My Impossible Girl escrita por Doctor Alice Kingsley


Capítulo 16
Jantar com Danny. O que poderia dar errado?


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer a todos pelos comentários e espero que gostem desse capítulo. Nos vemos lá embaixo.



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                        P.O.V Clara

Pouco depois de Matt sair, Danny chega com sua família para o jantar que meu pai preparou. É um jantar de boas-vindas, já que faz tempo que não temos nenhum vizinho morando naquela casa, nunca entendi muito bem o porquê de ninguém comprar aquela casa.

Quando era pequena, as crianças mais velhas do bairro diziam que era uma casa mau assombrada e que um casal foi assassinado por seu filho. Diziam também que, após o assassinato o menino se suicidou e que os espíritos dos três ainda viviam ali e que assombravam aquele lugar.

Claro que quando cresci deixei de acreditar nessas bobagens, mas ainda assim não entendo o motivo de ninguém ter se mudado. Até hoje, já que os Pink resolveram acabar com essa fama da casa e espero que possamos ser bons amigos pelo menos.

Estou na sala esperando eles entrarem e meus irmãos estão ao meu lado, nosso senso de moda é muito distinto e único. Eu estou usando uma saia xadrez preta e vermelha, uma camisa branca, uma meia-calça preta e um sapato de verniz estilo boneca, Jack está usando uma calça e uma camisa social azul, um sobretudo da mesma cor e um sapato preto, Amy está usando uma saia preta e um moletom rosa avermelhado, usa um sapato igual ao meu e Rory está uma calça jeans, uma camiseta branca e um casaco verde exército.

— Clara é verdade que Matt brigou com nosso vizinho? – Amy cochicha em meu ouvido.

— Sim, mas o papai não pode saber disso. É segredo. – cochicho de volta.

Ela assente e voltamos a encarar o nada, só queria que o tempo passasse rápido, assim poderia ir para meu quarto pesquisar o material para construir a TARDIS e não teria que ficar olhando para a casa dos meus vizinhos os acolhendo.

Nunca fui boa em acolher os outros, só Alice que por sinal saiu hoje para caminhar. Conhecendo ela, sei que está saindo para que não tenha que jantar com Danny, a menina não gostou dele de cara. Não que eu não acolha os outros, mas geralmente demoro um pouco mais para o fazer.

Fato que me dá medo, já que ela não odeia ninguém e são raros os casos em que ela não tem empatia pelos outros. Geralmente ela é aquela pessoa na roda de amigos que quando vê uma pessoa sozinha vai falar com ela e chama para se juntar ao grupo. Dessa vez não, ela nem se importou em falar com Danny Pink.

Só espero que ela esteja bem e não resolva fazer nada do que possa se arrepender depois, mas provavelmente está com o pessoal da minha escola vendo algum jogo de futebol ou uma competição se surf qualquer.

Paro de devanear quando ouço a campainha tocando, espero Jack levantar e se direcionar a porta, mas quem abre dessa vez é meu pai. Ele nos olha e eu entendo que é para nos levantarmos e formarmos uma fila do mais velho para o mais novo.

Ele nunca foi assim, muitas vezes descíamos atrasados para cumprimentar as visitas e ele não se importa, claro que isso foi antes de minha mãe falecer. Deve se sentir mais responsável ainda por nós e deve querer que tudo saia como planejado.

Que falta sinto da minha mãe, especialmente nesses momentos, quando vamos realizar algo em família e falta um membro, me sinto incompleta e imagino que todos os outros também se sintam assim. Ela era uma pessoa, carinhosa, alegre, divertida e aventureira, se hoje quero mudar o mundo foi ela que despertou esse interesse em mim.

Sinto pena de meu pai, ele deve sentir um vazio muito grande, porque se eu que convivi 17 anos com ela já sinto, não posso imaginar como ele que viveu 32 se sente e também não tenho como saber, já que a relação que ele tinha com ela era completamente diferente da que nós duas tínhamos.

Todos nós cumprimentos os novos vizinhos e torço mentalmente para que eles não gostem de nós e que se mudem novamente, cada minuto que passa fico mais apreensiva com o filho deles e mais distância quero manter, espero que ninguém perceba isso, não quero magoar meu pai.

— Linda pode me passar o sal? – Danny pergunta e eu o ignoro.

— Ei morena, estou falando com você. – passa a mão na frente de meu rosto.

— Clara, meu nome é Clara. – respondo e continuo comendo.

— Baixinha me passa o suco, por favor? – Jack indaga.

— Clara, o nome dela é Clara. Se eu não posso dar apelidos a ela, você também não pode. – Danny fala, ele deve ter algum problema muito sério.

