My Impossible Girl escrita por Doctor Alice Kingsley


Capítulo 9
Precisamos conversar


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e aqui o capítulo como prometido. Estou muito feliz por saber que estejam gostando e nem consigo acreditar que já tem 39 reviews e 1 recomendação. Vejo vocês lá embaixo.



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                P.O.V Matt

— Isso é genial. – digo.

Não é não, é estranho. A família inteira sorri e vejo que fiz o certo em elogiá-los. Mas ainda acho que seria mais fácil se cada um deles colocasse as 20 libras direto nesse “banco da família”, se bem que se os outros perdem, quem ganhar vai ter o dinheiro só para si. É faz sentido e é realmente genial.

Estou pensando em aderir essa tática lá em casa, meus pais provavelmente não vão gostar e John vai dizer que é ridículo. Fazer o que né? Cada família com sua mania. Lá em casa a moda é cobrar serviços quando estamos errados.

Tenho pesadelos até hoje com a embalagem do óleo aberto sobre a pia e as cenouras descascadas. Virei cozinheiro oficial da família e todos os dias tinha que fazer cupcakes de cenoura para vendermos na ferinha que tem perto de casa.

Esse na verdade é o trabalho da minha mãe, toda vez que tem um bazar ela faz a comida e vende lá. Aquela semana era a semana do Natal e Ano Novo a época de maior demanda. E eu tive que fazer tudo sozinho.

Parabéns mãe, você é minha heroína e seu super -poder é assar 50 cupcakes em menos de seis horas. Eu reclamo de ter que cozinhar, mas John ficou com o trabalho pesado. Ficou responsável pela limpeza do banheiro de todos da família.

O episódio termina e já posso ouvir a buzina do carro de John mesmo ele estando sentado no sofá de casa esperando minha mensagem, ele me traumatizou. Não culpe a mim, culpe a ele que me transformou nessa pessoa obcecada por chegar no horário certo.

Um telefone toca e começa uma música que nunca ouvi, parece em português ou árabe, não sei dizer. Mas não pode ser, pode? Clara atende e começa a conversar com a pessoa que está do outro lado da linha. Depois de alguns segundos consigo identificar o português, graças ao meu irmão começamos a aprender algumas palavras, mas desistimos quando começamos a aprender a conjugar os verbos. Até que ela não fala tão mal assim.

Se eu fosse tentar falar, seria um desastre total. Nunca aprendi de fato essa língua, mas acho muito bonita. Quando os brasileiros falam, parece que estão cantando, mas é algo complexo. Levaria anos para que eu aprendesse a falar o básico do básico. Oswald desliga o telefone e a única que entendi dessa conversa toda foi o seu enderço.

— Onde aprendeu a falar tão bem? – digo encantado.

— Com essa amiga com quem estava conversando, fiquei seis meses morando no Brasil. – responde dando de ombros.

— Por que?

— O irmão dela veio ficar em casa durante seis meses e eu fui para lá, é tipo um intercâmbio, mas ocorre uma troca de família junto. Meu irmão morreu de saudades de mim e tive que voltar antes. – provoca.

Ela também não perde tempo, nunca vi uma garota que provoca tanto assim o irmão. Creio que é porque não tenho uma irmã e meus amigos também só tinham irmãos. Acho que ter filhos de sexos diferentes em casa resulta em mais discussões.

Ou não, porque eu e o John nos bicamos o tempo todo, talvez seja eu quem o provoque mais e por isso não percebo que trocamos muitas farpas. É, realmente eu e ela somos muito parecidos mesmo.

Paramos de conversar ao ouvir o barulho de um carro sendo estacionado na frente da casa de Clara. Sabia que estava deixando passar algo, uma garota bronzeada desce do carro e toca a campainha.

Ela é linda, pele bronzeada, cabelos lisos e longos de um tom castanho claro, alta e magra, tem uma perna muito bonita e tem os olhos azuis. Clara é linda também, até mais do que essa garota, só quero dizer que ela vai fazer sucesso na escola, se ficar para fazer o ano letivo. 

Minha amiga abre a porta e dou passagem para a garota, que com certeza não está vestida para o inverno daqui. Usa uma regata, um shorts e um all-star branco, John vai amar seu gosto para tênis, ele ama all-star. Ele tem um branco e um vermelho, mas o branco está mais para: terra, água, frutas que pisa quando anda na rua, poeira, poluição e bem no fundo, branco.

 — Me chamo Alice. – estende a mão para mim. Então era isso que Clara estava falando ao telefone.

