Tempestade escrita por Dani R


Capítulo 6
VI - High Hopes


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tô de volta!!!! Eu demorei bastante né? Eu sei :( Juro que a irresponsabilidade não foi com essa fic, e sim com "Sintonia", que demorei décadas pra escrever, atrasando as outras como consequência, mas assim que terminei eu comecei a escrever o sexto capítulo de Tempestade.
Notaram que a fic tá com capa nova? Graças à Mayslytherin, essa pessoinha maravilinda. Ela fez tantas capas bonitas que eu posso até eventualmente trocar pelas outras HAHAHA.
A música desse capítulo é High Hopes da banda Kodaline (uma música que resume bastante Jily nessa fic, hehe), espero que gostem!



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I remember it now, it takes me back to when it all first started
But I've only got myself to blame for it, and I accept that now
It's time to let it all go, go out and start again
But it's not that easy

But I've got high hopes, it takes me back to when we started
High hopes, when you let it go, go out and start again
High hopes, ooohhh when it all comes to an end
But the world keeps spinning around

A tristeza de Lily Evans depois de terminar com Severus se transformou, em poucas semanas, numa sensação de liberdade indescritível. Sem mais brigas e humilhações. Fazia muito tempo desde a última vez que ela se sentiu assim, e queria que esse sentimento se prolongasse por vários anos.

Depois de um longo dia de trabalho, ela deu uma boa caminhada de volta até seu apartamento. Sabendo que precisava de um exercício, ela subiu as escadas até o quinto andar. No corredor, ela viu James abrindo a porta do apartamento dele com certa dificuldade, fazendo a ruiva soltar uma risada baixa, mas audível o suficiente para ele.

— Lily! — ele parecia surpreso ao vê-la, mas não deixou de abrir um sorriso quando ouviu o som da risada dela.

— Ei, Jay. — ela o cumprimentou e caminhou até onde ele estava. — Problemas com a chave?

— É... — o Potter coçou a nuca e fez uma careta, um hábito que Lily sempre achou muito fofo, e naquele momento não foi diferente. Ela automaticamente abriu um sorrisinho diante àquela cena. — Não é incomum, sabe. Acontece bastante, na verdade.

James continuava parecendo sem jeito, e ele realmente estava. Quando ele se acostumaria com a companhia de Lily como antes? Nunca, talvez. A luz de uma das janelas do prédio refletia diretamente na ruiva, deixando-a com ainda mais de brilho do que naturalmente. Era como se ela fosse um verdadeiro anjo sorrindo para ele.

— O que foi? — Lily percebeu que James a encarava e estranhou a situação, fazendo ele voltar a realidade.

— Ah, me desculpa. — ele soltou um riso nervoso.

— Está tudo bem. — Lily sorriu.

Os dois ficaram olhando nos olhos um do outro por tanto tempo que nem perceberam que Sirius já tinha aberto a porta para James e estava os observando pensando em como os dois eram malucos, se divertindo mais do que deveria.

— E aí, vocês vão se mexer? — Black os assustou tanto que eles gritaram e pularam.

— Sirius! Desde quando você está aí? — a ruiva perguntou, incrédula.

— Uns três minutos, mais ou menos. — ele respondeu e ficava alternando seu olhar entre as expressões nos rostos de ambos. — Como vai, Lily? — “malicioso” era apelido para o sorriso estampado no rosto de Black.

— Bem, Six. — ela revirou os olhos, cruzando os braços.

James e Lily sentiam que estavam de volta ao Ensino Médio, quando eles não podiam ter um momento a sós que Sirius, ou qualquer um de seus outros amigos, chegava e maliciava a situação inteira. Eles podiam estar conversando sobre F.R.I.E.N.D.S que ele acharia que estavam fazendo alguma coisa relacionada a sexo. Sinceramente, era irritante.

— Hm... Sirius? — James fazia um gesto com a cabeça para que Sirius saísse dali, pois aparentemente o Potter tinha algo a dizer para Lily.

— Vocês vão se beijar sem mim? Que pena. — Sirius não percebeu que estava brincando com fogo, e quando menos esperava foi empurrado por James e obrigado a entrar no apartamento, com Lily rindo escandalosamente.

