My Impossible Girl escrita por Doctor Alice Kingsley


Capítulo 21
De volta à realidade


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que ia postar no sábado e aqui estou eu, comprimindo minha promessa e subindo o texto nessa madrugada chuvosa em pleno verão. Espero que gostem e nos vemos lá embaixo, aliás gostaria de agradecer a cada comentário dessa fic.



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P.O.V Clara

Alguns meses se passaram desde que Matt e eu tivemos nossa primeira conversa sobre a festa dos anos 60 e a Alice, que já tinha uma vaga na minha escola, mas tinha trancado por motivos pessoais, vai estudar na mesma sala da Rose. Não sei como ela vai aguentar o casal John e Rose, é muito amor para uma dupla só.

Já até consigo imaginar ela pigarreando para que eles prestem atenção na aula e parem de trocar beijos e carícias, por sorte eu e Matt conseguimos diferenciar nossos horários e sabemos que, enquanto estivermos sentados com os cadernos abertos e tiver um professor em nossa frente, estamos estudando.

Quando entro na sala e me sento ao lado de Matt, no nosso lugar habitual, posso ver que a professora Noble, que dá aula de literatura está conversando com alguém, espero que seja com algum aluno novo bem legal, a classe toda para o que está fazendo e tenta se concentrar na conversa dela.

— Turma, eu gostaria de lhes apresentar um novo aluno. – a senhora Noble começa e meu estômago revira só de pensar em quem pode ser esse novo aluno. — Quero conheçam Danny Pink. – e meu estômago está no chão, eu não consigo acreditar na minha falta de sorte.

Olho todas as mesas vazias e a única que encontro é uma na minha frente, não consigo acreditar nisso. Preferia que fosse o Chuck ali na minha frente, acho que ele seria menos inconveniente, tentaria me matar, é claro, mas não ficaria dando em cima de mim o tempo todo.

Abro o livro na página que a professora pediu e começamos a ler sobre o Romantismo, é a matéria que mais estava querendo estudar esse ano. Donna Noble, como é o nome dela completo, resolveu nos ensinar uma outra vertente também, diz ela que vamos estudar o básico do romance brasileiro. Obviamente não vamos ler nenhum texto, porque não entendemos a língua, mas a estrutura é fácil de se entender. Quem estiver na sala da Alice aprenderá um pouco mais, ela será capaz de dizer o sentido do poema para aqueles são mais curiosos.

Tento me concentrar na matéria, mas Danny me manda um bilhete perguntando se eu posso mostrar a escola a ele quando a aula terminar, apenas rasgo o papel e jogo os restos na minha mochila para, assim que chegar em casa, jogar no lixo. Por sorte, essa é nossa última aula e Jack vai estar me esperando no portão, será minha salvação. Ou não, porque Alice vai voltar conosco e desde o incidente do almoço o clima está estranho entre eles.

O que devo fazer? Voltar com meu irmão e minha amiga e aguentar um clima chato? Ou ficar com um menino sem noção até mais tarde para mostrar o colégio a ele? Não sei nem o que estou pensando, é claro que irie voltar para casa com Jack. Qualquer briga que eles tenham é melhor do ficar um segundo a mais por livre e espontânea vontade na presença de Pink. Se bem que na minha opinião o que os dois cabeças duras, quer dizer, o que eles têm entre si é amor reprimido.

Ele me manda outro papel dizendo a mesma coisa e mais uma vez o rasgo, alguns segundos antes de o sinal bater, já começo a organizar meus livros embaixo da carteira enquanto finjo estar pegando um lápis que caiu no chão. Levanto bem a tempo de ouvir o sinal bater e a professora liberar a classe. Como tudo já estava organizado, guardo tudo na mala e saio o mais rápido possível, Matt vai ao meu lado.

Chegando no portão vejo o carro de Jack e entro no banco da frente, Lice vem logo em seguida e se senta na janela do lado direito e fica atrás de Jack. Matt e Rose entram no carro de John e eu aceno para eles. Meu irmão dá a partida e então vamos para casa, olho uma última vez para o colégio e posso ver Danny descendo as escadas para o pátio, ele deve ter se perdido no caminho.

— Como foi o primeiro dia de aula no meio do segundo semestre do segundo ano? – Jack indaga e sei que está falando com a minha amiga.

— Tranquilo e normal, Rose e John estão na minha sala, então ficou mais fácil de me adaptar e também já estou acostumada a mudar de escola, lá no Brasil passei por quatro escolar diferentes. – dá de ombros.

— E você Clara? Pela sua cara não foi tão bom assim. – Harkness diz me encarando e lendo minha expressão de quem acabou de ver o seu pior pesadelo tomar forma.

— Horrível, descobri que Danny Pink está na minha sala, eu não poderia pedir para ter mais azar do que isso. Aquele garoto é, com o perdão da palavra, um pé no saco. Nunca vi alguém tão chato e inconveniente quanto ele. E Lice, vê se aqui você se aquieta e fica em um colégio, por favor. Vou precisar do seu apoio. – discurso e desabafo.

Chego em casa e subo para meu quarto tomar um banho para tentar relaxar, acho que será impossível depois de tantas descobertas. Me troco e desço para almoçar, mas antes que possa fazer qualquer coisa, do pé da escada, me deparo com uma cena que não estava esperando.

Alice está sentada no colo de Jack, que está sentado no sofá, e tem suas mãos nos cabelos dele, Jack passa as mãos pelo corpo todo da minha amiga e aperta de leve as coxas dela, se fosse qualquer outra garota já acharia estranho e inconfortável, como aquela vez em que vi ele e a Gwen se beijando, mas com a minha amiga é uma visão pior ainda.

