My Impossible Girl escrita por Doctor Alice Kingsley


Capítulo 6
Pois você sumiu no mundo sem me avisar e agora eu era um louco a perguntar o que é que a vida vai fazer de mim?


Notas iniciais do capítulo

Título longo, capítulo com um estilo um pouco diferente, porém necessário. Esse capítulo é mais triste mesmo, porém quero seguir as informações que a série nos dá. Nos vemos lá embaixo.



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                P.O.V Clara

 Volto para dentro de casa e me sento no sofá com as pernas para cima, formando um ângulo de 90 graus com meus joelhos. Jack está sentado ao meu lado e me abraça. Eu encosto a cabeça em seu peitoral e me deixo ser amada por ele.

Como disse antes são raros os momentos em que ele é carinhoso comigo, mas no fundo eu sei que seu amor por mim é maior do que qualquer coisa nesse universo.

— Eu vi o beijo que deu no Matt. Foi proposital? – indaga.

— Óbvio que sim. – digo.

— Essa é minha garota, aprendeu com o melhor. – se gaba.

— Fazer o que né? Ele provocou. Ninguém provoca Clara Oswald e sai impune dessa situação. O jogo está só começando. – falo decidida.

— Cuidado para não se apaixonar. – adverte.

— Me apaixonar faz parte do plano. É óbvio que isso vai acabar acontecendo. Que livro/filme em que duas pessoas que se juntam para fazer ciúmes em outra terminam como planejado? Nenhum. Veja os da Disney, por exemplo o Geek Charming. No final a patricinha e o geek ficaram juntos. – discurso.

 — Então está me dizendo que não o está usando para fazer ciúmes em outra pessoa? Está só jogando por jogar? – Jack está confuso.

— Pense fora da caixa. Se meu objetivo fosse fazer ciúmes em alguém eu teria que arrumar outro jeito, já que quando duas pessoas se juntam para planejar algo, os sentimentos mudam. Passam tanto tempo juntas que acabam se apaixonando uma pela outra e o plano inicial não funciona. Não é jogar por jogar, é jogar para que no final ele seja meu de qualquer maneira. – explico.

 — Você é cruel.

 — Tenho minhas qualidades. – pisco para ele e subo.

Me encaminho ao meu quarto e deito na cama com meu computador apoiado em minha perna. Começo a navegar pela internet e entro no meu facebook, vejo que Matt pediu para ser meu amigo, aceito o convite. Entro no Insta e ela está sua foto de perfil novamente no meio das pessoas que querem me seguir, aceito e sigo de volta. No Twitter, a mesma coisa.

Creio que a uma altura dessas ele já tenha meu número, então faço o que qualquer garota que não quer ser stalkeada faz, peço para Rose me passar o número de Matthew Smith. Ela me responde com o contato compartilhado, mas não sem antes me mandar o emoji de carinha safada que existe no WhatsApp.  

Tomo banho, coloco meu pijama e desço para jantar. Chegando na copa avisto todos meus irmãos sentados à mesa e meu pai na frente deles, algo está muito errado. Olho para Jack e vejo que seus olhos estão cheios d´água. Me aproximo lentamente, pois não quero ouvir o que ele tem a dizer, mas ao mesmo tempo necessito ouvi-lo. Me posiciono ao lado de Jack e seguro sua mão, Amy segura a minha, posso sentir o medo pairando sob nossas cabeças.

— O que foi pai? – indago.

— É a sua mãe, ela não está bem. Sofreu um acidente de carro e está no hospital. – meu pai diz com a voz trêmula.

— Ela vai sobreviver não é papai? – Amy pergunta.

— Claro que sim, não é? – Jack procura algum sinal de que sim. — Não é? – se exalta.

— Não, ela teve um traumatismo craniano e algumas fraturas, essa pode ser sua última noite. Preciso que se arrumem e em 5 minutos estejam aqui. – meu pai é sério.

Nunca o vi tão preocupado e rude como foi hoje, mas eu não o condeno, afinal deve ser difícil ver sua mulher partir. Eu só tenho 17 anos, meus irmãos, 10 e Jack 23. Como vamos viver sem nossa mãe? Sei que será possível, mas eu não posso imaginar como será. Coloco qualquer roupa e envio uma mensagem para Matt. Rose entraria em choque se contasse a ela por notícia, para ela minha mãe é sua tia postiça.  

Eu: Matt minha mãe está no hospital. Me ajuda.

Ele: O que houve exatamente?

Eu: Acidente de carro, traumatismo craniano, provavelmente sua última noite aqui conosco.

Ele: Te encontro lá. Vou avisar John e Rose.

