My Impossible Girl escrita por Doctor Alice Kingsley


Capítulo 1
Conhecendo Matthew Smith


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem com vocês? Essa fic se passa em um Universo Alternativo. Espero que gostem e nos vemos lá embaixo.



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                       P.O. V Matt

Parece que foi ontem que eu terminei o primeiro ano do Ensino Médio e entrei de férias. Hoje já é o meu primeiro dia de aula no Segundo ano. Por quanto tempo dormi?

Odeio primeiros dias de aula, sempre fico imaginando quem está na minha sala, como serão meus colegas de classe, se irá entrar alunos novos, quem serão os professores, se vou gostar da matéria, se vou entender as aulas e o mais importante se vou passar direto de ano. Preocupações básicas de qualquer adolescente que está a dois anos de se formar, na verdade, é uma preocupação de qualquer ser que esteja estudando, mas a pressão aumenta no ensino médio, isso é um fato que não se discute.

 Corro para pegar minha mochila, pois já estou atrasado. Meu irmão gêmeo, John Smith fica gritando que tenho que ir logo o tempo todo. Eu não sou nada parecido com ele, há quem diga que eu sou mais novo. Somos muito diferentes em quase tudo, mas quando se trata de chegar no horário os dois se tornam insuportáveis. O que é péssimo, pois um dos dois sempre atrasa e nunca chegamos no horário certo. Dizemos que é nossa maldição, uma vez que somos os mais atentos possíveis e neuróticos quando se trata do tiquetaquear do relógio, mas sempre algo nos atrapalha.

— Matt anda logo, tenho que sentar do lado da Rose antes que o Mickey pegue aquele lugar para o resto do ano. – meu “querido” irmão me apressou.

 — Já estou indo! – grito me encaminhando para a porta. — Sabe que também quero me sentar perto de uma garota. – falei.

— De uma garota, não importa qual seja. É diferente, eu preciso sentar do lado da Tyler. É vital– exagerou.

— Tudo bem, você venceu. – disse levantando os braços em sinal de redenção. — É vital ou ainda não superou a briga com o Mickey? – indago para mim mesmo, não quero começar uma discussão com meu irmão a essa hora da matina.

 Meu irmão tem uma rixa com esse tal de Mickey desde que me conheço por gente, quando estávamos nos primeiros anos escolares de uma criança, que diga-se de passagem são os melhores anos, John estava brincando com um balde de areia e Mickey o queria emprestado. Meu irmão é claro, disse não e então eles começaram uma guerra de areia, que como qualquer guerra que duas crianças de 5 anos começam, não acabou nada bem e envolveu a sala inteira. Por sorte gêmeos são proibidos de estudarem na mesma sala e eu faltei naquele dia, pois estava doente. O universo me ama e eu só tenho a agradecer.

A “tia” que é como chamamos a professora quando pequenos, interviu e os dois receberam o maior castigo que pode haver para uma criança, ficaram proibidos de brincar na sexta-feira do brinquedo. Até hoje John culpa Mickey pelo acontecimento e vice-versa, não podem se ver sem já discutirem. Se um dia eles se cumprimentarem de forma amigável ou mundo vai acabar ou eles vão se formar. A primeira opção é a mais plausível, uma vez que Mickey não é o que podemos chamar de aluno aplicado e muito menos esforçado. Não que eu esteja tomando partido de alguém, acho isso uma grande besteira para ser sincero, mas cada um com seus problemas. Eu é que não vou me meter nessa rixa.

Minha primeira aula é com o Sr. Tennant, ele ensina química e física, normalmente um professor não é permitido de dar aula de duas disciplinas distintas, mas ele é tão bom nas duas frentes e gosta tanto do que fez que a escola optou por dar a ele ambos os cargos. Suas aulas são dinâmicas e sempre há exemplo com experimentos o que motiva os alunos e ajuda no entendimento. E é lindo o modo como ele trabalha, exala uma paixão pela matéria e por ensinar que até os alunos que não gostam de extas e biológicas, se sentem acolhidos por ele e se esforçam para ir bem nas provas.

São essas aulas que fazem da minha segunda-feira um dia um pouco mais agradável e aceitável, se não fosse por essas matérias eu não sobreviveria ao pior dia da semana. Não que eu não goste de ler e aprender sobre as escolas literárias e suas diferenças, mas as aulas de literatura simplesmente não fazem sentido de manhã e eu odeio finais o que me faz viajar para longe durante as aulas da senhorita Noble.

Entro na sala e me sento no meu lugar de sempre, ao fundo do lado direito. Ali é o canto dos que querem sossego ou do pessoal paz e amor que fica vendo as árvores e comentando o quão majestoso é o pouso de um pássaro no galho mais alto da árvore mais verde do pátio. Besteira ao meu ver, eu me sento ao lado da janela, porque gosto de ver o céu e imaginar o que há para além das nuvens. Talvez um mundo inteiramente novo e inexplorado, talvez planetas e galáxias distantes de tudo, sem escolas e provas, onde todos nascem inteligentes e podem viajar no tempo. Aos olhos da ciências viagens no tempo são possíveis, mas você teria que ficar preso durante anos dentro de um foguete dando voltas em um buraco negro. Quase não envelheceria ao voltar para a Terra e teria viajado no tempo, mas eu quero pensar em algo mais estilo Doctor Who com uma máquina do tempo capaz de se mover por todo o espaço e tempo.

