoso contra a Shutoku. – disse a treinadora balançando sua inseparável prancheta. – Mas antes vamos ouvir o que a Kazame-san tem a dizer.

A caloura voltou seus olhos para o time, e depois para a treinadora. Mesmo com sua aparência frágil, a postura de Aiza emanava autoconfiança, o que surpreendeu Riko. Será que ela havia realmente conseguido?

Dando um passo adiante, a novata tornou a olhar para o time, sugou o ar com um pouco de esforço e começou:

—Eu tenho algumas informações que ouvi e coletei sobre esse time antes de vir. Sei o básico do estilo de vocês, que é o run-and-gun, as jogadas combinadas e o ponto forte e fraco de cada um. Como jogaram um ano inteiro juntos, os veteranos têm uma boa sincronia entre si, então não precisam ser testados de uma forma mais rígida. Não precisei pensar muito para saber que o foco do amistoso é trabalhar os calouros e descobrir seus potenciais e o que pode ser melhorado.

Ela fez uma pausa para recuperar fôlego, na qual todos a observaram com os olhos arregalados. Esperavam que ela fosse soar tímida e hesitante, mas a voz firme, embora algumas vezes saísse entrecortada, pegara todos de guarda-baixa. Até mesmo Marcus a observava com um vinco discreto na testa, os olhos vazios correndo de cima a baixo a figura magricela de Aiza.

—Basicamente – continuou a colegial. - , os estilos dos calouros vão ser encaixados de forma a incrementar todos os pontos do time, de preferência os fracos. E isso começa pela defesa.

A palavra 'defesa' fez soar um estalo na mente de Riko. A treinadora cravou os olhos no rosto de Aiza e apertou os lábios. Ela não tinha visto os jogos do ano anterior, então não poderia saber o que eles tinham perdido exatamente no quesito ‘defesa’. Além disso, Mitobe e Kagami estavam fazendo um ótimo trabalho cobrindo o buraco aberto pelo camisa sete da Seirin.

—Percebi que vocês dois – continuou Aiza apontando para Mitobe e Kagami. – ficaram o tempo todo tentando jogar de um jeito não usual para vocês. Sei que o estilo do Kagami-senpai é essencialmente ofensivo, então ele ainda tem um leve retardo na hora de se posicionar defensivamente.

Kagami olhou estarrecido para a caloura. Ele tinha treinado meses para tentar balancear seu estilo entre ofensivo e defensivo, mas o lado ofensivo sempre acabava dominando melhor seu estilo de jogo. Ele sabia que tinha algumas coisas que Kiyoshi fazia que ele não conseguiria imitar, mas isso era um detalhe extremamente sutil. Como power foward naquele jogo-treino,havia ajudado Mitobe a cobrir de forma satisfatória a zona do garrafão, e ainda assim essa garota havia percebido os breves instantes que ele havia se perdido ou hesitado pensando na melhor opção.

—E o Mitobe-senpai está tentando agregar alguns movimentos novos, que eu deduzi que podiam, possivelmente, serem do antigo pivô, o Kiyoshi-senpai.

O central silencioso da Seirin arregalou os olhos para Aiza e depois os desviou para o lado como se estivesse levemente envergonhado. Hyuga, por sua vez, a encarava como se estivesse vendo um fantasma.

“Até que ponto essa menina pesquisou!?”, ele berrou internamente para si mesmo. “Ela sabe até sobre o Kiyoshi!?”

—E como, aparentemente, a falta do Kiyoshi-senpai vai fazer muita diferença na defesa da Seirin, a Aida-senpai está investindo pesadamente no Kashka-san. Por isso colocou Kagami e Mitobe no time oposto ao dele, e o Murakami-kun para “ajudá-lo” na zona do garrafão. Qualquer um poderia ver que ele jogaria melhor como small foward ou shooting guard. Sendo assim, com um power foward que jamais conseguiria competir com o Kagami-senpai e o Mitobe-senpai, Aida-senpai quis ver o que Kashka faria sozinho contra os dois.

Kazuki se encolheu teatralmente fazendo uma careta diante do desprezo de sua colega. Kuroko deu leves tapinhas em suas costas. Riko permaneceu calada, os olhos castanhos vidrados no rosto de Aiza.

—Entretanto – continuou a colegial. – Não foi apenas essa a intenção de colocar o Murakami-kun como power foward. Sendo muito bom em runners* e passes rápidos, Murakami-kun forçou jogadas combinadas de ataque com Kashka-kun, algo que ele, aparentemente, não costuma fazer.

Kashka sorriu como se estivesse pedindo desculpas. Sua mão enorme subiu e ele esfregou seu cabelo quase inexistente.

—Desculpe, haha. É que no time que eu costumava jogar antes de vir para cá, eu era o mais baixo. Então não costumava receber bolas para alley-oops ou para enterradas.

—O mais baixo!? – berrou todo o time olhando boquiaberto para o novato.

Kashka olhou para os colegas, depois para si mesmo, e finalmente entendeu o porquê de tamanho choque.