Eu: Muito obrigada. Até já.

Ele: Até.

Desço até a sala e espero o resto da família ao lado de meu pai, todos entramos no carro e partimos para o hospital. Tenho medo de quando chegar lá já não a ver mais com vida, estremeço e meu irmão mais velho percebe. Ele me abraça e passa a mão em meus cabelos, aprendeu anos atrás que isso me acalma.

Chegando lá formamos uma fila, meu pai vai primeiro, Jack vai em segundo, Amy e Rory são os terceiros e eu sou a última, escolhi essa posição, pois não quero que meus irmãos mais novos a vejam dar seu último suspiro. Também sei que Jack não será forte o suficiente para isso e meu pai está desesperado para vê-la. Matt está ao meu lado, assim como Rose e John. Quando me chamam eles me encorajam a continuar, minha família já está reunida na sala de espera.

Entro com a cabeça erguida e o peito estufado sem demonstrar medo a eles, mas assim que a porta se fecha atrás de mim eu desabo. Vou em sua direção e seguro sua mão. Fico esperando o momento em que vai dizer algo.

— Clara eu te amo muito. Quero que saiba que eu confio em você para seguir em frente e sei que vai cuidar dos seus irmãos e principalmente do seu pai. Me desculpe por deixá-los tão cedo. – ela implora.

— Mãe não é culpa sua, nada disso. Eu prometo, mas por favor não me deixe agora. Eu quero que você conheça meu primeiro amigo da escola nova. – digo sem soltar sua mão.

Na minha cabeça, enquanto a segurar nada vai acontecer com ela. Minha mão é sua energia vital. Matt e Rose entram juntos na sala. Apresento o garoto para minha mãe e ela diz algo para Rose, provavelmente pede que ela cuide de mim.

 Assim que eles saem eu aperto mais a mão de minha mãe, eu não estou preparada para viver num mundo em que ela não esteja presente. Mas assim que termino esse pensamento sinto o aperto desfrouxar, sua pele fica branca e o barulho da máquina irrompe meus tímpanos, é real. Ela se fora.

Os médicos entram no quarto e eu saio, não é preciso dizer nada, todos já sabem o que se passou ali. Abraço meu pai e Jack me abraça, minha mãe deve ter mandando ele cuidar de nós dois, Amy e Rory abraçam Jack, e consequentemente nos abraçam também, Rose abraça os dois. Gênio, ela foi genial até nos seus últimos minutos de vida.

Como não pensei nisso antes? Ela mandou meu pai cuidar de mim, para Jack disse que cuidasse de mim e do meu pai, para Amy e Rory disse que cuidassem de mim, do meu pai e do meu irmão e para mim disse que cuidasse de todos. Para Rose disse que me ajudasse a cuidar deles. Nos fez prometer e nunca quebraríamos essa promessa, ela nos fez prometer que sempre permaneceríamos unidos.

Ela é genial, já estou com saudades de seu sorriso e de suas ideias malucas. Todos estamos chorando, Matt e John não sabem o que fazer, afinal John nunca a viu e Matt a conheceu segundos antes de partir. Mas só o fato de estarem lá, me ajuda muito.

                         5 meses depois.

 Este é o quinto mês sem a presença de minha mãe, mas por incrível que pareça eu já não estou mais tão triste e já não sinto mais tanto a sua falta. Ela tinha razão quando disse que o luto passava mais rápido do que imaginávamos. É claro que ainda me pego pensando nela, mas farei isso até o dia de minha morte, afinal mãe é mãe.

A campainha toca. Desço e abro a porta, eu e Matt temos que fazer um trabalho de física. É algo simples, porém trabalhoso. Temos que fazer um pêndulo simples e usar dois pesos e dois fios diferentes para medir o período, o tempo e a frequência que eles gastam para completar uma oscilação. E temos que determinar um ângulo, escolhemos o de 10.

 — Hey Clarita, como está? – entra animado.

— Hey Matheus, bem e você? – digo seu nome com o sotaque mais forçado.

Eu odeio que me chamem de Clarita e ele odeia que o chamem de Matheus, é claro que quando ele me deu esse apelido, eu tratei de arrumar um a altura para ele. Desde então ele me provoca me chamando de Clarita e eu o provoco o chamando de Matheus.


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Notas finais do capítulo

Eu odiei ter que escrever sobre a morte da mãe dela, mas como dito acima a série nos diz que sua mãe morreu quando ela tinha 17 anos. Espero que tenham gostado, não se esqueçam de comentar e até o próximo capítulo. Beijos com gosto de cupcakes azuis.



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