My Impossible Girl escrita por Doctor Alice Kingsley


Capítulo 31
Escolhas nem sempre são fáceis


Notas iniciais do capítulo

É isso mesmo que estão vendo, eu voltei!! Depois de meses sem postar e nem escrever, eu voltei com a história que tanto amo e que tenho um carinho especial. Aproveitem esse capítulo novinho em folha e vejo vocês lá embaixo.



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                                   P.O.V Clara

Matt me contou que havia mandado mensagens para Danny e eu disse que tudo bem, afinal eu não queria continuar brigando com ele por causa disso. Chegamos em casa e fomos almoçar, fazer os deveres de casa e estudar um pouco para as provas finais e para os exames da universidade.

A vida passou mais rápido do que eu gostaria de admitir e logo mais, já estaríamos nas universidades. E assim como tudo na minha vida, comecei a pensar no que seria de nós. As chances de escolhermos caminhos diferentes, eram enormes.

Eu poderia estudar a meia hora de distância ou a quilômetros e ele também, passar anos longe de Matt não estava em meus planos, mas usar a roupa que coloquei hoje de manhã, também não. O que quero dizer, é que, independente dos meus planos e organização, nem sempre vai ser do jeito que sonhei.

Pensando nisso, resolvi me aplicar para uma universidade no Brasil, uma nos Estados Unidos e cinco no Reino Unido: Inglaterra, Escócia e Irlanda. Sempre me imaginei como uma garota livre e desimpedida e, por mais que eu ame meu namorado e não possa me imaginar terminando com ele, sempre me vi como a pessoa que corre atrás dos seus sonhos.

Essa, com certeza, é uma das decisões mais difíceis que já tomei em minha vida. Se fosse pedir ajudar para o Jack, ele me diria para não pensar nisso por ora e só viver o momento. Ele tem razão e eu sei disso, o problema é que para uma pessoa ansiosa como eu, pedir para não pensar no futuro é como pedir para não respirar.

Por isso, decido fechar meu computador e sair um pouco do quarto par espairecer. Abro a porta dos fundos e me deito na grama, com a cabeça nos braços e observando o céu claro. Olho as nuvens e vejo as formas delas, para mim, esse sempre o melhor passatempo da minha infância. Cada nuvem tem um formato e ele vai se modificando, eu também gosto de ver o sol se pôr.

Ainda estou deitada com os olhos fixados na imensidão a minha frente, quando Jack se deita ao meu lado. Ele não precisa me dizer nada, logo apoio minha cabeça em seu peitoral e o deixo fazer cafuné em mim. Sentia falta desses nossos momentos juntos, quando eu era menor e estava chateada, ele sempre fazia isso para me animar. Suspiro cansada e ele me abraça mais apertado, sei que é um convite para que desabafe.

— Jack eu estou confusa. Não sei que curso quero fazer, não sei como manter meu relacionamento com Matt, não quero ter que terminar com ele, não quero ir morar forma, mas não sei se quero ficar aqui. Não sei mais nem meu nome, só sei o que vai me dizer e também não sei se consigo viver o momento. Não com tantos pensamentos em minha mente.

— Ei, pequena. Essa decisão não é fácil para ninguém, não foi para mim, não está sendo para você e não vai ser nem para Amy nem para Rory. A única coisa que posso te dizer é: siga o seu coração. Escolha a faculdade que faz seu olho brilhar, quanto ao Matt, não se preocupa com isso. Vocês se amam e, mesmo que terminem agora, tenho certeza de que vão ficar juntos depois que se formarem. Confia em mim, relacionamento à distância é muito difícil e vocês são novos.

— Mas eu o amo.

— Eu sei, mas também sei o quanto seu espírito é livre. Sei que vai fazer a escolha certa. – beija o topo da minha cabeça. – Por que não fala com a Lice sobre isso?

 Eu apenas assinto e volto a pensar em suas palavras e ponderar todos os argumentos de meu irmão, sinto um movimento perto e vejo que Alice está se deitando ao meu lado, onde Jack estava poucos minutos atrás.

Fica quieta por muito tempo, só segurando minha mão e eu a agradeço por me conhecer tão bem, a ponto de não dizer nada e me fazer companhia. Mas, a conhecendo, sei que só quieta para escolher as palavras certas, antes de me aconselhar. Agora é sua vez de me falar o que pensa sobre essa situação toda.