— Ele é um idiota. — disse James quando voltou, e a ruiva concordou.

— Mas e aí, o que queria falar para mim? — a ruiva estava bem curiosa, como sempre, fazendo o Potter sorrir com lembranças de situações embaraçadas com a curiosidade de Lily sendo a culpada.

— Não é nada muito importante, só quis provocar Sirius. — confessou e logo respirou fundo, tentando lembrar palavra por palavra para que pudesse declará-las. — O meu time, OSL, vai jogar contra o Chudley Cannons amanhã às três da tarde. Eu ia dar meu último ingresso para Remus, mas ele vai viajar com a nova namorada dele. Quer ir?

Lily arqueou as sobrancelhas, um tanto quanto surpresa. Ela lembrava da época em que o quarto de James, na tão conhecida casa dos Potter, era cheio de pôsteres com o símbolo e jogadores do Chudley Cannons, seu time do coração. Com certeza devia ser um pouco difícil para ele jogar contra os Cannons, mas ela admitia que estava louca para ver como James jogava desde que ela voltou para Londres e ele a dissera que era oficialmente um jogador profissional.

— Claro! — ela parecia animada e até abriu um sorriso, mas quando olhou para as pastas que carregava, lembrou-se das milhares de provas que precisava corrigir, e sua felicidade desvaneceu. — Droga. Droga, droga, droga.

— O que aconteceu? — ele perguntou, preocupado com os xingamentos dela.

— Nada. — ela deu uma risadinha nervosa e estampou seu rosto com uma careta desagradável enquanto olhava para aquele monte de folha em seus braços. — Só tenho que corrigir algumas provas.

— Oh. — James parecia um pouco decepcionado, e Lily se perguntava o porquê. — Não vou mais te incomodar.

— Mas ei, antes de eu entrar... — ela se aproximou dele até que seus lábios encostassem-se à orelha dele, fazendo James perder os sentidos por um milésimo de segundo. — chute ao gol ou eu chuto sua bunda.

Ao assistir os cabelos ruivos desaparecerem de sua frente, James Potter não conseguiu evitar o sorriso quando ouviu aquelas palavras, que lhe traziam tantas memórias doces.

Outubro de 2009

Lily queria morrer. Ela costumava ser muito boa na matemática, mas a matéria daquele ano em particular estava a fazendo se sentir como um ratinho na ratoeira. Sua paciência já estava chegando ao fim, enquanto estava sentada em frente à escrivaninha tentando resolver problemas mais difíceis do que a vida em si. No mesmo momento em que a garota gritou e jogou as folhas dali, as deixando voar pelo quarto, percebeu a presença repentina de James perto da porta.

— Calma aí, irritadinha. — ele ria da desgraça da melhor amiga enquanto caminhava até ela e depositava um beijo na sua bochecha. — O que houve?

— Esse trabalho de matemática é impossível. — a ruiva demonstrou um beicinho e assistiu enquanto o garoto sentava-se em sua cama e logo uma pergunta surgiu em sua mente, a fazendo franzir o cenho. — Por que veio aqui?

— Um garoto não pode passar um tempo com a sua melhor amiga? — James puxou Lily pelo braço para que ela se sentasse ao lado dele. Quando o fez, ele passou o braço pelo pescoço dela, enquanto ela deitava sem seu ombro.

— Ah, é que foi meio repentino, só isso. — Lily disse, mas James olhou para ela com uma expressão confusa.

— Repentino? — perguntou, como se quisesse que ela pensasse em algo. A garota ficou minutos tentando lembrar de algo, e conseguiu. Foi como nos desenhos animados, quando uma lâmpada surge acima de um personagem quando ele tem uma ideia e/ou entende alguma coisa.

— Hoje é o jogo contra a Durmstrang! — ela colocou as mãos em frente a própria boca, rindo da própria situação. — Ai meu Deus, Jay, me desculpa!

Ele riu da reação da amiga e colocou uma mecha do cabelo ruivo atrás da orelha dela para que ela se acalmasse.

