My Impossible Girl escrita por Doctor Alice Kingsley


Capítulo 7
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Notas iniciais do capítulo

Olá! Gostaria de agradecer a todos que comentaram até agora na fic. O apoio de vocês é muito importante para mim. Nunca tinha escrito uma long antes e estou amando me desafiar. Vejo vocês lá embaixo e aproveitem a leitura.



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                P.O.V Matt

Chego em sua casa e vamos direto para seu quarto, só faz cinco meses que somos amigos, mas sinto que já a conheço melhor do que, tirando sua família e a família Tyler, ninguém. Ela é minha melhor amiga, antes dela entrar em minha vida eu tinha amigos, mas eles não me entendiam do jeito que ela entende.

E sei que também sou seu melhor amigo, afinal ela sempre me manda mensagem as 23:00 horas para saber como foi meu dia, mesmo estando presente na maior parte do tempo ou só para me mandar algum vídeo que ela tenha achado na internet.

Separo o material que vamos usar, mas quando olho para o chão a garota já está sentada com o cronômetro na mão e o pêndulo montado, as vezes me esqueço de que estamos falando de Clara Oswald, uma das melhores alunas da classe.

 Muitos pensam que ela só vai bem por causa de seu irmão, mas eu sei que o Sr. Tennant vê nela uma aptidão e uma paixão pela matéria que não tem nada a ver com o Jack. Às vezes fico revoltado com isso, no começo até pensei que a facilidade dela seria por causa do Harkness, mas ao conhece-la melhor percebe-se que ela tem uma facilidade por ter uma paixão pela matéria. É diferente do irmão que por ter facilidade, acabou desenvolvendo uma paixão.

Terminamos o trabalho em uma hora e meia mais ou menos. Apesar de ser fácil, demora porque temos que fazer dez oscilações de cada pacote em cada fio. Temos um pacote com 50g e outro com 100g, um fio com 30 cm e outro com 60cm. Dez oscilações com o pacote de 50g nos fios de 30 e 60 centímetros e dez oscilações com o pacote de 100g nos fios de 30 e 60 centímetros, além disso temos que fazer a média final para cada caso.

É meio chato, mas fazemos em consideração a matéria e ao professor e também porque ajuda os outros a entenderem um pouco melhor, já Clara diz que não ajuda em nada, só serve para nos dar mais trabalho. Eu entendo o ponto dela até porque eu concordo com ela, mas é indiscutível que ajuda os alunos que tem mais dificuldades, os resultados das provas comprovam isso.

— Ainda bem que terminamos. – Clara diz se jogando no chão.

— Até parece que não gosta de fazer os trabalhos comigo. – retruco.  

— Não é que eu não goste de fazer experimentos, mas gostaria de estar montando um acelerador de partículas ao invés de um pêndulo simples, nossos projetos poderiam ser focados em ajudar o mundo e não em repetir algo que já foi feito. – exclama se levantando.

— De acordo, mas nada nos impede de fazer fora do horário de aula. Podemos estudar sozinhos, pedir ajuda para o seu irmão se necessário e ingressar na Torchwood. – digo sonhando.

— Torchwood vai ser sensacional. Será que vamos conseguir? – indaga. — Tive uma ideia. – fala.

— Desde que não envolva mortes e mudanças de linhas temporais eu estou dentro. O que é? – o tom de curiosidade pode ser detectado facilmente em minha voz.

— Vamos fazer uma festa e dar o nome dela de o Dia do Doutor. – se anima cada vez mais. — E nós podemos construir uma TARDIS juntos e montar o painel com luzes de led e fazer a decoração com plástico especial e podemos montar todo o sistema de som e pronto teremos nossa TARDIS. – acho que vai explodir de tanta animação.

— Podemos mesmo. Vamos fazer isso então. Uma festa com o nome do episódio de comemoração de 50 anos do seriado. A festa chamada: O Dia Do Doutor. DDD para facilitar.

— De acordo. Acho que em três meses conseguimos terminar tudo. Onde vai ser? – planeja.

— Tem um galpão perto da minha casa, acho que podemos usar para montar a TARDIS e já a deixamos lá, depois só decoramos o espaço e teremos a melhor festa possível. – planejo junto.

Vamos em direção a cozinha, porque estamos precisando comer. Não almoçamos dessa vez, fomos direto fazer o trabalho, então aproveitamos para comer agora. Clara para o que está fazendo, fecha a porta e volta caminhando em minha direção. Em seu rosto está estampada uma expressão de surpresa e incredibilidade.

— O que houve? Viu um fantasma? – brinco.

— Foi pior. Eu vi Jack beijando uma menina. – estremece enquanto fala. — Ele está praticamente a comendo na cozinha. Qual é o problema dessas pessoas? Primeiro é a Rose e o John e agora o Jack e a menina morena que já vi algumas vezes na minha vida. – reclama.