— Cla, você não precisa decidir nada hoje, pode pensar com calma. Faz uma lista de prós e contras de todos os cursos e universidades, para as quais se aplicou e, quando a reposta chegar, sua decisão já estará pronta. Eu sei que vai escolher aquilo que mais te agrada e que mais vai te desafiar.

— E se eu fizer a escolha errada?

— Vou te contar um segredo, ela não é para sempre e não vai te definir. Você sempre tem a opção de mudar de ideia e de caminho, ao longo do percurso. Por exemplo, uma prima minha começou veterinária, foi para medicina, tentou cursar direito e acabou se achando em design. Nenhum caminho é sem volta, você só precisa se lembrar disso.

— E quanto ao Matt?

— Bom, amores vêm e vão. As vezes, a nossa maior prova de amor, é deixar a pessoa sair de nossas vidas. Mas, eu particularmente acredito que, se for para ser, será. De um jeito ou de outro, agora ou depois. No primeiro ou no terceiro casamento, mas será. Você é uma das pessoas mais brilhantes e corajosas que eu conheço, não deixe o medo te atrapalhar e nem apagar seu brilho.

— Você é a melhor pessoa do mundo, de verdade. Eu queria ter a sua cabeça e pensar como você, não ter essas inseguranças todas e não ter medo. – abaixo os olhos.

— Não ter medo? Eu me cago de medo, toda vez que tenho que fazer algo novo. Eu sou insegura pra caralho, mas aprendi a lidar com isso. Porque, me ensinaram que eu tenho duas opções: não ir ou ir com medo mesmo. Eu sempre escolho a segunda e sei que você também.

Depois disso, ela volta a fitar o céu e eu, a pensar em tudo o que me foi dito naquela tarde, por ela e por meu irmão. Eu queria que minha mãe estivesse aqui comigo, porém se pudesse tentar adivinhar o conselho que me daria, seria algo parecido com o que a Alice me disse.

Minha mãe era o tipo de mulher que não se deixava abalar por quase nada, ela sempre ia em frente, com ou sem medo, segura ou insegura, pensando ou não no que estava fazendo e sem se importar com o que vinha pela frente, sempre planejando e não seguindo o roteiro. Eu queria ser assim.

Me sinto livre, mas não sei se realmente sou. Miley Cyrus diz em sua música “The Climb” (A Escalada), que o importante não é chegar no topo, é o caminho até lá e minha mãe falava parecido para mim. Me dizia que o vital, é o percurso e não o destino. Escurece e ainda estou no quintal, porém agora estou sentada e tento contar as infinitas estrelas que pintam o céu sob minha cabeça. Meu pai vem em minha direção e se senta à minha frente.

 — Filha, seu irmão me contou tudo e a Lice também. Eu quero que saiba, que todos vamos te amar da mesma forma. Independente do que escolha e de onde for. Eu vejo muito da sua mãe em você, no modo de agir, de pensar e de ser impulsiva. Nunca te vi cumprir algo que havia planejado e, na minha opinião, a espontaneidade era uma das melhores qualidades da sua mãe e é uma das suas melhores qualidades também. É mais parecida com ela do que pensa.

 — Obrigada. – é tudo o que consigo responder, antes de o abraçar e chorar em seu ombro.

Assim que meu pai vai para dentro, ainda demoro uns minutos até levantar da grama e quando entro em casa, me sinto renovada. Janto e vou para meu quarto pesquisar cursos e universidades, dessa vez mais tranquila e leve do que antes, porque tenho a certeza de que se sentir incerta é normal e que está tudo bem em me sentir assim. Agora eu sei, que mesmo tendo me aplicado em sete universidades mais cedo, posso me aplicar em muitas outras até o final do ano letivo e depois dele.

 Pensando bem, acho que estranho mesmo seria se eu estivesse 100% certa do que queria, eu nunca fui a pessoa que tem certeza de tudo, ao contrário, eu sempre fui aquela que duvida e que busca explicações para o inexplicável. A que tem uma visão de mundo diferenciada e que é péssima em seguir os planos, que sabe das escolhas que têm e que ama aprender sobre o universo e a mente humana. Um tão complexo, quanto o outro. Com milhões de conexões e interpretações.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não deixem de comentar. Vejo vocês no próximo capítulo. Beijos com gosto de cupcakes azuis.



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