—Ah, não é o que vocês estão pensando! Eu não jogo com eles faz quase um ano. Atualmente devo ser o segundo mais alto. Eu cresci bastante nesses oito meses que fiquei afastado do time, haha.

Todos suspiraram de alívio. Mesmo que eles obviamente não fossem encontrá-los, imaginar caras mais altos que Kashka era desesperador.

—Então ainda há esperanças... – comentou Kuroko num tom quase inaudível, mas cheio de expectativa. 

—Sim, Kuroko... – disse Hyuga suspirando diante do rosto esperançoso do jogador fantasma. Era quase como se Kashka tivesse anunciado um milagre. – É óbvio que você ainda vai crescer. Você só tem 16 anos.

Alguns membros do time abafaram risadas, mas logo foram repreendidos pelo olhar reprovador do capitão. Pigarreando, ele pediu que Aiza continuasse.

—Bom, o fato é que a Aida-senpai está usando as habilidades do Murakami-kun para adequar Kashka ao estilo run-and-gun da Seirin, que é, em essência, ofensivo. Vai ser sensacional quando ele se adaptar, já que um pivô all around* é sempre uma dor de cabeça, ainda mais com essa altura.

“Essa menina não estava brincando quando disse que gosta de basquete desde pequena...”, pensou Riko completamente apreensiva. “Parece que não vamos ter um reforço apenas em quadra...”

—E você... – dizia Aiza. – Eu gostei do seu estilo de basquete. Nunca tinha visto alguém que fazia isso.

Todos agora fixavam o jogador que estava na mira do dedo indicador da caloura. Marcus a observava com seu olhar vazio levemente preenchido por uma pitada de ceticismo. Do que ela estava falando?

—É por isso que você é um bom armador, não é? – continuo Aiza. – Sua tríplice ameaça é um pouco diferente da usual.

Nesse instante, o rosto de Marcus se contorceu completamente. Os membros do time diriam que o calouro nunca tinha se expressado tão bem desde que entrara na Seirin... Mas o que eles não sabiam era que aquilo só acontecera pouquíssimas vezes na vida de Marcus. Seu rosto era quase uma escultura pálida e inerte a maior parte do tempo, sendo raras as ocasiões em que permitia que seus sentimentos aflorassem e vincassem sua inexpressão. E, em toda sua vida, só haviam sucedido três eventos que cravaram o mais profundo choque em seu rosto. O terceiro... era aquele.

Marcus jogava basquete desde que se entendia por gente, e pelo fato de ser muito observador e inteligente, começara desde cedo a montar minuciosamente seu estilo de jogo. Com alguns anos de experiência, Marcus havia percebido que seu corpo possuía uma variação anatômica em relação ao padrão usual. Proporcionalmente, suas pernas eram mais longas que o normal, assim como seus braços. Isso exigia que Marcus se abaixasse mais para que conseguisse o equilíbrio ideal da tríplice ameaça. Dentre as várias tentativas que experimentara, havia uma que conferira ao seu corpo um equilíbrio muito mais refinado do que o de uma pessoa comum. Combinada à sua coordenação motora trabalhada pelos anos de treino, essa posição permitira que as decisões de Marcus durante um jogo fossem ainda mais imprevisíveis, além de que a qualidade de seus movimentos havia aumentado assustadoramente. Além disso, por ter um eixo gravitacional diferente, isso naturalmente levava os adversários que se posicionavam por instinto a seguir seu exemplo de se abaixar um pouco mais. Como não estavam acostumados com o ângulo mais fechado das pernas, eles sempre demoravam um ou dois segundos a mais para reagir. A diferença era tão sutil que ninguém jamais havia percebido... Até que ele apareceu.

O garoto que desvendara todos os segredos de suas técnicas trabalhadas por anos jogando apenas alguns jogos com ele... O cara que o esmiuçara para depois apontar o que ele podia fazer para melhorar para então... Destruí-lo por completo.

E agora, lá estava ele diante do olhar dourado e inofensivo daquela menina ,trêmulo e em choque. Nunca passara pela sua cabeça a possibilidade de existir alguém que veria através de seu estilo, ainda mais uma menina magrela, asmática e que carregava uma mochila de rodas por aí.

Para fazer o que ela tinha feito, só alguém que conhecia muita coisa sobre basquete e anatomia humana seria capaz. E de todas as pessoas no mundo, fora seu antigo colega de time, uma garota...

Um estalo em sua mente fez Marcus erguer a cabeça e encarar Aiza. Um leve sorriso substituiu sua expressão cética.

—Você realmente leva jeito pra basquete. – disse ele alargando o sorriso de uma forma completamente anormal. – Fora você, só um velho colega de time conseguiu perceber isso.

O rosto de Aiza automaticamente formigou diante do elogio, e um sorriso bobo tomou conta de sua expressão.

—O-Obrigada... – ela conseguiu dizer desviando os olhos para o chão.

Kazuki, que estava parada entre Kuroko e Kashka, cutucou o maior e sussurrou:

—Kashka-kun, essa expressão do Marcus-kun tá me dando medo.

O nigeriano concordou com a cabeça e fez uma careta.