— A próxima pode ser você Clara, você e eu. – provoco e recebo um soco justo. — Não pode ser tão ruim assim. – digo me encaminhando para a porta.

 — Lembre-se que o Jack não é o John. – diz colocando a mão em meu braço. — Não me responsabilizo pelo o que pode vir a encontrar. – se afasta e me dá passagem.

Ela vira o rosto antes que eu abra a porta, o que me faz tremer de medo. Não sei o que posso vir a encontrar, mas qualquer imagem que eu possa pensar não me agrada. Não quero ficar com essa cena na minha mente para o resto da minha vida.

Agora entendo como Clara se sentiu no dia em que nós vimos meu irmão e sua melhor amiga ficando pela primeira vez, deve ter sido um pouco traumatizante. Respiro fundo, conto até 10 e abro a porta.

O que vejo infelizmente não pode ser desvisto, Jack está prensando a garota contra a geladeira e suas mãos estão passando por todo o corpo dela, as mãos da garota estão no cabelo dele, não sou o rápido o suficiente, então vejo o momento em que ele coloca uma das mãos por baixo da blusa da garota.

Direciono o olhar para onde minha amiga está e ela ainda está fitando a parede, mas agora seu olhar é de nojo, temo ter o mesmo olhar no rosto. Ela indica a porta para mim e eu apenas balanço a cabeça, estamos traumatizados demais para dizer qualquer coisa. Acho que perdi a fome.

Chego mais perto dela e ela apoia sua cabeça em meu ombro e esconde a face, sempre faz isso quando fica com vergonha e posso imaginar o tamanho do constrangimento que está passando. Como vai falar normalmente com o irmão sem se lembrar dessa cena? Acho que eu não serie capaz de falar com ele tão cedo.

— Matt você precisa entrar lá. – ela diz.

— Por que eu? É o seu irmão. – reclamo.

— Exatamente por isso, eu não posso entrar lá. Ele nunca vai me perdoar. Eu vou subir e você vai entrar, ele obviamente vai perguntar o porquê de ter entrado e você irá dizer que eu te pedi para buscar duas garrafas d´água enquanto eu reviso o trabalho. – nem me deixa responder e já sobe as escadas.

Grande amiga que eu arrumei, muito obrigado Clara por me deixar sozinho nessa empreitada. Tento relaxar, mas é impossível, levo minha mão até a maçaneta umas quatro vezes antes de abrir de verdade.

Abro a porta o mais lentamente possível e vejo que agora estão sentados na cadeira, se eu não fizer algo o próximo passo deles será deitar na mesa da cozinha. E isso eu não posso permitir em consideração a todas as pessoas que moram/frequentam essa casa. Abro uma das portas do armário de copos e fecho a porta com força de propósito. Os dois levantam com o susto e eu os encaro.

— Ai meu Deus! Jack você disse que não tinha problema! – a menina grita e se esconde atrás do mais velhos dos Oswald.

—Eu não sabia que tinha gente em casa. Gwen esse é Matt o melhor amigo da minha irmã, Matt essa é Gwen uma colega de trabalho.

— Está tudo bem? Eu ouvi um grito vindo da cozinha. Matt pegou as águas que eu pedi? – olha para mim.

— Sim Clara, mas seu amigo estragou o clima. Para que água Clara? – Jack indaga.

— Desculpa, eu não sabia que você estava em casa. É que estava pensando em ficar com o senhor Smith e depois precisaríamos beber água, certo? Muita troca de saliva pode deixar a boca seca. – diz e dá de ombros.

Isso! Clara Oswald é a garota mais inteligente... espera ai. Ela disse que estava planejando ficar comigo? Não seja idiota Matt, ela só está usando os dois como personagens para mostrar ao Jack como ela está se sentindo. Volto a repetir, Clara Oswald é a garota mais inteligente e brilhante do mundo.

— Eu não tenho problema nenhum em vê-los ficar. Podem seguir em frente com o plano de vocês. – Jack provocou.

Talvez nem tão brilhante assim. Não tenho tempo de reagir, ela vem em minha direção, coloca as mãos por trás da minha cabeça, fica na ponta dos pés e começa a me beijar, minhas mãos vão para sua cintura e correspondo o beijo a imitando. É como jogar “seu mestre mandou”, só que de um jeito mais divertido. Ela começa a puxar meu cabelo de leve e eu trago cada vez para mais perto. Pula em meu colo enlaçando sua perna em minha cintura e eu a seguro por suas coxas. Quando o ar começa a faltar nos separamos. Pode até fazer parte do plano, mas isso com certeza foi alguma coisa.

— Clara, me explica o que foi isso. – Jack pede.

— Um beijo ué. Nunca viu? – faz sua melhor cara de inocente.

— Eu achei que você estava brincando. – sinto um arrependimento por parte dele.

— Você sabe que eu não brinco com esse tipo de coisa. Muito menos quando alguém me provoca. – a verdade estava presente em sua voz.