— Eu sei me defender e ele pode me chamar do que quiser, afinal ele é meu irmão e não um estranho qualquer que está jantando em casa. Adeus. – coloco o guardanapo que estava no colo na mesa e me retiro.

Estou subindo as escadas quando ouço meu pai me chamar, penso em dar meia volta, me desculpar e sentar à mesa novamente, mas pedir desculpas para quem está errado não faz muito meu tipo.

Alguns acham que por isso sou teimosa, mas só não gosto de inflar ainda mais o ego de quem acha que está certo cem por cento das vezes. Não sou do tipo que fica passando a mão na cabeça dos outros e que dá o braço a torcer, bem pensando bem talvez eu seja mesmo um pouco teimosa, mas é claro que nunca vou dizer isso em voz. Pego meu celular para conversar com alguém.

                Eu: Alice, onde vc está?

                Lice: Na porta de casa, por quê?

                Eu: Preciso falar com vc, agora.

                Lice: Sim senhora, estou subindo.

                Eu: RÁPIDO.

— Diga. – dizem entrando no meu quarto.

— Meu pai não te viu entrando, viu?

— Não, mas seu vizinho ainda está aqui. Eu já disse que não gostei dele nenhum pouco. Mas diga, qual sua impressão?

— Lice você estava completamente certa, ele é um idiota completo. Começou a fazer um show só pelo fato de eu não ter passado o sal para ele quando ele me chamou de linda e depois de morena. Acha que exagerei?

— Nenhum um pouco, ele não tem intimidade nenhuma para falar assim com você, ainda mais na sua casa e na frente de seu pai. Ainda bem que Matt não estava aqui, ele teria surtado.

— Teria mesmo e é por esse motivo que não quero contar nada a ele por hora, promete mantes segredo?

— Prometo, mas eu acho que deveria contar. A pior coisa que se pode fazer é manter um segredo de seu namorado, acredite em mim, eu sei o quanto dói magoar alguém que você gosta e que faz tudo para você só para te ver sorrir por um milésimo de segundo.

O celular dela toca e vai ao banheiro atender, deve ser o Caio. Suas palavras ainda estão em minha mente, quando Amy entra em meu quarto. Antes de falar com ela, preciso resolver se conto esse episódio ao Matt ou não.

O problema de contar é que ele vai ficar muito bravo e pode querer agredir o menino e o problema de não contar é que ele eventualmente vai descobrir e vai perder a confiança em mim. Vou optar por contar.

— Amy, o que foi? – indago vendo sua expressão. — Senta aqui. -pego ela no colo e a coloca em cima da minha cama.

— Eu não gostei do jeito que aquele rapaz te tratou e nem do jeito que você saiu, sinto que algo está errado. As coisas não costumavam ser assim. Eu sinto falta da mamãe. – começou a chorar em meu colo e isso partiu meu coração.

— Shiu, vai ficar tudo bem. – digo passando as mãos por seu cabelo. – Vai dar tudo certo, eu também sinto falta dela, mas eu te prometo que uma hora a dor vai embora e que eu não vou deixar ninguém arruinar nossa família. Nenhum Danny Pink vai estragar o que temos, eu te garanto.

— Você é a melhor irmã do mundo, eles acabaram de ir embora. Será que hoje podemos dormir juntas, como você fazia quando eu era pequena? – Amy diz com um biquinho e os olhos meio baixos, a típica cara de “eu sei que vai dizer sim”.

— Claro que sim baixinha. – digo a abraçando.

Ela sai saltitando do meu quarto e sei que está indo buscar suas coisas, meu coração está partido com essa cena. Eu fico triste por ela, tão nova e tendo que sofrer tanto por ter perdido a mãe. Acho tão injusto que enquanto tem filhas brigando com suas mães e desejando nunca mais olhar na cara delas, tudo o que eu queria era passar só mais um dia ao lado da minha.

Tento não parecer tão triste para não preocupar Amy, tudo o que ela menos precisa agora é ficar preocupada comigo e querer me ajudar. Para animá-la resolvo montar um mini salão com a ajuda da Alice e resolvemos fazer algumas “estações”, vamos começar com o cabelo fazendo um penteado bem legal, depois vamos as unhas dela e por último um desfile de moda.

Às vezes eu queria ter tido uma irmã mais velha para fazer tudo isso comigo, mas só de pensar em não ter o Jack em minha vida já fico mal, ele é um ótimo irmão, apesar de seus defeitos e seu temperamento. E de ser um pouco rude de vez em quando, mas eu o amo de qualquer forma, sem pôr ou tirar nada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, não se esqueçam de comentar e nos vemos no próximo capítulo. Beijos com gosto de cupcakes.



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