 — Bom dia turma. – o Sr. Tennant nos desejou.

— Bom dia, professor. – somente eu respondi.

A turma se virou para mim e começou a rir, meu professor me olhou e sorriu. Apenas ignorei os meus colegas e comecei a anotar o que estava no quadro negro. A culpa não é minha se sou educado e o resto da sala não, meus pais me ensinaram a respeitar e a cumprimentar todos a minha volta e é o que eu faço.

A aula infelizmente acabou rápido demais, a próxima será a de Literatura. Às vezes acho que a professora não gosta muito de mim, então me lembro que meu irmão a odeia e o sentimento é recíproco, o que faz minha impressão de ser odiado pela professora de cabelos cor de fogo passar a ser verdade, ela odeia qualquer pessoa que pertença a família Smith. Fico imaginado se quando for pai meu filho vai ter aula com ela e vai ser odiado por causa do tio que terá e em parte do pai.

— Senhor Matthew Smith pode responder à pergunta? – me testou.

— Desculpa, mas pode repetir a perguntar por favor? – o nervosismo pode ser facilmente detectado em minha voz.

 — Me diga uma das características do período Barroco. – falou com um sorriso maligno nos lábios.

— A oposição entre luz e treva, antropocentrismo e teocentrismo. Antíteses e paradoxos para resumir. – respondi e torci para estar certo.

Seu silêncio confirma que a minha resposta está certa, começo a ver o céu e nele posso ver os pássaros voando para longe sem ter a preocupação do que vão fazer quando crescerem e explorando um universo tão grande. Meu desejo secreto é ser um pássaro, poder voar além do arco-íris e ver coisas que homem algum jamais viu.

— Com licença. – uma garota morena diz.

— Pode entrar. Você deve ser a senhorita Clara Oswald. – Donna fala. — Turma essa é a senhorita Clara, ela foi transferida para essa escola. – minha professora continua falando.

 Eu não presto atenção no que ela diz, meu único foco é a garota de cabelos curtos, camisa e saia com uma bota e um casaco por cima. Ela parece ser diferente de todas as meninas da minha sala o que vai causar muita curiosidade nos rapazes e inveja nas moças por não serem mais o centro de nossa atenção. Vejo que ela se encaminha para perto de mim e então visualizo a cadeira vazia ao meu lado.

Os lugares são fixos, uma vez nele fica até o fim do ano, a não ser que o professor resolva te trocar de posição com outro aluno, mas isso raramente acontece. Por isso a afobação de John para sentar-se ao lado de Rose hoje de manhã. Ela abre seu caderno e começa a escrever o conteúdo que está na lousa. Nem sequer prestou atenção em mim e eu volto a mergulhar no universo, mas desta eu tenho uma companheira ao meu lado. Clara Oswald mal chegou na minha turma e já invadiu meus pensamentos.

Um som irrompe as barreiras que criei e estou de volta à realidade, onde todos os alunos estão abrindo suas malas e saindo da sala como se estivessem prestes a conquistarem sua liberdade, nem se lembram da garota nova. Olho ela de relance e vejo que está lendo um livro, está no fim ao julgar pela quantidade de páginas que tem na mão, ou seja uma página, talvez algumas linhas e fim do livro. Não quero incomodar, mas sinto que tenho que falar com ela.

 — Olá, sou Matthew Smith, mas pode me chamar apenas de Matt. – digo com a mão estendida.

— Sou Clara. – responde sem tirar os olhos da página que está lendo.

— Se quiser conhecer o espeço escolar é só falar comigo, estou à sua disposição. – falo sorrindo.

— Está flertando comigo? Porque se estiver não vai acontecer. – fecha o livro e o guarda na mala.

 — Nunca diga nunca, você vai ver. Ainda vamos andar de mãos dadas pelo colégio. – provoco.

— Voltando ao assunto, eu já conheço o espaço escolar visitei antes de entrar. Meu antigo diretor achou que eu me encaixaria melhor aqui. – se levanta.

Clara Oswald é mesmo uma garota impossível. Impossível de não tentar entende-la, impossível de não querer conversar e impossível de não querer manter uma amizade. Essa garota levaria qualquer um a loucura em pouco tempo com tanta informação que ela despeja por minuto, mas morando com um irmão como o meu durante dias, meses, anos e feriados, você acaba se acostumando com o excesso de informação por minutos, parecem máquinas.

Continuo a seguindo pelos corredores até chegar na biblioteca, já dá para notar que esse será seu lugar favorito, mas não posso culpa-la, essa construção também é meu refúgio, meu passatempo preferido é ler sobre o universo.

Vou para a prateleira de física e começo a procurar por um título que me chame a atenção, nunca vou com um livro em mente, o que faz com que eu perca mais da metade do meu tempo. Olho para minha direita e lá está ela vasculhando a prateleira de literatura, passa os dedos pelas capas dos livros como se fosse a coisa mais preciosa que ela vê em sua frente.

Ela se senta na mesa mais próxima a nós e começa a ler, eu não vejo o título do livro e continuo procurando o meu. Resolvo ler “Uma Breve História do Tempo” escrito pelo Stephen Hawking. Ando em direção à mesa em que Clara se encontra e mergulho na minha história.


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Notas finais do capítulo

É isso espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar, será muito importante para mim e até o próximo capítulo. Beijos com gosto de cupcakes azuis.



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