O fato dela estar falando a verdade, me faz pensar no que ela disse mais cedo para o Jack. Sobre estar planejando ficar comigo ainda hoje, se ela estiver mesmo falando sério eu vou beijá-la de novo, afinal há um mês atrás comecei a prestar atenção nela, mais do que um amigo deveria fazer, e estou disposto a dar a ela a chance de termos um relacionamento que vá além da amizade.

Vejo que está vermelha e imagino que eu também esteja, seguro em sua mão e vamos para seu quarto, faz sentido ela ter me pedido para ficar lá embaixo cuidando de seu irmão. Não era por vergonha, Clara Oswald não tem vergonha dele, era porque estava pensando numa possível história para envergonha-lo. Por causa do grito, parou no meio dos projetos, que não passavam de tópicos extremamente resumidos. Uma lição de moral que no final virou um beijo entre nós, apenas pelo fato de ter sido provocada. 

Parte de mim duvida que ela tivesse conseguido fazer do jeito que estava planejando, mesmo se não tivessem gritado. Clara é espontânea demais para seguir qualquer coisa que não tenha a ver com exatas e literatura à risca.

Tento dar um selinho nela, mas se afasta. Será que se arrependeu? Será que mentiu? Ela me deve ao menos uma explicação, certo? Certo, não tem o direito de me beijar assim e depois não dizer nada.  

— Calma, antes que comece a pensar em um monte de hipóteses e sofrer por antecipação, deixe-me explicar o que aconteceu. – diz vindo em minha direção calmamente.

— É bom mesmo, porque eu já comecei a imaginar mil e um motivos para ter se afastado desse jeito. – quase grito.

— Eu imaginei, vai me deixar explicar ou não. – começa a perder a paciência e isso não é um bom sinal.

— Vou. – me sento em sua cama.

— Não me arrependi de ter te beijado e nem menti quando disse ao Jack que não brincava com esse tipo de coisa, mas depois te termos ficado eu percebi que estava sendo um pouco precipitada e que fiz isso apenas por ter sido provocada. Deveria ter esperado um pouco mais, então a minha proposta é: guardamos o beijo na memória, continuamos amigos e no dia da festa discutimos a nossa relação, teremos mais tempo para pensar. – propõem.

— Eu estou disposto a discutir isso agora mesmo. Qual o problema Clara? E daí que só nos conhecemos a cinco meses? Já vi pessoas se apaixonarem e ficarem juntas em apenas um mês. Cada um tem seu tempo, eu estou certo de que você será a garota que me fará feliz. John soube que Rose seria essa garota na segunda semana de aula e ele não é do tipo que se apaixona fácil, muito pelo contrário ele demora muito para se abrir, você mesma viu. Eu já sou o oposto, se quiser discutir é só me avisar. – coloco um ponto final e me viro em direção a porta. É claro que não vou sair, mas adoro um suspense.

— Eu sei que você não vai sair, te conheço bem o suficiente para saber que adora um suspense. Só tenho medo de estarmos indo rápido demais, ao mesmo tempo que te conheço, sinto que não sei muito sobre você. Eu só queria um pouco mais de tempo para te conhecer melhor antes de mergulhar de cabeça nesse relacionamento. – me fita.

— Clara, quando você namora alguém você descobre mais sobre a pessoa em questão do que poderia imaginar. Uma amizade de 10 anos não será capaz de te revelar o que precisa saber de mim. Como meu pai diz: para se conhecer alguém de verdade, você tem que comer um saco de sal junto com ela. Ou morar na mesma casa. – rebato.

— Você está certo. Não sei porque fiquei tão receosa assim, sempre faço tudo sem pensar nas consequências e nunca tive problemas. Por que dessa vez foi diferente? Eu não quero mudar, eu não quero virar aquela pessoa chata com medo de tudo. Eu quero sempre ser a Clara Oswald, a garota impossível e a menina que age por impulso. – me abraça.

— Fique tranquila, dessa vez você pensou porque é seu coração que está em jogo. O meu também está e eu sei que vou dar o meu máximo para não quebrar o seu órgão que bombeia o sangue pelas artérias e eu tenho certeza de que você também não fará nada que possa me ferir de propósito. – afrouxo um pouco o abraço e dou selinho nela.

Eu sei como ela está se sentindo, o medo de algo novo sempre nos paralisa. Só que ela não sente medo do novo e não sentiu dessa vez, seu único medo é ser machucada. Ela já foi afastada de seu irmão diversas vezes e sentiu a morte de sua mãe como uma traição, apesar de nunca falar em voz alta, eu vejo em seus olhos o sentimento de culpa pela morte da mãe.

E agora ela tem medo de se machucar de novo, de me perder. Acha que está senda fraca e covarde, mas não enxerga que na realidade, está sendo mais corajosa do que jamais foi. Está enfrentando seu maior medo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar. Beijos com gosto de cupcakes azuis.