10ª maneira: troque suas roupas rosas por pretas.

— É um exagero isso aqui — reclamou Sarah, apoiando a cabeça na almofada da Ala Hospitalar.

— Pneumonia? — perguntou George, incrédulo — Por causa de uma molhadinha?

Sarah deu de ombros, bufando.

— Poderíamos fazer uma tirada dupla — disse Fred, olhando para a lista — Trocar as roupas de Umbridge pelas de Snape.

— Eles veriam, e dariam um jeito — Sarah disse, depressiva.

— Acha que é a única inteligente por aqui? — brincou.

— Desculpe, amor — murmurou.

— Explique — interrompeu George.

— Cara, você está mais babaca, desde que começou a ficar de olho na Angelina — disse Fred.

— E você mais tapado! — retrucou George — Eu não sei qual é o próximo item.

— Sem briga, crianças! — disse Sarah.

Fred jogou a lista para ele, sem olhar para o lado.

— “Troque suas roupas rosas por pretas” — leu George.

Sarah deu-lhe um tapa na perna, e ele escondeu a lista, quando viu madame Pomfrey aproximando-se, com uma poção nas mãos.

— Tome — ordenou à Sarah, que fez uma careta.

Esperaram a mulher afastar-se, desconfiada, para poderem continuar.

— Explique — repetiu George.

— Podemos dar um jeito de fazer a troca sem que eles percebam — disse Fred.

— Como farão isso? Só consigo pensar em transfigurar no mesmo instante — disse Sarah.

— Certo... Preciso testar umas coisas com o que restou da tinta, ver se funciona — disse Fred, pensativo.

— Senão? — perguntou George.

— Vai funcionar, não comece com negatividade — reclamou Fred — Precisamos arrumar um jeito de ir ao escritório de Umbridge, e ao escritório de Snape, em algum momento em que nenhum dos dois esteja.

— Vamos dar uma olhada nos horários deles — disse George, levantando-se.

Fred despediu-se de Sarah, antes de seguir o irmão para fora da Ala Hospitalar.

— Estamos nos virando bem com poções até... — disse George.

— Vejamos que nota o professor Snape dará para a nossa obra prima — Fred sorriu, maliciosamente.

***

— O que estão aprontando?

Eles fecharam os livros, olhando inocentes para Angelina.

— Estão mesmo lendo livros? Merlin enlouqueceu! — ela debochou.

— Engraçadinha — retrucou Fred — Nós estudamos, sabe. Não gostamos, mas, pelo menos, nos esforçamos, para que nossa mãe não nos odeie muito.

— Sei... — disse Angelina, desconfiada — O que vão aprontar agora?

— Está bem... Estamos aprimorando um dos nossos produtos — disse George.

— Para usar em vocês sabem quem? — perguntou Angelina.

— Voldemort? — perguntou George, na cara pálida.

— Poderíamos criar um nariz para ele! — Fred arregalou os olhos, como se tivesse tido uma grande ideia.

— Merlin! — Angelina tentou segurar a risada.

— Seria uma ótima ideia! — George concordou, rindo.

— Não era esse “você sabe quem” a quem me referia — Angelina tentou se recompor.

— Coitados de nós, tendo mais de um! — Fred brincou.

— Eu tô falando sério! Eu amo quando vocês fazem isso com a Umbridge, mas tomem cuidado, sim? — ela pediu.

— Não se preocupe! — George sorriu.

Fred olhou de um para o outro, com um sorrisinho. Viu que estavam distraídos demais, um com o outro, e saiu de fininho, com a tinta modificada.

— Vai ter que quebrar o meu galho depois, George — murmurou para si mesmo, antes de ir até o escritório do Snape.

Quando entrou lá, o professor parecia estar no banheiro, o que era uma sorte, só esperava não presenciar cenas desagradáveis. Por via das dúvidas, passou a tinta rapidamente pelas vestes separadas.

