Thats Old Time escrita por Ayame


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Segundo e ultimo capítulo!
Muito obrigado pelos reviews ♥
E me predoem pela demora. Tive semanas tensas com provas from hell e tals! Obrigada pela paciência ♥

Beijos e espero que gostem ;**



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Capítulo 2

 

 

Eu fiquei algum tempo em estado de choque, parado, sentado olhando para o nada. Minha mente estava mesclada entre a turbulência das novidades e o vazio do êxtase. Era sempre desse jeito que aquela morena me deixava, porém dessa vez a intensidade daquele sentimento estava mil  vezes maior do que o normal. Ela havia conseguido virar o meu mundo de ponta a cabeça com apenas um beijo. Não queria nem imaginar o estrago que ela faria se tivéssemos um pouco mais de intimidade do que aquilo.

 

Eu voltei para a Sereitei com aquilo martelando em minha cabeça. O que mais me incomodava era que eu não sabia se podia levar aquilo á serio. Eu não fazia idéia do que foi que aconteceu exatamente naquele momento e do porque de ela ter me beijado. Talvez, em outra situação, com qualquer outra garota, fosse fácil entender o que aconteceu, mas estávamos falando de Shihouin Yoruichi, e quando ela está envolvida, tudo se tornava imprevisível. Não era e nunca foi possível encaixar Yoruichi em um padrão comportamental. Ela fazia o que vinha a cabeça sem pensar duas vezes, e suas convicções e idéias eram tão mutáveis quanto seu humor. Logo, eu não podia imaginar uma desculpa lógico para aquele beijo. Podia até ter significado algo a mais, porém também era possível que apenas tivesse sido um desejo momentâneo e absurdo da parte dela. Isso me deixava arrastado só de imaginar.

 

Só havia uma coisa certa naquele momento: Eu precisava .... Não, eu necessitava, urgentemente, esclarecer aquilo. Eu precisava falar com Yoruichi-san.

 

Segui para o meu esquadrão, apenas porque eu ainda tinha a obrigação de manter aquele lugar em ordem. Dei algumas ordens e ocupei a maior parte dos meus subordinado com tarefas pouco úteis. Apos isso segui para o esquadrão de Yoruichi. Provavelmente ela estaria cercada por subordinados e empregados, porém eu não queria nem saber daquilo. Eu iria ficar sozinho com ela e iria conversar com ela tudo o que eu tinha para conversar de qualquer jeito. 

 

E eu não estava errado. Quando cheguei haviam muitos shinigamis parados na porta do esquadrão de Yoruichi. Respirei fundo e segui naquela direção.  Não foi necessário dizer nada, assim que me viam, lentamente eles abriam caminho para mim em direção a porta do esquadrão. Talvez aquilo fosse o medo que eles estavam de mim, afinal, diferente do normal, eu não sorria, tinha o olhar focado em meu objetivo com uma carga sobrenatural de medo em minhas costas prestes a explodir. Abri a porta sem bater e entrei no cômodo. Yoruichi estava sentada no chão, tomando um saquê despreocupada com aquele belo quimono pomposo caindo sobre os ombros e arrastando no chão, enquanto fingia ouvir o que uma de suas súditas falava. Assim que eu entrei todos os olhares se voltaram para mim, inclusive o da súdita que surpresa e meio assustada pela seriedade em meu rosto ainda tentou se aproximar e argumentar algo para evitar minha conversa com Yoruichi.

 

-       Urahara-Taichou... Me desculpe, mas o senhor já teve o seu momento “fuga”com  Yoruichi-sama.. Por favor,  temos muito o que fazer ainda e eu agradeceria se o senhor não a tentasse em sair por aí para passear. Nós ainda temos que terminar uma pape..

-       Por favor, saia, Motoko-chan. – Eu pedi com seriedade, a interrompendo antes que pudesse terminar de falar.

-       Mas... Urahara-taichou... Eu..

-       Não se preocupe, não sairemos dessa sala. Eu preciso ter uma conversa séria com Yoruichi-san.. – Eu fitei Yoruichi por um momento, ela me olhava com a cabeça tombada para o lado e um sorriso debochado nos lábios. Voltei a olhar para Motoko, ela parecia apreensiva, e eu não a culpava. Sempre que eu aparecia, acabava levando Yoruichi para longe e isso sempre prejudicava ela  para administrar a agenda lotada de Yoruichi. 

-       Está bem.. mas me prometa que não sairão daqui. E nem demorem muito.

