20 maneiras de irritar Dolores Umbridge escrita por nywphadora, Tessa, nywphadora


Capítulo 15
14ª maneira




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14ª maneira - reclame por ela não ensinar feitiços.

Durante o resto do dia, a paranoia a perseguiu. A paranoia de que alguém pulasse à sua frente, ameaçando dar à Umbridge a prova de que Sarah era a culpada pelos acontecimentos, ou mesmo que a própria diretora a chamasse para declarar sua expulsão definitiva da escola.

Se era para ser expulsa, ela não queria que fosse dessa forma.

— Droga! Droga! Droga! — ela sussurrou, refazendo os seus passos mais uma vez, procurando até mesmo dentro das paredes.

Como um pedaço de pergaminho poderia embrenhar-se entre as pedras era um mistério, mas Sarah tinha a esperança de que as leis da física resolvessem ajudá-la naquele momento. Ou melhor, as leis da magia.

Cogitou ir atrás dos gêmeos, perguntando a eles se tinham pegado-a ou visto cair, mas o seu orgulho impediu-a. Ainda sentia raiva deles por a largarem ali, naquela escola comandada pela pior das cobras.

Cobra, sapa... Umbridge era todas as espécies nojentas existentes na face da Terra.

— Vamos, Sarah, você precisa se lembrar — ela quase bateu a cabeça na parede do corredor, desesperada.

— Lembrar do quê?

Dessa vez, Sarah bateu a cabeça de verdade na parede de pedras, ao pular de susto.

— De nada que te interesse! — ela tentou passar direto por Fred.

— Espere! — ele segurou o seu braço — Você esqueceu uma coisa.

Ele tirou a lista de seu bolso da capa e entregou-a.

— Não vai perdê-la por aí — disse, dando um sorriso leve.

— Acha que não sei me virar sem vocês? — perguntou Sarah, rebelde — Pois tenho uma novidade! Ao contrário de vocês, eu não nasci grudada!

Ela começou a caminhar para longe dele, mas novamente foi contida. Antes que pudesse dizer algo, Fred a prensou na parede, encostando os seus lábios. Como instinto, Sarah tentou bater em sua cabeça, mas, como sua mão segurava o pergaminho, o efeito não foi o desejado.

Por fim, ele afastou-se, parecendo divertido por sua reação.

Ela odiava isso nele.

— Por favor, fique longe da Ala Oeste esta tarde — ele pediu — Se te virem conosco, pensarão que faz parte do que faremos.

— Pelo menos eu poderia ir com vocês — disse Sarah, sem muitas esperanças.

Não podia negar um pedido de Fred, ainda mais feito como foi.

— Está bem, eu ficarei longe — ela disse, olhando para o pergaminho.

Sentiu-o beijar a sua testa, antes de caminhar para longe daquele corredor.

A sineta tocou e Sarah respirou fundo, antes de colocar as mãos nos bolsos da capa, uma delas segurando o pergaminho firmemente.

***

Aquela devia ser a primeira vez que ela era vista segurando um livro, mas era por uma boa causa. Uma boa causa do ponto de vista dela, é claro. Mesmo assim, algumas pessoas não viam dessa forma.

— Vamos, Amber, segure o outro braço! — disse Ginny, fingindo desespero — Precisamos levá-la ao St. Mungos.

— Eu só precisava de uma informação — comentou Sarah, casualmente, antes de fechar o livro — Já tenho o que preciso.

Deu um sorriso maligno, antes de sair do Salão Comunal.

Escutou um “Devo ficar com medo?” retórico, mas continuou o seu caminho, apenas sorrindo mais maliciosa do que antes.

É, elas deviam.

Um simples feitiço — talvez não tão simples — que faria com que Sarah não precisasse do mapa do marauder. Era como um rastreador, ela saberia onde Umbridge estaria o dia inteiro. Enquanto todos fariam esse feitiço para fugir dela — isso daria uma boa maneira de irritá-la —, ela faria para que a sua mera presença incomodasse a mulher.

Seria ela uma assombração? Teria dado poção polissuco a todo o corpo estudantil?

Só podia imaginar as paranoias da mulher.

Seguiu para um corredor à frente de onde Umbridge estava, e derrubou um jarro sozinha. As coisas não tinham tanta graça com os gêmeos trabalhando à parte.

— Senhorita Black, conserte isso! — disse a mulher, ao notá-la passando por ali.

— Eu não sei como fazê-lo, senhora — respondeu Sarah, escondendo a varinha no bolso.