—Não parece normal... – ele comentou. – Parece até meio...

—...e as mãos dele vão até a metade da coxa, ao invés de ir até um terço. – a voz de  Aiza tornou a soar mais alta e com ânimo renovado pelo elogio de Marcus, desviando a atenção dos calouros. – É meio complexo então depois eu explico.

Ela sorriu e voltou-se para Riko.

—E, por fim, sobre a formação. – anunciou a caloura.

A treinadora arqueou as sobrancelhas. Depois daquela análise minuciosa que até permitira a ela entender a razão dos números de Marcus serem completamente instáveis, era mais que óbvio que a vaga de Aiza estava garantida. Contudo, Riko estava curiosa para saber o que ela pensara para o amistoso.

—Como o Kuroko-senpai e o Kagami-senpai são o trunfo da Seirin e encabeçam a maioria das jogadas especiais, eles obviamente vão ficar de fora do amistoso, já que a intenção de Riko é ver até onde vão as habilidades dos calouros. – explicou Aiza gesticulando na direção dos dois. – E dentro disso, a formação ideal seria: Marcus-san como point guard, Hyuga-senpai como shooting guard, Murakami-san como small foward, um jogador que não tenha hábito de jogar nessa posição como power foward, e o Kashka-san como central.

Um sorriso enorme desenhou-se no rosto de Riko de orelha a orelha. Por mais que tivesse achado Aiza bastante presunçosa por aparecer de repente e falar cheia de confiança, agora alimentava uma admiração eufórica pela caloura. Sua postura havia se justificado completamente, e agora, Aiza se revelara como o melhor reforço que a Seirin poderia ter naquele novo ano.

A veterana se aproximou da novata, pousou a mão sobre seu ombro e disse:

—Bom, parece que temos a nossa formação e uma nova gerente.

Aiza olhou com os olhos brilhando para Riko e perguntou:

—Sério!?

A treinadora assentiu. Os jogadores comemoram e se aproximaram para dar as boas-vindas à nova integrante do clube de basquete.

—Tá, tá bom! – exclamou Riko apartando todos. – Comemorem depois, Temos muita coisa para discutir ainda e-

—Aida-senpai. – interrompeu Aiza com um olhar apreensivo e animado ao mesmo tempo. – Eu esqueci de avisar sobre o Murakami-kun.

Ao ouvir a fala de Aiza, um arrepio violento fez tremer a coluna de Kazuki. Riko, Kuroko e Kagami instintivamente desviaram os olhos para ela e franziram a testa.

—Ele está machucado na panturrilha direita. Não é nada grave, mas ainda assim...

Kazuki não precisou olhar para Riko para saber que ela a encarava com um olhar mortal. A aura da amiga a alcançou em questão de segundos, causando novos arrepios.

—Ah é? – disso Riko num tom perigosamente doce. – Pode deixar vou trocar uma palavrinha com ele e depois deixo você cuidar do resto. Você disse que era boa com questões físicas, não é mesmo?

Ela avançou a passos firmes até Kazuki e a puxou pela orelha.

—Você. Venha aqui um instantinho.

Os jogadores abriram passagem para a técnica, que passou arrastando um Murakami Kazuko completamente desesperado repetindo incessantemente que podia explicar. Aiza acompanhou-os com uma expressão atônita. Quando Riko e Kazuki sumiram de vista, ela se voltou para Izuki, que estava parado ao seu lado, e perguntou:

—Eu fiz algo de errado?

—Ah, mas é claro que não, caloira! – respondeu Izuki balançando as mãos e rindo. – A treinadora é assim mesmo. Você, na verdade, fez certinho em avisá-la.

Aiza suspirou de alívio. Izuki, observando-a pelo canto do olho, sorriu ainda mais e acrescentou:

—Eu não disse que você ia conseguir fácil?

Aiza sobressaltou-se com o elogio e sentiu as bochechas fervendo. Quando contara para Izuki sobre o motivo de estar procurando o time, o veterano não duvidara em momento algum que ela conseguiria o cargo de gerente. E fora exatamente isso que injetara a dose final de coragem necessária para que fosse atrás de Riko para pedir o cargo.

E ela tinha conseguido. Fazia parte do time de basquete. Poderia finalmente estar em contato com algo que tanto amava...

—Muito obrigada, Izuki-senpai. – ela disse um pouco encabulada. – Muito obrigada, mesmo.

O garoto de olhos cinzentos sorriu novamente e disse:

—Seja bem-vinda ao clube de basquete da Seirin, caloira.


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Notas finais do capítulo

E aí meu lindjuuuus?? Gostaram da Aiza??? O que acharam dela? Estão gostando?
Opinem, sugiram, critiquem, comentem!
Muito obrigada mesmo pelo apoio de vocês que não desistiram de mim ♥ ♥ Eu demoro mt socor! VCS ARRASAM!
Enfim, como prometido aqui está o link da fanfic de Slam Dunk:
https://fanfiction.com.br/historia/705436/Rock_the_baby/
Espero que gostem 'u'
Muitos beijos para vocês, seu divos! Amo vocês!
Abraços da Nana-chan!



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