-       Eu prometo. Mas, quanto á demorar, isso dependerá de sua taichou. Nossa conversa pode tanto ser curta quando longa.

Motoko suspirou e assentiu com a cabeça em desistência.

-       Tudo bem, com licença. – Ela fez uma reverencia respeitosa em direção á Yoruichi e uma breve reverencia para mim, e então seguiu em direção a porta de saída.

-       Ah, Motoko-Chan. – Eu a chamei, antes que saísse do cômodo.

-       Sim, Urahara- taichou? – Ela se virou me olhando de soslaio.

-       Por favor, não deixe que ninguém, absolutamente ninguém, nos interrompa.

-       Sim senhor. – E saiu.

 

Eu respirei fundo, como se jamais fosse respirar novamente na vida. Ela riu para mim e disse com seu ar debochado de sempre.

 

-       Você até conseguiu me enganar por um momento com essa sua cara de bravo.

 

Eu não sorri, como teria acontecido em outra situação, porém ela não se mostrou surpresa e nem sequer tirou aquele sorriso debochado dos lábios. Eu me aproximei dela e  parei a alguns passos de distancia dela. Ela ainda me fitava com firmeza, despreocupada. E por mais eu parecesse o homem mais seguro no mundo naquele momento, por dentro eu gritava de desespero e nervosismo.

-       Nós precisamos conversar, você não acha?

-       Sobre...? – Ela indagou se fazendo de cínica.

-       Você sabe muito bem qual é o assunto.

-       Você está realmente irritado, Kisuke? – Dessa vez ela pareceu mais preocupada.

-       Eu só quero saber o que significou aquilo.

-       Ora, Kisuke, achei que soubesse o que era um beijo. – Ela disse de maneira debochada.

 

Eu me agachei na frente dela e a fitei de igual para igual. Não respondi aquela provocação, eu queria que ela entendesse que o assunto que eu queria tratar era serio e eu não estava lá para ouvir gozações ou brincadeiras.

 

-       Yoruichi... Por favor.

Ela se calou. O sorriso e toda a ironia e deboche dos obres amarelados daquela mulher desapareceram. E de repente aquela Yoruichi que eu conhecia sumiu e deu lugar  a  Yoruichi que era somente minha e de mais ninguém.  Ela parecia meio desorientada, sem saber exatamente o que falar para mim . Ela apenas me observava, olhando no fundo de meus olhos em silêncio. Por um momento eu me perdi.

 

Ergui a mão e toquei sua bochecha levemente corada. Ela pareceu gostar daquele toque e inclinou levemente o rosto na direção da minha mão.

 

-       Por favor, Yoruichi-san, eu preciso ouvir com as  suas palavras o porque...

Antes de eu terminar a minha frase ela avançou em mim, agarrando minha cintura em um abraço e sentando-se no meu colo como uma criança que precisava urgentemente de um abrigo seguro. Eu me surpreendi, mas em nenhum momento hesitei. A abracei com a mesma intensidade que ela o fazia e beijei o alto de sua cabeça.

 

-       Me diz que aquilo foi de verdade, Yoruichi-san. Por favor, me diz que aquilo não foi apenas uma brincadeira. – Eu pedi novamente. Eu precisava que ela me garantisse aquilo.

-       Aquilo foi real, Kisuke. – Ela disse afrouxando o abraço e erguendo o olhar na minha direção.

 

Eu sorri aliviado. Um momento antes eu achei que iria morrer de tanta ânsia e angustia e então, num piscar de olhos, eu me senti no paraíso. A plenitude da felicidade.

 

E naquele momento eu me senti um homem realizado.

 

Olhei no fundo dos olhos dela e pude ver meu reflexo nele. Tive a impressão de que ela podia fazer o mesmo enquanto fitava meus, porque ela abriu o mais bonito sorriso que eu já tinha visto em seu rosto.

 

Eu devolvi o sorriso e me aproximei dela. Ela fechou os olhos e eu fiz o mesmo. Beijá-la foi como tocar pétalas de rosa com os lábios. Macios, gentis, inesquecíveis.

 

 

Aquela foi a nossa primeira noite juntos. A primeira de muitas. Nós nunca assumimos publicamente nossos sentimentos, aquilo era só nosso. Só nós dois tínhamos a chance de ver, sentir e vivenciar aquele amor. Era nosso segredo, nosso tesouro particular, nosso paraíso. Nossos velhos tempos.

 


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