— Está tudo bem, não estamos atrasados. Na verdade, vim te buscar, pois sei que sempre se esquece dos meus jogos. — James tinha um tom falsamente dramático, já muito conhecido por Lily, que riu diante àquela cena.

— Eu só esqueci duas vezes... além dessa. — sussurrou. Ela fez uma expressão fofa, com os olhos levemente arregalados, sobrancelhas arqueadas e biquinho para que o garoto aceitasse seu perdão.

Aquela cara que ela fazia era quase uma tortura para James, já que a ruiva sabia muito bem que ele não resistia à sua expressão de cachorrinho abandonado no lixo. O Potter estava completamente hipnotizado por aqueles olhos cor de esmeralda, mais brilhantes que o próprio sol, capazes de cegá-lo. Deus, por que ele era tão apaixonado por Lily Evans? Por que aquele jeito dela, o jeito inteligente, gentil, desastrado e engraçado, sempre o fazia demonstrar seu lado bobo apaixonado? Por que ele nunca conseguia juntar as forças necessárias para admitir seus sentimentos por ela? Sentimentos esses que o corroíam desde a pré-adolescência, sentimentos que faziam seu coração doer toda vez que ele a via com outro homem.

Enquanto tudo isso passava pela mente de James, ele mal percebeu o quão perto seus rostos se encontravam; até conseguia sentir a respiração da ruiva diretamente em sua boca. Ele fechou os olhos e acariciava os cabelos ondulados de Lily, que estava com a mão pousada no ombro de James. Seus lábios chegaram a se encostarem por um milésimo de segundo, mas o celular de James começou a tocar ao som de Beat It. Com uma má vontade absurda, ele tirou o aparelho de dentro do bolso e o identificador de chamada o avisou que era Sirius, e o atendeu.

Você está atrasado. — disse o melhor amigo do outro lado da linha. James revirou os olhos.

— Já estou indo, Sirius. — James estava estranhamente impaciente para o gosto de Sirius Black, e ele ficou mais indignado ainda quando o Potter desligou na sua cara.

Lily encarava James de uma maneira chateada, como se não queria que tivessem sido interrompidos anteriormente. Entretanto, ela abriu um sorriso amarelado e disse:

— Acho que precisamos ir.

Potter respirou fundo, não queria que aquele momento acabasse, mas era preciso. Ele levantou-se da cama junto com Lily, que também não parecia muito satisfeita.

— Acho que vai querer pegar um casaco, está um pouco frio lá fora. — James fez uma observação à amiga, que concordou e foi até o guarda-roupa para pegar um casaco de moletom com estampa de várias mini Tardis.

— Vamos? — ele perguntou e ela assentiu. Lily passou o braço no dele, entrelaçando-os.

— Chute ao gol ou eu chuto sua bunda. — ela sussurrou e abriu um sorriso inocente, que encantou James mais do que antes.

— Pode deixar, senhorita Evans.

%

Lily estava sentada em sua cadeira de jantar super confortável, mas numa situação que era bem desconfortável. Enquanto corrigia aquelas provas, ela passou a questionar seu bom trabalho; não era possível haver tantos alunos com notas tão baixas! Ela jurava que se visse mais alguém responder que Orgulho e Preconceito foi escrito por Shakespeare se jogaria da janela do décimo terceiro andar.

Assim que terminou de corrigir tudo, começou a pensar em algo que poderia lhe ajudar a acalmar os nervos depois daquele horrível desastre causado pelos seus queridos alunos. Ela preparou um chá de maçã com mel e colocou na Netflix para assistir um pouco de Gilmore Girls.

Lily estava em paz, relaxada de um jeito que não ficava há quatro anos. Era apenas ela, em um apartamento relativamente grande e bem quieto, sozinha. A ruiva nunca fora sozinha, mas era solitária; ela gostava bastante de tirar um tempo para si mesma e fazer suas próprias coisas sem a interrupção de ninguém.

Enquanto ela queimava a língua com o chá extremamente quente e chorava pela milésima vez em sua vida com a cena de Rory se formando em Chilton, alguém tocava sua campainha freneticamente, fazendo Lily ficar impaciente novamente.