Saiu rapidamente, e foi até o escritório de Umbridge. Filch quem estava fazendo guarda, então só precisou jogar uma bomba fétida no outro lado do corredor, e entrou rapidamente. A professora, infelizmente, não estava. Ele jogou a tinta nas outras roupas dela, e saiu, pouco antes de Filch voltar.

— É... Isso não me deixa escolha — murmurou, indo para a sala de DADA.

Encontrou George no caminho, e eles foram até lá.

— Mas vai ser estranho se cair algo não molhado nela — observou George.

Fred revirou os olhos, conjurou um pouco de água dentro do recipiente, não seria isso a acabar com seu experimento, e armaram o plano.

— Me dá isso, Fred! Lee pediu para que eu guardasse! — gritou George, puxando a lata para si.

— Não! Eu preciso disso! — ele puxou do outro lado.

— O que está acontecendo? — Umbridge aproximou-se.

George soltou a lata, fazendo Fred derrubar o líquido na mulher.

— Ai, meu Deus! — George fez cara de chocado.

— Mas o que é isso? — gritou Umbridge, cheirando as vestes, preocupada.

— É só água! — disse Fred, sorrindo amarelo.

— Tanto faz! Saiam daqui, antes que eu perca a paciência! — ela gritou.

Eles não precisaram ouvir duas vezes.

— Ela é bem burra, não? — murmurou Fred, olhando para trás.

— Talvez — George sorriu — Mas o plano está em andamento.

— Pedirei para Colin tirar uma foto, Sarah merece ver isto — disse Fred, deixando a lata com o irmão, e indo atrás do garotinho.

***

Do outro lado do corredor, Umbridge caminhava irritada em direção à sua sala, a fim de trocar aquela roupa.

— Crianças malditas — resmungou, enquanto entrava na sala.

Como se sua semana já não tivesse sido um caos total e, como se não bastasse ter sido humilhada pela McGonagall na frente da escola inteira, ela teve o azar de encontrar todas as suas roupas tingidas de preto.

— Mas… O que diabos está acontecendo aqui? — perguntou para si mesma, em um tom que demonstrava raiva e desespero ao mesmo tempo — FILCH!

Não foi preciso ela chamar duas vezes e ele já tinha chegado.

— Sim, senhora? — ele tinha ido tão rápido que quase tropeçara nos próprios pés.

— O QUE DIABOS ACONTECEU AQUI? — gritou, completamente histérica, apontando para suas roupas.

— Eu… Eu não faço ideia, senhora — Filch nem pensou em se aproximar para olhar o que estava acontecendo. A expressão de Umbridge era assassina.

— QUAL É A SUA FUNÇÃO, FILCH? ME RESPONDE! — gritou a mulher, prestes a pegar sua varinha — A SUA FUNÇÃO É VIGIAR A MINHA SALA PARA EVITAR QUE ALGUMA PESSOA ENTRE E FAÇA JUSTAMENTE ALGO ASSIM!

— Me… Me desculpe, senhora. Eu juro que não vai acontecer de novo — ele gaguejava cada vez mais.

— NÃO VAI ACONTECER MESMO! SABE POR QUÊ? PORQUE, SE ACONTECER NOVAMENTE, VOCÊ É QUEM VAI TER QUE PAGAR POR TUDO! AGORA SAIA JÁ DAQUI! — ela gritou mais uma vez e Filch saiu correndo, sem nem pensar em olhar pra trás.

Umbridge se sentou em sua cadeira e respirou fundo, tentando se acalmar.

Ela iria descobrir quem estava fazendo essas coisas uma hora ou outra. E quando ela descobrisse… Essa pessoa iria se arrepender de ter nascido.

***

Sarah gargalhava, sem dar importância para os olhares de seus colegas de classe. A foto de Snape com roupas cor de rosa era uma imagem que nunca pensou ver em uma vida, bem mais engraçada do que Umbridge de preto, embora a sapa velha parecesse uma gótica vestida daquele jeito.

Para Fred, aquelas gargalhadas valiam a pena tudo o que estavam fazendo.