— Como assim não sabe? — perguntou Umbridge, intrigada — Está no quarto ano!

— Não me ensinaram o feitiço. E, mesmo que o tivessem feito, não posso usar magia nos corredores.

Saiu caminhando, deixando a mulher com a palavra na boca.

Esperava que ela não resolvesse reclamar com o professor Flitwick, embora isso fosse sair completamente do que ela pregava em suas aulas.

Quando os gêmeos resolveram fazer o seu feitiço, a diretora olhou ao redor, procurando alguém para culpar, já que os reais culpados tinham escapado. Pediu a ajuda dos professores, que apenas argumentaram não conseguir desfazer, mas sequer tentavam fazê-lo.

— Senhorita Black! Desfaça isso agora mesmo! — ela foi arrastada para o círculo de lodo.

— Como espera que eu saiba desfazer? — Sarah revirou os olhos, impaciente — Eu não fui ensinada a isso! Se os professores não conseguem, como eu conseguiria?

— Eles eram os seus parceiros do crime, Black! Não negue! — Umbridge começou a gritar — Você sabe exatamente bem como desfazer e o fará agora mesmo!

— Pelo que me consta, os produtos dele são Weasley Wizard Wheezes, não me consta o sobrenome Black na marca — a professora McGonagall, como sempre, interviu.

A discussão entre as duas parecia cada vez mais frequente. Sarah aproveitou a deixa para afastar-se, quando notou que a diretora não prestava mais atenção em si.

Era oficial, eles tinham ido embora, e não havia nada que pudesse fazer a respeito disso.

Pegou a lista outra vez e rasgou ao lado da 14ª maneira, já que não sabia como poderia continuar com aquele quesito.

— Continuem a leitura do capítulo anterior — a professora entrou na sala, apressada.

A cor rosa já dava dor de cabeça em Sarah, e o fato de que ela parecia contente por Fred e George terem saído só a irritava mais ainda.

Pegou o seu tinteiro e derramou-o inteiro em cima do seu livro, tentando extravasar a sua irritação.

— Por que não está lendo, senhorita Black? — perguntou Umbridge, ao notar que ela permanecia olhando para o quadro.

— O tinteiro quebrou em minha mochila, o livro está todo sujo.

Para comprovar o que ela disse, sacudiu as páginas, molhando um pouco os colegas mais próximos.

— Limpe-o, oras! — disse Umbridge, como se fosse óbvio.

— Mas, professora, a senhora disse que não podemos usar a varinha em sua aula — disse Sarah, imitando o seu tom.

Ela não irritou-se, o seu humor estava bom demais para isso.

— Eu permito agora — ela disse, simplesmente.

— Eu não sei qual feitiço usar — retrucou Sarah.

— Era só o que me faltava! — exclamou Umbridge, intrigada — Você não aprendeu nada até aqui? Como chegou ao quarto ano?

— Eu não sei.

Foi instruída a guardar o seu material, depois que a diretora limpou o seu livro, e seguiu-a para fora da sala.

— Agora você não tem mais os seus amigos para se esconder, não é mesmo? — ela sussurrou, debochadamente.

Abriu uma sala de aula qualquer, e Sarah sentiu o seu rosto corar de raiva.

— Já que não tem nível o suficiente para o quarto ano, acho que não deveria seguir este curso — ela declarou, empurrando-a para a aula de feitiços do primeiro ano.

O professor Flitwick encarou-a curioso.

— Boa aula, senhorita Black.

Fechou a porta às suas costas, deixando Sarah espumar de raiva.

— Senhorita Black? — perguntou o professor, sem entender.

Ela tentou sorrir, sem muito sucesso.

— A professora Umbridge acredita que terei uma melhor experiência aqui, e não posso negar — Sarah deu de ombros — Aprenderei bem mais aqui.

Flitwick sorriu de volta, entendendo.

Ela sentou-se em uma mesa à parte, e o professor passou tarefas específicas para ela — de acordo com o seu ano, ao contrário do que Umbridge devia planejar ao tentar humilhá-la dessa forma.

— O que acha de tentar este feitiço? — ele indicou umas instruções em um livro pessoal dele.

Sarah arregalou os olhos, olhando de volta para o professor.

— Tenho certeza de que fará um ótimo uso dele — Flitwick deu uma piscadela, antes de voltar a sua atenção aos outros alunos.

Ela sorriu consigo mesma. Dessa vez, um sorriso verdadeiro, de lado e malicioso. Até os professores estavam de seu lado, naquela guerra.


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