Vejo ele abrindo os primeiros botões da camisa que ela está vestindo e deixando o sutiã a mostra, tento pará-los, mas não consigo me mover de onde estou, o choque e a surpresa são grandes demais para que eu possa fazer qualquer som que mostre minha presença.

As línguas deles estão travando uma batalha e os lábios se movem com tanta rapidez que daqui a pouco eles vão se engolir, ela levanta um pouco a blusa dele e percorre todo o abdômen do meu irmão para logo em seguida levar as mãos as costas dele. Separam os lábios e ele começa a dar beijos no pescoço dela e tenho certeza de que deixará algumas marcas. Finalmente consigo me mexer e pigarreio para mostrar que também estou em casa. Eles se separam bruscamente e começam a se arrumar.

— O que viu? – Jack é direto e vejo minha amiga corar.

— Nada demais, apenas um beijo. – digo para poupar os detalhes e evitar que minha amiga tenha um colapso nervoso ou queime de tanta vergonha.

Não é uma cena muito boa de se ver e eu gostaria de fazer com que meu irmão passasse vergonha, mas não quero prejudicar a Alice, sei como ela é tímida e fica vermelha fácil com essas situações. Eu sei que ela não fez por mal e não a julgo, é algo muito comum, mais do que ela possa imaginar. Quando ela se levanta para beber água e ir ao banheiro, resolvo atacar Jack.

Me sento ao lado dele como quem não quer nada e procuro o controle remoto da televisão, o beijo estava quente demais para que não tenha feito nenhum efeito nele. Seus lábios estão inchados e vermelhos e seu rosto está suado. O controle cai de minha mão e me abaixo para pegar. Olho de relance para seus movimentos e o vejo pegar uma almofada e colocar no colo. Pronto, já tenho minha arma.

— O que está escondendo maninho? Nunca te vi sentar com uma almofada no colo. O beijo estava bom? – digo piscando com um olho só.

E ao fazer isso, ele entende que eu vi mais do que devia. Vejo suas bochechas corarem e tenho certeza de que estão quentes, é muito raro ver meu irmão vermelho, mas ser pego no flagra é um dos motivos que o fazem atingir os cinco tons de vermelho. Nos levantamos e vamos almoçar.

— Nosso pai descobriu que o Danny está estudando no mesmo colégio que você. – Jack diz levando um copo de água a boca.

— E? – o olho pousando o talher no prato e levando um guardanapo a boca.

— E que ele quer fazer um esquema de carona. Eu os busco e vocês vão com os pais dele, não me olha assim, eu disse ao papai que é uma péssima ideia e se vocês duas sustentarem minha história, eu levarei e buscarei as duas.

— Ótimo, é isso mesmo que iremos fazer. Já basta ter que dividir o mesmo ar que ele durante as aulas, gosto de passar meu tempo livre com pessoas que eu gosto. Vou fazer de tudo para não ir com os Pink para a escola. – falo determinada a usar todos meus argumentos. Levo meu prato para a cozinha e subo ao meu quarto.

Me sento na escrivaninha e começo a fazer meus deveres, quando termino faço uma lista com todos os argumentos do motivo de não querer carona com os Pink, começo sendo racional e dizendo que não os conhecemos e termino sendo sentimental dizendo que é o único momento do dia em que posso ficar sozinha com meu irmão e que isso é essencial para nos aproximar mais e fortalecer nossos vínculos. Desço na hora do jantar.

— Clara preciso conversar com você. – meu pai diz assim que entra em casa.

— Sim papai, o que gostaria? – respondo fazendo minha melhor voz e expressão de filha compreensiva e carinhosa.

— Danny estuda na mesma escola que você então estava pensando em fazer um esquema de carona, o que acha? – indaga.

— Ah, mas eu não os conheço direito, acho que não é uma boa ideia.

— É uma ótima ideia, assim você tem a oportunidade de os conhecer melhor.

— Mas você não acha que é meio cedo? Eles mal chegaram a cidade, acho que devem se acostumar com o local antes de ter que ficarem levando as vizinhas para a escola.

— Na verdade, seria uma ótima oportunidade para eles se adaptarem ao local e você poderia ajudar eles a conhecerem toda a cidade.

— Papai essa a única oportunidade que eu tenho de ficar com o Jack, é importante para nós, afinal esse é o único momento em que temos um tempo sozinhos. – falo fazendo minha melhor imitação do gato de botas do Shrek.  

— Tudo bem filha, mas se mudar de ideia me avise. – vai para a cozinha.

Assim que termino de jantar e ajudo a tirar a mesa, subo para meu quarto e me jogo na cama, sei que ele vai tentar me convencer a entrar nesse esquema de caronas, mas eu estou determinada a dizer não todas as vezes, será uma longa semana, na verdade, muito longa.

Tenho certeza de que meu pai vai falar disso em casa e Danny na escola, pelo menos posso xingar Danny Pink sem ficar com remorso logo em seguida. Fecho os olhos e tento dormir, mas só consigo pensar nas minhas futuras discussões sobre a carona. Realmente, vão ser tempos difíceis, ao menos terei Matt e meus amigos para reforçarem que essa ideia é uma péssima ideia. Depois disso finalmente fecho os olhos e suspiro antes de dormir de verdade.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, não se esqueçam de comentar e nos vemos no próximo capítulo. Beijos com gosto de cupcakes azuis.



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