Ela andou com passos fortes até a porta para se surpreender com uma Marlene McKinnon com os olhos cheios d’água e com o corpo trêmulo.

— Lene, o que...? — antes de Lily pudesse terminar de completar sua pergunta, Marlene a interrompeu com seu nervosismo e agitação.

— Eu não posso fazer isso! — ela parecia desolada, como se o mundo inteiro tivesse caído em cima de seus ombros.

— Não pode fazer o quê? — Lily passou a ficar desesperada ao ver a sua melhor amiga ali, destruída, desamparada, sem saber o que fazer. — Marley, fale comigo!

— A cirurgia, Lily, a cirurgia! — Marlene estava desesperada, andando de um lado para o outro no apartamento da Evans. Ela estava prestes a arrancar o próprio cabelo de tanto nervosismo.

— O que tem a cirurgia? — a ruiva parecia mais confusa do que o normal e tentava acalmar a amiga com o olhar e com um tom de voz mais suave, o que não estava adiantando.

— A cirurgia é amanhã e eu não posso fazê-la! — ela finalmente pareceu cansada do próprio surto e sentou no sofá de Lily como se estivesse vivendo as semanas mais exaustivas da sua vida, o que era verdade.

— Por que não? — Lily sentou-se ao lado da amiga e começou a acariciar seus cabelos para tentar fazer com que ela relaxasse.

— É muito difícil, Lils. — Marlene olhou diretamente nos olhos cor de esmeralda da ruiva, tentando conter as lágrimas. — Eu não vou ter mais seios. E se eu tiver um filho algum dia? Eu não serei capaz de amamentá-lo!

— Ah, mas isso não é tão ruim, Lene. Várias mães, inclusive a sua que já viveu essa mesma situação, não amamentam seus filhos por problemas diversos. A minha, por exemplo, nunca conseguiu me amamentar porque eu era teimosa demais e aparentemente odiava os seios dela. — Lily tentou amenizar a situação, mas não obteve muito sucesso.

— Eu vou ter que fazer uma mastectomia, Lily! Eu vou ter cicatrizes e meu corpo vai ficar... — antes que Lene pudesse falar algo aparentemente horrível em meio ao seu desespero.

— Lindo. Seu corpo vai ficar lindo com as marcas da sua luta. As cicatrizes vão ser uma marca da sua força e persistência e você vai mandar esse maldito câncer para a lua! — a ruiva enxugava as lágrimas que caíam no rosto de Marlene. — Aliás, você pode fazer uma cirurgia de reconstrução depois.

— Eu sei, mas é que é tão... — ela tentava achar as palavras, mas simplesmente não conseguia.

— Difícil? — perguntou Lily, que viu a amiga concordar com ela com um aceno tímido. — Você vai superar tudo isso, Lene. Sabe por que? Porque você é a pessoa mais incrível e forte desse planeta inteiro e eu sei que você vai conseguir sair dessa de cabeça erguida.

— Mas a quimioterapia, Lily, meu cabelo vai provavelmente... — a ruiva a interrompeu de novo.

— Shhh, não quero mais ouvir nisso, está bem? — ela se levantou. — Agora vou te fazer um chá e pegar várias porcarias para nós comermos e vamos assistir a vários filmes e séries até cansarmos. O que acha?

— Você é demais, Lils. — Marlene finalmente abriu um sorriso e caminhou até Lily e a abraçou. — A melhor amiga que alguém poderia ter. Senti tanta falta sua nesses quatro anos.

— Digo o mesmo sobre você, Lene. — Lily retribuiu o abraço por apertando-o ainda mais. Ela estava com tanta saudade daquele apoio, daquela amizade, daquele amor.