— Sou Matt, ficante da Clara. – aperto sua mão.

— Eu sei, ela me contou. – ri.

— Eu ia te esperar para contar, mas não me contive. – Clara diz.

— Mentira.

— Claro que sim. Quando eu faço algo de acordo com os planos? – levanta apenas a sobrancelha direita.

Apenas rio e me sento novamente no sofá, sei que ela vai querer um tempo sozinha com a amiga. Clara pega uma das malas e elas sobem para seu quarto. Mando uma mensagem para John pedindo que venha me buscar, ainda não tirei a carteira de motorista para usufruir da boa vontade de meu irmão e porque acho que ainda não tenho maturidade o suficiente para tirar a carta.

Quando ele avisa que está chegando vou até o quarto de Clara para me despedir dela e de sua amiga. Bato na porta e ela me diz para entrar. Sua amiga está desfazendo as malas, enquanto ela está sentada na cama a vendo tirar as roupas e guarda-las no armário de seu quarto.

— John veio me buscar e já estou indo. Te vejo amanhã? – indago a abraçando.

— Sim, a não ser que certo alienígena entre aqui com a TARDIS. E lembre-se é menor por fora do que por dentro. – diz e me beija.

Ela me dá um selinho e eu dou outro nela, ficamos assim por uns três minutos até que ela me beija e nossos lábios começam a se mover de acordo com nossos corpos. Nos separamos quando a campainha toca.

— Vamos, Matt? – John grita do pé da escada.

— Vamos. – digo.

— Tchau John, até amanhã. – Clara diz da porta e volta ao seu quarto.

Entro no carro e vou para casa, chegando lá John e eu vamos para a cozinha fazer o jantar. Queremos surpreender nossos pais hoje. Tá, queremos contar sobre o pedido de namoro de John e Rose e meu quase namoro com a senhorita Oswald.

Depois de tudo ajeitado, subo para meu quarto. Preciso me trocar antes que meu pai chegue junto com minha mãe, John vai distraí-los até que eu desça. Meu quarto tem uma parede azul e as outras são brancas. Minha cama é de casal e fica na parede de frente para a porta. Meu guarda-roupa fica em frente da cama e há uma escrivaninha e várias prateleiras.

Não é o que eu chamaria de organizado, mas serve para mim. Há várias pastas espalhas pelo chão, muitos papeis com projetos que já tentei fazer e uma pilha de livros sobre o universo e física ao pé de minha cama.

Assim que ouço a buzina desço para abrir a porta e John sobe para se trocar, ele geralmente é mais rápido do que eu, afinal ele só usa um terno, uma gravata e seu all-star. Já eu tenho que colocar o cinto e suspensório, meus pais dizem que ficamos adultos dessa maneira, eu apenas gosto de me vestir assim. Quando temos algum evento especial eu uso minha gravata – borboleta.

— Oi mãe, oi pai. – cumprimento.

— Oi Matt. – minha mãe beija minha testa. — Onde está seu irmão?

Uma pergunta que não estávamos esperando, como nos esquecemos desse detalhe? Felizmente ele está no último degrau da escada.

— Oi mãe. – diz e se encaminha até ela.  

Quando os dois vêm a surpresa, ficam boquiabertos, eu também ficaria se chegasse em casa e encontrasse uma mesa já posta e meus filhos me servissem minha comida preferida, no caso dela essa comida é o tradicional macarrão com molho ao sugo e alguns medalhões de carne. Escolhemos um vinho que acompanhe o prato e eles degustaram do jantar que saiu mais barato do que se tivéssemos ido em um daqueles restaurantes chiques da cidade.

— Eu amei tudo o que fizeram, mas podem nos contar. O que estão escondendo? – é certeira.

— Estou ficando com a Clara Oswald e John vai pedir Rose em namoro amanhã. – digo e ela quase engasga. 

— Sorte que amanhã será domingo, assim teremos a noite inteira para conversar. - engulo seco e sinto que será a noite mais longa de minha vida. 

Quando sua mãe diz "precisamos conversar" ou qualquer outra frase parecida, acene, sente, respire fundo e concorde com tudo. Mães sempre darão um jeito de querer ter "a conversa". É claro que com nós não seria diferente, ainda mais que John vai começar a namorar e eu estou ficando com uma garota. Ela começa a falar e eu viajo para outro planete e retorno bem a tempo da sua pergunta final. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar. Vejo vocês no próximo capítulo. Beijos com gosto de cupcakes azuis.



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