Devaneios escrita por MB


Capítulo 4
Família


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo e boa leitura :)



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Eu já tinha tomado muito café, mais do que nas últimas semanas. Aquela família era complicada, primos que se amam e se odeiam ao mesmo tempo é normal, mas eu nunca tinha visto em um nível como os do Mason. As vezes que os dois tinham se mandado para o hospital era impressionante a as vezes em que já tinham se salvado era mais ainda. Sendo em negócios, ou apenas se livrado de policiais.

Respirei fundo e afundei minha mão no pacote de salgadinhos ao meu lado, na cama. Eu não estava de pijamas, apenas com uma roupa mais confortável. Um jeans escuro e um moletom azul marinho. Já se passavam das três da manhã, mas eu não me tentava manter acordada. Eu só não conseguia fechar meus olhos por mais de alguns minutos, sem acordar assustada com a imagem de Hanna no hospital.

Meu celular começou a vibrar e uma foto minha com a minha irmã apareceu na tela. A loira estava puxando o nariz para cima, enquanto eu mostrava a língua para a câmera.

— Oi, meu amor. – falei assim que a atendi. – Está tudo bem?

— Sim. Vi que você estava online, sabia que estava acordada. – ela respondeu em um tom de voz baixo. Isso significava que nossa mãe ainda estava acordada e que Hanna não deveria estar.

— Não tem aula amanhã? – questionei, deixando o aparelho entre minha orelha e meu ombro, passando os olhos rapidamente pela tela do meu computador. – Bom... Hoje.

— Não. Eu e Joey vamos procurar um presente para a mãe e ela deixou que eu faltasse.

— Deixou para você comprar um presente? – isso era típico da nossa mãe.

— Não! – Hanna riu. Era estranho pensar que por quase dois anos eu não ouvi esse som. – Ela só deixou. Lembra como eu ficava brava quando ela fazia isso com você?

— Eu lembro! – ri também. – Você se achava injustiçada, e tinha oito anos. O que vão comprar para ela?

— Joey quer dar um CD... – sabia que minha irmã fazia uma careta.

— Joseph não tem noção? – perguntei. – É o aniversário da mãe dele! Diga para ele comprar algo sentimental, Hanna!

— Eu já disse, Em. – ela riu. – Mas ele é difícil...

— Hm... Han? – eu fechei a tela do computador, um pouco receosa com o que iria perguntar. Ela fez um “uhum”, me deixando falar. – Como você está?

— Estou bem, Emma, como assim?

— Você sabe. – isso partia meu coração. Eu amava tanto minha irmãzinha. E pensar que eu quase não consegui ajudá-la ainda atormentava meus pensamentos. – Está tomando seus remédios? Sabe que pode falar comigo a qualquer hora, não sabe?

— Eu sei, Em. E está tudo bem. Estou tomando e sabia que aquelas merdas realmente funcionam? – ela exclamou e eu acabei rindo. Minha Hanna de volta. – Não posso falar com você a qualquer momento, você tem serial killers para caçar agora! Me diga que está trabalhando com um DiNozzo?

— Se eu sei como você vê DiNozzo, posso falar que você iria gostar de um tal Derek Morgan.

Eu terminava minha pesquisa sobre todos os seriados de Dylan Mason, e não muito tempo depois, ouvi alguém batendo na minha porta, levemente, como se não quisesse me acordar, ou só estivesse verificando se estava dormindo.

— Han? Eu preciso ir. Me ligue se precisar, ok? – disse rapidamente e desliguei, ouvindo um “tchau” da minha irmã.

Peguei minha arma como um hábito a andei até a porta. Vi pelo olho-mágico que era o Doutor. Estava parado com as mãos no bolso, olhando para o chão e se assustou um pouco quando abri a porta.

— Ah, oi. - riu envergonhado. Respondi um "oi" baixo também. - Acharam outro corpo. Um que acham ser de Dylan Mason e, hm, Hotch pediu para irmos para lá enquanto os outros estão vendo câmeras de segurança de algumas lojas próximas e...

Enquanto ele falava entrei no quarto - deixando a porta aberta, claro - e peguei o que precisava, calçando minhas botas.

— A questão é que não sabem quem o matou e se foi o mesmo assassino de Erick. Sabemos agora que não foi Dylan quem matou o primo. - ele continuou quando fechei a porta atrás de mim e foi quando vi Morgan parado à frente da porta de seu quarto, sorrindo enquanto olhava para Reid, achando graça de algo. - O mesmo MO, mas está deformado, como disse antes.

— É Dylan? – perguntei, andando ao lado de Spencer até o outro agente, com as mãos no bolso do meu moletom. Meu cabelo estava liso e solto, provavelmente uma bagunça.