Marlene sempre foi sua âncora para tudo quando eram adolescentes. A garota era forte e todas suas opiniões ela defendia de um jeito louvável, mas ela também era descontraída, engraçada, leve e sociável. Se não fosse por Marlene McKinnon, o círculo de amigos de Lily teria ficado restrito a ela, James, Sirius e Remus. Entretanto, com Marley ela conheceu pessoas ótimas e interessantes, além das chatas, é claro, mas isso faz parte. Agora, era a vez dela de ajudar Marlene, de ser a âncora da amiga que uma vez foi a sua; era a hora de retribuir todo o suporte e amor incondicional que a loira lhe deu durante todos aqueles anos.

%

No dia seguinte, o apartamento de Lily já estava vazio novamente. Mais cedo ela havia proposto para Marlene que fosse para o hospital com ela e faltasse ao jogo de James, mas a amiga recusou, dizendo que seus pais e irmãos já iriam e que queria que a Evans a visitasse depois da cirurgia, então ela não insistiu.

Lily se deliciava com o waffle que ela mesma fez e bebia o café quente e forte que quase queimava sua língua, enquanto assistia a um programa de televisão qualquer. Assim eram suas manhãs quando não dava aula em Hogwarts, pacatas, que demoravam uma eternidade para passar.

Contudo, ela ouviu o soar da campainha assim que mordeu o último pedaço da comida. Sem perceber que ainda estava com seu pijama do Piu-piu, ela caminhou até a porta e abriu, encontrando um Sirius Black e um James Potter que começaram a rir ao ver o que ela usava.

— Vimos aqui buscar Lily Evans, sabe quem é? Talvez sua irmã mais velha ou sei lá... — Sirius fez uma piada, mas recebeu um leve soco no ombro por parte de James. — Ok, ok. Desculpa, Lily.

A ruiva riu dos dois.

— Está tudo bem. Mas por que estão aqui? — perguntou.

— O jogo. — James disse como se fosse óbvio.

— Não começa às 15h? — ela perguntou, fazendo uma careta que condizia com a confusão em que sua mente se encontrava.

— Só para os torcedores. — Sirius passou a explicar. — São dez e meia, James tem que estar lá às onze e, como empresário dele, preciso estar junto. E você vai junto porque vai ficar comigo, e eu fico nos camarotes, e é o único jeito que vai conseguir ir para o jogo, já que o cabeça oca aqui do meu lado esqueceu-se de comprar um ingresso para você e todos já estão esgotados. Aliás, não pensava que como amiga de um jogador você ficaria numa arquibancada simples, não é?

Enquanto James parecia ofendido com as palavras escolhidas pelo melhor amigo para representá-lo, Lily ficou surpresa com o fato de ficar num lugar tão privilegiado. E ainda ser chamada de “amiga” do James. Claro, eles estavam tentando voltar ao normal como era na adolescência, mas eles já tinham chegado nesse nível? Bem, ela não se importava. Na verdade, ela gostou um pouco demais quando ouviu Sirius disse aquilo.

Lily correu para se vestir. Ela colocou uma blusa branca e uma calça marrom e apenas prendeu o cabelo em uma colinha por estar, pelo jeito, atrasada, e se foi com eles.

— Se você fizer um gol contra eles, teremos que comemorar. — Lily disse para James quando eles já estavam no carro. — Afinal, é o seu time do coração e o melhor do país.

— Nem me fale. — ele riu fraco e balançou a cabeça. — Mas com certeza vamos comemorar.

Assim que chegaram, James teve que entrar em um portão diferente para juntar-se ao time, deixando Sirius e Lily para trás.

Sirius ficou na frente do estádio do OSL falando em linguagem técnica com, aparentemente, um grupo de pessoas — provavelmente empresário também, Lily imaginava — pelo celular e parecia um pouco impaciente.

Quando ele desligou a chamada, os dois ficaram encostados nas paredes pintadas de verde e azul, que já estavam quase descascando e precisando de uma nova pintura. Entretanto, não se passaram dez minutos até que um sujeito alto e musculoso, com uma camiseta preta muito justa e uma calça de mesma cor, com jeito de segurando, apareceu na frente de ambos.

— Você é Sirius Black? — a voz do homem era profunda e grossa.

— Sim, sou eu. — respondeu Sirius.

— Por favor, venha comigo. — o segurança começou a escoltar o Black, mas estranhou quando notou que Lily os seguia.

— Ela está comigo, não se preocupe. — Sirius esclareceu, notando a preocupação do outro, que voltou a escoltá-lo, agora incluindo a ruiva.

Os passos deles foram tão rápidos que Lily mal conseguiu gravar o caminho que estavam traçando, algo que ela não gostou muito, mas seu desgosto aumentou quando chegaram no destino.

Era uma sala enorme, cheia de pessoas que a Evans nunca viu na sua vida inteira, com uma janela — que basicamente ocupava uma parede inteira — com vista para o campo. Até aí tudo bem, mas ela ficou receosa quando viu que todos ali usavam roupas sociais, enquanto ela foi com alguns trapos e com o cabelo ruivo preso para disfarçar a oleosidade.

No mesmo segundo em que eles pisaram naquele chão frio, Sirius foi abordado por um grupo enorme de homens com ternos perfeitamente alinhados e gravatas que com certeza estavam na moda mais recente. A ruiva se frustrou, ainda faltavam um pouco mais de três horas para o jogo e ela teria que esperar. O consolo era que tinha bastante comida, bebida, wi-fi e lugares para sentar.

Lily parecia ser invisível aos olhos dos outros presentes ali. Ela ficou, literalmente, uma hora e meia sentada em um puff rosa, mexendo no celular e ninguém foi até ela, tentar conhecê-la ou puxar conversa. Todo esse tempo passou para que Sirius finalmente chegasse e sentasse no puff ao lado da Evans, parecendo extremamente exausto, afrouxando a gravata vermelha.

— Entediada? — ele perguntou, olhando para ela.

— Bastante. — a ruiva assentiu. — Por que vocês não me disseram que aqui ia ter apenas pessoas elegantes? Poderia ter me arrumado melhor.

— Porque você já estava atrasada e demoraria mais se começasse a se arrumar de forma mais elaborada. — Sirius explicou.

— E quem são aquelas pessoas com quem você estava conversando? — Lily ativou seu modo curioso e a expressão divertida no rosto, o fazendo rir.

— Bem, isso é algo que estive escondendo de James por muito tempo. É errado, claro, pois sou o empresário e melhor amigo dele e preciso contar as coisas para ele, mas você lembra como ele ficava nervoso e na expectativa por oportunidades que surgiam? — a ruiva assentiu. — Então, esse foi o caso. O Chudley Cannons quer ver como ele se sai nesse jogo para contratá-lo. Como conheço ele desde criança, sei que se contasse isso James ficaria todo nervoso e provavelmente não jogaria bem.

— Ai meu Deus, ele vai ficar tão feliz sobre isso! — Lily exclamou com a voz um pouco mais alta do que esperado, assustando algumas pessoas mais próximas deles e até o próprio Sirius, por estranhar a animação dela acerca do assunto. — Quer dizer, é o time do coração dele!

— É, ele vai. — Sirius sorriu.

— Então... — Lily suspirou. Quando ergueu os olhos ao televisor pendurado na parede que mostrava um canal que estava transmitindo o pré-jogo, e a câmera deu um close em James, que já estava treinando dentro de campo com o time. Automaticamente, ela desenhou um sorriso em seus lábios. — Ele realmente é um bom jogador, como sempre quis.

— Sim. — Sirius acompanhou Lily e passou a assistir à televisão junto com ela. — Sempre soube que ele estava destinado a coisas grandes. Ele merece.

— Merece mesmo. — a ruiva concordou, pensando nas diversas vezes que James, em todas suas fases da vida, comentava sobre seu sonho em ser um jogador de futebol. E lá estava ele, realizando seu sonho.

E, de alguma forma, Lily queria muito acompanhá-lo e passar a fazer parte daquele sonho.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo, afinal o amorzinho nele não vai durar muito tempo aqui não *risada maléfica*. Eu ia botar mais coisas nele, mas decidi colocar no próximo.
Enfim, um beijo ENORME pra todos, e comentem se amaram, gostaram, odiaram, se eu cometi algum errinho sem perceber e etcs.
Sigam-me no twitterzinho do core: @domiweasly. Até o próximo!



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