— Achamos que é. O celular é dele. – Morgan disse, nós três andando pelo corredor. – Mas o rosto está completamente desfigurado, não saberíamos até um exame caso não fosse o aparelho.

Fiz uma careta, e os dois encolheram os ombros.

— Ele não era a melhor pessoa desse mundo, afinal... – murmurei.

— E alguém pensava exatamente a mesma coisa. – Morgan disse, sorrindo de canto.

— E onde ele foi achado? – perguntei.

— Nessa quadra. – Reid falou. O olhei levantando as sobrancelhas. – Garcia diz que as câmeras mostravam ele vindo para o hotel.

— Está falando sério? – exclamei. Ele fez que sim.

— Mason estava com uma arma. – seu tom estava mais baixo.

— Puta merda...! – olhei para os dois, surpresa.

Eles sorriram um pouco e em poucos minutos já estávamos na cena do crime. Policiais em todo lugar, moradores do bairro, jornalistas e fãs chorando. Mostramos nossas credenciais para um dos homens com uniforme e passamos pela típica faixa amarela.

Eu só via um saco marrom no meio dos policiais.

— Onde está o corpo? – perguntei para os agentes ao meu lado. Spencer apontou para o saco. Levantei as sobrancelhas.

— Gostaria de fazer as honras? – ele perguntou e eu me aproximei, colocando uma luva. Abri o saco e a visão era horrível.

Não parecia nada o Dylan Mason que eu tinha visto, com o sorriso debochado e cabelos castanhos compridos. A pele dele tinha um tom diferente e seus olhos e nariz estavam sangrando. Era um corte mal feito, e parecia ter sido feito com pressa.

Spencer ia dizer algo quando meu celular começou a tocar. Mal atendi quando Rossi pediu para que eu fosse para a delegacia.

— Quer uma carona? – Reid perguntou quando me levantei, avisando para onde iria.

— Não, obrigada. – sorri. Ele olhou rapidamente para o relógio por cima da manga de seu cardigã. – A delegacia é aqui do lado.

Me despedi dos dois e fui andando rapidamente até a delegacia. Ter uma arma e uma credencial me deixava bem mais segura. O tumulto estava de volta na frente de prédio, mas dessa vez disse para os policiais que não precisava de ajuda para passar pelos jornalistas. Passei pela porta sem nenhum repórter segurar meu braço ou colocar microfones no meu rosto. Considerei uma vitória.

— Claire quer falar com você. – Rossi me disse, me entregando um copo de café. Agradeci e perguntei o motivo. Ele também não sabia. – Ela tem dificuldades para confiar em homens, e foi com você que ela se sentiu mais confortável mais cedo.

Entrei na sala, onde parecia que Claire não havia se mexido desde que saí de lá com as outras agentes. Estava parada com as mãos cruzadas em cima da mesa, com os olhos fixos em um ponto qualquer da sala.

— Oi, Claire. – fechei a porta atrás de mim e me sentei a frente da mulher.

— Dylan está mesmo morto? - ela questionou antes de tudo. Só então olhou para mim e eu percebi que ela havia chorado. Os olhos inchados e vermelhos procuravam uma resposta no meu rosto.

— Sim, ele morreu, Claire. 

— Posso ver uma foto do corpo? - franzi as sobrancelhas e ela acrescentou rapidamente: - Agente, eu preciso ter certeza.

— E eu estou te dando uma. - olhei nos olhos escuros da mulher a minha frente. - Ele morreu. Você pode falar o que precisar sem ter medo dele. 

— E meu Tony? - perguntou.

— Está em outra sala. Você irá poder vê-lo, mas o que queria me falar?

Ela engoliu em seco e abriu a boca diversas vezes antes de dizer algo.

— Dylan sempre tinha amigos em casa. - eu concordava com a cabeça, mostrando que estava tudo bem. - E eles sempre... Eu sempre achei que fosse coisa da minha cabeça, mas eles não gostavam de Erick. E Dylan parecia não gostar do primo quando esses amigos estavam próximos.

— Essa informação é útil, Claire. - sorri agradecida. - Sabe de Dylan daria as chaves da casa para qualquer um deles?

— Erick deu as chaves. - ela respondeu de prontidão. - Ele me mandou fazer as cópias.

— Então ele não sabia que...

— Erick gostava muito daqueles homens. Eles não gostavam de Erick. – ela me interrompeu. - Se conheceram em um bar ou algo assim. Eram parceiros de caça de Dylan. - respondeu preocupada.

Meu coração estava acelerado. Estava perto de respostas.

— Sabe seus nomes? – questionei, mantendo minha voz calma.

— John Fitzgerald e Daniel Nabb. – falou após algum tempo, em um tom de voz extremamente baixo. Tive que pedir para ela repetir algumas vezes até eu conseguir escutar. – Posso ver meu Tony?

— É claro. – sorri. – Vou pedir para um policial trazê-lo. Obrigada, Claire. - sorri e saí da sala, segurando meu café.

Quando sai da sala, Prentiss, Rossi e Reid conversavam. Então ouvi a voz de Garcia no telefone de Emily:

— Ambos estão em uma festa agora. Os celulares foram localizados na casa de Daniel Nabb.

— As quatro da manhã? - Reid franziu as sobrancelhas. – Eles ficam o dia inteiro acordados!

Os outros dois agentes sorriram, como se já estivessem acostumados com aquele jeito dele.

— Combatentes... - a loira falou de novo. - Algumas muitas pessoas estão nessa festa.

— Quantas? - Reid perguntou. Ele estava ao meu lado, e sussurrou rapidamente: - Iria trazer café para você, não sabia se gostava.

Percebi que ele sorria um pouco, porque era um copo bem grande o que eu segurava.

— Só um pouco. - sussurrei de volta, também sorrindo.

— 150 pessoas confirmaram presença na internet.   - Garcia respondeu.

Hotchner entrou na sala antes que pudéssemos responder.

— Claire e o marido foram liberados. - ele disse. - Vamos para a casa onde a festa está acontecendo. Ninguém irá sair.

— Quando Claire lhe contou sobre Fitzgerald e Nabb, Garcia descobriu que ambos trabalhavam com Dylan em algumas produções. - Reid me disse, parecendo levemente nervoso. Mexia nas mãos rapidamente e parecia tirar um pouco de pele ao redor das unhas curtas. - Erick substituiu o primo no papel principal de um filme em que os quatro trabalharam juntos. Houve um prejuízo de 70% para ambos os produtores.

— Eles mataram Dylan. - minha afirmação teve um tom de questionamento. Ele fez que sim. O resto da equipe discutia entre si.

— Lembra-se do corte no pescoço de Erick? Além de ser feito por uma faca comum, era um pouco hesitante.

Os dois obrigaram Dylan a matar o primo e tiveram que se livrar do diretor e produtor quando perceberam que ele não aguentava  a pressão.

— Dylan estava indo para o hotel para confessar. - JJ entrou na sala, atraindo os olhares.

— Então vamos para uma festa! - Emily disse, fingindo felicidade.

~*~

Em pouco tempo nós já estávamos da casa. 

Eles não demoraram para confessar. Erick teria sabotado o primo e os dois amigos. Isso resultou em um prejuízo de 70% para Daniel e John, o fim de uma carreira promissora para Dylan e dois assassinatos.

Assim que entrei na casa de Nabb, os olhos arregalados dos animais empalhados me seguiam para todo lugar, do mesmo jeito que os olhares dos criminosos nas mulheres da equipe. Isso era mais que desconfortável, e despertou uma raiva imensa em mim, mas ambos já estavam sendo encaminhados para a viatura.

Tive que passar pelos convidados bêbados e chapados, que tentavam entender porque eu segurava o anfitrião pelos pulsos e ombro.

— Você poderia ter chegado antes. - ele disse para mim, com um sorriso malicioso.

— Não reclame quando seus colegas de cela te tratarem pior. - respondi com nojo explícito e fechei a porta do carro.

— Eu tenho vontade de socá-los, não imagino você. - Rossi parou ao meu lado quando o carro se afastou.

— Também não sei como me controlo. - brinquei encolhendo os ombros. Ele sorriu.

— Levando em conta o que o seu supervisor disse sobre você, também não sei.

Arregalei os olhos, o olhando surpresa.

— Do meu trabalho anterior? - questionei. Rossi fez que sim. - Ah, meu Deus, o que ele disse?!

— Que no seu último caso, o envolvendo Jessie Everly, o suspeito realmente ficou com medo depois que disse algumas coisas um pouco inapropriadas para você.

— Bom, eu tenho esse rostinho.... - respondi brincando. Ele riu e ouvimos Morgan nos chamar.

— Vamos, Katzen. – nós andamos até os outros. – Vou ter um jantar na minha casa no próximo fim de semana. – o agente sorriu. – Está convidada.


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Notas finais do capítulo

Eu curto bastante esse capítulo por mostrar mais sobre a família da Emma, e como ela está se dando com a equipe, mas eu sou suspeita para falar eu acho kkkkk
O que acharam?



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